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A obra Vigiar e Punir de Michel Foucault

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Trabalho de Criminologia
 Vigiar e Punir
 Autor:Michel Foucault
3º período manhã
Integrantes: Lorrana Caroline Guimarães:600622709
Daniela Lopes: 600616729
Alexandre Oliveira Meinicke: 300020016
Analice Mateus de Souza: 600628719
Kênia Thais: 600627594
Ronaldo Oliveira: 300014940
Elisete Gomes Duarte da Silva: 300011272
Ester Teixeira Lima:600728111
PROFESSORA: LICIANE TRAVESSO GONÇALVES
Michel Foucault; foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social,e crítico literario. 
Nascimento: 15 de outubro de 1926, Poitiers, França
Falecimento: 25 de junho de 1984, Paris, França
Principais interesses: psicologia, filosofia política, filosofia da história
Ideias notáveis: Biopoder, sociedade disciplinar, episteme, heterotopia
Formação: Universidade de Paris (1961),
Na primeira parte, no primeiro capítulo, apresenta-se exemplo de suplício e utilização do tempo. Foucault relata o esquartejamento de Damiens que havia sido condenado por cometer parricídio. Com uma riqueza de detalhes, o processo é descrito, assim como a dificuldade do carrasco em executar seu ofício. A rotina de uma prisão também é descrita através do regulamento redigido por Léon Faucher para a “Casa dos jovens detentos em Paris”. Desses relatos, o autor estabelece a seguinte relação: “Eles não sancionam os mesmos crimes, não punem o mesmo gênero de delinqüentes. Mas definem bem, cada um deles, um certo estilo penal.”. 
 No fim do século XVIII e começo do século XIX, que se começa a ocorrer gradativamente a supressão do espetáculo punitivo. “Punições menos diretamente físicas, uma certa discrição na arte de fazer sofrer, um arranjo de sofrimentos mais sutis, mais velados e despojados de ostentação.” O corpo deixa de ser o principal alvo da repressão penal. O cerimonial da pena passa a ser um novo ato de procedimento ou de administração. Isso porque o espetáculo adquiriu um cunho negativo, pois expunha os espectadores a uma atrocidade que todos queriam evitar, mostrava-lhes a freqüência dos crimes, fazia o carrasco se igualar ou até mesmo ultrapassar o criminoso e tornava o supliciado um objeto de piedade e admiração. “a certeza de ser punido é o que deve desviar o homem do crime e não mais o abominável teatro.” 
A aplicação da pena, a partir daí, passa a ser um procedimento burocrático, procurando corrigir e reeducar. 
No segundo capítulo, Foucault ressalta o valor atribuído às penas físicas. Define-se o que é um suplício “Pena corporal, dolorosa, mais ou menos atroz ,e acrescentava: ‘é um fenômeno inexplicável a extensão da imaginação dos homens para a barbárie e a crueldade.” . O suplício é uma arte quantitativa do sofrimento que correlaciona o tipo, a qualidade, a intensidade e o tempo dos ferimentos com a gravidade do crime, a pessoa do criminoso e seu nível social. Em relação à vítima, o suplício deve ser marcante e pelo lado da justiça, deve ser ostentoso.
Como suplício da verdade, o interrogatório encontra seu funcionamento. A confissão é a peça complementar de uma informação escrita e secreta. Porém, vale destacar que o interrogatório não é uma maneira de arrancar a verdade a qualquer preço. É cruel, mas não selvagem. Trata-se de uma prática regulamentada que obedece a um procedimento definido. “Sofrimento, confronto e verdade estão ligados uns aos outros na prática da tortura” . O ritual que produz verdade caminha juntamente com aquele que impõe a punição. O corpo, assim, continua sendo peça essencial na cerimônia do castigo público. “O ciclo está fechado: da tortura à execução, o corpo produziu e reproduziu a verdade do crime.”
O povo é, sem dúvidas, o personagem principal das cerimônias de suplício. Atraídos pelo espetáculo feito para aterrorizá-los, podem até alterar o rumo do momento punitivo: impedindo a execução, perseguindo os executores, fazendo tumulto contra a sentença.
Na segunda parte, “Punição”, Foucault mostra como, na segunda metade do século XVIII, os protestos contra os suplícios eram facilmente encontrados. Era necessário punir de outro modo. O suplício tornou-se inaceitável, vergonhoso, passou a ser encarado como revelador da tirania, do excesso, da sede de vingança e do “cruel prazer de punir”. Surge então a campanha a favor de uma punição generalizada, que nomeia o primeiro capítulo dessa parte.
Na punição generalizada, prega-se que é preciso que a justiça criminal puna em vez de se vingar. A “humanidade” deveria ser respeitada ao se punir. “O castigo deve ter a ‘humanidade’ como ‘medida’.” O autor passa então a contar a história dessa suavização das penas, creditando-a aos grandes reformadores - Beccaria, Servan, Dupaty, Duport, Pastoret, Target, Bergasse – por terem imposto esse abrandamento a um aparato judiciário.
Pode-se dizer que o afrouxamento da penalidade no decorrer do século XVIII deve-se à considerável diminuição dos crimes de sangue, das agressões físicas. Desde o fim do século XVII, nota-se o prevalecimento dos delitos contra a propriedade sobre os crimes violentos. Houve assim uma suavização dos crimes antes da suavização das leis. 
Porém, na segunda metade do século XVIII, o processo tende a se inverter. Isso porque o alvo da ilegalidade deixa de ser os direitos e passa a ser os bens, a propriedade. Disso inicia-se progressivamente uma crise da ilegalidade popular. “A ilegalidade dos direitos, que muitas vezes assegurava a sobrevivência dos mais despojados, tende, com o novo estatuto da propriedade, a tornar-se uma ilegalidade de bens. Será então necessário puni-la.” Passou, assim, a ser mais necessário controlar e codificar as práticas ilícitas.
Passa-se, assim, para a terceira parte intitulada “Disciplina”. O autor inicia o primeiro capítulo fazendo uma analogia com o modo que se vê a figura do soldado e o ponto a ser abordado. No início do século XVII, o soldado era reconhecido pelos seus sinais naturais de vigor, coragem, orgulho. Seu corpo era o brasão de sua valentia e força. Já na segunda metade do século XVIII, o soldado tornou-se algo que se fábrica, um corpo inapto, uma máquina feita com o que se precisa.
A disciplina é uma análise política do detalhe. Este que já era uma categoria da teologia e do ascetismo. Para o homem disciplinado, como para o verdadeiro crente, todo detalhe é importante, pois aí se encontra o poder que se quer apanhar.
“A vigilância torna-se um operador econômico decisivo, na medida em que é ao mesmo tempo uma peça interna no aparelho de produção e uma engrenagem específica do poder de disciplinar.” Com a vigilância hierarquizada, o poder de disciplinar torna-se um sistema integrado, ligado à castigar e recompensar.Em suma, a arte de punir não visa exatamente à repressão. Ela normaliza.
Foucault aborda então o Panóptico de Benthan que dá origem a “O Panoptismo” do título do capítulo. Descreve sucintamente o princípio já conhecido da construção em anel com uma torre no meio. No panóptico, o princípio da masmorra é invertido, das funções trancar, privar da luz e esconder, só resta a primeira. A visibilidade torna-se uma armadilha.
Foucault encerra a terceira parte ressaltando a mudança no ponto de aplicação imposto à justiça penal. O objeto útil não é mais o corpo do culpado, mas o indivíduo disciplinar. O ponto extremo da justiça penal antiga, o retalhamento do corpo do regicida, dá lugar ao ideal de penalidade atual, a disciplina infinita.
 A prisão é um castigo igualitário. O tempo retirado do condenado traduz a ideia que a infração lesou, além da vítima, a sociedade inteira. 
A prisão deve ser um aparelho “onidisciplinar” exaustivo: cuidar de todos os aspectos do indivíduo, seu treinamento físico, sua aptidão para o trabalho, seu comportamento cotidiano, sua atitude moral, suas disposições. Diferindo-se da pura privação jurídica da liberdade e das mecânicas representações com que sonhavam os reformadores.
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Outro papel importante que o aparelho penitenciário desempenha é a substituição do infrator pelo delinqüente. Eles se distinguempelo fato do delinqüente ser caracterizado mais pela sua vida, não sendo somente autor do ato: está ligado ao seu delito por instintos, tendências, impulsos. Surge a necessidade de caracterizar o ato como delito e o indivíduo enquanto delinqüente. E daí a possibilidade de uma criminologia. “Onde desapareceu o corpo marcado, recortado, queimado, aniquilado do supliciado, apareceu o corpo do prisioneiro, acompanhado pela individualidade do ‘delinquente’”. 
Porém, com seus efeitos visíveis, a prisão foi denunciada como o grande fracasso da justiça penal. As prisões não diminuiam a taxa de criminalidade, a taxa de criminosos permanece estável ou, ainda pior, aumenta. A detenção provoca a reincidência e fabrica delinqüentes. Favorece também a formação de grupos de delinqüentes solidários entre si prontos para cumplicidades futuras. As críticas eram constantemente feitas em duas direções: contra o fato da prisão não ser efetivamente corretora e contra o fato de que, ao querer ser corretiva, ela perde sua força de punição. E é assim que há um século e meio a prisão vem sendo dada como a única maneira de reparar seu próprio fracasso. Constituindo as sete máximas universais da “boa penitenciária”:
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A penalidade é um meio de gerir as ilegalidades, riscar limites de tolerância, dar espaço a alguns e pressionar outros. É ingenuidade pensar que a lei é feita para todo mundo em nome de todo mundo. A penalidade exclui uns e torna útil outros. A lei é feita para alguns e se aplica a outros, dirigindo-se principalmente às classes mais numerosas e menos esclarecidas.
O autor então afirma que se deve substituir o atestado de fracasso da prisão pela hipótese de que ela produziu a delinquência, “tipo especificado, forma política ou economicamente menos perigosa – talvez até utilizável – da ilegalidade” . O sucesso da prisão é tamanho que ela continua a existir produzindo os mesmos efeitos.
No fundo, a existência do crime manifesta felizmente uma incompreensibilidade da natureza humana; deve-se ver nele, mais que uma fraqueza ou uma doença, uma energia que se ergue, um ‘brilhante protesto da individualidade humana’ que sem dúvida lhe dá aos olhos de todos seu estranho poder de fascínio. 
 Viu-se que, na justiça penal, o processo punitivo era transformado em técnica penitenciária pela prisão. O instituto carcerário vai além e transporta essa técnica para o corpo social inteiro. 
O autor encerra o livro com a afirmação de que na genealogia do sistema prisional contemporâneo, baseado no binômio “vigiar e punir”, há um ronco surdo de uma batalha a ser ouvido.
Nessa humanidade central e centralizada, e feito de instrumento de complexas relações de poder, corpos e forças submetidos por múltiplos dispositivos de ‘encarceramento’, objetos para discursos que são eles mesmos elementos dessa estratégia, temos que ouvir o ronco surdo da batalha .
E assim, Foucault interrompe o livro, que, segundo ele mesmo, serve como pano de fundo histórico para diversos estudos sobre o poder de normalização e sobre a formação do saber na sociedade moderna.

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