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Resumo Fármacos Anti Hipertensivos

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Pablo Barbosa – FAMP – 2015/2
Fármacos Anti-Hipertensivos
A patogenia da hipertensão arterial (HA) pode estar em 3 lugares: no rim e no seu papel de regular o volume vascular através da eliminação de sal e água; no sistema renina-angiotensina-aldosterona através dos seus efeitos sobre o tônus vascular sanguíneo, regulação do fluxo sanguíneo renal e metabolismo de sais; e por fim no sistema nervoso simpático que regula o tônus dos vasos.
As medicações utilizadas exercem seus efeitos através de um destes mecanismos reguladores aqui focados nos diuréticos, inibidores de ECA ou iECA, bloqueadores dos canais de cálcio.
Os diuréticos agem em diferentes regiões do néfron promovendo diminuição da volemia, excreção de Na e K e diminuição do debito cardíaco.
Tipos de diuréticos
Inibidores da Anidrase Carbônica: agem no túbulo contorcido proximal; impede a ação da anidrase carbônica que resulta em insuficiente reabsorção de sódio e consequente efeito diurético; pode causar acidose metabólica, pois atua no sistema tampão bicarbonato; ultimamente não são mais utilizados como diuréticos mas ainda tem uso no tratamento do glaucoma. EX: Acetalozamida.
Diuréticos de alça: estes agem na parte mais espessa da alça (alça ascendente de Henle), nesta parte da alça ela é impermeável a água e reabsorve NaCl; os fármacos aqui agem inibindo o co-transportador Na+/K+/2Cl- na alça ascendente, esta ação aumenta a perda de Na+, Cl+, Ca+ e Mg. Ex: Furosemida (esta não deve ser usada continuamente, apenas em crises hipertensivas)
 Diuréticos osmóticos: age no túbulo proximal, túbulo coletor e na parte mais delgada da alça ascendente de Henle, nessa parte da alça há uma maior absorção de água e não são absorvidos íons. Os diuréticos que agem aqui formam um complexo com a água que impede sua reabsorção; não são uteis no tratamento de condições associadas a retenção de Na; usados na elevação aguda da pressão intracraniana ou intraocular e prevenção da insuficiência renal aguda. EX: Manitol.
Tiazídicos: agem na porção proximal do túbulo distal; atuam inibindo o co-transportador Na+/Cl- no túbulo contorcido distal o que aumenta a perda de K+ e reduz a de Ca+. EX: clorotiazida, hidroclorotiazida.
Diuréticos poupadores de K: agem no túbulo coletor onde não há bombas de transporte na membrana, existe apenas canais de água, sódio e potássio. A amilorida atua bloqueando os canais de Na+ que é controlado pela aldosterona, a espirolactona é um antagonista do receptor de aldosterona que possui como função principal a manutenção do volume de fluido extracelular por conservação do Na+ corporal. Quando ocorre redução do sódio extracelular, diminuição do volume plasmático e do fluido extracelular ocorre também diminuição do fluxo e da pressão de perfusão renal que é detectado pelas células justaglomerulares renais que irão segregar renina para a circulação periférica, a renina converte o angiotensinogênio em angiotensina-I que é clivada pela ECA originando Angiotensina-II, esta fixa-se a receptores membranares específicos à nível suprarrenal que produz segundos mensageiros como Ca+ e derivados de IP3. A ativação de proteinocinase C altera a expressão enzimática favorecendo a síntese de aldosterona. EX: Espirolactona e Amilorida.
Inibidores da ECA (iECA): antagonizam os efeitos da angiotensina II e são potencializadores dos efeitos da bradicinina. Inibidores da ECA reduzem a PA, pois diminuem a resistência vascular periférica com o mínimo de efeito sobre a frequência e debito cardíaco ou volume arterial circulante. O angiotensinogênio é rapidamente convertido pela renina para angiotensina-1 que irá se transformar em angiotensina 2 através da enzima conversora presente na face luminal das células endoteliais; angiotensina-2 é um vasoconstritor que libera aldosterona que faz com que aumente a reabsorção de sódio tanto nos túbulos proximais quanto nos distais causando uma diminuição da excreção urinaria de sódio e água. A angiotensina-2 provoca mudanças na estrutura cardíaca por meio da migração, hipertrofia e hiperplasia de células vasculares e cardíacas e aumento de matriz proteica extracelular por células musculares lisas e fibroblastos cardíacos, ela aumenta também a pré e pós-carga o que contribui pra hipertrofia e remodelagem do coração. Os iECAs são menos eficazes em negros possivelmente devido a uma maior prevalência de níveis plasmáticos reduzidos de renina na população negra hipertensa. EX: Captopril e Enalapril.
Inibidores ou bloqueadores dos receptores AT1: os receptores AT1 agem ligando-se a angiotensina-2 o que inibe a ação do eixo da renina. O mensageiro final do eixo renina é a angiotensina-2 que ao ligar-se ao receptor AT1 causa uma vasoconstrição e retenção hídrica ambos levando ao aumento da PA. Os efeitos dos bloqueadores do receptor AT1 é semelhante aos inibidores da enzima conversora, mas com as vantagens de não atuar sobre a bradicinina. O Lozartan (exemplar mais comum) possui metabólitos ativos e possui um mecanismo de eliminação praticamente hepático, a meia vida é de 5 horas sendo usado em dose única diária.
Antagonistas/bloqueadores dos canais de Ca: os medicamentos desta classe inibem o influxo de íon através dos canais de cálcio no músculo liso vascular e cardíaco o que resulta em dilatação de artérias e arteríolas periféricas e vasos cerebrais; possui alto grau de seletividade para o músculo liso vascular, diminui a resistência vascular periférica e reduz a pressão sanguínea. EX: Nifedipina e Verapamil.
Nitratos orgânicos: são vasodilatadores de ação direta por liberarem NO que age na via do GMPc e causa relaxamento muscular e endotelial; possuem um efeito rápido na diminuição da hipertensão; geralmente administrados por via oral. EX: Nitrato de amila e Monoitrato de isossorbida.

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