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MEDIDA DE SEGURANÇA

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Anotações de Helen dos Santos
MEDIDA DE SEGURANÇA 	Comment by HELEN SANTOS: * IMPUTÁVEL – é o indivíduo mentalmente são e desenvolvido, capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. (sujeito à PENA)* INIMPUTÁVEL – é o indivíduo inteiramente incapaz de entender a ilicitude do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. (sujeito à MEDIDA DE SEGURANÇA) -vide artigo 26 caput do Código Penal* SEMI-IMPUTÁVEL – é o indivíduo que, embora aparentemente são, não tem plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se conforme esse entendimento. -vide artigo 26, parágrafo único do Código Penal
1. FUNDAMENTO/ CONCEITO/ DISTINÇÃO ENTRE PENA E MEDIDA DE SEGURANÇA
Pena e Medida de Segurança não são a mesma coisa. A Pena, depois de comprovada a culpabilidade, é de caráter curativo, tem natureza preventiva e punitiva, enquanto que, a Medida de Segurança é somente de caráter preventivo (conferir compulsoriamente tratamento ao seu destinatário), fundada na periculosidade do agente. É aplicada pelo juiz da sentença, por prazo indeterminado, aos inimputáveis e, eventualmente, aos semi-imputáveis, a fim de evitar que tornem a delinquir. 
2. PERICULOSIDADE:
Propensão de alguém para o mal, revelada por seus atos anteriores, ou conjunto de circunstâncias que indicam a possibilidade da prática de um crime.
Para Zaffaroni: “O simples perigo para os outros ou para a própria pessoa, e não o conceito de periculosidade penal, limitado a probabilidade da prática de crimes”; Para Mirabete: a periculosidade constitui “um estado subjetivo, mais ou menos duradouro, de antissociabilidade ou, como explica Plácido e Silva, é a que se evidencia ou resulta da prática do crime e se funda no perigo de reincidência (no sentido de probabilidade de voltar a delinquir).;
2.1 ESPÉCIES DA PERICULOSIDADE
Presumida: para o inimputável (art. 26)
Real: deve ser aferida por perícia em se tratando de semi-imputável (art. 26, P.Ú.)
Detentiva:
Restritiva:
3. SISTEMA DE APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA
Existem dois sistemas para a aplicação das medidas de segurança. O sistema VICARIANTE, que só permite a aplicação de uma espécie de sanção penal ao acusado, e o sistema DUPLO BINÁRIO, que permite a aplicação cumulativa de pena + medida de segurança.
Atualmente, o sistema adotado é o vicariante, devendo o juiz aplicar pena OU medida de segurança (e nunca as duas cumulativamente!).
Aos inimputáveis será sempre aplicada a medida de segurança, para os semi-imputáveis será aplicada pena ou medida de segurança. 
Para os semi-imputáveis, será aplicada pena ou medida de segurança. Quanto a estes, o juiz deve aplicar a pena privativa de liberdade necessariamente reduzida de ⅓ a ⅔ (artigo 26, parágrafo único do CP). Não havendo prova de tal periculosidade, o magistrado manterá a pena privativa de liberdade. 
4. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS 
Legalidade (art. 5º, XXXIX, CF)
Anterioridade (irretroatividade da lei mais severa)
Retroatividade da lei benéfica 
Jurisdicionariedade 
5. ESPÉCIES DA MEDIDA DE SEGURANÇA
A medida de segurança tem 2 espécies:
	Internação/Detentiva
	Ambulatorial
	Para RECUSÃO
	Para DETENÇÃO
Internação (detentiva) - Exames: psiquiátrico, criminológico e de personalidade (LEP arts. 100, 174, 8º e 9º). Crimes punidos com reclusão sempre acarretam medida de segurança detentiva. (CP, art. 96, I, b).
Tratamento ambulatorial (restritiva) - Apenas para contravenções ou infrações punidas com detenção (CP, art. 97, in fine). Exame criminológico facultativo (LEP, art. 104).
Medida de segurança provisória - foi abolida pela reforma penal em 1984.
6. PRESSUPOSTOS DE APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA 
Probabilidade de condenação do inimputável (tipicidade, materialidade, autoria, antijuricidade e inexistência de excludente de culpabilidade) e ou condenação do semi-imputável perigoso. 
Para que o magistrado possa, ao decretar a sentença, determinar a aplicação de medida de segurança, são necessários os seguintes pressupostos: 
Que haja prova que o acusado cometeu fato típico e antijurídico = Assim, se ficar demonstrado que o fato é ATÍPICO ou se não houver prova de que o réu cometeu a infração penal, deve ser absolvido sem a adoção de qualquer outra providência, ainda que a perícia ateste tratar-se de pessoa perigosa. Da mesma maneira, se ficar demonstrado que agiu em legítima defesa, estado de necessidade, etc.
 Que exista prova da periculosidade do agente em razão da periculosidade decorrente de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
A periculosidade é presumida quando a perícia atesta que o réu é inimputável: o fato de haver prova prática de infração penal leva à inexorável conclusão de que se trata de pessoa perigosa, que pode voltar a delinquir, e torna necessária a aplicação da medida de segurança. Neste caso, estabelece o art. 386, parágrafo único, III, Código de Processo Penal que o juiz absolverá o réu e aplicará a medida de segurança. É a chamada sentença ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA. 
Já nos casos dos semi-imputáveis, é preciso que a perícia ateste que o agente estava parcialmente privado de sua capacidade de entendimento e autodeterminação em razão da deficiência mental e afirme que, em razão disso, há elementos para concluir que é provavel que torne a delinquir se nao houver tratamento. É a chamada PERICULOSIDADE REAL como pressuposto para a aplicação da medida de segurança em substituição à pena privativa de liberdade para os semi-imputáveis. Para estes, portanto, a sentença tem sempre natureza condenatória, pois o juiz aplica pena privativa de liberdade e, em seguida, se for o caso, a substitui pela medida de segurança.
6.1 DURAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA
Quer se trate de inimputável ou de semi-imputável, a internação ou o tratamento ambulatorial serão aplicados sempre por tempo indeterminado, perdurando enquanto não averiguada, mediante perícia médica, a cessação da periculosidade. 
Em qualquer hipótese, o período mínimo de internação será decidido pelo juiz na sentença, podendo variar de 1 a 3 anos (arts. 97, parágrafo 1º e 98 do CP). Na escolha do período mínimo, o juiz deve levar em conta a gravidade da infração praticada.
A referida perícia médica será realizada ao término do prazo mínimo fixado na sentença e, posteriormente, será repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se assim determinar o juiz das execuções.
A lei não prevê prazo máximo para o término da medida de segurança, caso não constatada a cessação da periculosidade. Existem, entretanto, alguns julgados do STJ estabelecendo que o condenado não pode ser submetido à medida de segurança por tempo superior ao máximo previsto em abstrato no tipo penal como pena. O STF, por sua vez, decidiu em definitivo a questão, firmando interpretação no sentido de que o prazo máximo é o de 30 anos mencionado no art. 75 do CP. 
Apesar de não haver previsão legal expressa, é possível que o juiz, diante da melhora no quadro da pessoa sujeita à medida de segurança de internação, substitua-a pelo tratamento ambulatorial.
O entendimento firmado pelo STJ, é no sentido de que "tendo em vista que a medida de segurança possui caráter preventivo, curativo e terapêutico, a internação deve durar enquanto não cessada a periculosidade do agente". Ou seja, a medida só deve perdurar pelo tempo necessário. Logo, caso o juiz fixe por um período de 3 anos, exemplificado, e o agente, tenha cessado sua periculosidade em 2, o indivíduo deve ser solto. Dá pra aplicar até o princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1, III da CF. Portanto, é de se concluir que a medida pode ser revogada antes do tempo, é claro, desde que provada.
7. EXECUÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA 
Superveniência -
Doença temporária -
Duradoura -
O procedimento da execução das medidas de segurança é regulado pelos arts. 171 a 179 da LEP.
Inicialmente, estabelecido pelo art. 171 que, transitado em julgadoa sentença que tenha aplicado a medida de segurança, será determinada a expedição da respectiva guia de internação ou de tratamento ambulatorial. 
Por sua vez, o art. 172 diz que, ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, sem a mencionada guia, expedida pela autoridade judiciária. 
Esta guia é expedida pelo escrivão (e subscrita por este e pelo juiz), será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá, nos termos do art. 173 da LEP.
O MP deverá ser cientificado da extração da guia de internação ou tratamento (art. 173, parágrafo 1º). 
A medida de segurança provisória foi abolida pela reforma penal de 1984.
8. COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO 
É aplicada pelo juízo da condenação. O juízo pode:
Converter o tratamento
Converter pena em Medida de Segurança
9. HIPÓTESES EM QUE NÃO SE APLICA A MEDIDA DE SEGURANÇA
Absolvição por falta de provas
Crime impossível (art. 17)	Comment by HELEN SANTOS: CRIME IMPOSSÍVEL:Podemos afirmar que crime impossível é aquele que, pela ineficácia total do meio empregado ou pela improbidade absoluta do objeto material, é impossível de se consumar. Ou seja, é uma causa geradora de atipicidade, pois descreve um crime cuja ação é impossível de se realizar (art. 17 do CP). Hipóteses de crime impossívela) Ineficácia absoluta do meio: O meio empregado ou instrumento utilizado para a execução do crime jamais o levarão à consumação. Ex: Utilizar um palito de dente para matar uma pessoa adulta.OBS: Se a ineficácia for relativa, teremos um caso de tentativa de não de um crime impossível.b) Improbidade absoluta do objeto material: A pessoa ou coisa sobre que recai a conduta é absolutamente inidônea para a produção de algum resultado lesivo.Ex: Utilizar uma arma de fogo para matar um cadáver.OBS: Se a improbidade for relativa será tentativa!
Na mera determinação, investigação ou auxílio (art. 31)
10. PRAZOS
De 1 a 3 anos - para que se faça um novo exame para aferir a periculosidade
Critério - Gravidade da conduta ou da doença mental
Detração (CP, art. 42) 	Comment by HELEN SANTOS: DETRAÇÃO:É o abatimento, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, do tempo que o agente ficou preso antes da prolação de sentença condenatória definitiva, seja por prisão provisória decorrente de prisão em flagrante, preventiva, temporária, bem como em virtude de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, visando impedir o abuso do poder-dever de punir do Estado, a fim de que o criminoso não sofra punição desnecessária.
PRAZO MÁXIMO:
Não existe um prazo máximo.
A pena corresponde ao crime
Máximo 30 anos (STF)
STJ Súmula nº 527
É uma resposta penal, sempre tem que ser temporária/passageira, não pode ser eterna. Tem que obedecer o princípio da pena, ou seja: pena de 30 anos = M.S. de 30 anos / pena de 5 anos = M.S. de 5 anos …
OBS: perigosos imputáveis podem ser interditados, em casos que se comprova a periculosidade quando ele ainda não cometeu um crime.
11. DESINTERNAÇÃO 
Nos termos do parágrafo 3º do artigo 97 do Código Penal, a desinternação, ou a liberação, será sempre condicional, devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. 
Inicialmente, deve ser esclarecido que com a chamada desinternação o doente deixa o tratamento realizado em regime de internação junto ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico e dá início, agora, ao tratamento em regime ambulatorial. Ele ainda se encontra em tratamento, mas não há mais necessidade de continuar internado para este fim. 
Pode acontecer, contudo, que pelo exame de cessação de periculosidade se verifique que o paciente já se encontra completamente restabelecido do mal que o afligia, sendo que, neste caso, o juiz determinará a sua liberação, ou seja, não mais estará obrigado a continuar o tratamento por ele iniciado, seja em regime de internação ou mesmo por tratamento ambulatorial.
Concedida a desinternação ou a liberação, o juiz da execução estipulará certas condições que devem ser observadas pelo agente, conforme preconiza o art. 178 da LEP.

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