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Fundamentos do Direito Empresarial – Avaliação Semestral Fundamentação Histórica Na idade média predominava a as das cooperações grupos fechados com os mesmos interesses, direitos e obrigações. Comerciante: exerce uma atividade econômica habitual com o objetivo de lucro. Teoria da Empresa – Itália – 1942 Disciplina uma forma específica de produzir ou circular bens ou serviços, caracterizando o âmbito empresarial. A empresa representa a harmonização das classes em conflito (burguesia e proletariado). A Teoria da Empresa inspirou a reforma da legislação comercial de outros países de tradição jurídica romana. TEORIA DA EMPRESA Empresário – subjetivo Estabelecimento – objetivo PERFIS DA EMPRESA Colaboradores – empregados e contratados Função Social – atividade econômica Código Comercial do Brasil – 1850 Atualmente só regula o Direito Marítimo Brasileiro. O código comercial tornou-se ultrapassado por tratar desigualmente: prestação de serviços, negociação de imóveis e atividade rural. O Direito Brasileiro já havia incorporado a teoria da empresa mesmo antes da entrada em vigor do Código Civil, por meio da jurisprudência. O Direito Comercial não perdeu sua autonomia por ser abordado no código civil; ele pertence ao ramo privado do Direito e, atua disciplinando as relações jurídicas de comerciantes/empresários em qualquer relação comercial. Empresário É o profissional que exerce atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. (art. 966/CC) A atividade empresária busca gerar lucro para quem a explora. Ser empresário é uma situação de fato, portanto, não é necessário o registro em órgão competente (Junta Comercial). Não se considera profissional quem realiza tarefas de modo esporádico. Exemplo: uma pessoa fazendo um teste, buscando verificar o apreço ou desapreço pela vida empresarial e/ou em uma situação emergencial. O empresário deve contratar empregados, pois são estes que produzem ou fazem circular bens ou serviços. O empresário pode falir, a empresa não. Não podem ser considerados empresários quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística. (art. 966, parágrafo único/CC). Exemplo: médicos, advogados, dentista, arquitetos, escritores e artistas de qualquer expressão. Art. 966. “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.” Mas existe a exceção: quando existe a organização empresarial. Por mais que continue exercendo a atividade intelectual esporadicamente, sua maior contribuição para a prestação de serviços em um local é a de organizador dos fatores de produção. Empresário de Fato x Empresário Irregular O empresário de fato é aquele que exerce a atividade empresária e nunca teve registro em órgão competente; o empresário irregular tentou o registro e não conseguiu ou, perdeu os efeitos diante de um fato. Direitos obtidos com o registro de empresário Recuperação judicial ou extrajudicial; requerer falência de outro empresário; podem falir ou requerer a própria falência; proteção do nome empresarial; participação em licitações e oportunidade de ser contratado pelo poder público; livros empresariais que funcionam como provas à favor; inscrição no INSS; vantagens tributárias. Empresário Rural Art. 971/CC. Se o empresário rural requerer sua inscrição no registro das empresas (Junta Comercial), será considerado empresário e irá submeter-se às normas de Direito Comercial, porém, se não requerer, não será empresário¸ NEM DE FATO. Art. 971. “O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.” Quem pode ser empresário? Pode ser empresário quem tem capacidade de exercício pleno, ou seja, aptidão para exercer os atos da vida civil por si próprio. O incapaz pode se tornar capaz com o estabelecimento próprio O empresário de fato, maior de 16 e menor que 18 anos, que adquire sua capacidade plena de exercício por executar atividade empresária Precisa de autorização judicial. O incapaz pode dar continuidade ao exercício de empresa constituída por seus pais ou de quem é sucessor, mediante autorização de juiz. Empresário Individual x Sociedades Empresárias O empresário pode ser pessoa física (individual) ou jurídica (sociedade empresária). O empresário individual responde com todo seu patrimônio pessoal por suas dívidas. Os sócios de uma sociedade não são empresários. A sociedade possui uma legislação diferente à do empresário individual. Órgãos do Registro de Empresa Departamento Nacional do Registro do Comércio (DNRC): âmbito federal, principais funções: coordenar e supervisionar a execução do registro de empresa; orientar e fiscalizar as Juntas Comerciais. Providenciar medidas correcionais do Registro de Empresa; organizar e manter atualizado o Cadastro Nacional das Empresas Mercantis. Juntas Comerciais: âmbito estadual, principais funções: registro dos dados do empresário (arquivamento); matrícula dos auxiliares do empresário (tradutores, intérpretes, administradores de armazéns); autenticação de documentos do empresário (livros empresariais). Prepostos do Empresário Art. 1169/CC. Por ser organizador de atividade empresária, o empresário deve contratar mão de obra, que é um dos fatores de produção, estes são os prepostos. Os prepostos respondem pelos seus atos de que derivam obrigações do empresário com terceiros. Não podem promover concorrência a seu preponente, salvo mediante autorização. Gerente é o funcionário com funções de chefia, encarregado da organização do trabalho num certo estabelecimento. Os poderes do gerente podem ser limitados por ato escrito do empresário, que para produzir efeitos perante terceiros deve estar arquivado na Junta Comercial. Contabilista é o responsável pela escrituração dos livros do empresário, geralmente é contratado por prestação de serviços. É obrigatório ter contabilista. Teoria da aparência: A citação endereçada ao estabelecimento do empresário, recebida pelo preposto gera a presunção de que o empresário foi devidamente citado. TODOS os prepostos autorizados pelo preponente podem representá-lo. Art. 1.169. “O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas.” Art. 1.170. “O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação.” Art. 1.171. “Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo para reclamação.” Nome EmpresarialArt. 1155 até 1168/CC; é o que identifica o empresário, pode não coincidir com o nome civil. O nome empresarial não se confunde com outros elementos identificadores do comércio (marca, nome de domínio e título de estabelecimento). Nome Empresarial Quem exerce a empresa; Marca Produtos ou serviços; Nome de Domínio Site O QUE IDENTIFICA Título do Estabelecimento Ponto O nome empresarial pode ser de duas espécies: firma ou denominação. a) Firma: Só pode ter por base o nome civil do empresário individual/sócios da sociedade empresária; não há referência ao ramo da atividade econômica; pode ser por extenso ou abreviado; existe a razão social, que é a firma das sociedades. b) Denominação: Pode adotar nome civil ou qualquer outra expressão linguística; fundado em elemento fantasia; própria das Sociedades Anônimas; obrigatório acompanhar o objeto da sociedade (ltda., anônima, etc) Cooperativas devem adotar o termo “cooperativa” na denominação; Sociedade Secreta ou Despersonificada não pode ter nome empresarial pois não tem personalidade jurídica registrada em órgão competente. Princípios Informativos do Nome Empresarial – Deve ser novo; o nome deve ser verdadeiro sobre o objeto da empresa. Proteção do Nome Empresarial – Direito de exclusividade, caso violado pode: liminar para obrigar o infrator a alterar o nome utilizado sob pena de multa; requerer cancelamento na junta comercial; A proteção tem alcance estadual mas, pode se tornar nacional mediante registro no Departamento Nacional de Registro Comercial. Alienação – Art. 1164 e 1165/CC – É proibido vender o nome empresarial mas, ele pode ser sucedido em caso de venda do estabelecimento (se previsto em contrato) e deve ser acrescido de “sucedido por” ou “sucessor de”. Art. 1.155. “Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.” Art. 1.156. “O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.” Art. 1.157. “A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo.” Art. 1.158. “Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. § 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. § 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. § 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.” Art. 1.159. “A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo "cooperativa".” Art. 1.160. “A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa.” Art. 1.161. “A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações". Art. 1.162. “A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação.” Art. 1.163. “O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.” Art. 1.164. “O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.” Art. 1.165. “O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social.” Art. 1.166. “A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.” Art. 1.167. “Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato.” Art. 1.168. “A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu.” Livros Empresariais art. 1179/CC – “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.” Os livros empresariais traduzem as atividades econômicas da vida do empresário; microempresários não são obrigados a terem livros empresariais. O livro empresarial deve apontar dados precisos e reais, caso contrário, é considerado falsificação de documentos; podem ser substituídos por fichas eletrônicas, que devem ser impressas e encadernadas para serem autenticadas na Junta Comercial. O empresário não é obrigado a apresentar seus livros a terceiros, porém, existem situações em que a mostra se torna obrigatória liquidação de sociedade; sucessão; falência. Os livros podem ser obrigatórios ou facultativos. No primeiro caso, sua escrituração é imposta ao empresário e o não cumprimento pode resultar em sanções. Os facultativos servem apenas para maior organização sobre os negócios. O “Diário” é obrigatório a todos os empresário, já o livro de duplicatas é obrigatório apenas aos empresários que emitem duplicatas. A escrituração irregular pode fazer prova contra o próprio empresário, se ele vir a falir, tais irregularidades podem constituir crimes falimentares. Estabelecimento Empresarial Art. 1.142. “Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.” Art. 1.143. “Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.” Art. 1.144. “O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.” Art. 1.145. “Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes,de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.” Art. 1.146. “O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.” Art. 1.147. “Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.” Art. 1.148. “Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.” Art. 1.149. “A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente.” Estabelecimento é o complexo de bens reunidos pelo empresário para o desenvolvimento de sua atividade econômica; pode ser um objeto de negócio translativo (transferência de propriedade) ou constitutivo (aluguel). A união de bens (máquinas, mercadorias, instalações, tecnologia, prédio, etc..) para exercer uma atividade resulta num valor, que é o aviamento, ou, a capacidade de gerar riquezas. O bem imóvel não faz parte do estabelecimento; pode ser tratado como ponto empresarial. O bem imóvel pode ser próprio ou alugado, portanto, em caso de desapropriação do imóvel, o estabelecimento se mantém; Nome empresarial não faz parte do estabelecimento, assim como a clientela. O contrato de alienação do estabelecimento deve ser celebrado por escrito e arquivado na junta comercial. O alienante não poderá, por 5 anos subsequentes à transferência, estabelecer ramo empresarial, concorrendo com o adquirente, salvo se devidamente autorizado em contrato. TRESPASSE A validade de venda de um estabelecimento não depende de registro, mas validade não se confunde com aptidão de gerar efeitos. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) Art. 980-A. – “A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. § 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. § 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. § 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.” A EIRELI não é uma sociedade. É uma limitação de responsabilidade de um devedor por suas dívidas à um determinado capital empregado na atividade empresária. O sócio único da EIRELI não é empresário, não responde com seu patrimônio pessoal; A pessoa jurídica não se confunde com a pessoa física. Sua criação depende OBRIGATÓRIAMENTE de registro em órgão competente. Pode ser constituída por pessoa física ou jurídica (Instrução Normativa, n° 38, DREI, 03/2017); é necessário um capital mínimo de 100 salários mínimos para sua constituição. A pessoa física só responde pelas dívidas da EIRELI caso ocorra a desconsideração da personalidade jurídica (art. 55/CC ou 28/CDC) Terá nome empresarial + EIRELI; pode ser constituída para fins empresariais ou de serviços; pode ser alienada e sucedida; É possível constituir uma EIRELI por bens ou direitos.
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