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Poder Constituinte, Constitucionalismo e Controle de Constitucionalidade.

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Estudo dirigido: Poder Constituinte, Constitucionalismo e Controle de Constitucionalidade.
01 - A adoção de uma constituição formal possibilita a distinção entre poder constituinte originário e derivado e a distinção entre esses e os demais poderes constituídos (Legislativo, Executivo, Judiciário, por exemplo). Identifique, com relação aos Poderes Constituintes Originário, Derivado e Legislativo:
Poder constituinte originário:
Função: instaurar uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica procedente. Tem como função fundamental criar um novo Estado, diverso do que vigorava em decorrência da manifestação do poder constituinte precedente.
Natureza: os jus naturalistas acreditam que se trata de um poder jurídico, vez que precisa respeitar as normas de direito natural. Em sentido contrário, os positivistas, adotando posicionamento mais aceito, defendem que o Poder Constituinte Originário representa um poder político, pois está acima inclusive da Constituição, buscando seu fundamento na sociedade e não no direito.
Órgão competente: Assembleia Nacional Constituinte.
Titular do poder: De acordo com doutrina democrática, é sempre o povo, na sua maioria ou minoria, a nação.
Produto da sua atuação: Uma nova Constituição.
Poder constituinte Derivado:
Função: alterar a Constituição, mediante acréscimo e reforma, ou seja, agregar algo novo ao já existente, bem como substituir um texto por outro, ou suprimi-lo. Exerce também a atividade de institucionalizar os Estados federados, que provenham da obra do poder constituinte originário: trata-se do poder constituinte dos Estados-Membros, denominado de poder constituinte de corrente. O principal objetivo é emendar, mudar, transformar, modificar ou rever a Constituição originária.
Natureza: Tem natureza jurídica, não extrai sua força do mero fato, mas deriva da regra do direito, da regra constitucional.
Órgão competente: No Brasil, a competência para exercício do poder constituinte reformador previsto pela Constituição Federal de 1988 pertence aos membros do Congresso Nacional, senadores e deputados.
Titular do poder: Deputados e Senadores, pois pertence aos membros do congresso.
Produto da sua atuação: Emendas Constitucionais.
Poder Legislativo
Função: Segundo a Constituição do Brasil e sua divisão de poderes, tem como função o Poder Legislativo, entre outras atribuições, a elaboração de leis e a fiscalização dos atos do Poder Executivo.
Natureza: Sua natureza é jurídica, pois não pode elaborar ou editar leis que não estejam conforme a Constituição vigente.
Órgão competente; Em nível federal formado pela Câmara Federal, composta por 513 deputados, pelo Senado Federal, com 81 senadores e o Tribunal de Contas da União, órgão que auxilia o Congresso Nacional nas atividades de controle e fiscalização externa. Nos estados é composto pelas Assembleias Legislativas e Tribunal de Contas do Estado, e, nos municípios, pelas Câmaras Municipais e Tribunal de Contas dos Municípios.
Titular do poder: O titular do poder é o povo, pois é o povo que elege os políticos que compõem os órgãos competentes.
Produto da sua atuação; Os Produtos são as leis, complementares, ordinárias e delegadas.
02 – Diferencie o processo constituinte derivado do processo legislativo ordinário quanto aos seguintes critérios:
Iniciativa:
Constituinte Derivado: De um terço no mínimo da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; do Presidente da República; de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Legislativo Ordinário: A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. 
Quórum:
Constituinte Derivado: três quintos dos votos dos respectivos membros.
Legislativo Ordinário: maioria relativa.
Número de turnos:
Constituinte Derivado: A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos.
Legislativo Ordinário: Apenas um turno.
Participação do Chefe do Poder Executivo:
Constituinte Derivado: A promulgação e publicação é realizada pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Legislativo Ordinário: Sanção, promulgação e publicação.
03 – Com qual finalidade atuam os Poderes Constituinte Originário e Derivado?
 O Poder Constituinte Originário diz a respeito à elaboração de uma nova Constituição, sendo a norma mais importante do ordenamento jurídico. Está constituição assume a condição de poder de fato e absoluto, determinando vários assuntos a serem apresentados à sociedade daquele país. O poder Constituinte Originário apresenta duas formas de expressão, por outorga e por convenção ou por assembleia constituinte. 
 A primeira expressão explica que a Constituição será estabelecida mediante a manifestação unilateral do agente do poder constituinte, já a segunda estabelece a representação popular no processo de elaboração da Constituição, mediante debates e por voto. Sendo assim, o poder constituinte originário atua conjuntamente com o Estado e a população para a realização do condicionamento de todo o sistema jurídico, a fim de que todos os atos possam produzir os efeitos jurídicos dentro do sistema.
 Já o Poder Constituinte Derivado, advém de uma Constituição já existente, que sua função é fixar os limites e impor os modos de atuação, O poder constituinte derivado é jurídico e vinculado, pois sofre as restrições legais definidas do órgão exercente das funções constituintes originárias. Este poder também se apresenta em dois tipos: poder decorrente e poder reformador ou revisor. O poder decorrente tem como função permitir aos Estados federados que estabeleçam a suas próprias constituições, já o poder reformador ou revisor tem como função propiciar alteração nos dispositivos constitucionais originários através das emendas constitucionais ou revisão. Sendo assim, o poder constituinte derivado atua sob parâmetros legais pré-existentes e determinados, não se formando em um ato de competência ilimitada. 
04 – Com relação ao Poder Constituinte Derivado, identifique:
Limites expressos: O poder constituinte derivado é limitado desde o seu nascimento. Trata-se de limitações jurídicas endereçadas à sua atuação. Podem-se identificar, em geral, tais tipos de limitação:
Limitações materiais: Constituem o chamado cerne imodificável da Constituição, suas cláusulas pétreas. Expressam as opções que o constituinte originário elegeu, traduzidas nas regras estruturadoras do edifício constitucional, que tratam do conteúdo, do teor do texto constitucional. 
Limitações formais: Vinculam o poder de reforma constitucional à observância de determinado procedimento, próprio das constituições rígidas, cuja supremacia formal reside justamente na maior dificuldade para sua alteração. As regras procedimentais relativas à modificação da Constituição não poderiam ser alteradas, por contradizer uma das premissas do silogismo, redundando num absurdo. A alteração das regras de modificação não seria possível, por se enquadrar estas ultimas como limitação implícita ao poder de reforma.
Limitações circunstanciais: Estas limitações vêm expressas no artigo 60 §1º da Constituição brasileira de 1988, e impedem mudança válida no texto constitucional durante intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa. É que, pela importância e dignidade da Constituição, as alterações ao seu texto não devem ser decididas durante eventos que não propiciariam um clima de ampla liberdade e isento de paixões decorrentes de acontecimentos extraordinários de ordem política. Ademais, no caso de intervenção federal, a federação restaria fragilizada, e o estado de sítio e de defesa poderiam sero momento ideal para retaliações políticas.
Limites Implícitos: Além das limitações materiais explícitas, outras há que se impõem no silêncio do texto constitucional, pois servem de fundamento de validade da Constituição, traduzindo valores e princípios que a modelam à luz do princípio democrático. As limitações explícitas podem ser agrupadas da seguinte forma, segundo Nelson de Sousa Sampaio:
As que dizem respeito aos direitos fundamentais, devendo-se observar que tais limitações se tornaram expressas na Constituição de 1988;
As concernentes ao titular do poder constituinte, já que o reformador não pode dispor do que não lhe pertence, devendo-se ainda considerar a inalienabilidade da soberania popular, princípio que nega o próprio povo o direito de renunciar ao seu poder constituinte;
As relativas ao titular do poder reformador, porque este não pode renunciar a sua competência em favor de nenhum outro órgão, nem delegar suas atribuições, pois estas lhe foram conferidas para que ele próprio exercite;
As referentes ao processo da própria emenda ou revisão constitucional, de vez que o reformador não pode simplificar as normas que a Constituição estabelece para a elaboração legislativa.
05 – Pode o Congresso Nacional delegar o exercício do Poder Constituinte Derivado a um terceiro órgão? Justifique. 
 O poder constituinte derivado é instituído pelo poder constituinte originário, se deriva e obedece as regras por ele estabelecidas. O poder constituinte derivado é limitado e condicionado pelo originário, basicamente de duas formas: o processo legislativo necessário para a Emenda Constitucional e as Cláusulas Pétreas, que não alguns dispositivos que não podem ser suprimidos. 
 Por tanto, o Congresso Nacional, não pode delegar o exercício do poder constituinte derivado a um terceiro órgão, pois é o poder derivado que atualiza e inova a ordem jurídica constitucional, que é efetivado através das Emendas Constitucionais, as quais hão de mudar o que não está em conformidade com os anseios sociopolítico e jurídico da atualidade. 
 É importante salientar que, há limites estabelecidos na própria Constituição para tal Poder Reformador (art. 60, §4º, Constituição Federal). Há ainda, os Direitos e Garantias Individuais, que não estão contidos apenas no art. 5º da Carta Magna, mas estão dispersos por toda Constituição, como por exemplo, o direito do servidor público a estabilidade, não previsto no art. 5º, mas que se consagra Direito Individual do servidor, não podendo ser alterado, exceto pelo Poder Originário.
06 – Pode uma emenda constitucional, produto da atuação do Poder Constituinte Derivado, ser considerada inconstitucional? Justifique.
 O Poder Constituinte Derivado encontra limitações materiais, denominadas cláusulas pétreas e limitações formais, ou ainda processuais. O mero Projeto de Lei de Emenda a Constituição Federal que ofenda as cláusulas pétreas já seria inconstitucional e, por isso, sequer poderia ser admitida a discussão no Congresso.
 Portanto, cláusulas pétreas são normas que o Poder Constituinte Originário entendeu que deveriam ter um tratamento especial, devido sua importância para a manutenção do Estado, definindo que estas cláusulas não podem ser sequer passivas de proposta de alteração tendentes a aboli-las pelo Poder Constituinte Derivado, trata-se de uma limitação material ao novo Constituinte.
Ainda, possui limitações circunstanciais, que impossibilitam Emendas à Constituição quando o país estiver em estado de defesa ou estado de sítio.
 Tanto o Poder Derivado Decorrente, quanto o Poder Derivado Reformador ou Derivado estão subordinados aos limites impostos pelo Poder Constituinte Originário. Isto quer dizer que qualquer desrespeito aos preceitos da Constituição, referente aos limites de mutação do seu próprio texto, enseja inconstitucionalidade.
07 - Como se resolve o conflito entre uma norma constitucional e uma norma infraconstitucional?
 Segundo o autor Robert Alexy, o conflito entre norma constitucional e norma infraconstitucional se resolve pela declaração de invalidez de uma regra, geralmente são resolvidos mediante o emprego de critérios de resolução de conflitos entre regras jurídicas, que são: O hierárquico, o cronológico, é o critério da especificidade. Sendo assim, conforme Alexy, a maioria absoluta da doutrina, e o conflito de regras se resolvem sempre da mesma forma, ou seja, pela doutrina tradicional, analisando qual é a norma hierarquicamente superior, pois e ela que vai prevalecer, caso ambos têm a mesma hierarquia, analisa se a mais especifica, se ambos tiverem a mesma especificidade, analisa se qual regra é a mais nova, sendo assim por fim prevalecendo a mais nova. 
08 – E o conflito entre norma constitucional elaborada pelo poder constituinte originário e norma elaborada pelo poder constituinte derivado?
 A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a tese das normas constitucionais inconstitucionais, ou seja, de normas contraditórias advindas do poder constituinte originário. Assim, se o intérprete da Constituição se deparar com duas ou mais normas aparentemente contraditórias, caber-lhe-á compatibilizá-las, de modo que ambas continuem vigentes. Não há que se falar em controle de constitucionalidade de normas constitucionais, produto do trabalho do poder constituinte originário.
 O Supremo Tribunal Federal apenas admite a possibilidade de controle de constitucionalidade em relação ao poder constituinte derivado, apreendendo-se, portanto, que as revisões e as emendas devem estar balizadas pelos parâmetros estabelecidos na Carta Magna.
09 – Explique o princípio da supremacia da constituição e sua relação com a constituição formal e o controle de constitucionalidade.
 O princípio da supremacia da constituição é conhecida também por Lei Maior, Carta Magna, Lei Fundamental, entre outras denominações. É representada por um conjunto de normas e de princípios jurídicos que todos devem submeter-se, até mesmo o próprio Poder Público. Considerando assim, um ‘’Estado de Direito’’, que em síntese, significa essa submissão obrigatória de todos aos princípios das normas jurídicas. O autor José Afonso da Silva conceitua a ideia de supremacia da constituição da seguinte forma:
 "A Constituição do Estado, considerada sua lei fundamental, seria, então, a organização dos seus elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma de Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do Poder, o estabelecimento de seus órgãos e os limites de sua atuação. Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado."
 Sua relação com a constituição formal e o controle de constitucionalidade, é que são complementares entre si, visando que a supremacia é a rigidez constitucional são ideias centrais do controle de constitucionalidade, apoderando a hierarquia do sistema normativo.

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