resenha ictiologica

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RESENHA
O conhecimento ictiológico tradicional dos pescadores da cidade de
Barra, região do médio São Francisco, Estado da Bahia, Brasil
O artigo discute sobre o conhecimento ictiológico dos pescadores de barra que se localiza as margens do rio são Francisco através de entrevistas os pesquisadores coletaram informações relacionadas aos aspectos cognitivos e culturais de uma comunidade pesqueira e revelam que os pescadores ainda possuem conhecimentos teóricos e práticos importantes que devem ser considerados em estudos de manejo, conservação e uso sustentável dos recursos pesqueiros.
A etnoictiologia  estuda o modo como o conhecimento, os usos e os significados dos peixes ocorre nas diferentes sociedades humanas englobando-se aspectos tanto cognitivos quanto comportamentais1 . A etnoictiologia é uma subdivisão da etnozoologia, a qual, por sua vez, pode ser interpretada como o estudo dos conhecimentos do homem sobre os animais e também dos usos da fauna pelo homem2, ou, parafraseando D’Olne Campos (1995), como o estudo da ciência zoológica do “outro”, construída a partir do referencial de saberes da academia. 
 A etnozoologia investiga o relacionamento das diversas culturas humanas com a fauna, constituindo uma ciência que tem atraído o interesse de pesquisadores em todo mundo. Por sua riqueza faunística e cultural, com diferentes espécies animais sendo usadas para diversos fins, tanto por sociedades indígenas como por descendentes dos antigos colonizadores europeus e escravos africanos, o Brasil constitui um excelente modelo para aumentar o conhecimento acerca do relacionamento dos humanos com os outros animais. 
Os primeiros registros e contribuições acerca da etnozoologia foram produzidos por naturalistas ou exploradores, mas só recentemente pesquisas científicas na área tem se intensificado.
A arte etnoictiológica, no país e no exterior, demonstra que os pescadores artesanais, tradicionais e indígenas são capazes de acumular, ao longo de suas vidas, um conjunto de conhecimentos referente à biologia e à ecologia dos peixes e de transmitir esses conhecimentos às gerações seguintes até mesmo as supertições em relação ao consumo alimentício e medicinal de determinadas espécies.
Mais recentemente, Costa-Neto (1998) desenvolveu um estudo sobre a etnoictiologia dos pescadores da praia de Siribinha, povoado pesqueiro localizado no município de Conde, litoral norte do estado. O estudo procurou mostrar o modo como o conhecimento dos pescadores pode vir a ser incorporado e contribuir para o desenvolvimento local. 
Não existem estudos etnocientíficos relacionados com a interação homem/peixes de águas continentais no Estado da Bahia, esta é a primeira discussão sobre etnoictiologia dos pescadores da cidade de Barra, localizada na região do médio São Francisco, no oeste do estado. O objetivo principal foi registrar os conhecimentos dos pescadores relacionados com a taxonomia, o comportamento e a ecologia dos peixes, considerando-se, ainda, a regulamentação do consumo alimentar que os envolve e seu uso na medicina popular. 
Barra chegou a ser considerada a segunda maior cidade do estado, tendo no comércio sua maior expressão econômica. O município de Barra foi escolhido como área de estudo devido a sua localização, uma vez que se desenvolveu às margens dos rios São Francisco e do rio
Grande.
Este estudo demonstra mais uma vez que apesar dos recursos serem abundantes ele acaba, estas áreas sofrem com problemas causados pelas mesmas pessoas que dependem destes recursos, como o desmatamento das margens A mata ciliar é uma proteção natural contra o assoreamento. Sem ela, a erosão das margens leva terra para dentro do rio, e os sólidos em suspensão trazem prejuízos ecológicos, dificuldade no tratamento de água para abastecimento, entupimento de tubulações de captação e assoreamento, mudando o curso do corpo d’água. O processo de erosão se torna acentuado principalmente devido a ocorrência de enchentes nas épocas de chuva.
O artigo apesar de informativo e de trazer uma boa pesquisa na área tem uma linguagem bastante cientifica que dificulta o entendimento para pessoas de baixa escolaridade como, por exemplo, a comunidade pesqueira para o qual estas informações seriam de muita importância e auxilio principalmente para aquelas que ainda conservam supertições em relação ao consumo de determinados peixes, apesar dessas proibições em tribo e comunidades serem comuns em varias partes do mundo. Outro problema é a prática da pesca ilegal, feita principalmente no período de reprodução dos peixes, os pescadores tem consciência que é ilegal mais continuam com a pratica não respeitando a lei os tornando responsáveis assim pela diminuição até mesmo a extinção de algumas espécies na região.
O caminho para o equilíbrio dos ecossistemas marinhos passa pela prática da pesca mais sustentável, respeitando os animais e todas as espécies de vida marinha. E o primeiro passo para essa grande mudança passa pela atitude de cada cidadão que vive desta pratica.
COSTA-NETO, E.M. Etnoictiologia, desenvolvimento e sustentabilidade no litoral norte baiano: um estudo de caso entre os pescadores do município do Conde. 1998. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 1998.
COSTA-NETO, E.M. “Barata é um santo remédio”: introdução à zooterapia popular no estado da Bahia. Feira de Santana: UEFS, 1999.
COSTA-NETO, E.M. Restrições e preferências alimentares em comunidades de pescadores do município de Conde, estado da Bahia, Brasil. Rev. Nutr., Campinas, v. 13, n. 2, p. 117-126, 2000.
Sou Edwy Maciel da Silva estudante universitário de Engenharia de Pesca, na UNEB (Universidade do Estado da Bahia).