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O Trabalho Estatístico Professor Sérgio Murilo Coelho de Andrade Especialista em Análise de Situação de Saúde/UFG Mestrando em Saúde Pública/Fiocruz Pernambuco/CPqAM MKT-MDL-05 Versão 00 O TRABALHO ESTATÍSTICO Para empreender um estudo estatístico completo, existem diversas fases que devem ser desenvolvidas para se chegar aos resultados finais de um estudo capaz de produzir resultados válidos. MKT-MDL-05 Versão 00 Resultados Válidos Validade é a expressão do grau de mensuração de um teste. Um estudo só é válido se os resultados correspondem a verdade. Não deve haver nenhum erro sistemático (Deve ter acurácia) e convém que o erro aleatório seja o menor possível (Precisão). Normalmente, a acurácia e a precisão andam juntas. Erro Aleatório Erro Aleatório (Precisão): O erro aleatório se origina de variações temporais ou espaciais e ocorre de forma imprevisível. Os efeitos de tais variações (daqui para a frente denominaremos efeitos aleatórios) são a causa de variações em observações repetidas da grandeza. Embora não seja possível compensar o erro aleatório de um resultado de medição, ele pode geralmente ser reduzido aumentando-se o número de observações. Erro Sistemático • Erro Sistemático(Acurácia): O erro sistemático, ou viés (bias, do inglês) é definido como qualquer processo, em qualquer estágio da inferência, que tende a produzir resultados e conclusões, que diferem sistematicamente da verdade. Seu efeito é o de distorcer a estimativa de uma variável. Erro Sistemático Basicamente, temos três grupos de viéses, embora mais de 40 já tenham sido catalogados , são eles: a) viés de seleção; b) viés de aferição e c) viés de confusão (confounding). a) Viés de seleção: ocorre quando a amostra do estudo não é representativa da população. Ele é resultante da maneira como os indivíduos foram selecionados para o estudo; Erro Sistemático b) Viés de aferição: O viés de aferição (ou avaliação) se dá quando os métodos de medida diferem entre os grupos. c) O viés de confusão ocorre quando dois fatores estão associados (viajam juntos) e, o efeito de um deles é confundido ou distorcido pelo efeito do outro. Viés de Confusão Tipos de Validade (Externa) Validade Externa: As conclusões do estudo feito em uma amostra podem ser generalizadas para a população de origem ou outras populações semelhantes. Depende do quanto a amostra representa a população. Ao ler um relatório de um estudo, o clínico deve se perguntar, assumindo que os resultados sejam verdadeiros: “eles são aplicáveis aos meus pacientes?” Tipos de Validade(Interna) Validade Interna: A validade interna define, até que ponto, os resultados de um estudo são corretos para a amostra de pacientes estudados. Chama-se interna porque se aplica às condições daquele grupo em particular, e não, necessariamente, a outros grupos. A validade interna é determinada pela qualidade do planejamento e da execução do estudo, incluindo adequada coleta e análise dos dados. Tipos de Validade(Interna) Os erros sistemáticos e o acaso podem ameaçar a validade interna do estudo, e as medidas para seu controle devem ser previstas durante as fases iniciais de planejamento de um estudo de qualidade. A validade interna é uma condição necessária, mas não suficiente, para que um estudo clínico possa ser considerado de utilidade prática. A Estatística e o Método Científico Método científico: conjunto de estratégias, ferramentas e ideias resultantes da experiência humana e consequentes do acúmulo de saberes, que , estruturadas e sistematizadas, possibilitam alcançar um objetivo, que é RESPONDER A UMA PERGUNTA. TODA PESQUISA CIENTÍFICA É BASEADA EM UMA PERGUNTA. Ex: Qual a incidência da obesidade em adolescentes no município de Caruaru em 2016? A Estatística e o Método Científico O método científico estabelece as estratégias que utilizaremos para responder satisfatoriamente à pergunta de nosso estudo, e a estatística está presente em seus passos, que são: Fazer observações – Definir uma questão/Planejamento – Formular hipóteses – Coletar dados – Apresentar dados - Analisar os dados – Conclusões. Fazer Observações • Muitas coisas já são conhecidas e muitas outras ainda não são; • Definição do objeto de investigação; • O objeto é passível de mensuração?(Estatística bastante útil) • Começa a se fazer presente o conceito de variável. Definir uma Questão/Planejamento • O pesquisador especifica o que deseja conhecer em relação ao fenômeno/objeto observado; • Pergunta condutora; • Definido o desenho do estudo* (Observacional ou de intervenção). • Planejamento do estudo *Importante para a escolha da estratégia da estatística para a análise dos dados. Formular Hipóteses O pesquisador fundamenta-se em seu conhecimento e experiências prévias para imaginar o que explicaria o fenômeno observado. Ex: Os casos de tracoma se distribuem de forma homogênea e em Pernambuco. Coleta de Dados Apresentação dos dados Os dados devem ser apresentados sob forma adequada – tabelas e gráficos – tornando mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento estatístico. Analise dos Dados O pesquisador confronta seus dados com as hipóteses previamente formuladas; Uso de ferramentas estatísticas computacionais. Conclusões • A partir da organização das informações obtidas, o pesquisador traça analogias com estudos prévios e faz reflexões sobre as limitações e o alcance do estudo; • É importante conhecer o que a análise estatística permite concluir ou não, para que o pesquisador não atribua à estatística um alcance que ela não possui; • É A RESPOSTA À PERGUNTA FORMULADA. Obrigado, Sérgio M. Coelho de Andrade Email: sergiomcoelho@gmail.com Referências • MARTINEZ, Edson Z.Bioestatística para os cursos de graduação da área de saúde.1 ed. São Paulo: Blucher, 2015. 345 p. • OLIVEIRA FILHO, Petrônio Fagundes de . Epidemiologia e Bioestatística: Fundamentos para a leitura crítica.Rio de Janeiro: Rubio,2015.248 p. • COUTINHO, Mário. Princípios de epidemiologia clínica aplicada à cardiologia.Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 71, n. 2, p. 109-116, 1998.
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