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Microfísica do Poder

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FACULDADE DE COLÍDER – FACIDER.
	
SEMINÁRIO DE SOCIOLOGIA: MICROFÍSICA DO PODER – FOUCAULT. 
ALUNOS: CRISTIANE RUZZENE, JÉSSICA ANDRADE, INAARÁ GUEDES, KAWANNE SOARES E VAGNER CANDIDO.
PROFESSORA: KARLA REGINA CARDOSO.
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA.
COLÍDER- MT.
2017.
Introdução:
 O livro Microfísica do Poder foi uma obra baseada nos estudos do filosofo francês Michel Foucault, que foi organizado por Roberto Machado em 1979, o filosofo brasileiro pegando embasamento nas entrevistas, textos e outras matérias publicadas de Foucault redigiu o livro em questão.
O livro trata do poder. Porém de forma distinta da que podemos pensar. Ao contrario de muitas outras teorias, ele defende que o poder não é centralizado apenas no Estado ou Governo, para ele o poder é ramificado e atinge todos sem exclusão. 
Do sexto capitulo ao décimo, os assuntos abordados são:
Nascimento das clínicas,
Os manicômios, 
Presídios, 
Poder/corpo, 
Geografia, poder e espaço.
No decorrer do trabalho iremos especificar cada um e traremos também o assunto para nossa realidade atual.
Capitulo 6 - O nascimento do hospital:
É sabido que nem sempre os hospitais tinham o papel social de reabilitação e cura que se temos nos dias atuais, antes do século XVIII os hospitais sofriam muito com corrupção e era um local sem relevância social. Organizados por entidades religiosas era tido como um ambiente onde se prestavam serviços para garantir a “salvação eterna” dos pacientes ali deixados. Antes dos hospitais se tornarem o que conhecemos hoje, não era exigido profissionais qualificados, sendo que muitas vezes não tinham experiência nenhuma com a área. Havia desleixo dos médicos, que receitava medicamentos não havendo necessidade de ter experiência hospitalar ou contato com os pacientes, todavia, o hospital e o médico eram individualizados. Somente a partir dos estudos de Howard e Tenon que passaram a se preocupar com as estruturas dos hospitais havendo mudanças apenas no fim do século XVIII. Aconteceram mudanças no sentido que ao se implantar a vigilância muitos pensamentos em relação aos médicos mudaram e foi se exigido qualificação, e esses profissionais passassem a ter papel fundamental para o funcionamento do hospital, logo foi necessário uma boa estrutura hospitalar, infraestrutura, higiene, profissionais habituados na área, identificação de pacientes e o médico começa a adquirir experiência através do hospital, em contato com os pacientes.
Um exemplo ocorreu no Brasil em Barbacena MG, uma das maiores catástrofes nacional foi o hospital colônia, em depoimento Roselmira Delbem ex funcionaria do manicômio, fala sobre uma das várias formas de corrupção que era a compra de alimento. O exemplo da carne, que era comprado pelo valor de carne de primeira e entregue uma de qualidade inferior, trata muito bem do que se Foucault retrata em suas obras.
Capitulo 7 - A casa dos loucos.
Roberto Machado começa o sétimo capitulo falando sobre as verdades que para Foucault é: “ nem tudo é verdadeiro; mas em todo lugar e a todo momento existe uma verdade a ser dita e a ser vista, uma verdade talvez adormecida, mas que no entanto está somente à espera de nosso olhar para aparecer, à espera de nossa mão para ser desvelada. A nós cabe achar a boa perspectiva, o ângulo correto, os instrumentos necessários, pois de qualquer maneira ela está presente aqui e em todo lugar” para ele a concepção de verdade é relativa ao ponto de vista de cada um. Roberto Machado referencia também a importância dos manicômios em saberem diferenciar as verdades expostas por seus pacientes e cura-la. No Direito ele trata a questão das verdades citando o exemplo do juiz que questiona o réu em prol de constatar a verdade, sendo que a mesma passa por algumas fases sendo ela a passagem da verdade, prova à verdade e sua constatação.
Em relação aos loucos ele trata que são considerados erros ou ilusões, podem viver em sociedade desde que não cause risco a sociedade. 
Trazendo novamente a referencia ao ocorrido em MG o holocausto brasileiro que é uma obra escrita por Daniela Arbex, onde se trata de uma pesquisa feita com objetivo de retratar a experiência dos ex pacientes e ex funcionários do hospital colônia de Barbacena - MG. A obra retrata no decorrer de seu quatorze capítulos a decadência do local e a forma indigna que se tratavam a vida social dos pacientes. Trata também da falta de critério médico para a internação dos doentes (estimasse que cerca de 70% das pessoas ali deixadas não tinha nenhum problema psicológico). Na verdade o que se deixa claro, é que durante cerca de cinco décadas a sociedade destinava ao hospital o que consideravam pessoas indesejadas sendo elas: homossexuais, prostitutas, filhos de mãe solteira, pobres, pessoas com alguma limitação física e etc., em outras palavras o hospital era o refugio de tudo aquilo que a sociedade envergonhava-se, deposito dos abandonados. 
Capitulo 8 – sobre as prisões 
Nesse capitulo trata se duma entrevista realizada por Jean Jacques Bochier para a Magazine Litteraire. Durante o dialogo Focault expressa à necessidade de reformar as prisões, essas que tinham o dever de transformar indivíduos, mas acabou se tornando um projeto fracassado. Podemos dizer que converteu se em uma fabrica de delinquentes utilizados como estratégia de domínio e econômico.
Segundo Foucault a sociedade vai perdendo a sensibilidade em relação a atitudes ilegais, chegando a pensar se normais certos tipos de infração e que não precisam de intervenção.
De acordo com Foucault existem dois tipos de delinquentes sendo os que eram criminosos, mas de algum modo deram a volta por cima deixando de ser (como Vidocq um exemplo citado no livro). E temos também os heróis criminosos que são admirados por seus crimes e burguesia.
Capitulo 9 – poder/ corpo.
O corpo do rei não era uma metáfora, mas uma realidade política: sua presença física era necessária ao funcionamento da monarquia durante o século XVII, citado no livro Vigiar e Punir.
Una e indivisível: É uma fórmula imposta contra os girondinos, contra a idéia de um federalismo à americana. Mas ela nunca funciona como o corpo do rei na monarquia, é o corpo da sociedade que se torna, no decorrer do século XIX, o novo princípio. E este corpo que será preciso proteger, de um modo quase médico: em lugar dos rituais através dos quais se restaurava a integridade do corpo do monarca, serão aplicadas receitas, terapêuticas como a eliminação dos doentes, o controle dos contagiosos, a exclusão dos delinquentes.
Fantasma corporal: o grande fantasma é a idéia de um corpo social constituído pela universalidade das vontades, não é o consenso que faz surgir o corpo social, mas a materialidade do poder se exercendo sobre o próprio corpo dos indivíduos.
Famosas "recuperações" do corpo pela pornografia: Eu não estou inteiramente de acordo em falar de "recuperação". E o desenvolvimento estratégico normal de uma luta... Tomemos um exemplo preciso: o do auto−erotismo. Os controles da masturbação praticamente só começaram na Europa durante o século XVIII. Repentinamente, surge um pânico: os jovens se masturbam. Em nome deste medo foi instaurado sobre o corpo das crianças − através das famílias, mas sem que elas fossem a sua origem − um controle, uma vigilância, uma objetivação da sexualidade com uma perseguição dos corpos. Mas a sexualidade, tornando−se assim um objeto de preocupação e de análise, como alvo de vigilância e de controle, produzia ao mesmo tempo a intensificação dos desejos de cada um por seu próprio corpo... 
O corpo se tornou aquilo que está em jogo numa luta entre os filhos e os pais, entre a criança e as instâncias de controle. A revolta do corpo sexual é o contra−efeito desta ofensiva. Como é que o poder responde? Através de uma exploração econômica (e talvez ideológica) da erotização, desde os produtos para bronzear até os filmes pornográficos... Como resposta à revolta do corpo, encontramos um novo investimento que não tem mais a forma de controle−repressão, mas de controle−estimação:"Fique nu... mas seja magro, bonito, bronzeado!" A cada movimento de um dos dois adversários corresponde o movimento do outro. Mas não é uma "recuperação" no sentido em que falam os esquerdistas. E preciso aceitar o indefinido da luta ... O que não quer dizer que ela não acabará um dia.
Papel do intelectual na prática militante: O intelectual não tem mais que desempenhar o papel daquele que dá conselhos. O que o intelectual pode fazer é fornecer os instrumentos de análise, essencialmente, o papel do historiador. Em outros termos, fazer um sumário topográfico e geológico da batalha.
Agentes da política do corpo: É um conjunto extremamente complexo sobre o qual somos obrigados a perguntar como ele pode ser tão sutil em sua distribuição, em seus mecanismos, seus controles recíprocos, seus ajustamentos, se não há quem tenha pensado o conjunto. A medicina desempenhou o papel de denominador comum... Seu discurso passava de um a outro. Era em nome da medicina que se vinha ver como eram instaladas as casas, mas era também em seu nome que se catalogava um louco, um criminoso, um doente.
Capitulo 10 - sobre a geografia 
Pois bem, vejamos o que são essas metáforas geográficas. Território é sem dúvida uma noção geográfica, mas é. Antes de tudo uma noção jurídico−política: aquilo que é controlado por um certo tipo de poder.
Campo: noção econômico−jurídica;
Deslocamento: um exército, uma tropa, uma população se deslocam. Domínio: 
noção jurídico−política;
Solo: noção histórico−geológica;
Região: noção fiscal, administrativa, militar;
Horizonte: noção pictórica, mas também estratégica.
Destas, só uma noção é verdadeiramente geográfica, a de arquipélago. Só a utilizei uma vez, para designar, e por causa de Soljenitsyne − o arquipélago carcenário − essa dispersão e ao mesmo tempo o recobrimento universal de uma sociedade por um tipo de sistema punitivo.
Reprovaram−me muito por essas obsessões espaciais, e elas de fato me obcecaram. Mas, através delas, creio ter descoberto o que no fundo procurava: as relações que podem existir entre poder e saber. Desde o momento em que se pode analisar o saber em termos de região, de domínio, de implantação, de deslocamento, de transferência, pode−se apreender o processo pelo qual o saber funciona como um poder e reproduz os seus efeitos. Existe uma administração do saber, uma política do saber, relações de poder que passam pelo saber e que naturalmente, quando se quer descrevê−las, remetem àquelas formas de dominação a que se referem noções como campo, posição, região, território.
O poder não tem por função única reproduzir as relações de produção. As redes da dominação e os circuitos da exploração se recobrem, se apoiam e interferem uns nos outros, mas não coincidem.
Tendo como efeito a constituição de uma identidade. Pois minha hipótese é de que o indivíduo não é o dado sobre o qual se exerce e se abate o poder. O indivíduo, com suas características, sua identidade, fixado a si mesmo, é o produto de uma relação de poder que se exerce sobre corpos, multiplicidade, movimentos, desejos, forças.
Além disso, sobre os problemas de identidade regional e sobre todos os conflitos que podem ocorrer entre ela e a identidade nacional, haveria muita coisa a dizer.
De acordo com o professor Hidel Brando “Foucault nos oferece um novo corte epistemológico sobre a natureza do espaço social. Têm-se um olhar sobre o espaço enquanto instrumento de poder, enquanto instrumento disciplinar. um espaço constituído para tornar dócil e útil os homens, um espaço estrategicamente político. O espaço não é visto somente como uma condição geral da produção, da exploração, no seu sentido estritamente econômico, mas enquanto instrumento de dominação, de disciplinamento, da ordem. Está aí o sentido político do espaço em Foucault. A cerca, o quadriculamento, as localizações funcionais e a classificação são formas de organização do espaço pela disciplina, onde se transmite ao espaço efeitos de poder”. 
Referencias 
<http://deputados.democratas.org.br/artigos/corrupcao-e-abandono-na-saude-males-quase-cronicos/ > 03/04/2017
<https://www.youtube.com/watch?v=CVMGZqV2cP4> (holocausto brasileiro)

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