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A Constitucionalidade do Exame da Ordem

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Exame da Ordem: Constitucional ou Inconstitucional ?
INTRODUÇÃO
O Estatuto da OAB (Lei 8.906/94), em seu art. 8º, estabelece os requisitos que para os formados em Direito (bacharéis) se inscreverem em seus quadros. Um desses requisitos é a aprovação no chamado Exame de Ordem, o exame é aplicado 3 vezes por ano em todo o Brasil e que visa aferir a capacitação básica necessária ao exercício profissional da advocacia. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) é o órgão responsável pela disciplina e seleção dos advogados no Brasil. A princípio, a OAB é uma espécie de Conselhos de Classe, responsável por regulamentar e fiscalizar o exercício da advocacia. As entidades têm natureza jurídica de autarquia, razão pela qual possuem todos os privilégios e obrigações inerentes às pessoas jurídicas de direito público. Ocorre que, o STF – Supremo Tribunal Federal -, na ADIN - Ação Direta de Inconstitucionalidade - nº 3.026/DF, decidiu que a OAB é uma exceção, configurando como entidade "ímpar", "sui generis", sendo um serviço público independente, sem enquadramento nas categorias existentes em nosso ordenamento, muito menos integrante da Administração Indireta ou Descentralizada.
INCONSTITUCIONALIDADE
Ocorre que há diversos posicionamentos frente a esse assunto. Como por exemplo do atual Procurador Geral da República do Brasil, para ele “Não contém na Constituição mandamento explícito ou implícito de que uma profissão liberal, exercida em caráter privado, por mais relevante que seja, esteja sujeita a regime de ingresso por qualquer espécie de concurso público”, argumenta Janot no parecer, divulgado quando ainda era subprocurador no ano de 2011. Nesse mesmo sentido, também se posiciona o presidente do Movimento Nacional dos Bacharéis em Direito – MNBD – Carlos Schneider, “No inciso IV do artigo 84 da Constituição Federal – diz: compete privativamente ao Presidente da República: sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução. O provimento do Exame de Ordem é um regulamento. Na última audiência pública realizada pela Câmara, o representante da OAB Brasil disse que é competência da OAB avaliar e fiscalizar o ensino de Direito no Brasil. Contudo, não há fundamentação jurídica, para essa absurda transferência do Estado/MEC para OAB. Em razão disso, somos a favor do fim do exame de ordem, confiamos na aprovação do PL 2154 ainda neste semestre. Além da MNBD, a repulsa contra o exame fez surgir outros movimentos, como: Movimento dos Injustiçados no X Exame de Ordem, MBBAD  Movimento Brasil de Bacharéis e Acadêmicos em Direito, OBB  Ordem dos Bacharéis do Brasil, MNBD/OABB – Movimento Nacional dos Bacharéis em Direito da Organização dos Acadêmicos e Bacharéis do Brasil, OBJ – Organização Brasileira dos Juristas, As Vítimas Da OAB, União Nacional dos Bacharéis em Ação – UNBA.
CONSTITUCIONAL
Fazendo a contraposição dos argumentados apresentados, por mais que tenha uma certa pressão para que seja declarada inconstitucional, o Supremo Tribunal Federal por unanimidade, decidiu no dia 26/10/2011, que o Exame de Ordem é constitucional. De acordo com os ministros, a exigência de aprovação na prova aplicada pela Ordem dos Advogados do Brasil para que o bacharel em Direito possa se tornar advogado e exercer a profissão não fere o direito ao livre exercício do trabalho previsto na Constituição Federal. O entendimento que foi adotado é que se trata de um instrumento correto para aferir a qualificação profissional e tem o propósito de garantir condições mínimas para o exercício da advocacia, além de proteger a sociedade. 
CONCLUSÃO 
O Exame da Ordem, possui controvérsia de sua efetividade, bem como na produção de resultado, principalmente no que tange ao artigo 5º inciso XIII CF, fazendo com que exija a realização do exame, o qual faz surgir a hipótese de impossibilitar de exercer a profissão da advocacia afrontando diretamente tal artigo da Constituição Federal, garantindo livre exercício de qualquer ofício, trabalho ou profissão. Mas o Supremo, através de sua compreensão, o manteve de forma constitucional.

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