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Farmacologia do TGI

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Pablo Barbosa – FAMP – 2015/2
Farmacologia do TGI
As principais funções do trato gastrintestinal (TGI) com relevância para a farmacologia são: secreção gástrica, vômito e motilidade do intestino e expulsão das fezes.
O trato gastrintestinal é inervado pelos plexos mioentérico e submucoso que estão interconectados e que suas células recebem fibras parassimpáticas pré-ganglionares do vago que são principalmente colinérgicas e excitatórias.
Os neurônios no interior dos plexos que constituem o sistema nervoso entérico secretam acetilcolina, noradrenalina, serotonina, purinas e óxido nítrico; sendo que o plexo entérico possui neurônios sensoriais que respondem a estímulos mecânicos e químicos.
Os principais hormônios secretados pelo TGI são:
Gastrina: estimula a secreção de acido gástrico pelas células parietais, aumenta indiretamente a secreção de pepsinogênio (digestão de proteínas) e estimula o fluxo sanguíneo e motilidade gástrica; sua secreção é inibida quando o pH gástrico vai para 2,5 ou menos.
Histamina: estimula as células parietais através dos receptores H2; a liberação de histamina aumenta sob ação da gastrina e da acetilcolina.
Acetilcolina: estimula receptores muscarínicos específicos presentes na superfície das células parietais e na superfície das células que contem histamina.
Os principais estímulos para a secreção de acido clorídrico são a gastrina, histamina e acetilcolina.
Terapia farmacológica para disfunção secretória ácida
Inibidores de H2: podem ser chamados também de antagonistas dos receptores de H2, pois inibem competitivamente as ações da histamina em todos os receptores H2. Sua aplicação clinica é na inibição da secreção de acido gástrico estimulada pela histamina e gastrina, reduzem também a secreção ácida estimulada pela acetilcolina; estes agentes além de reduzirem a secreção ácida basal e estimulada por alimentos também promovem a cicatrização de úlceras duodenais. Entre os principais exemplares estão a Ranitidina e a Cimetidina que além das funções citadas ainda inibe o citocromo P450 podendo retardar o metabolismo e consequentemente acelerar a ação de anticoagulantes orais.
Inibidores da bomba de prótons: agem através da inibição irreversível da bomba de prótons que é responsável pela troca do K+ por H+ no processo de formação do acido clorídrico na etapa final da secreção ácida. Omeprazol e Pantoprazol são seus principais representantes, possui meia vida de 1 hora, no entanto em administração diária de dose única irá afetar a secreção ácida durante 2-3 dias, pois as substâncias se acumulam nos canalículos. Efeitos indesejáveis não são comuns.
Antiácidos: atuam neutralizando o ácido gástrico através de sua elevação, o efeito só ocorre por conta da inibição da atividade péptica que cessa após um pH de 5. Os antiácidos mais comuns são feitos de sais de magnésio e de alumínio que irão formar cloretos de magnésio e de alumínio, sais de magnésio causam diarreia enquanto sais de alumínio provocam constipação por isso normalmente se usa a combinação de ambos os sais para preservar a função intestinal.
Fármacos que protegem a mucosa gástrica 
Misoprostol: análogo estável da prostaglandina E1, inibe a secreção acida gástrica basal e a de resposta de alimentos; mantém o aumento do fluxo sanguíneo da mucosa e aumenta também a secreção de muco e de bicarbonato. Muito utilizado como prevenção da lesão gástrica que pode ocorrer com uso crônico de AINES.
Sucralfato: é um complexo de hidróxido de alumínio e sacarose que libera alumínio em pH ácido.
Alginatos: derivados de algas eles tem efeito de formar uma barreira semelhante à barreira de muco.
Fármacos antieméticos
No tratamento contra o vomito são utilizados diferentes agentes antieméticos para condições diferentes, no entanto pode haver superposição entre as classes, sendo as mais importantes: antagonistas de H1; antagonistas de receptores muscarínicos; antagonistas da serotonina; metoclopramida.
Antagonistas dos receptores H1: exercem pouca ou nenhuma atividade contra os vômitos produzidos por substancias que agem diretamente sobre a zona de gatilho quimioceptora (ZGQ), no entanto são muito eficazes na cinetose e contra vômitos causados por substâncias que atuam localmente no estomago; são mais eficazes se administrados antes do inicio da náusea e dos vômitos. Principais representantes são Cinarizina, Dimenidrato e Prometazina sendo este muito eficaz contra náuseas matinais da gravidez sendo administrado após o 3˚ mês de gravidez.
Antagonistas dos receptores M1/muscarínicos: antagonizam a acetilcolina nos receptores muscarínicos que estão na zona de vomito. Hioscina é muito eficaz contra náuseas e vômitos de origem labiríntica e causados por origem local no estomago, porem é ineficaz contra substancias que atuam diretamente na ZGQ; é o agente mais potente na prevenção da cinetose porem se torna inútil após o quadro se instalar; possui ação antiemética máxima 1-2 horas após a ingestão podendo causar sonolência e xerostomia. Escopolamina é indicado como profilaxia em cinetose cujos estímulos são de curta duração (viagens de 4 a 6 horas). Como essa categoria possui muitos efeitos adversos os fármacos antagonistas de H1 são mais recomendados apesar de serem menos potentes.
Antagonistas da serotonina/5-HT3: a serotonina liberada no SNC ou intestino atua como transmissor do vomito, antagonistas seletivos dos receptores da serotonina como a Ondansetrona são utilizados na prevenção e no tratamento dos vômitos causados por agentes citotóxicos, os efeitos adversos são cefaleia e distúrbios gastrintestinais.
Antagonistas dos receptores dopaminérgicos/D2: Metoclopramida, Haloperidol e Domperidona são antagonistas dos receptores dopaminérgicos que atuam na ZGQ. Seus efeitos indesejáveis estão relacionados ao bloqueio de outros receptores dopamínicos no SNC e incluem distúrbios de movimento, sonolência, fadiga, torcicolo espasmódico, crises óculogiras. Metoclopramida possui ações periféricas que aumenta a motilidade do estômago e do intestino sem estimulação concomitante da secreção acida gástrica contribuindo para seu efeito antiemético podendo ser usado na terapia de distúrbios gastrintestinais. Haloperidol produz um bom resultado contra agentes citotóxicos fortemente eméticos. Domperidona é muito utilizada nos vômitos pós-operatórios e contra agentes antineoplásicos moderadamente emetogênicos.
Fármacos Purgativos
Laxativos formadores de bolo fecal: são fármacos que contem substancias como a metilcelulose e outras resinas vegetais que são polímeros de polissacarídeos que não são degradados pelos processos normais da digestão; estas substâncias atuam em virtude da sua capacidade em reter água na luz intestinal o que promove o peristaltismo; apesar de ter certa demora a fazer efeito estas substâncias não apresentam efeitos indesejáveis.
Laxativos osmóticos: mantém por osmose um volume aumentado de liquido na luz intestinal o que acelera a passagem do conteúdo pelo intestino delgado e fazendo chegar um volume inusitadamente grande no cólon, provocando uma distensão e uma purgação em aproximadamente 1 hora. São principalmente utilizados o sulfato de magnésio e o hidróxido de magnésio.
Emolientes fecais: Docusato de sódio é um composto tensoativo, que atua no trato gastrintestinal de modo semelhante a um detergente, produzindo fezes de consistência mais mole.
Purgativos estimulantes: drogas dessa categoria passam de modo inalterado para o colón onde as bactérias irão hidrolisar a ligação glicosídica liberando os derivados de antracenos livres que são absorvidos e exercem efeito estimulante direto sobre o complexo mioentérico que resulta em atividade da musculatura lisa.
Fármacos antiespasmódicos
Os agentes antiespasmódicos agem antagonizando os receptores muscarínicos, eles diminuem o espasmo ao inibir a atividade parassimpática através do bloqueio dos receptores muscarínicos. Entre os efeitos adversos desses fármacos estão xerostomia, visão embaçada, pele seca, taquicardia, dificuldade em urinar todos os efeitosdevido à inibição parassimpática de outros tecidos.

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