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Apostila Engenharia Civil 2013

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Engenharia Civil
Apostila de Língua Portuguesa
Profa. Adriani Aparecida Marcomini
2013
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SUMÁRIO
1 VARIAÇÃO E COMPETÊNCIA LINGUÍSTICA .............................................................................................. 4
1.1 Língua falada e língua escrita ............................................................................................................................... 4
1.2 Textos e exercícios aplicativos ........................................................................................................................... 6
2 NOÇÕES DE TEXTO .............................................................................................................................................. 8
2.1 Elementos estruturais do texto .......................................................................................................................... 9
2.2 Organização textual .............................................................................................................................................. 9
2.2.1 Ordenação de frases ......................................................................................................................................... 10
2.2.2 Ordenação de textos ........................................................................................................................................ 10
2.3 Qual a noção de texto? ......................................................................................................................................... 11
2.3.1 Primeira consideração sobre texto ................................................................................................................. 11
2.3.2 Segunda consideração sobre texto ............................................................................................................... 12
3 PROCESSO DE AMBIGUIDADE ......................................................................................................................... 13
4 ANÁLISE, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .......................................................................... 15
4.1 Técnicas de Elaboração de Textos .................................................................................................................... 15
4.1.1 Resumo ................................................................................................................................................................... 16
4.1.2 Um exemplo de resumo ..................................................................................................................................... 17
4.1.3 Técnicas para a prática do resumo ................................................................................................................. 18
4.1.4 Tipos de resumo .................................................................................................................................................. 18
4.1.5 Dicas para construir resumo ........................................................................................................................... 19
4.2 A Técnica da Descrição ...................................................................................................................................... 20
4.2.1 O que é descrição? ............................................................................................................................................ 20
4.2.2 Funções gerais da descrição ........................................................................................................................... 21
4.2.3 Descrição Objetiva ........................................................................................................................................... 21
4.2.4 Elaboração de texto descritivo ..................................................................................................................... 22
4.2.5 Descrição de ambientes e paisagens ............................................................................................................ 23
5 CONSTRUÇÃO DE UM TEXTO DISSERTATIVO ....................................................................................... 25
5.1 Partes de um texto dissertativo ....................................................................................................................... 25
5.2 Estrutura do texto dissertativo ....................................................................................................................... 26
5.3 Coesão e coerência textual ................................................................................................................................ 27
5.3.1 Coesão textual .................................................................................................................................................... 28
5.3.2 Coerência textual .............................................................................................................................................. 32
6 REDAÇÃO TÉCNICA ............................................................................................................................................. 33
6.1 Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ............................................................................................................ 34
6.2 Elementos pré-textuais do TCC ....................................................................................................................... 34
6.3 Numeração no sumário ........................................................................................................................................ 35
6.4 Elementos textuais .............................................................................................................................................. 36
6.5 Elementos pós-textuais ....................................................................................................................................... 36
6.6 Regras gerais de apresentação .......................................................................................................................... 37
6.7 Regras específicas de apresentação dos elementos pré-textuais ............................................................ 40
6.8 Modelo de apresentação dos elementos pré-textuais ................................................................................. 41
6.9 Estrutura básica dos elementos textuais do TCC ......................................................................................... 46
6.10 Citações: como fazê-las .................................................................................................................................... 48
6.11. Referência Bibliográfica: alguns modelos ...................................................................................................... 51
7 TÓPICOS GRAMATICAIS .................................................................................................................................. 56
7.1 Uso da pontuação ................................................................................................................................................... 56
7.1.1 Ponto ...................................................................................................................................................................... 56
7.1.2 Ponto-e-vírgula ................................................................................................................................................... 56
7.1.3 Dois-pontos .......................................................................................................................................................... 57
7.1.4 As Reticências ....................................................................................................................................................57
7.1.5 As Aspas ............................................................................................................................................................... 57
7.1.6 Os Parênteses ..................................................................................................................................................... 58
7.1.7 A Vírgula ............................................................................................................................................................... 58
7.2 Concordância nominal e verbal ........................................................................................................................... 62
7.2.1 Concordância Nominal ....................................................................................................................................... 62
7.2.2 Concordância Verbal ......................................................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................... 71
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1 VARIAÇÃO E COMPETÊNCIA LINGUÍSTICA
“A língua é, ao mesmo tempo, um produto social, a faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos.”
 (Saussure, Curso de Linguística Geral)
A língua, ao mesmo tempo em que possui uma dimensão social, constitui um sistema de signos que permite a comunicação. Em outros termos, podemos dizer que a língua é um código e um fato social. Enquanto código, a língua deve ser entendida como algo que – recorrendo a Saussure – “não existe senão em virtude duma espécie de contrato estabelecido entre os membros de uma comunidade”. Como fato social, podemos ir mais longe e dizer que a língua está impregnada de valores sociais.
Dessa foram, para escrever um texto, não basta conhecer o conjunto de todas as regras (fonológicas, morfológicas, sintáticas e semânticas) que determinam o emprego dos sons, formas e relações sintáticas, necessárias para a produção dos significados da língua como código. É preciso que se compreenda que esse código oferece várias possibilidades aos usuários da língua e que, muitas vezes, essas possibilidades não possuem o mesmo prestígio, a mesma eficiência comunicativa e a mesma capacidade de persuasão, pois a língua é um fato social.
A língua escrita e a língua falada não têm o mesmo vocabulário, a mesma gramática, a não ser que seja a expressão oral de um texto da língua escrita. Não se fala como se escreve nem se escreve como se fala. Os recursos de sonoridade, expressão facial e gestos são próprios da fala.
A língua escrita registra a comunicação superando os limites de espaço e tempo. Sendo o escrito um documento, a tendência é de a elaboração ser mais cuidadosa e formal que a da língua oral, de acordo com os elementos envolvidos na informação e de suas finalidades.
Tanto na língua escrita quanto na falada, é importante o remetente escolher a modalidade linguística adequada e expressar-se no nível conveniente.
1.1 Língua falada e língua escrita
Originalmente, só havia a língua falada; a escrita apareceu em estágios mais avançados da civilização, mas até hoje ainda existem línguas ágrafas, isto é, sem escrita. Entretanto, a linguagem escrita adquiriu, no decorrer do tempo, tão alto prestígio, a ponto de se esquecer que, anterior a ela, há uma linguagem oral que lhe serve de suporte.
No princípio, a língua escrita deveria ser apenas a representação gráfica da língua falada, mas, com o passar do tempo, passou a existir uma diferença entre essas duas modalidades. A língua falada passou a representar uma forma mais solta, livre, espontânea e emotiva, pois reflete sempre um contato humano direto. Já a língua escrita representa a modalidade mais disciplinada, gramatical, dela resultando um texto mais elaborado.
Algumas características da linguagem oral, tais como entonação, timbre, altura, ênfase, pausas, velocidade da enunciação e muitas outras, são impossíveis de ser representadas graficamente. Essas características podem ser precariamente reproduzidas pelos sinais de pontuação (exclamação, hífen, parênteses, travessão etc.) pelo emprego de maiúsculas, de negrito, itálico e de sublinhados. Mas esses recursos gráficos não podem fazer parte de um texto técnico, sendo adequados somente a textos literários.
A língua falada pressupõe contato direto com o falante, o que a torna mais concreta; é mais espontânea, não apresentado grande preocupação gramatical. Seu vocabulário é mais restrito e está em constante transformação. Por outro lado, a linguagem escrita mantém contato indireto entre quem escreve e quem lê, o que a torna mais abstrata , exigindo grande esforço de elaboração e obediência às regras gramaticais. Seu vocabulário é mais apurado e é, por natureza, mais conservadora.
A língua falada possui recursos extralinguísticos, contextuais, como gestos, expressões faciais, postura, que completam ou esclarecem o sentido da comunicação. A presença do interlocutor permite que a língua falada seja mais alusiva, enquanto a escrita é menos econômica, mais precisa.
Exemplos de língua escrita
Exemplo 1
“Temos conhecimento de que alguns casos de delinquência juvenil no mundo decorrem da violência que se projeta, através dos meios de comunicação, com programas que enfatizam a guerra, o roubo e a venalidade.”
Exemplo 2
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” 
Exemplo 3
“Meninos de rua, violência contra crianças e prostituição infantil não são situações vividas com exclusividade pelo Brasil. A nova ordem, o neoliberalismo como sistema que implica cortes nos investimentos sociais, o empobrecimento crescente dos países americanos (sul e norte), europeus, africanos e asiáticos, têm consequências diretas sobre a vida das crianças e jovens do mundo todo.”
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Exemplos de língua oral
Você não aproveita as oportunidades. Ainda vai ficar a ver navios.
Pode tirar o cavalo da chuva, que não irá a festa.
Que pressa! Parece que vai tirar o pai da forca.
Xi!!! Você embarcou em canoa furada.
Não estudou nada. Vai dar com os burros n’água nesta prova.
1.2 Textos e exercícios aplicativos
Leia o texto de Plínio Marcos apresentado na Casa de Detenção, em São Paulo.
“Aqui é bandido, Plínio arcos! Atenção, malandrage! Eu num vô pedir nada, vô te dá um alô! Te liga aí: Aids é uma praga que rói até os mais fortes, e rói devagarinho. Deixa o corpo sem defesa contra a doença. Quem pegá essa praga está ralado de verde e amarelo, do primeiro ao quinto, e sem vaselina. Num tem dotô que dê jeito, nem reza brava, nem choro, nem vela, nem ai, Jesus. Pegou Aids, foi pro brejo! Agora sente o aroma da perpétua: Aids passa pelo esperma e pelo sangue, entendeu?, pelo esperma e pelo sangue!
Eu num tô te dando esse alô pra te assombra, então se toca! Não é porque tu tá na tranca que virou anjo. Muito pelo contrário, cana deixa o cara ruim! Mas é preciso que cada um se cuide, ninguém pode valê pra ninguém nesse negócio de Aids! Então, já viu: transá, só de acordo com o parceiro, e de camisinha!
Agora, tu aí que é metido a esculacha os outros, metido a ganha o companheiro na força bruta, na congesta! Pára com isso, tu vai acabá empesteado! Aids num toma conhecimento de macheza, pega pra lá e pega pra cá, pega em home, pega em bicha, pega em mulhé, pega em roçadeira! Pra essa peste num tem bom! Quem bobeia fica premiado. E fica um tempão sem sabê. Daí, o mais malandro, no dia da visita, recebe mamão com açúcar da família e manda pra casa o Aids! E num é istoque tu qué, né, vago mestre? Então te cuida! Sexo, só com camisinha.
Quem descobre que pegô a doença se sente no prejuízo e quer ir à forra, passando pros outros. Sexo, só com camisinha! Num tem escolha, transá, só com camisinha.
Quanto a tu, mais chegado ao pico, eu tô sabendo que ninguém corta o vício só por ordem. Mas escuta bem, vago mestre, a seringa é o canal pro Aids. No desespero, tu não se toca, num vê, num qué nem sabê que, às vezes, a seringa vem até com um pingo de sangue, e tu mete ela direta em ti. Ás vezes, ela parece que vem limpona, e vê, com a praga! E tu, na afobação, mete ela direto na veia. Aí tu dança. Tu, que se diz mais tu, mas que diz que não pode aguentá a tranca sem pico, se cuida. Quem gosta de tu é tu mesmo.
E a farinha que tu cheira, e a erva que tu barrufa enfraquece o corpo e deixa tu chué da cabeça e dos peitos. E aí tu fica moleza pro Aids! Mas o pico é o canal direto pra essa praga que está aí. Então, malandro, se cobre! Quem gosta de tu é tu mesmo. A saúde é como a liberdade. A gente só dá valor pra ela quando ela já era!”
Exercícios
1. Um texto não é produzido somente para transmitir informações, mas para convencer o leitor/receptor a aceitar como verdade o que nele se diz e a fazer o que ele propõe. Quem produz um texto/mensagem pretende atingir certos resultados. Com base nisso, responda:
a) está evidente ao longo do texto a preocupação central do seu autor, Plínio Marcos. Qual é ela?
b) que procedimentos o autor propõe aos detentos para a obtenção desse resultado?
2. Um dos recursos que confere credibilidade ao autor/emissor e a seu texto é a demonstração de possuir informações precisas sobre o tema de que está tratando. Cite passagens do texto em que o autor se revele conhecedor da vida nos presídios e da realidade dos detentos.
3. A variante linguística usada pelo emissor/autor distancia-se nitidamente da variante culta. A escolha dessa forma de linguagem também pode ser encarada como um recurso de construção textual? Explique sua resposta.
4. Redija o primeiro parágrafo do texto seguindo as normas da língua culta, adequada ao tema e à publicação em um jornal.
Curiosidade
Agora leia um trecho do texto “Gerundismo” de Ricardo Freire.
“Aqui vai a última flor do Lácio: Este artigo foi feito especialmente para que você possa estar recortando e possa estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar espalhando essa praga terrível da comunicação moderna, o gerundismo. Você pode também estar passando por fax, estar mandando pelo correio ou estar enviando pela Internet.
O importante é estar garantindo que a pessoa em questão vá estar recebendo esta mensagem, de modo que ela possa estar lendo e, quem sabe, consiga até mesmo estar se dando conta da maneira como tudo o que ela costuma estar falando deve estar soando nos ouvidos de quem precisa estar escutando. (...) Deus, o que a gente pode tá fazendo pra que as pessoas tejam entendendo o que esse negócio pode tá provocando no cérebro das novas gerações?
A única solução vai estar sendo submeter o gerundismo à mesma campanha de desmoralização à qual precisaram estar sendo expostos seus coleguinhas contagiosos, como o “a nível de”, o “enquanto”, o “pra se ter uma ideia” e outros menos votados.
A nível de linguagem, enquanto pessoa, o que você acha de tá insistindo em tá falando desse jeito?”							(O Estado de S.Paulo, coluna “Xongas”)
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2 NOÇÕES DE TEXTO
“Qualquer um de nós, senhor de um assunto, é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem.” (J. Mattoso)
	O ato de escrever que para alguns parece fácil e agradável, para outros representa um sacrifício sem perspectivas favoráveis, pois além de uma construção organizada da língua (gramaticalidade) é necessário um pensamento organizado, preciso e bem-concatenado, ao qual se soma a capacidade de aproveitar os recursos expressivos da língua e a interpretação da realidade. Qualquer que seja a modalidade redacional (narração, descrição e dissertação), sua finalidade é concretizar a comunicação de ideias (conteúdo), valorizadas por uma expressão estética da linguagem (forma). Não basta, pois, saber o que escrever, mas como escrever.
	Escrever não é dom que nasce com a pessoa, mas também não é algo mecânico, que se aprende depois de ler uma série de regras, pois cada texto apresenta uma estrutura, de acordo com as intenções que o seu escritor possui. É expressar ideias, opiniões, seguindo uma estrutura textual adequada para cada tipo de texto. Para escrever é necessário o uso de técnicas, conhecimento do assunto, paciência e determinação.
	Sentimo-nos à vontade quando nos expressamos oralmente, mas nos embaraçamos no momento de ordenarmos as ideias textualmente. É na escrita que a comunicação revela nossa condição intelectual, porque através do aprimoramento da linguagem temos o instrumento eficaz para expressarmos o pensamento. A habilidade com que a usamos permite-nos apreender o mundo e agir sobre ele.
	Ao escrevermos, fazemos da linguagem nossa conquista maior, combinando as impressões dos sentidos, a vivência pessoal e o pensamento crítico. Para aperfeiçoar o exercício redacional devemos aguçar a capacidade de interpretação, o espírito questionador e analítico, bem como o desprendimento para criar e inovar.
	Assim, a produção textual é um produto de um saber linguístico, da ordenação dos pensamentos e da imaginação criadora, num contínuo e diletante processo de aprendizagem, não só de regras, mas de todo um mundo.
“Somente o indivíduo capaz de instalar-se dentro da sociedade em que vive, com um discurso próprio, é que poderá considerar-se parte dessa mesma sociedade, e, portanto, reivindicar seus direitos e lutar para que ela seja realmente democrática.” (Maria Thereza F.Rocco)
	O texto é um todo construído artesanalmente, a partir da seleção e combinação das palavras, frases e parágrafos concatenados com logicidade. As palavras combinam-se para formar a frase; as frases agrupam-se em parágrafos; os parágrafos, por sua vez, sucedem-se numa sequência lógica para formar o texto. Este normalmente apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. As características do texto são determinadas pelas modalidades de construção textual.
2.1 Elementos estruturais do texto
	Os elementos estruturais do texto são: saber compartilhado, informação nova, provas, conclusão, tema e referência (assunto).
	O saber partilhado corresponde à presença, no texto, de informações retiradas do conhecimento da comunidade científica acrescida de informações novas.
	A informação nova é a apresentação de uma informação que não era do conhecimento do leitor ou a apresentação de elementos já conhecidos de uma maneira nova, não sendo necessária a originalidade total.
	Para a construção de um texto também é necessário acrescentar provas para as afirmações expostas, além de explorar um tema, envolto em um assunto/referência delimitado, contribuindo para a eficácia do texto.
	A eficácia do texto é o resultado da habilidade do emissor em produzir uma comunicação que alcance seus objetivos. Para que isso ocorra também é necessário que o autor/emissor adéque a linguagem à do receptor e às suas condições culturais.
	Produzir/organizar um texto, seja ele oral ou escrito, exige respeito a uma estrutura, modalidade, elementos constitutivos e conhecimentos gramaticais.
2.2 Organização textual
 “Cada um com suas armas. A nossa é essa: esclarecer o pensamento e pôr ordem nas ideias” (Antônio Cândido) 
Texto (do latim textu, tecido) significa, de acordo com o dicionário Aurélio, “um conjunto de palavras, de frases escritas”.Com base nisso, é preciso que se promova entre as partes do texto uma relação de dependência, pois as ideias somente ganham sentido de acordo com as relações que mantêm entre si e o texto.
Dessa forma, é necessário ordenar e interligar as ideias de maneira clara e lógica. Sem disso é praticamente impossível obter-se, ao mesmo tempo, a unidade e a clareza que são necessárias para a construção textual.
2.2.1 Ordenação de frases
	Para organizar uma frase procure, primeiramente, identificar qual seria a ideias que elas poderiam expor, depois localize as formas verbais , assim ficará fácil de reconhecer as palavras que concordam e complementam o sentido desse verbo.
1. Organize as palavras abaixo para construir frases coesas e coerentes.
a) segundo rodeio Paulo de no o de São o interior maior do Jaguariúna é Brasil.
b) reunião o passada campanha tucano à Alckmin pediu teve longa eleitoral com estratégia a Federal PSDB na semana Geraldo bancada falou uma sobre sua candidato e sugestões do Presidência para a.
c) paulista em páreo Suplicy o PT a senador seu Aloysio candidato estão define no Marta maio o Mercadante governo e ex-prefeita ao.
2.2.2 Ordenação de textos
É importante ordenar logicamente as ideias, encadeá-las coerentemente. Para tanto, é preciso localizar a ideia central do texto (em torno da qual todas as ideias devem circular). Assim, à introdução segue-se o desenvolvimento, que por sua vez conduzirá a uma conclusão.
Exercícios
1. Coloque os parágrafos na ordem lógica para construir um texto com coesão e coerência.
(1) Alguns setores do governo (a parte responsável, bem entendido) estão inquietos.
(2) A gastança eleitoral já mostra os seus deletérios efeitos.
(3) Pelos números preliminares de que o governo dispõe, a meta de superávit primário em setembro não será alcançada.
2. Coloque os parágrafos na ordem lógica para construir um texto com coesão e coerência.
(1) Até o primeiro ataque do PCC, em maio, o presidente mundial da empresa desembarcava tranquilamente em São Paulo para visitas de rotina: era recebido pelo motorista do presidente da subsidiária brasileira, que o levava de carro ao hotel e aos compromissos de trabalho.
(2) Agora, é necessário que a filial brasileira preencha um rígido protocolo de segurança, do qual fazem parte: dois carros blindados, helicópteros para acompanhar o percurso e seguranças armados.
(3) Tome-se o caso de uma grande multiplicidade americana do setor de previdência privada.
(4) A imagem de São Paulo como uma capital violenta e insegura vai, infelizmente, se consolidando no exterior.
(5) Três ataques do PCC depois, tudo mudou.”
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2.3 Qual a noção de texto?
Antes propriamente de entrarmos em considerações teóricas, vamos ler o texto abaixo para observar a relação entre as partes de um texto.
Os desastres de Sofia
	Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no cursos primário: era tudo o que sabíamos dele.
	O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro, com um fio de ouro encimando o nariz grosso e romano. E eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e que, ofendida, eu adivinhava. Passei a me comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com os colegas, interrompia a lição com piadinhas, até que ele dizia, vermelho:
	- Cale-se ou expulso a senhora da sala.
	Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar! Ele não mandava, senão estaria me obedecendo. Mas eu o exasperava tanto que se tornara doloroso para mim ser o objeto do ódio daquele homem que de certo modo eu amava. Não o amava como a mulher que eu seria um dia, amava-o como uma criança que tenta desastrosamente proteger um adulto, com a cólera de quem ainda não foi covarde e vê um homem tão forte de ombros tão curvos. (...)
		 LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. São Paulo, Ed. Ática, 1977, p.11.
No início do segundo parágrafo, o narrador afirma que o professor tinha “ombros contraídos”. Essa característica, fora do contexto em que estará inserida, pode sugerir várias interpretações. Quais? E no contexto, o que significa?
2.3.1 Primeira consideração sobre texto
O texto não é um aglomerado de frases. No texto, o significado das partes (frases) depende da correlação que elas mantém entre si. Isso nos leva a observar que, para entender qualquer passagem de um texto, é necessário confrontá-la com as demais partes que o compõem, sob pena de dar-lhe significado oposto ao que ela de fato tem.
“Na sua posse como secretário de Indústria e Comércio, Otávio Ceccato, nervoso, foi infeliz ao rebater as denúncias. “Como São Pedro, nego, nego, nego”, disse a um grupo de repórteres, referindo-se à conhecida passagem em que São Pedro negou conhecer Jesus Cristo três vezes na mesma noite. Esqueceu-se de que São Pedro, naquele episódio, disse talvez a única mentira de sua vida.”
(Revista Veja)
	Como se pode notar, a defesa do secretário foi infeliz e desastrosa, produzindo um efeito contrário ao que ele tinha em mente. A citação, no caso, ao invés de inocentá-lo, acabou por comprometê-lo.
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2.3.2 Segunda consideração sobre texto
Todo o texto possui um pronunciamento dentro de um debate de escala mais ampla. Nenhum texto é uma unidade isolada, nem a manifestação da individualidade de quem o produziu. De uma forma ou de outra, constrói-se um texto para, através dele, marcar uma posição ou participar de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade. Até mesmo uma simples notícia de jornal, sob a aparência de neutralidade, tem sempre uma intenção por trás.
Crime – Tiro certeiro (Estado Americano limita porte de armas)
“No começo de 1981, um jovem de 25 anos chamado John Hinckley Jr., entrou numa loja de armas de Dallas, no Texas, preencheu um formulário do governo com endereço falso e, poucos minutos depois, saiu com um Saturday Night Special – nome criado na década de 60 para chamar um tipo de revólver pequeno, barato e de baixa qualidade. Foi com essa arma que Hinckley, no dia 30 de março daquele ano, acertou uma bala no pulmão do presidente Ronald Reagan e outro na cabeça de seu porta-voz, James Brady. Reagan recuperou-se totalmente, mas Brady desde então está preso a uma cadeira de rodas.(...)”
Seguramente, por trás da notícia, existe, como pressuposto um pronunciamento contra o risco de vender arma para qualquer pessoa, indiscriminadamente. Esse exemplo deixa claro que qualquer texto, por mais objetivo e neutro que pareça, manifesta sempre um posicionamento frente a uma questão qualquer posta em debate.
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3 PROCESSO DE AMBIGUIDADE
	Para escrever um texto técnico é necessário evitar algumas construções caracterizadas como defeitos que prejudicam a sua compreensão. Entre eles a ambigüidade é o tipo de construção que produz subjetividade ao texto técnico.
Ambiguidade significa "duplicidade de sentido". Uma frase com duplo sentido é imprecisa, o que atenta contra a clareza, uma vez que pode levar o leitor a atribuir-lhe um sentido diferente daquele que o autor procurou lhe dar. Ocorre geralmente por má pontuação ou emprego indevido de palavras ou expressões. 
João ficou com Mariana em sua casa.
Alice saiu com sua irmã. 
Nesses exemplos, a ambiguidade decorre pelo fato de o pronome possessivo sua poder se referir a mais de um elemento. Portanto, deve-se tomar muito cuidado no emprego desse pronome. A ambiguidade pode ser evitada com a substituição por dele(s) ou dela(s). Observe outros exemplos:
Matou o tigre o caçador. 
Pela quebra da ordem direta da oração, não se sabe qual é o sujeito e qual é o objeto. Quem matou quem? O tigre matou o caçador ou o caçador matou o tigre?
Nem sempre, porém, a ambiguidade é umdefeito. Na linguagem literária, sobretudo na poesia, ela é um recurso expressivo. Textos humorísticos ou irônicos se valem também desse tipo de construção para alcançar o humor. Portanto, só se deve considerar a ambiguidade um defeito quando ela atenta contra a clareza do texto, ou quando esse texto possui caráter meramente informativo.
Exercícios
1. Identifique o duplo sentido presente nas frases abaixo e depois reconstrua as frases eliminando esse duplo sentido.
“Ângela recebeu com verdadeira satisfação a notícia de que ia para a casa de seu pai”
 “Nossa indústria aposta em qualidade e preços baixos.”
“Ele me ouviu discursar entusiasmado.”
“O campeonato de Fórmula 1 chega na metade com oito corridas disputadas aqui na Inglaterra.”
e) “Em verdade te digo hoje estarás comigo no paraíso.”
f) “O menino viu o incêndio do prédio.”
g) “O médico falou de doenças de homens inexistentes naquela região.”
 “O homem comeu um frango sentado.”
2. Observe a ilustração abaixo.
Tapando com um papel o A e o C, como se lêem os elementos dispostos na linha vertical?
Tapando, agora, os números 12 e 14, como se lêem os elementos dispostos na horizontal?
Tente explicar por que um mesmo elemento pode ser interpretado como um algarismo ou como uma letra?
3. Numa publicidade do Itaú Seguros, vinha o seguinte texto:
“Se ladrão sai de prisão de segurança máxima, você acha que vai ter dificuldade em entrar na sua casa?”
É possível dizer que o possessivo sua tem significado ambíguo nesse trecho?. Explique sua resposta.
4. O seguinte trecho de uma reportagem do Jornal Estado de Minas permite duas interpretações:
“Uma família paranaense, há cerca de dez anos, desafia a polícia do Sudeste brasileiro, acusada de cometer repetidos sequestros...”
Dê as duas interpretações possíveis.
Reescreva o trecho, desfazendo a ambiguidade (ou seja, a dupla interpretação).
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4 ANÁLISE, LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
“O verdadeiro significado das coisas é encontrado ao se dizer as mesmas coisas com outras palavras.” (Charles Chaplin)
A análise textual é a primeira abordagem do texto com vistas à preparação para sua análise aprofundada. Leitura atenta, mas sem buscar esgotar toda a compreensão do texto. A primeira leitura do texto é somente para tomar contato com toda a unidade, buscando uma visão panorâmica, uma visão de conjunto do raciocínio do autor e dos elementos básicos para a devida compreensão do texto.
	Essa análise textual pode ser encerrada com um resumo que apresentará uma visão de conjunto da unidade, pois enfocará as ideias mais relevantes do texto, permitindo uma visualização global. Nessa etapa o leitor não deve intervir no conteúdo da mensagem.
	Inicialmente, a leitura deve investigar sobre o que fala o texto, ou seja, o tema ou assunto com o qual o autor aborda as relações entre os vários elementos que o formam. Mas, além disso, é preciso captar a perspectiva de abordagem do autor, pois ela, define o âmbito dentro do qual o tema é tratado.
	Depois, avançando na tentativa de apreensão da mensagem do autor, capta-se a problematização do tema, porque não se pode falar coisa alguma a respeito de um tema se ele não se apresentar como um problema para aquele que discorre sobre ele. Mas a formulação do problema nem sempre é clara e precisa no texto, em geral é implícita, cabendo ao leitor explicitá-la.
	Em geral, os textos estruturados têm uma única ideia central, todas as demais ideias estão vinculadas a ela ou são complementares. No entanto, estruturam a argumentação, ou seja, o conjunto de ideias e proposições encadeadas, mediante os quais o autor demonstra sua posição ou raciocínio.
	A análise do tema serve de base para o resumo de um texto, tendo em vista a síntese das ideias do raciocínio e não a mera redução dos parágrafos. O resumo pode ser escrito com outras palavras, desde que as ideias sejam as mesmas do texto.
	Mas para uma análise interpretativa do texto tem-se, além da síntese das ideias do raciocínio, a compreensão geral do texto. Dessa forma, interpretar é tomar uma posição a respeito das ideias enunciadas. A interpretação leva o leitor à reflexão e, consequentemente, à escrita.
4.1 Técnicas de Elaboração de Textos
Um texto em prosa, de modo geral, pode ser estruturado a partir de três modalidades básicas: a narração, a descrição e a dissertação.
A narração é uma das modalidades mais explorada nos textos literários. Este tipo de texto é muito produzido nos primeiros anos de estudo e apresenta um menor grau de persuasão, pois nele, necessariamente, não é necessário que se aborde a verdade única e acabada já que abre-se para novas descobertas de sentido.
No curso universitário, a produção de textos está mais voltada para a realização de trabalhos monográficos, redação comercial e administrativa. Na universidade é necessário que se desenvolva relatórios, monografias, pesquisas bibliográficas e de campo, então o aluno utilizará principalmente os textos descritivos e dissertativos, principalmente este último que possui como base a apresentação e discussão de ideias. Num curso de Administração o aluno precisa também preocupar-se com as bases do desenvolvimento e redação de relatórios administrativos, contábeis, memorando, ofício, atas etc. 
Esses tipos de textos, chamados de textos técnicos, apresentam um maior grau de persuasão, pois abordam a verdade, que até pode ser contestada, mas não de forma abrangente.
A redação técnica, que cuida de fatos ou assuntos técnicos e científicos, usa a modalidade de linguagem escrita regida pelos princípios de objetividade e obediência às normas gramaticais. A precisão, a clareza e a concisão também são elementos fundamentais para o desenvolvimento de um texto técnico, que também deve obedecer a padrões estéticos (margens, parágrafos, espaçamentos, divisão do texto em tópicos e capítulos.
A redação técnica em sentido restrito engloba a produção de textos descritivos, narrativos e dissertativos, constantes de manuais de instrução, pareceres, relatórios de pesquisa, teses, dissertações científicas, monografias. Em sentido extenso, pode-se utilizar a expressão para designar, além dos textos citados, o relatório administrativo, de visitas, de auditoria, a carta comercial, o memorando, a ata, o ofício, o requerimento e outros. (MEDEIROS, 2007, p.22)
A linguagem do texto técnico precisa ser exata e denotativa, pois visa definir um objeto para informar ao leitor seus pormenores, esclarecendo o assunto ou descrevendo objeto propriamente dito.
Um relatório administrativo, se dirigindo ao presidente de uma empresa, focalizará aspectos diferentes daqueles enviado às chefias de departamento. A descrição de um sistema de informação será uma para um técnico e outra para o usuário; a descrição de um computador é uma para o leigo e outra para um técnico, e assim por diante. (MEDEIROS, 2007, p.25)
4.1.1 Resumo
O resumo é uma técnica que auxilia a reter as informações básicas de um texto. Através dele, o leitor poderá testar o seu grau de assimilação, sua capacidade de síntese e, mais que isso, utilizar essas informações para apresentar juízos, uma apreciação sobre seu objeto de estudo. É um tipo de trabalho didático comumente exigido em cursos superiores, seja de toda uma obra, de um único capítulo ou de um artigo. Não se trata propriamente de um trabalho de elaboração, mas sim de um trabalho de extração de ideias, de um exercício de leitura e entendimento.
Resumo é a apresentação concisa e seletiva dos pontos relevantes do texto em sequência de frases articuladas, destacando-se os elementos de maior interesse e importância, isto é, deve apresentar as principais ideias do autor da obra com fidelidade. É uma prática de análise e síntese. Consiste na seleção dos pontos mais importantes do texto e na eliminação do que é secundário. O resumo do texto é, na realidade, uma síntesedas ideias e não das palavras do texto. Não se trata de uma “miniaturização” do texto, mas sim de todo um processo de entendimento das suas ideias centrais. Deve-se apresentar o tema principal na primeira frase e usar a terceira pessoa do singular ou a forma impessoal, com verbo na voz ativa, de preferência em frases afirmativas. Deve-se valorizar somente a ideia principal do texto, agrupando os elementos semelhantes e distinguindo os que são diferentes.
4.1.2 Um exemplo de resumo
Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar ideias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisionou. Quando nós, professores, nos limitamos a dar aos nossos alunos temas para redação sem lhes sugerirmos roteiros ou rumos para fontes de ideias, sem, por assim dizer, lhes “fertilizarmos” a mente, o resultado é quase sempre desanimador: um aglomerado de frases desconexas, mal redigidas, mal estruturadas, um acúmulo de palavras que se atropelam sem sentido e sem propósito; frases em que procuram fundir ideias que não tinham ou que foram mal pensadas ou mal digeridas. Não podiam dar o que não tinham, mesmo que dispusessem de palavras-palavras, quer dizer, palavras de dicionário, e de noções razoáveis sobre a estrutura da frase. É que palavras não criam ideias; estas, se existem, é que, forçosamente, acabam corporificando-se naquelas, desde que se aprenda como associá-las e concatená-las, fundindo-as em moldes frasais adequados. Quando o estudante tem algo a dizer, porque pensou, e pensou com clareza, sua expressão é geralmente satisfatória. (GARCIA, 1977, p. 275) 
Observe os trechos sublinhados abaixo:
“Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar ideias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisionou. Quando nós, professores, nos limitamos a dar aos nossos alunos temas para redação sem lhes sugerirmos roteiros ou rumos para fontes de ideias, sem, por assim dizer, lhes “fertilizarmos” a mente, o resultado é quase sempre desanimador: um aglomerado de frases desconexas, mal redigidas, mal estruturadas, um acúmulo de palavras que se atropelam sem sentido e sem propósito; frases em que procuram fundir ideias que não tinham ou que foram mal pensadas ou mal digeridas. Não podiam dar o que não tinham, mesmo que dispusessem de palavras-palavras, quer dizer, palavras de dicionário, e de noções razoáveis sobre a estrutura da frase. É que palavras não criam ideias; estas, se existem, é que, forçosamente, acabam corporificando-se naquelas, desde que se aprenda como associá-las e concatená-las, fundindo-as em moldes frasais adequados. Quando o estudante tem algo a dizer, porque pensou, e pensou com clareza, sua expressão é geralmente satisfatória.”
Com as sequências sublinhadas no trecho acima, pode-se construir um esquema que sintetizará as ideias principais:
Aprender a escrever = aprender a pensar
Não se transmite o que não se criou ou guardou
Temas sem roteiro = mau resultado
Não bastam palavras e conhecimentos gramaticais
Se pensar com clareza, a expressão é satisfatória
A partir da leitura do texto, do destaque das partes fundamentais e da montagem da esquematização pode-se montar o resumo que condensará a ideia principal do texto.
Aprender a escrever é aprender a pensar, encontrar ideias e ligá-las. Só se pode transmitir o que a mente criou ou guardou. Se o professor dá o tema e não sugere roteiros, o resultado é desanimador, mesmo que o aluno tenha as palavras e conhecimentos gramaticais. Se pensar com clareza, a expressão será satisfatória.
4.1.3 Técnicas para a prática do resumo
Existem alguns pontos fundamentais que devem ser aplicadas para o desenvolvimento de um resumo.
Apagamento de elementos redundantes ou não relevantes para o entendimento do assunto apresentado no texto;
Generalização das ideias do texto: deve-se registrar as informações de modo geral;
Construir frases sintéticas que incluam várias ideias expostas no texto;
Agrupar os parágrafos/tópicos frasais que apresentam a mesma ideia.
4.1.4 Tipos de resumo
Há alguns tipos de resumos, cada qual indicado para uma finalidade específica:
Indicativo ou descritivo: faz referência às partes mais importantes que compõem o texto, utilizando-se de frases curtas, que correspondem ao elemento importante do texto. Apresenta um sumário dos aspectos relevantes do texto (tópicos), não dispensando a leitura do original.
Informativo ou analítico: quando contém todas as informações principais apresentadas no texto e permite dispensar a leitura do texto original. Tem a finalidade de informar o conteúdo e as principais ideias do autor (objetivos e assunto; resultados e conclusões). É uma apresentação condensada do texto, por meio das próprias palavras de quem faz o resumo, e quando cita as do autor, apresenta-as entre aspas. Deve ser composto por uma sequência de frases concisas. Nesse tipo elimina-se os gráficos, as citações, exemplificações excessivas, mantendo-se somente os pontos essenciais.
A ordem das ideias e a sequência dos fatos não devem ser modificadas na elaboração de um resumo. Também a opinião e os pontos de vista do autor devem ser respeitados, sem acréscimo de qualquer comentário ou julgamento pessoal de quem elabora o resumo. Exige-se fidelidade ao texto, mas não é necessário copiar frases ou trechos do original; ao contrário, deve-se empregar frases pessoais, com palavras do vocabulário que se costuma usar.
crítico: quando se formula, além das ideias centrais do texto, também um julgamento crítico a respeito do assunto abordado, ou seja, permite um julgamento de valor e opiniões de quem o elabora. Como nos tipos anteriores, não se deve fazer citações do original. O resumo crítico difere da resenha, que é um trabalho crítico mais amplo e elaborado.- 
	Um resumo bem elaborado deve obedecer aos seguintes itens:
apresentar, de maneira sucinta, o assunto da obra (20% da extensão do texto original);
não apresentar juízos críticos ou comentários pessoais, deve-se apenas registrar o que o autor escreveu, sem usar expressões como “segundo o autor”, “o autor afirmou que”;
respeitar a ordem das ideias e fatos apresentados;
empregar linguagem clara e objetiva;
evitar a transcrição de frases do original;
apontar as conclusões do autor;
dispensar consulta ao original para a compreensão do assunto.
4.1.5 Dicas para construir resumo
Ao resumir, atente para a escolha de um vocabulário apropriado, de padrão equivalente ao texto original (padrão culto da língua, pois você sempre estará trabalhando com textos científicos), e organize as ideias selecionadas de forma clara e coerente:
mantenha o título original;
leia atentamente o texto;
delimite o assunto e as ideias principais do texto;
defina o objetivo do texto;
observe as conclusões do autor do texto;
use linguagem objetiva;
evite repetições de frases do texto original;
respeite a ordem em que as ideias e os fatos são apresentados
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Resuma o texto apresentado abaixo.
Caça ao rato
								(Teles Alvarenga)
	Correu mundo a notícia de que a Inglaterra discute se proíbe ou não a caça à raposa. Ah, os ingleses! São encantadores em seu esnobismo e imbatíveis no senso de humor. Também são mestres em marketing. Aquele homem vestido de Batman que subiu a um parapeito do Palácio de Buckingham para defender os direitos dos pais divorciados conseguiu mais visibilidade num dia do que o primeiro-ministro Tony Blair em seis meses.
	Se queremos ser um país tão charmoso como a Inglaterra, devemos imitar alguns traços dos ingleses. Sugiro que, ao estilo britânico, comecemos com um golpe de marketing contra a corrupção. Precisamos desmascarar de uma vez por todas a roubalheira.Minha sugestão é instituir a semana da caça ao rato para dar maior visibilidade às denúncias. Uma ONG seria fundada para atirar em notórios corruptos com aquelas armas que lançam bolsas de tinta em vez de chumbo. Os integrantes dessas ONG procurariam os corruptos notórios e – plá – pintariam a camisa do distinto com um borrão vermelho. Entre os homens integrantes do governo, do Congresso, dos tribunais, das delegacias, das carreatas eleitorais e das concorrências públicas, há um bom número de ratos infiltrados. Plá. Plá. Plá. Lá se foram três para casa, trocar de roupa. Isso explodiria nas manchetes do dia seguinte.
	Nos últimos anos, o Brasil tomou novas medidas contra a corrupção, e elas estão funcionando. O Ministério Público colocou criminosos de colarinho branco na cadeia. O Congresso aprovou a Lei de Responsabilidade Fiscal, instrumento que leva à prisão o administrador público irresponsável com o dinheiro do contribuinte. Há CPIs a plena carga. A boa notícia é que existem instrumentos mais eficientes à disposição do poder público para coibir os ladrões. A má é que, por falta de conscientização da sociedade e dos próprios criminosos, a roubalheira continua ativa.
	A semana da caça ao rato seria uma espécie de ratoeira moral. Os militantes da ONG agiriam de maneira espetacular e meio suicida, como fazem os integrantes do movimento ecológico Greenpeace, que se penduram perigosamente em barcos de pesca para evitar a matança de alguma espécie.
	Não é apenas por uma questão moral que devemos nos preocupar com a caça ao rato. O combate à corrupção aumenta a riqueza dos países e diminui a miséria das classes excluídas. Veja esta comparação. Em um levantamento do Banco Mundial, o Brasil aparece em septuagésimo lugar numa lista de países classificados por ordem de honestidade. No índice de desenvolvimento humano da ONU, o Brasil ocupa o septuagésimo segundo lugar. Como se vê, corrupção e atraso andam lado a lado.
	É fácil entender por quê. Como metade da economia brasileira vive na informalidade, isto é, não paga impostos, falta dinheiro público para investir em educação, saúde, Justiça, polícia. As empresas que cumprem corretamente suas obrigações para o Fisco têm de arcar com impostos insuportáveis e com a concorrência desleal daqueles que atuam na clandestinidade. Nem estrangeiros nem brasileiros se animam a investir num país onde é preciso pagar propina para instalarem um negócio e, depois, fazer desembolsos ilegais periódicos para mantê-lo funcionando. A corrupção, porém, é apenas um traço cultural. É possível mudar essa herança. Um pouco de marketing não faria mal.
4.2 A Técnica da Descrição
4.2.1 O que é descrição?
	Descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de suas características individualizantes. Requer observação cuidadosa para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar elementos de forma aleatória, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica, identificadora, individualizante. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar com palavras, é criar.
Leia este diálogo:
 “João: Você leva uma pasta de couro ao escritório?
 Pedro: Em geral, levo.
 João: Como ela é?
 Pedro: É preta, com duas alças.”
	Dois dias depois trocou a pasta por outra que também era preta e possuía duas alças. Como João pôde identificar a troca se nunca a vira? Se Pedro a tivesse descrito com riqueza de detalhes, João teria identificado a troca. Sendo assim, pode-se dizer que consiste na recriação, por meio de palavras, de alguma coisa que uma pessoa quer dar a conhecer a outra. Desse modo, quem ouve ou lê uma descrição fica tendo uma imagem de algo com que, normalmente, ele não está em contato direto.
	As palavras, como substantivos, adjetivos e até verbos e advérbios possuem teor descritivo, mas nem toda a frase é um exemplo de descrição. Devemos somente considerar como descritivo um trecho cujo objetivo principal seja o de retratar algo, ou de não contar uma história ou de elaborar um raciocínio.
	A descrição nunca aparece sozinha num texto, ela está sempre acompanhada de narrações ou dissertações. Dentro dos textos as descrições possuem funções específicas. Por exemplo, num romance aparece a descrição de uma sala de estar, salientando duas velhas espadas presas em forma de X numa das paredes. Mais adiante, no texto, elas são usadas como arma num assassinato. Qual a finalidade, então, da descrição das espadas?
4.2.2 Funções gerais da descrição
	Todo aquele que descreve pretende transmitir uma idéia de como o “objeto” descrito é de fato (formato, cor, funcionamento etc.) ou pode ter como prioridade que seu leitor obtenha a mesma impressão que o autor sentiu ao se defrontar com o “objeto”. No primeiro caso, dizemos que a função é fazer ver (objetividade), pois refere-se a tudo aquilo que pertence ao objeto; enquanto, no segundo, é fazer sentir (subjetividade).
4.2.3 Descrição Objetiva
	A descrição objetiva, própria de textos técnicos, é a reprodução da realidade comum a todos. É a visão das características do objeto (tamanho, cor, forma, espessura, consistência, volume etc.). Nesse tipo de descrição, o objeto apresenta-se concretamente. É a descrição exata, que não busca despertar a emoção do leitor, mas pretende informar os elementos reais que compõem o objeto.
	Na descrição objetiva há preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular. O observador descreve o objeto como ele se apresenta na realidade, daí o predomínio de substantivos concretos, adjetivos pospostos, linguagem denotativa, frases com valor determinante, visão fria, isenta, imparcial e quantitativa do objeto, ordem lógica na apresentação dos elementos, frases curtas em ordem direta.
Exemplo:
	“Estavam no pátio de uma fazenda sem vida. O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do caseiro fechada, tudo anunciava abandono.”
(Graciliano Ramos)
	Através do texto podemos observar que há dois tipos de traços descritivos objetivos e são:
- traços substantivos: aqueles que se referem aos elementos componentes do objeto
- traços adjetivos: aqueles que qualificam os elementos ou os objetos como um todo.
4.2.4 Elaboração de texto descritivo
	Para fazer-se uma descrição nossa primeira preocupação deve ser com a captação da realidade a ser descrita através dos sentidos, dessa forma utilizamos traços substantivos e traços adjetivos:
4.2.4.1 Traços substantivos
	A descrição se inicia com a percepção dos elementos componentes (traços substantivos) do objeto a ser descrito. Esse trabalho dependerá, em certa medida, da própria natureza do objeto.
	Se o objeto for o vestuário de uma pessoa, os traços poderão ser: calça, camisa, gravata, paletó, colete, sapato, chapéu, etc. Cabe a pessoa que vai descrever, perceber e levantar esses traços.
	Observando qualquer objeto você pode iniciar a descrição listando os elementos que o compõem, primeiramente aquilo que está mais destacado e depois o que vem no fundo. Pode-se também apresentar uma visão geral do objeto a ser descrito, e depois os detalhes das partes que precisam de mais destaque.
4.2.4.2 Traços adjetivos
	Após o levantamento e listagem dos traços substantivos deve ser feita a qualificação desses traços, isto é, a apresentação dos traços adjetivos, enfocando:
posição: ao descrevemos uma figura, por exemplo, temos que tomar um objeto que a compõe como ponto de referência, e depois localizá-la em relação aos outros componentes da figura. (podemos utilizar as seguintes expressões: à esquerda, à direita, ao centro, ao fundo, acima, abaixo de etc.)
forma: fazer a menção ao formato do objeto ou ser descrito ou de algum de seus elementos pode ser esclarecedor para descrever algo. Pode-se dizer que o objeto é “triangular” ou “circular” por ser semelhante a um triângulo ou a um círculo.
cor: um dos pontosque mais contribuem para dar vida a uma descrição é o seu colorido geral. Uma das mágicas do texto verbal ou escrito é fazer surgir imagens na mente de quem ouve ou lê, e as cores são, sem dúvida, parte fundamental de uma imagem.
d) sons: os sons têm papel importante no nosso dia a dia, pois é através deles que ocorrem a comunicação, sendo natural, então, que eles apareçam em textos descritivos. Cada som possui uma fonte emissora e uma origem. Com base no texto abaixo podemos notar que:
e) cheiros, gostos e impressões táteis: podemos dar um tratamento similar aos traços olfativos como foi dado aos sons, isto é caracterização do traço e indicação de sua fonte de origem.
Para os traços táteis é preciso estar em contato com o objeto a ser descrito (material, textura, espessura etc.). Quanto ao paladar, os elementos são normalmente classificados em “doce, salgado, azedo, amargo etc.”.
4.2.5 Descrição de ambientes e paisagens
	Inicialmente na descrição de um lugar é necessário observar se o local é aberto ou fechado, pois os locais fechados serão denominados de ambiente e os locais abertos, de paisagem.
Convém utilizar processos diferentes para descrever esses dois tipos de lugares.
4.2.5.1 Descrição de ambientes
	Primeiro Parágrafo
	Comentário de caráter geral – localizar o ambiente.
	
	
Segundo Parágrafo
	Detalhes referentes à estrutura global do ambiente: paredes, chão, teto, luminosidade, aroma. 
Não esqueça que para realizar a descrição eficiente é necessário estabelecer uma ordem para a sua realização. Para descrever o ambiente você deverá montá-la da direita para a esquerda ou vice-versa. Não poderá misturar elementos das diferentes partes de um ambiente.
	
	Terceiro Parágrafo
	Detalhes específicos em relação a objetos existentes no ambiente: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou quaisquer outros objetos.
	
	Quarto Parágrafo
	Observações de caráter geral referente à luminosidade e cores.
	
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4.2.5.2 Descrição de paisagens
	Primeiro Parágrafo
	Observação de caráter geral referente à localização ou qualquer referência de caráter geral que identifique o local da paisagem a ser descrito. Pode-se identificar a região, município, estado etc.
	
	
Segundo Parágrafo
	Observações do pano de fundo: explicações do que se vê ao longe, sendo assim identificará de forma geral o entorno do local a ser descrito (algumas montanhas, região de floresta, zona periférica da cidade, entorno de um lixão etc.), posição do sol.
Deve-se também estabelecer uma ordem para se realizar essa descrição: dar preferência para a para uma direção – da esquerda para a direita, ou vice-versa.
	
	
Terceiro Parágrafo
	Observação dos elementos mais próximos, delimitando a área a ser descrita. Essa descrição também deve seguir uma determinada ordem, da esquerda para a direita ou vice-versa, detalhando todos os seus elementos constitutivos. Deverá se delimitar tipo de solo, dimensões etc.
	
	Quarto Parágrafo
	Observação de caráter geral que seja necessária para a visualização da referida área.
	
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5 CONSTRUÇÃO DE UM TEXTO DISSERTATIVO
	A vida cotidiana nos coloca constantemente a necessidade de expor ideias, opiniões, pontos de vista, pois, frequentemente, temos de deixar claro às pessoas com quem convivemos aquilo que pensamos sobre determinado assunto. Em alguns casos temos que persuadi-las a adotar ou aceitar a nossa forma de pensar e, para que isso ocorra, precisamos organizar palavras, frases, textos, a fim de, por meio da apresentação de ideias, dados e conceitos, chegarmos a conclusões.
	É a atitude linguística da dissertação que nos permite fazer uso da linguagem a fim de expor ideias, desenvolver raciocínios, encadear argumentos, atingir conclusões. Os textos dissertativos são produto dessa atitude e participam do nosso cotidiano falado ou escrito.
O texto dissertativo é o tipo de texto que expõe uma tese (ideias gerais sobre um assunto/tema) seguida de um ponto de vista, apoiada em argumentos, dados e fatos que a comprovem.
	Para a elaboração de um texto dissertativo existe uma forma já consagrada. Essa forma consiste em estruturarmos o material de que dispomos em três partes principais: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
	A introdução é a parte do texto que “não admite nada antes e pede alguma coisa depois”, segundo Aristóteles. Essa parte serve para situar o leitor sobre o assunto que será desenvolvido na sequência do texto. O desenvolvimento é o corpo do trabalho e se encarrega de elucidar o tema, apresentando os fatos, as ideias, as explicações e as razões. E, para finalizar o texto, deve-se apresentar fecho do texto, amarrando tudo aquilo que foi apresentado no desenvolvimento. Novamente segundo Aristóteles, a conclusão “ é o que pede alguma coisa antes e nada depois.”
5.1 Partes de um texto dissertativo
A elaboração de um texto dissertativo escrito deve ser produto de um plano de trabalho bem estruturado, do qual fazem parte as informações e os conceitos que vamos manipular, a posição crítica que queremos manifestar, o perfil da pessoa ou grupo a que nos dirigimos e o tipo de reação que nosso texto deve despertar. Em outras palavras: nosso texto dissertativo deve ser produzido de forma a satisfazer os objetivos que nos propusemos alcançar.
Existe uma forma já consagrada para a organização desse tipo de texto. Consiste em estruturarmos o material de que dispomos em três momentos principais: introdução, desenvolvimento e conclusão.
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Introdução
É o ponto de partida do texto, por isso, deve apresentar de maneira clara o assunto a ser tratado e também delimitar as questões referentes a esse assunto que serão abordados.
Desenvolvimento
É a parte do texto em que ideias, conceitos, informações, justificativas, provas, experiências, argumentos de que você dispõe serão desenvolvidos de forma organizada.
Esta parte do texto devolve as ideias apresentadas na introdução, que deverão ser explicadas, provadas com elementos da ciência, justificadas com dados concretos, exemplificadas, comparadas com elementos históricos ou geográficos, observados os seus pontos positivos e negativos.
Conclusão
É a parte final do texto, um resumo de tudo aquilo que já foi exposto para que se possa levantar perspectivas sobre o problema discutido e até possíveis soluções para ele.
5.2 Estrutura do texto dissertativo
O Pensamento Ecológico: da ecologia natural ao ecologismo
	Para entender o desenvolvimento do pensamento ecológico e a maneira como ele chegou ao seu atual nível de abrangência, é necessário partir da constatação de que o campo da Ecologia não é um bloco homogêneo e compacto de pensamento. Não é homogêneo porque nele vamos encontrar os mais variados pontos de vista e posições políticas, e não é compacto porque em seu interior existem diferentes áreas de pensamento, dotadas de certa autonomia e voltadas para objetos e preocupações específicos. Podemos dizer que, grosso modo, existem no quadro do atual pensamento ecológico pelo menos quatro grandes áreas, que poderíamos denominar Ecologia Natural, Ecologia Social, Conservadorismo e Ecologismo. As duas primeiras de caráter mais teórico-científico e as duas últimas voltadas para objetivos mais práticos de atuação social. Essas áreas, cuja existência distinta nem sempre é percebida com suficiente clareza, foram surgindo de maneira informal à medida que a reflexão ecológica se desenvolvia historicamente, expandindo seu campo de alcance.
	A Ecologia Natural, que foi a primeira a surgir, é a área do pensamento ecológico que se dedica a estudar o funcionamento dos sistemas naturais (florestas, oceanos, etc.), procurando entender as leis que regem a dinâmica de vida da natureza. Para estudar essa dinâmica, a Ecologia Natural, apesar de estar ligada principalmente ao campo da Biologia, se vale de elementos de várias ciências como a Química, a Física, a Geologia, etc. A Ecologia Social,por outro lado, nasceu a partir do memento em que a reflexão ecológica deixou de se ocupar do estudo natural para abarcar também os múltiplos aspectos da relação entre os homens e o meio ambiente, especialmente a forma pela qual a ação humana costuma incidir destrutivamente sobre a natureza. Essa área do pensamento ecológico, portanto, se aproxima mais intimamente do campo das ciências sociais e humanas. A terceira grande área do pensamento – o Conservadorismo – nasceu justamente da percepção da destrutividade ambiental da ação humana. Ela é de natureza mais prática e engloba o conjunto das ideias e estratégia da ação voltadas para a luta em favor da conservação da natureza e da preservação dos recursos naturais. Esse tipo de preocupação deu origem aos inúmeros grupos e entidades que formam o amplo movimento existente hoje em dia em defesa do ambiente natural. Por fim, temos o fenômeno ainda recente, mas cada vez mais importante, do surgimento de uma nova área do pensamento ecológico, denominada Ecologismo, que vem se constituindo como um projeto político de transformação social, calcada em princípios ecológicos e no ideal de uma sociedade não opressiva e comunitária. A ideia central do Ecologismo é de que a resolução da atual crise ecológica poderá ser concretizada apenas com medidas parciais de conservação ambiental, mas sim através de uma ampla mudança na economia, na cultura e na própria maneira de os homens se relacionarem entre si e com a natureza. Essas ideias têm sido defendidas em alguns países pelos chamados “Partidos Verdes”, cujo crescimento eleitoral, especialmente na Alemanha e na França, tem sido notável.
	Pelo que foi dito acima podemos perceber que dificilmente uma outra palavra terá tido uma expansão tão grande no seu uso social quanto a palavra Ecologia. Em pouco mais de um século ela saiu do campo restrito da Biologia, penetrou no espaço das ciências sociais, passou a denominar um amplo movimento social organizado em torno da questão da proteção ambiental e chegou, por fim, a ser usada para designar toda uma nova corrente política. A rapidez dessa evolução gerou uma razoável confusão aos olhos do grande público, que vê discursos de natureza diversa serem formulados em nome da mesma palavra Ecologia. Que relação pode haver, por exemplo, entre um deputado “verde” na Alemanha, propondo coisas como a libertação sexual e a democratização dos meios de comunicação, e um conservador biólogo americano que se dedica a escrever um trabalho sobre o papel das bactérias na fixação do nitrogênio? Tanto um como outro, entretanto, se dizem inseridos no campo da Ecologia. A chave para não nos confundirmos diante desse fato está justamente na percepção do amplo universo em que se movimenta o uso da palavra Ecologia.
								 Antônio Lago & José Augusto Pádua
Trabalhando o Texto
Divida o texto em introdução, desenvolvimento e conclusão. Justifique sua divisão.
Como se relacionam a introdução e o desenvolvimento? O que há de semelhante e de diferente entre esses dois momentos do texto?
Como se relaciona a conclusão com as outras duas partes do texto? O que ela tem de semelhante e de diferente em relação às outras duas partes do texto?
Qual a orientação adotada pelos autores para expor as quatro grandes áreas do pensamento ecológico? Em que parte do texto essa orientação foi explicitada?
É possível captar a posição dos autores diante do que apresentam? Comente.
5.3 Coesão e coerência textual
 “Pra escrever bem não é preciso muitas palavras, só saber como combiná-las. Pense no xadrez.”
 (Millôr Fernandes) 
“Palavras desconexas são como fragmentos de um jarro de porcelana. É preciso ‘colá-las’ interligá-las para se obter uma unidade de comunicação eficaz.” 
 (Othon M. Garcia) 
Coesão e coerência são conceitos fundamentais para a construção e compreensão do texto. Existem três pontos fundamentais para que ocorra a perfeita construção textual: manutenção da referência ao tema no decorrer do texto, apresentação de informações novas referentes ao tema e não apresentar informações contraditórias entre si.
5.3.1 Coesão textual
Entende-se por coesão a conexão entre os vários enunciados de um texto. Ideias bem articuladas e concatenadas resultam num texto bem construído e compreensível.
	Um texto para estar bem redigido precisa apresentar perfeita articulação entre as ideias que apresenta. Para obtê-la, é necessário promover o encadeamento semântico (significado, ideias) e o encadeamento sintático (mecanismos que ligam uma oração à outra). A coesão (elemento da frase A retomado na frase B) é obtida, principalmente, através dos elementos de ligação que proporcionam as relações necessárias à integração harmoniosa de orações e parágrafos em torno de um mesmo assunto. Assim sendo, a coesão compreende todos os recursos linguísticos que servem para estabelecer a ligação, a relação, a conexão entre as palavras, as expressões ou frases do texto. Entre esses recursos estão, por exemplo, o uso da elipse, dos sinônimos, dos conectivos e pronomes referenciais. 
Vejamos o texto abaixo de João Baptista Villela:
Um argumento cínico
(1) Certamente nunca terá faltado aos sonegadores de todos os tempos e lugares o confortável pretexto de que o seu dinheiro não deve ir parar nas mãos de administradores incompetentes e desonestos. (2) Como pretexto, a invocação é insuperável e tem mesmo a cor e os traços do mais acendrado civismo. (3) Como argumento, no entanto, é cínica e improcedente. (4) Cínica porque a sonegação, que nesse caso se pratica, não é compensada por qualquer sacrifício ou contribuição que atenda ‘a necessidade de recursos imanentes a todos os erários, sejam eles bem ou mal administrados. (5) Ora, sem recursos obtidos da comunidade não há policiamento, não há transportes, não há escolas ou hospitais. (6) E sem serviços públicos essenciais, não há Estado e não pode haver sociedade política. (7) Improcedente porque a sonegação, longe de fazer melhores os maus governos, estimula-os à prepotência e ao arbítrio, além de agravar a carga tributária dos que não querem e dos que, mesmo querendo, não tem como dela fugir – os que vivem de salário, por exemplo. (8) Antes, é preciso pagar, até mesmo para que não faltem legitimidade e força moral às denúncias de malversação. (9) É muito cômodo, mas não deixa de ser no fundo, uma hipocrisia, reclamar contra o mau uso dos dinheiros públicos para cuja formação não tenhamos colaborado. (10) Ou não tenhamos colaborado na proporção da nossa renda.
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Observe esse outro texto:
“John Lenon chegou mais tarde em casa na noite do dia 8 de dezembro de 1980, contrariando hábitos que adquirira em anos anteriores. Depois de ter ocupado o trono de maior astro da música pop internacional, o ex-Beatle havia se transformado num pacato homem doméstico. Cuidava do filho Sean, então com 5 anos, e preparava-se para lançar o álbum ‘Double Fantasy’, com sua mulher Yoko Ono.
Naquela noite, chegou à uma hora da manhã. Não chegou a entrar no edifício Dakota, em Nova York, onde morava; foi recebido com cinco tiros, disparados por um desconhecido, que saltou do crime para a fama e a prisão. Chamava-se Mark Chapman.”					(Folha de S.Paulo)
Depois de examinar os dois textos anteriores, busque compará-los com o apresentado na sequência.
“O futebol é o esporte mais popular do planeta. Os praticantes do futebol aumentam a cada ano. Considerando o sucesso da última Copa do Mundo de futebol, tudo indica que o futebol continuará a ser praticado e admirado por bilhões de pessoas. No entanto, é lamentável que os sucessos que certas seleções conseguem nos campos de futebol não sejam compatíveis com os índices sociais desses países. Parece que o futebol e a justiça social andam, muitas vezes, bem distantes.”
- Mecanismos de Coesão
1. Epítetos:é a palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa.
“Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo.”
2. Nominalizações: usada quando se emprega um substantivo que remete a um verbo anterior.
“Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era válido por serem parentes do assassino.”
3. Palavras ou expressões sinônimas ou quase-sinônimas
“Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro.”
4. Repetição de uma palavra: podemos repetir uma palavra quando não for possível substituí-la.
“A propaganda comercial ou ideológica está ligada aos objetivos e interesses da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou ideia não é dono da empresa, nem os representantes do sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais um veículo da ideologia dominante.”
5. Um termo-síntese
“O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.” (a palavra limitações sintetiza o que foi dito antes)
6. Pronomes
- Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.
- O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a educação integral.
- Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis vezes.
- Há uma diferença entre Paulo e José. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele tende a perdoar.
7. Numerais
- Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar dominado o assunto.
- Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia justamente o contrário, que não chegaria mais naquela data.
8. Advérbios pronominais (aqui, ali, lá, aí...)
“Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vince: a “Nona Lisa”.”
9. Elipse
“O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão e (ele) fez então seu discurso emocionante.”
10. Repetição do nome próprio (ou parte dele)
“Lygia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é autora de Antes do baile verde, um dos melhores livros de contos da nossa literatura.”
11. Metonímia: substituição de uma palavra por outra, com relação de contiguidade semântica.
“O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O Planalto diz que não aceita qualquer remarcação de preço.”
12. Associação: uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado contexto vínculos precisos de significação.
“São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito provocando engarrafamentos com 200 quilômetros”. (a palavra alagamento surgiu por estar associada a enchentes)
- Elementos de Coesão
Prioridade, relevância: em primeiro lugar, primeiramente, acima de tudo, principalmente, sobretudo.
Tempo (frequência, duração, ordem): então, enfim, logo, depois, imediatamente, logo após, a princípio, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente, às vezes, sempre, ao mesmo tempo, simultaneamente, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre, assim que.
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, etc.
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
Adição, continuação: além disso, demais, ainda mais, ainda por cima, por outro lado, também, e, nem, não só, mas também.
Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, é provável, não é certo, se é que.
Certeza, ênfase: (marca muito a opinião) de certo, por certo, certamente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegualavelmente, com toda certeza.
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, de súbito, imprevisivelmente, surpreendentemente.
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, isto é, em outras palavras, ou por outra, a saber.
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de.
Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, dentro, fora, mais adiante, além, lá, ali.
Resumo, recapitulação, conclusão: (expressões que finalizam uma redação, geralmente são usadas na conclusão) por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, porque, porquanto, pois, que, já que, uma vez que, como, portanto, logo, pois.
Contraste, oposição, restrição: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, mesmo, mas, contudo, todavia, entretanto, embora, apesar de, ainda que, ainda assim, posto que.
Exercícios
1. Tome as orações do trecho apresentado abaixo e una-as de modo a que formem apenas três períodos. 
“A atmosfera terrestre é diariamente bombardeada por toneladas de corpos celestes. A maior parte deles se desintegra no ar. Alguns conseguem alcançar as superfícies. Estes geram um impacto de magnitude considerável. A frequência com que impactos desse tipo ocorrem é de milhões de anos. O risco de acontecerem agora ou em um futuro próximo é pequeno.” (Ciência Hoje)
2. O texto abaixo reproduz a fala de um professor universitário em uma aula. Mantenha todas as informações dadas e transforme essa fala em um texto adequado à modalidade escrita (formal).
“[...] Tem uma distinção hoje... bastante grande... entre a figura do proprietário e a figura... hã... do administrador... não significa que o proprietário não... possa administrar sua empresa... né... mas ele deve administrar ela de acordo com técnicas gerenciais [...]”
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5.3.2 Coerência textual
A coerência (do latim cohaerentia, o que está junto ou ligado) consiste em ordenar e interligar as ideias de maneira clara e lógica para que não apresentem contradições. Sem a presença da coerência é praticamente impossível obter a unidade e a clareza que são necessárias para a construção textual. .
1. Compatibilidade das informações do texto com os dados da realidade e experiências científicas: todo texto deve apresentar informações que podem ser comprovadas pelo nosso conhecimento de mundo e por experimentações científicas, pois se elas forem incompatíveis com esses conhecimentos, provocarão contradições nas afirmações presentes no texto. Esse tipo de incoerência desqualifica totalmente o enunciador do texto. 
“A Sexta-Feira Santa é a data em que se comemora o enforcamento de Jesus Cristo.”
2. Presença de contradições entre frases ou entre parágrafos: a coerência depende da compatibilidade de sentido entre as partes do texto, que não podem chocar-se. Jamais poderemos afirmar algo e, em seguida, negar o que se afirmou anteriormente. 
Em um texto em que se defende a total liberdade de expressão, não caberia apoiar qualquer tipo de censura, o que resultaria em patente contradição.
3. Falta de encadeamento argumentativo: os argumentos precisam estar em harmonia entre si. Para garantir isso, você deverá selecionar adequadamente evidências e justificativas a serem integrados em seu texto. Não há sentido, portanto, em confrontar argumentos – isso resulta em contradições que impedirão o leitor do texto conhecer o seu real posicionamento.
4. Circularidade ou quebra de progressão discursiva: a falta de ideias não raro leva à redundância – recurso que consiste em apresentar as mesmas ideias, mudando apenas as palavras. Dessa forma, o texto não progride, não avança. Deve-se, ainda, evitar o “vai-e-vem” (abordar um enfoque, interrompê-lo e voltar a abordar noutro parágrafo). Esgote cada enfoque antes de passar

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