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Centro Universitário de Belo Horizonte: Graduação em Engenharia Civil 
Sustentabilidade e Responsabilidade Sócio-Ambiental: Camila Moreira de Assis 1 
 
 INSTITUTO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA 
 
 
 PLANO DE ENSINO 
 
DISCIPLINA: SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL CARGA HORÁRIA: 40 h/a 
 
CURSO: Engenharia Civil SEMESTRE: 1o /2014 
 TURNO(S): Manhã e Noite TURMA: ENC1BM- ESA, ENC1BN- ESA, ENC1BN-ESB e ENC1BN-ESC 
 PROFESSOR: Camila Moreira de Assis (camila.assis@prof.unibh.br) 
 
AULA 1 – SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL 
 
1. SUSTENTABILIDADE 
• Sustentabilidade é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém. 
• É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um 
determinado prazo. 
• Ultimamente este conceito, tornou-se um princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação 
de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, o que requereu a 
vinculação da sustentabilidade no longo prazo, um "longo prazo" de termo indefinido, em princípio. 
• Sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir com o mundo preservando o meio 
ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. É um conceito que gerou dois programas 
nacionais no Brasil. O Conceito de Sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto de variáveis interdependentes, 
mas pode-se dizer que deve ter a capacidade de integrar as Questões Sociais, Energéticas, Econômicas e Ambientais. 
• Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e 
ambientais da sociedade humana. 
• Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e 
as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo 
tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na 
manutenção indefinida desses ideais. 
• A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro. 
 
1.1 AÇÕES RELACIONADAS À SUSTENTABILIDADE: 
• Exploração dos recursos vegetais de florestas e matas de forma controlada, garantindo o replantio sempre que necessário. 
• Preservação total de áreas verdes não destinadas a exploração econômica. 
• Ações que visem o incentivo a produção e consumo de alimentos orgânicos, pois estes não agridem a natureza além de 
serem benéficos à saúde dos seres humanos; 
• Exploração dos recursos minerais (petróleo, carvão, minérios) de forma controlada, racionalizada e com planejamento. 
• Uso de fontes de energia limpas e renováveis (eólica, geotérmica e hidráulica) para diminuir o consumo de combustíveis 
fósseis. Esta ação, além de preservar as reservas de recursos minerais, visa diminuir a poluição do ar. 
• Criação de atitudes pessoais e empresarias voltadas para a reciclagem de resíduos sólidos. Esta ação além de gerar renda e 
diminuir a quantidade de lixo no solo, possibilita a diminuição da retirada de recursos minerais do solo. 
• Desenvolvimento da gestão sustentável nas empresas para diminuir o desperdício de matéria-prima e desenvolvimento de 
produtos com baixo consumo de energia. 
• Atitudes voltadas para o consumo controlado de água, evitando ao máximo o desperdício. Adoção de medidas que visem a 
não poluição dos recursos hídricos, assim como a despoluição daqueles que se encontram poluídos ou contaminados. 
 
1.2 BENEFÍCIOS: 
• A adoção de ações de sustentabilidade garantem a médio e longo prazo um planeta em boas condições para o 
desenvolvimento das diversas formas de vida, inclusive a humana. Garante os recursos naturais necessários para as 
próximas gerações, possibilitando a manutenção dos recursos naturais (florestas, matas, rios, lagos, oceanos) e garantindo 
uma boa qualidade de vida para as futuras gerações. 
• Questão Social: Sem considerar a questão social, não há sustentabilidade. Em primeiro lugar é preciso respeitar o ser 
humano, para que este possa respeitar a natureza. E do ponto de vista do ser humano, ele próprio é a parte mais importante 
do meio ambiente. 
• Questão Energética: Sem considerar a questão energética, não há sustentabilidade. Sem energia a economia não se 
desenvolve. E se a economia não se desenvolve, as condições de vida das populações se deterioram. 
• Questão Ambiental: Sem considerar a questão ambiental, não há sustentabilidade. Com o meio ambiente degradado, o ser 
humano abrevia o seu tempo de vida; a economia não se desenvolve; o futuro fica insustentável. 
• O princípio da sustentabilidade aplica-se a um único empreendimento, a uma pequena comunidade (a exemplo 
das ecovilas), até o planeta inteiro. Para que um empreendimento humano seja considerado sustentável, é preciso que seja: 
o ecologicamente correto 
o economicamente viável 
o socialmente justo e culturalmente diverso 
Centro Universitário de Belo Horizonte: Graduação em Engenharia Civil 
Sustentabilidade e Responsabilidade Sócio-Ambiental: Camila Moreira de Assis 2 
 
1.3 DEFINIÇÃO: 
• O termo "sustentável" provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar). 
• Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração 
presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas". 
• O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE), realizada em Estocolmo de 5 a 16 de 
junho de 1972, a primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e a primeira grande reunião internacional 
para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente. A Declaração de Estocolmo, que se traduziu em um 
Plano de Ação, define princípios de preservação e melhoria do ambiente, destacando a necessidade de apoio financeiro e 
assistência técnica a comunidades e países mais pobres. Embora a expressão "desenvolvimento sustentável" ainda não fosse 
usada, a declaração, no seu item 6, já abordava a necessidade impar "defender e melhorar o ambiente humano para as atuais 
e futuras gerações" - um objetivo a ser alcançado juntamente com a paz e o desenvolvimento econômico e social. 
• A ECO-92 - oficialmente, Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento -, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, 
consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável. A mais importante conquista da Conferência foi colocar esses dois 
termos, meio ambiente e desenvolvimento, juntos - concretizando a possibilidade apenas esboçada na Conferência de 
Estocolmo, em 1972, e consagrando o uso do conceito de desenvolvimento sustentável, defendido, em 1987, pela Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland). Outra importante conquista da Conferência foi 
a Agenda 21, um amplo e abrangente programa de ação, visando a sustentabilidade global no século XXI. 
• Em 2002, a Cimeira (ou Cúpula) da Terra sobre Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo reafirmou os compromissos 
da Agenda 21, propondo a maior integração das três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e 
ambiental) através de programas e políticas centrados nas questões sociais e nos sistemas de proteção social. 
• Em 2012, a Conferência sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, não evoluiu muito nas 
discussões ambientais, embora tenha reforçado o conceito da sustentabilidade. 
 
1.4 CONCEITOS CORRELATOS: 
• Crescimento sustentado refere-se a um ciclo de crescimento econômico constante e duradouro, porque assentado 
em bases consideradas estáveis e seguras. Dito de outra maneira, é uma situação em que a produção cresce, em termos 
reais, isto é, descontada a inflação, por um período relativamente longo. 
• Gestão sustentável é a capacidade para dirigir o curso de uma empresa, comunidade ou país, através de processos que 
valorizam e recuperam todas as formas de capital, humano, natural e financeiro. 
• A sustentabilidade comunitária é uma aplicação do conceito de sustentabilidade no nível comunitário. Diz respeito aos 
conhecimentos, técnicas e recursos que uma comunidade utiliza para manter sua existência tanto no presente quanto no 
futuro. Este é um conceito chave para as ecovilas ou comunidades intencionais. Diversas estratégias podem ser usadas 
pelas comunidades para manter ou ampliar seu grau de sustentabilidade, o qual pode ser avaliado através da ASC 
(Avaliação de Sustentabilidade Comunitária). 
• Sustentabilidade como parte da estratégia das organizações. O conceito de sustentabilidade está intimamente 
relacionado com o da responsabilidade social das organizações. Além disso, a ideia de "sustentabilidade" adquire contornos 
de vantagem competitiva. Isto permitiu a expansão de alguns mercados, nomeadamente o da energia, com o surgimento 
das energias renováveis. Segundo Michael Porter, "normalmente as companhias têm uma estratégia econômica e um 
estratégia de responsabilidade social, e o que elas devem ter é uma estratégia só". A ideia da sustentabilidade, como 
estratégia de aquisição de vantagem competitiva, por parte das empresas, é refletida, de uma forma expressamente 
declarada, na elaboração do que as empresas classificam como "Relatório de Sustentabilidade". 
• Investimento socialmente responsável. Investir de uma forma ética e sustentável é a base do chamado ISR (ou SRI, 
do inglês Socially responsible investing). Em 2005, o Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, em articulação com 
a Iniciativa Financeira do PNUMA (PNUMA-FI ou, em inglês, UNEP-FI) e o Pacto Global das Nações Unidas (UN Global 
Compact), convidou um grupo de vinte grandes investidores institucionais de doze países para elaborar os Princípios do 
Investimento Responsável. O trabalho contou também com o apoio de um grupo de 70 especialistas do setor financeiro, de 
organizações multilaterais e governamentais, da sociedade civil e da academia. Os princípios da PNUMA-FI foram 
lançados na Bolsa de Nova York, em abril de 2006. Atualmente a PNUMA-FI trabalha com cerca de 200 instituições 
financeiras, signatárias desses princípios, e com um grande número de organizações parceiras, visando desenvolver e 
promover as conexões entre sustentabilidade e desempenho financeiro. Através de redes peer-to-peer, pesquisa e 
treinamento, a PNUMA-FI procura identificar e promover a adoção das melhores práticas ambientais e de sustentabilidade 
em todos os níveis, nas operações das instituições financeiras. 
 
1.5 DILUIÇÃO DO CONCEITO 
• O uso do termo "sustentabilidade" difundiu-se rapidamente, incorporando-se ao vocabulário politicamente correto das 
empresas, dos meios de comunicação de massa, das organizações da sociedade civil, a ponto de se tornar quase uma 
unanimidade global. 
• Por outro lado, a abordagem do combate às causas da insustentabilidade parece não avançar no mesmo ritmo, ainda que 
possa estimular a produção de previsões mais ou menos catastróficas acerca do futuro e aquecer os debates sobre propostas 
de soluções eventualmente conflitantes. De todo modo, assim como acontecia antes de 1987, o desenvolvimento dos países 
continua a ter como principal indicador, o crescimento econômico, traduzido como crescimento da produção ou, se olhado 
pelo avesso, como crescimento (preponderantemente não sustentável) da exploração de recursos naturais. 
• As políticas públicas, bem como a ação efetiva dos governos, ainda se norteia basicamente pela crença na possibilidade do 
crescimento econômico perpétuo e essa crença predomina largamente sobre a tese oposta, o decrescimento econômico, 
cujas bases foram lançadas no início dos anos 1970, por Nicholas Georgescu-Roegen. Segundo Amartya Sen,Prêmio Nobel 
de Economia 1998: "Não houve mudança significativa no entendimento dos determinantes do progresso, da prosperidade 
ou do desenvolvimento. Continuam a ser vistos como resultado direto do desempenho econômico." 
Centro Universitário de Belo Horizonte: Graduação em Engenharia Civil 
Sustentabilidade e Responsabilidade Sócio-Ambiental: Camila Moreira de Assis 3 
 
2. RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL 
• Responsabilidade socioambiental é a responsabilidade que a empresa tem com a sociedade e com o meio ambiente além 
das obrigações legais e econômicas. 
• Apesar de ser um termo bastante utilizado, é comum observarmos erros na conceituação de responsabilidade 
socioambiental, ou seja, se uma empresa apenas segue as normas e leis de seu setor no que tange ao meio ambiente e a 
sociedade esta ação não pode ser considerada responsabilidade socioambiental, neste caso ela estaria apenas exercendo seu 
papel de pessoa jurídica cumprindo as leis que lhe são impostas. 
• O movimento em prol da responsabilidade socioambiental ganhou forte impulso e organização no início da década de 1990, 
em decorrência dos resultados da Primeira e Segunda Conferências Mundiais da Indústria sobre gerenciamento ambiental, 
ocorridas em 1984 e 1991. 
 
2.1 PARÂMETROS 
• Nos anos subsequentes às conferências surgiram movimentos cobrando por mudanças socias, científicas e tecnológicas. 
Muitas empresas iniciaram uma nova postura em relação ao meio ambiente refletidas em importantes decisões 
e estratégias práticas, segundo o autor Melo Neto (2001) tal postura fundamentou-se nos seguintes parâmetros: 
o Bom relacionamento com a comunidade; e Bom relacionamento com os organismos ambientais; 
o Estabelecimento de uma política ambiental; e Eficiente sistema de gestão ambiental; 
o Garantia de segurança dos empregados e das comunidades vizinhas; e Uso de tecnologia limpa; 
o Elevados investimentos em proteção ambiental; e Definição de um compromisso ambiental; 
o Associação das ações ambientais com os princípios estabelecidos na carta para o desenvolvimento 
sustentável; e A questão ambiental como valor do negócio; 
o Atuação ambiental com base na agenda 21 local; 
o Contribuição para o desenvolvimento sustentável dos municípios circunvizinhos. 
 
2.2 ADESÃO 
• Atualmente, muitas empresas enxergam a responsabilidade socioambiental como um grande negócio, são duas vertentes 
que se destacam neste meio: 
• Primeiramente, as empresas que investem em responsabilidade sócio-ambiental com intuito de motivar seus colaboradores 
e principalmente ao nicho de mercado que preferem pagar mais por um produto que não viola o meio ambiente e investe 
em ações sociais; 
• A segunda vertente corresponde a empresas que investem em responsabilidade sócio-ambiental com o objetivo de ter 
materiais para poderem investir em marketing e passar a imagem que a empresa é responsável sócio-ambientalmente. Esta 
atitude não é considerada ética por muito autores que condenam empresas que tentam passar a imagem de serem éticas, 
porém na realidade estão preocupadas apenas com sua imagem perante aos consumidores. 
• Apesar de ser um tema relativamente novo, o número de empresas que estão aderindo a responsabilidade sócio-ambiental é 
grande e a tendência é que este número aumente cada dia mais. 
 
2.3 HISTÓRIA 
• Em 1998, o Conselho Empresarial Mundial para oDesenvolvimento Sustentável (World Business Council for Sustainable 
Development - WBCSD), primeiro organismo internacional puramente empresarial com ações voltadas à sustentabilidade, 
definiu Responsabilidade socioambiental como "o compromisso permanente dos empresários de adotar um comportamento 
ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de seus 
empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo". Pode ser entendida também como um 
sistema de gestão adotado por empresas públicas e privadas que tem por objetivo providenciar ainclusão 
social (Responsabilidade Social) e o cuidado ou conservação ambiental (Responsabilidade Ambiental). 
• É adotado por empresas e escolas. As principais ações realizadas são: inclusão social, inclusão digital, coleta seletiva de 
lixo, educação ambiental, dentre outras. 
• Este tipo de prática ou política tem sido adotado desde a década de 1990, entretanto a luta pela sociedade e principalmente 
pela natureza é mais antiga, por volta da década de 1920. 
• O ápice da luta ambiental se deu por volta dos anos 70 quando organizações não governamentais ganharam força e 
influência no mundo. 
• Com a internacionalização do capital (globalização), o uso dos recursos naturais pelas empresas de maneira intensa e quase 
predatória, ou seja, sem a devida preocupação com os possíveis danos, foi fortemente combatida desde a década de 1970 
pelos movimentos ambientalistas. As empresas, no intuito de ganhar a confiança do novo público mundial (preocupado 
com a preservação e o possível esgotamento dos recursos naturais), procuraram se adaptar a essa nova tendência com 
programas de preservação ambiental - utilização consciente dos recursos naturais. Muitas buscam seguir as regras de 
qualidade idealizadas pelo programa ISO 14000 e pelo Instituto Ethos. 
• A partir da Revolução Industrial ocorrida na Europa no século XIX, a utilização de materiais, dos recursos naturais e a 
emissão de gases poluentes foram desenfreados. Em contrapartida, no inicio do séc. XX alguns estudiosos e observadores 
já se preocupavam com a velocidade da destruição dos recursos naturais e com a quantidade de lixo que a humanidade 
estava produzindo. O movimento ambientalista começou a engatinhar na década de 1920. Passados os anos, este 
movimento ganhou destaque na década de 1970 e tornou-se obrigatório na vida de cada cidadão no momento atual. 
Conceitos como Gestão Ambiental, Desenvolvimento Regional Sustentável, Biodiversidade, Ecossistema, 
Responsabilidade Socioambiental (RSA) ganharam força e a devida importância. 
• Responsabilidade socioambiental é um conceito empregado por empresas e companhias que expressa o quão responsáveis 
são as mesmas para com as questões sociais e ambientais que envolvem a produção de sua mercadoria ou a realização de 
serviços, para com a sociedade e o meio, buscando reduzir ou evitar possíveis riscos/danos sem redução nos lucros. 
Centro Universitário de Belo Horizonte: Graduação em Engenharia Civil 
Sustentabilidade e Responsabilidade Sócio-Ambiental: Camila Moreira de Assis 4 
 
• A Responsabilidade Socioambiental corresponde a um compromisso das empresas em atender à crescente conscientização 
da sociedade, principalmente nos mercados mais maduros. Diz respeito à necessidade de revisar os modos de produção e 
padrões de consumo vigentes de tal forma que o sucesso empresarial não seja alcançado a qualquer preço, mas ponderando-
se os impactos sociais e ambientais conseqüentes da atuação administrativa da empresa. 
• São exemplos de programas e projetos de Responsabilidade Socioambiental: inclusão social, inclusão digital, programas de 
alfabetização, ou seja, assistencialismo social, coleta de lixo, reciclagem, programas de coleta de esgotos e dejetos, e 
questões que envolvem: lixo industrial, reflorestamento X desmatamento, utilização de agrotóxicos, poluição, entre outros. 
• Em 1987, o documento Our Common Future (Nosso Futuro Comum), também conhecido como Relatório Brundtland, 
apresentou um novo conceito sobre desenvolvimento definindo-o como o processo que “satisfaz as necessidades presentes, 
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Assim fica conhecido o 
conceito de desenvolvimento sustentável. 
• Linha do Tempo - Crescimento do Conceito de Responsabilidade Social e Responsabilidade Ambiental 
o 1929- Constituição de Weimar (Alemanha) – Função Social da Propriedade; 
o 1960- Movimentos pela Responsabilidade Social (EUA); 
o 1971- Encontro de Founex (Suíça) 
o 1972- Singer publica o que foi reconhecido como o primeiro balanço social do mundo; 
o 1972- ONU – resolução 1721 do Conselho Econômico e Social – estudos sobre o papel das grandes empresas 
nas relações internacionais; 
o 1973- PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Genebra) 
o 1977- determinação da publicação do balanço social - relações do trabalho (França); 
o 1992- ECO 92 ou CNUMAD (Conferencia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento) 
– Criação do Projeto Agenda 21; 
o 1997- Betinho de Souza e IBASE incentivam publicação do balanço social; 
o 1999- Criação do Selo “Empresa Cidadã”; 
o 1999- 1ª Conferência Internacional do Instituto Ethos; 
o 2000- ONU e o Pacto Global; 
• Sustentabilidade começa a ser vista como algo presente no dia a dia da empresa, pois além das atividades produtivas, 
envolve o tratamento dado ao meio ambiente e sua influência e relacionamento com fornecedores, público interno e externo 
e com a sociedade, práticas de governança corporativa, transparência no relacionamento interno e externo, postura 
obrigatória para as empresas de âmbito mundial, cuja imagem deve agregar o mais baixo risco ético possível. 
• Não é correto confundir responsabilidade socioambiental com filantropia, pois esta se realiza de forma aleatória e não 
sistematizada ao contrario da RSA ou do DRS que busca contribuir de forma acertiva em seus projetos. 
• As transformações sócio-econômicas dos últimos 20 anos têm afetado profundamente o comportamento de empresas até 
então acostumadas à pura e exclusiva maximização do lucro. Se por um lado o setor privado tem cada vez mais lugar de 
destaque na criação de riqueza; por outro lado, é bem sabido que com grande poder, vem grande responsabilidade. Em 
função da capacidade criativa já existente, e dos recursos financeiros e humanos já disponíveis, empresas têm uma 
intrínseca responsabilidade social. 
• A idéia de responsabilidade social incorporada aos negócios é. portanto, relativamente recente. Com o surgimento de novas 
demandas e maior pressão por transparência nos negócios, empresas se vêem forçadas a adotar uma postura mais 
responsável em suas ações. 
• Infelizmente, muitos ainda confundem o conceito com filantropia, mas as razões por trás desse paradigma não interessam 
somente ao bem estar social, mas também envolvem melhor performance nos negócios e, conseqüentemente, maior 
lucratividade. A busca da responsabilidade social corporativa tem, grosso modo, as seguintes características: 
o É plural. Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas. Muito pelo contrário. O mercado deve 
agora prestar contas aos funcionários, à mídia, ao governo, ao setor não-governamental e ambiental e, por 
fim, às comunidades com que opera. Empresas só têm a ganhar na inclusão de novos parceiros sociais em 
seus processos decisórios. Um diálogo mais participativo não apenas representa uma mudança de 
comportamento da empresa, mas também significa maior legitimidade social. 
o É distributiva. A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se aplica a toda a cadeia produtiva. 
Não somente o produto final deve ser avaliado por fatores ambientais ou sociais,mas o conceito é de 
interesse comum e, portanto, deve ser difundido ao longo de todo e qualquer processo produtivo. Assim 
como consumidores, empresas também são responsáveis por seus fornecedores e devem fazer valer seus 
códigos de ética aos produtos e serviços usados ao longo de seus processos produtivos. 
o É sustentável. Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável. 
Uma atitude responsável em relação ao ambiente e à sociedade, não só garante a não escassez de recursos, 
mas também amplia o conceito a uma escala mais ampla. O desenvolvimento sustentável não só se refere ao 
ambiente, mas por via do fortalecimento de parcerias duráveis, promove a imagem da empresa como um todo 
e por fim leva ao crescimento orientado. Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a 
prevenção de riscos futuros, como impactos ambientais ou processos judiciais. 
o É transparente. A globalização traz consigo demandas por transparência. Não mais nos bastam mais os livros 
contábeis. Empresas são gradualmente obrigadas a divulgar sua performance social e ambiental, os impactos 
de suas atividades e as medidas tomadas para prevenção ou compensação de acidentes. Nesse sentido, 
empresas serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é aferida nas mais diferentes 
modalidades possíveis. Muitas empresas já o fazem em caráter voluntário, mas muitos prevêem que relatórios 
sócio-ambientais serão compulsórios num futuro próximo. 
• Muito do debate sobre a responsabilidade social empresarial já foi desenvolvido mundo afora, mas o Brasil tem dado 
passos largos no sentido da profissionalização do setor e da busca por estratégias de inclusão social através do setor 
privado.

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