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1 Amanda Batista Alves – Turma XXII Exame de cabeça e pescoço O exame de cabeça e pescoço compreende a observação de: • Tamanho e forma do crânio • Posição e movimentos • Superfície e couro cabeludo • Exame geral da face • Exame do nariz • Exame dos lábios • Exame da cavidade bucal • Exame otorrinolaringológico Tamanho e forma do crânio • Quanto ao tamanho: Macrocefalia: crânio anormalmente grande. Microcefalia: crânio anormalmente pequeno. • Quanto à forma: Acrocefalia ou crânio em torre (turricefalia): cabeça alongada para cima, pontuda, lembrando uma torre. Causada pelo fechamento das suturas frontoparietal e parietoccipital. Escafocefalia: levantamento da parte mediana do crânio, conferindo um aspecto de casco de navio invertido. Causado pelo fechamento da sutura sagital. É o caso mais comum. Dolicocefalia: aumento do diâmetro anteroposterior, que se torna muito maior que o transverso. Braquicefalia: corresponde ao aumento do diâmetro transverso. Causada pelo fechamento da sutura coronária bilateral. Plagiocefalia: é a deformidade que confere ao crânio um aspecto assimétrico, saliente anteriormente de um lado e, posteriormente, do outro. Causada pelo fechamento da sutura coronária unilateral. Trigonocefalia: causado pelo fechamento da sutura metópica. Oxicefalia: causada pelo fechamento da caixa craniana Oxicefalia: fechamento da sutura metópica Em crianças: hidrocefalia, acondroplasia 2 Amanda Batista Alves – Turma XXII Posição e movimentos • Torcicolo • Tiques • Coreia • Tremor • Movimentos sincrônicos da cabeça com as pulsações na insuficiência aórtica (sinal de Musset) Superfície e couro cabeludo Inspeção e palpação do crânio identificam: • Saliências • Depressões • Pontos dolorosos Fontanela anterior patente: • Hipertensa e saliente: indica aumento da pressão intracraniana. Exemplos: meningite, hidrocefalia. • Hipotensa e deprimida: indica desidratação. Consistência e rigidez da tábua óssea: • Osteomalacia, raquitismo e sífilis: leve afundamento pela compressão digital. 3 Amanda Batista Alves – Turma XXII Exame geral da face Análise da simetria, da expressão fisionômica ou mímica facial, da pele e dos pelos. Assimetria • Tumefações ou depressões unilaterais (abscesso dentário, tumores, anomalias congênitas) • Paralisia facial • Crescimento das parótidas por processo inflamatório • Hipertrofia das células salivares Fácies • Hipocrática • Renal • Leonina • Adenoidiana • Parkinsoniana • Basedowiana • Mixedemadosa • Acromegálica • Cushingoide • Mongoloide • Depressão • Pseudobulbar • Paralisia facial periférica • Miastênica • Deficiente mental • Etílica • Esclerodérmica • Lupoide • Passarinho • Sífilis congênita • Tetânica Exame dos olhos e supercílios Pálpebras • Edema • Retração palpebral • Epicanto • Ectrópio • Equimose • Xantelasma • Ptose palpebral: indica paralisia do III par craniano, síndrome de Claude- Bernard-Horner e miastenia grave. • Lagoftalmo: indica paralisia do nervo facial (VII nervo craniano) – Sinal de Bell Fenda palpebral • Normal • Aumentada (exoftalmia) • Diminuída (enoftalmia) 4 Amanda Batista Alves – Turma XXII • Ausente (ptose palpebral) • Substituída por uma prega cutânea (mongolismo) Globos oculares • Exoftalmia: unilateral (tumores oculares ou retro-oculares) ou bilaterais (hipertireoidismo) • Enoftalmia: unilateral (síndrome de Claude-Bernard-Horner) ou bilateral (desidratação) • Desvios: estrabismos; divergente (paralisia do reto medial, paralisia do III nervo) ou convergente (paralisia do reto lateral/IV par) • Movimentos involuntários: nistagmo (congênito: causa ocular; adquirido: doenças no labirinto, cerebelo, tronco cerebral ou intoxicação alcoólica) Conjuntiva • Pálida: anemias • Amarelada: icterícia • Hiperemiada: conjuntivites, infecções da córnea, irite aguda, glaucoma agudo, hemorragia subconjuntival. Esclerótica, córnea, e cristalino • Alterações da cor: escleróticas amareladas, arco senil, anel de Kayser-Fleischer • Cataratas • Pterígio: espessamento triangular da conjuntiva bulbar que cresce na superfície externa da córnea. Pupilas • Forma: normalmente arredondadas ou levemente ovaladas • Localização: centrais • Tamanho: midríase (pupila dilatada) ou miose (pupila contraída); anisocoria (pupilas de tamanhos desiguais) • Reflexos: fotomotor (contração da pupila à luz), consensual (contração pupilar de um lado pela estimulação luminosa no outro olho) e acomodação- convergência (contração das pupilas e convergência dos globos oculares à medida que se aproxima do nariz um foco luminoso) Movimentação ocular • Movimentação dos olhos para os lados, para cima e para baixo. Proptose: Globo ocular que tende a sair do globo ocular que tem a ver com a pressão que faz o olho sair. Na exoftalmia, a consequência da profusão dos olhos depende de síndromes metabólicas. Pterígio: membrana que cresce Pinguécia: mancha na conjuntiva 5 Amanda Batista Alves – Turma XXII Exame do nariz • Rinofima: espessamento da pele e desenvolvimento das glândulas sebáceas • Hipertrofia do nariz: observada na acromegalia e no mixedema • Lesões destrutivas neoplásicas ou inflamatórias: observadas na blastomicose e na hanseníase • Rubicundez: nariz vermelho observado no alcoolismo, na rinofima, na acne rosácea e no lúpus eritematoso. • Existência de corrimento ou fluxo nasal Exame dos lábios • Cor: palidez ou cianose • Fenda labial • Edema: observado na herpes labial, lesões ulceradas (blastomicose, leishmaniose, lesão luética primária) • Leucoplasias e neoplasias • Queilite • Presença de movimentos involuntários, especialmente tremor. Exame da cavidade bucal Mucosa oral • Estomatite: mais comum é a aftosa; tuberculosa, sifilítica e herpética • Monilíase: “sapinho”; placas brancas, múltiplas e ligeiramente elevadas que podem ser desprendidas facilmente da superfície dos tecidos. • Leucoses • Manchas de Koplik: minúsculas manchas esbranquiçadas circundadas por uma aréola vermelha e situadas na bochecha em frente aos molares. • Leucoplasias • Síndrome de Peutz-Jeghers: manchas preto-acastanhadas ao redor da boca • Fissuras: queilose e queilite (deficiência de vitamina B, principalmente riboflavina) • Herpes simples labial ou recidivante • Síndrome de Stevens-Johnson: úlceras da mucosa bucal associada a eritema grave e sufusão hemorrágica causada principalmente por uso de antibióticos e sulfas. Língua 6 Amanda Batista Alves – Turma XXII • Normal: coloração róseo-avermelhada, levemente úmida, discretamente rugosa, reconhece-se proeminências papilares e sulcos ou depressões. • Saburrosa: acúmulo de substância branco-acinzentada ou amarelada na superfície. Observada em pacientes com higiene bucal precária, estados febris, tabagistas, indivíduos desidratados e em pessoas saudáveis que acabaram de levantar. • Seca: ausência de umidade. Pode ter saburra. Indica desidratação, respiração pela boca e ingestão de medicamentos (atropina, antidepressivos). • Lisa: atrofia das papilas. Observada na anemia, desnutrição proteica. • Pilosa: papilas filiformes alongadas que varia da coloração amarelada a preta. Pode ocorrer no tabagismo, antibioticoterapia, infecções. • Framboesa: superfície vermelho brilhante e granular. Aparece na escarlatina. • Geográfica: áreas irregulares, nitidamente delimitadas por bordas esbranquiçadas e circinadas, lembrando um mapa geográfico no qual se encontra delineadas cadeias de montanhas. Pode ser causada por estresse emocional. • Escrotal: sulcos irregulares que lembram a pele que reveste o escroto. Pode surgir pela deficiência de vitaminas do complexo B. • Macroglossia: aumento global da língua. Observada no hipotireoidismo, na acromegalia e na amiloidose. • Trêmula: tremor na língua. Observado no hipertireoidismo, alcoolismo e parkinsonismo. • Desvio da língua da linha mediana: observado na hemiplegia e nas lesões do nervo hipoglosso. • Glossite: inflamação generalizada da língua. • Lesões da língua: zonas de pigmentação azulada ou quase preta (doença de Addison), sufusões hemorrágicas (doenças sanguíneas após traumatismos), leucoplasias (lesões pré-cancerosas – carcinoma escamocelular), aftas (úlceras de 0,2 a 1 cm cobertas por exsudado esbranquiçado e circunscritas por aréola vermelha), cicatrizes, hemangioma. Gengivas • Normal: coloração róseo-avermelhada, firme e sem lesões. • Palidez • Cianose • Icterícia • Hipertrofia das gengivas • Gengivite: coloração avermelhada, esponjosa e facilmente sangrável. • Manchas hemorrágicas • Ulcerações 7 Amanda Batista Alves – Turma XXII • Aftas • Atrofias • Abscessos alveolares indicativos de infecção da polpa dentária • Tumores • Neoplasias • Doença periodontal (peridontite): comprometimento difuso das gengivas. Gengivas ficam vermelhas, intumescidas, perdem a forma e sangram facilmente. • Edema Palatos duro e mole • Busca de ulcerações, massas e lesões. • Torus palatinus: exostose (crescimento benigno ósseo) na linha média do palato duro. Assintomático. Dentes • Uso de prótese dentária • Dentes cariados • Hipoplasia do esmalte • Dentes de Hutchinson: dentes em forma de chave de fenda. • Deslizamento da arcada dentária • Desgaste da superfície mastigatória Glândulas salivares • Normalmente não visíveis • Intumescidas e dolorosas em processos inflamatórios ou obstriução Exame otorrinolaringológico Tofos: pequenos nódulos localizados predominantemente na cartilagem do hélix e indica transtorno do metabolismo purínico, exemplo gota. Orofaringoscopia • Visualiza-se pilares amigdalianos, o palato mole, a loja da amígdala palatina e seu conteúdo e a parede posterior da faringe. Rinoscopia • Visualiza-se vestíbulo nasal, o septo e os cornetos. Otoscopia 8 Amanda Batista Alves – Turma XXII • Observa-se o estado da pele que reveste o conduto auditivo, dos pelos, da sua porção inicial, a presença ou não de detritos ceruminosos ou descamação. Laringoscopia • Analisa-se base da língua com sua amígdala lingual e papilas, cartilagem epiglote, hipofaringe, boca do esôfago e interior da laringe, com as pregas vocais. Doenças mais comuns • Amigdalite aguda: infecção das amígdalas palatinas, causada principalmente por estreptococo beta-hemolítico. • Rinite catarral aguda: infecção que acomete as fossas nasais. Causada por vírus, pneumococos, hemofílos, estafilococos, estreptococos. • Sinusite aguda: prolongamento da infecção nasal aguda às vias anexas (seios da face). • Otite média aguda: infecção da orelha média, geralmente secundária a uma infecção das vias respiratórias superiores. • Rolha ceruminosa ou epitelial: acúmulo de cerume ou de descamação epidérmica bloqueando parcial ou totalmente o conduto auditivo externo. • Laringite: inflamação da laringe. • Câncer de laringe • Corpos estranhos Pescoço Semiotécnica • Pele • Forma e volume • Posição • Mobilidade • Turgência ou ingurgitamento das jugulares • Batimentos arteriais e venosos Pele • Possibilidade de sinais flogísticos e fistulização nas áreas que recobrem os linfonodos e na linha média Forma e volume 9 Amanda Batista Alves – Turma XXII • Aumento da tireoide (bócio), dos linfonodos, das parótidas, e de tumorações benignas ou malignas. Posição • Normal: mediana • Torcicolo • Afecções da coluna cervical (luxações, fraturas, espondiloartroses) Mobilidade • Movimentação ativa e passiva • Realiza-se flexão, extensão, rotação e lateralidade para verificar contratura, resistência ou dor. Turgência ou ingurgitamento das jugulares • Hipertensão venosa, sinal de insuficiência ventricular direita. Batimentos arteriais e venosos • Pulso carotídeo ou pulso venoso Exame da tireoide Palpação • Abordagem posterior • Abordagem anterior Volume • Normal • Aumentado • Difuso • Segmentar Consistência • Normal 10 Amanda Batista Alves – Turma XXII • Firme • Endurecida • Pétrea Mobilidade • Normal • Imóvel Superfície • Lisa • Nodular • Irregular Temperatura da pele • Normal • Quente Presença de frêmito e sopro Sensibilidade • Dolorosa • Indolor Bócio • Difuso (doença de Graves, tireoidite de Hashimoto, bócio endêmico por deficiência de iodo) ou nodular (cisto, tumor) • Tóxicos (com hipertireoidismo/ doença de Graves) ou não tóxicos (sem hipertireoidismo/ deficiência de iodo) • Presença de frêmito e sopro indica fluxo sanguíneo aumentado e é bastante sugestiva de bócio tóxico. Tireoidites • Aguda: invasão bacteriana da glândula • Subaguda: causada por vírus ou agressão autoimune • Tireoidite de Hashimoto: doença autoimune decorrente da agressão do tecido por anticorpos. Evolui para hipotireoidismo. • Tireoidite de Riedel: rara e de fisiopatologia desconhecida. 11 Amanda Batista Alves – Turma XXII Referências: PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 6 ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara koogan, 2009. PORTO, Celmo Celeno. Exame Clínico. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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