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23/08/2013 1 Aula 1c Colheita e processamento de plantas medicinais Prof. Elaine S. B. de Albuquerque Prof. Ana Cláudia Vieira Faculdade de Farmácia Departamento de Produtos Naturais e Alimentos Farmacobotânica 2013/II 1 Drogas vegetais e derivadas • Droga vegetal: – Vegetal ou parte ou órgão ou produtos derivados diretamente deles � processos de coleta, preparo e conservação � composição e propriedades tais, que possibilitem o seu uso como forma bruta de medicamento ou como necessidade farmacêutica. 2 Exemplos: • Folhas de Eucalyptus globulus � sistema respiratório – Não são drogas� se coletadas – Droga� processo de conservação (secagem) • Uvas rosadas (Vitis vinifera) – Não são drogas� se coletadas – Não são drogas � secagem � uva passa (não apresenta uso medicinal) 3 Drogas derivadas: • São produtos derivados da planta, obtidos diretamente � sem utilização de processo extrativo delicado 4 23/08/2013 2 Exemplos • Pinheiro – Terebentina � após o trabalho de coleta e preparo� DROGA DERIVADA – Pedaços de caule� destilação� óleo essencial • Papoula (Papaver somniferum): – Incisões nos frutos� látex� moldado em forma de pães após processo de secagem � DROGA DERIVADA 5 Princípio ativo • Ação farmacodinâmica das drogas � princípios ativos (uma ou conjunto de substâncias) – Alcalóides (escopolamina e hiosciamina) � estramônio, beladona, meimendro e trombeteira (drogas antiespasmódicas) – Alcalóides (Quinina e quinidina) � droga constituída da casca de quina – Glicosídeos cardioativos� folhas de digital 6 Para ser considerada droga vegetal: • Ser de origem vegetal; • Ter sido submetida a processo de coleta, preparo e conservação; • Não ser obtida através de processos extrativos delicados; • Encerrar propriedades farmacodinâmicas ou ser considerada como necessidade farmacêutica. 7 Cultivo de plantas medicinais • Quando é recomendado? (Vantagens) – Há poucas plantas nativas; – Quando as plantas nativas têm distribuiçãomuito espalhada; – Quando as plantas nativas são inacessíveis; – Há necessidade de melhorar o teor de princípios ativos; – Apenas uma variedade apresenta alto teor de constituintes de interesse; – O cultivo resulta em maior produtividade e melhor teor de constituintes pela introdução de boas práticas de agricultura, melhores condições de solo e controle de pragas e doenças; – Quando há grande demanda do mercado. 8 23/08/2013 3 Extrativismo - problemas • Principal fonte de drogas vegetais comercializadas. • Problemas: – Variabilidade genética; – Variação de tipos de solos; – Variação de condições climáticas; – Esgotamento das reservas naturais. Influência no metabolismo secundário � produção não uniforme Ex: Arnica montana L. – Asteraceae� uso externo contra contusões Espécie de difícil cultivo� quase desaparecimento desta planta nas regiões alpinas. • Solução? � Manejo sustentável � Prática agrícola economicamente viável, ecológica e socialmente responsável 9 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE PLANTAS MEDICINAIS 10 Conhecimentos de morfologia, fisiologia e da variação dos princípios ativos no vegetal� dados importantes • Raízes, rizomas e túberas � primavera ou outono (antes da floração) • Cascas� primavera • Folhas� quando a fotossíntese é mais intensa • Coleta de flores� época de polinização • Coleta de sementes�maduras e antes da deiscência do fruto. • Eliminar impurezas � areia, terra e pedaços de outras partes do vegetal. • Evitar material úmido� ataque de fungos. • Ramos com folhas, flores e frutos (árvores)�Tesoura de alto-poda. • Vegetal inteiro (herbácea)� Pá 11 • Princípios ativos X hora do dia: – Plantas alcaloídicas devem ser coletadas em horário em que o calor é mais intenso. – A quantidade de óleo essencial é mais reduzida ao redor de 12 horas e quando há vento intenso. • Princípios ativos X época do ano: – A quantidade de alcalóides (escopolamina e atropina) varia de acordo com a época do ano. Ex: Datura suaveolens (trombeteira). • Princípios ativos X estágio de desenvolvimento da planta: – A quantidade de óleo essencial é menor quando a planta está com semente. Ex: Ocimum basilicum (alfavaca) – A quantidade de óleo essencial é maior antes da floração. Ex: Ocimum basilicum (alfavaca) – As folhas maiores de hortelã apresentam menos quantidade de óleo essencial 12 23/08/2013 4 13 14 Processamento pós-colheita 15 SECAGEM • Objetivo: – Eliminar certa quantidade de água do órgão vegetal para facilitar a conservação � evita a ação de agentes deletérios (bactérias, fungos e enzimas). 16 23/08/2013 5 SECAGEM • Tipos: – Secagem natural: • Secagem ao sol • Secagem à sombra • Secagem mista (sol e sombra) – Secagem artificial: • Circulação de ar • Estufa sem circulação de ar • Estufa com circulação de ar • Esfriamento (liofilização) 17 ESTABILIZAÇÃO • Objetivo: – Visa a inativação de enzimas. Ex: Drogas cardiotônicas (as enzimas desdobram a cadeia de glicosídeo reduzindo sua atividade farmacológica). • Exceção: Mostarda (Brassica nigra) � a ação enzimática é necessária. • Tipos: – Aquecimento: 80° C durante 15 a 30 minutos (inativa as enzimas, não os princípios ativos). – Solvente: álcool. – Irradiação: exposição demorada aos raios ultravioleta. 18 Untitled
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