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324711527 Modelo Da Peca 03 Apelacao (1)

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1 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE NATAL/RN 
 
 
 
 
CAIO, já qualificado nos autos da ação penal nº ..., que lhe move a Justiça Pública, 
por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável 
sentença condenatória, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do 
prazo legal, interpor 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 
com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal. 
 
 Requer seja recebida e processada a presente apelação e encaminhada, com 
as inclusas razões, ao E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte. 
 
 Termos em que, 
 Pede deferimento. 
 
 Local, 13 de julho de 2015. 
 Advogado, OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
 
Processo nº ... 
Apelante: Caio 
Apelada: Justiça Pública 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte, 
Colenda Câmara, 
Douto Representante do Ministério Público 
 
 Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. Juiz “a quo”, impõe-se a 
reforma da respeitável sentença proferida contra a apelante, pelas razões de fato e 
de direito a seguir expostas. 
 
I – DOS FATOS 
 Rita foi denunciada, processada e condenada pelo Juízo de primeiro grau pela 
prática do crime tipificado no artigo 213 do Código Penal, por duas vezes, na forma 
do artigo 71 também do Código Penal, já que, segundo consta da denúncia, no 
carnaval de 2015, no mês de fevereiro, obrigou a vítima Joana, mediante grave 
ameaça, a praticar com ele conjunção carnal e outros atos libidinosos. A pena foi 
fixada no total de 10 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicial fechado. 
 
II – DO DIREITO 
 (APRESENTAÇÃO DA TESE) Deve ser afastado o concurso de crimes 
aplicado na r. sentença de primeiro, já que se trata de crime único. Vejamos. 
 (PREMISSA MAIOR) Nos termos do artigo 213 do Código Penal, configura-se 
o crime de estupro mediante a conduta de “constranger alguém, mediante violência 
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se 
pratique outro ato libidinoso”. 
 O tipo penal em questão é classificado como misto alternativo, de modo que há 
crime único ainda que praticada mais de uma conduta no mesmo contexto contra a 
mesma vítima. 
 (PREMISSA MENOR) No caso, em uma noite do carnaval de 2015, o apelante 
foi até a casa de Joana e, utilizando-se de grave ameaça, obrigou-a a praticar 
 
 3 
conjunção carnal e outros atos libidinosos com ele. Depois, o apelante deixou o local, 
exigindo que Joana não contasse o ocorrido para qualquer pessoa. 
 Ora, conforme se verifica dos fatos objeto do presente feito, houve a prática de 
conjunção carnal e outros atos libidinosos, mas todos eles ocorreram no mesmo 
contexto e tiveram como vítima Joana. 
 (CONCLUSÃO) Assim, não há que se falar em concurso de crimes, como 
decidido pelo Juízo sentenciante, mas sim em crime único. 
 (APRESENTAÇÃO DA TESE) De outro lado, mostra indevido o aumento 
operado na primeira fase da dosimetria da pena. 
 (PREMISSA MAIOR) Nos termos do artigo 59 do Código penal, ao fixar a pena-
base do condenado deverá atender “à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta 
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do 
crime, bem como ao comportamento da vítima”. 
 A esse respeito, conforme o entendimento firmado na Súmula 444 do C. 
Superior Tribunal de Justiça, “é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações 
penais em curso para agravar a pena-base”. 
 (PREMISSA MENOR) No caso em pauta, a pena-base de Caio foi exasperada 
ao fundamento de que teria maus antecedentes, bem como de que houve violação da 
liberdade sexual da mulher. 
 Ocorre que os apontamentos constantes de sua folha de antecedentes indicam 
a existência de dois outros processos criminais ainda em andamento, não havendo 
trânsito em julgado das mencionadas condenações. 
 Quanto ao aumento pela violação à liberdade sexual da mulher, verifica-se a 
ocorrência de bis in idem, já que tal circunstância é inerente ao tipo penal em questão. 
 (CONCLUSÃO) Mostrando-se indevidos os fundamentos apresentados pelo 
Juiz neste ponto da sentença, a pena-base de Caio deve ser reduzida ao patamar 
mínimo legal. 
 (APRESENTAÇÃO DA TESE) Ainda, mostram-se aplicáveis as circunstâncias 
atenuantes da menoridade relativa e da confissão espontânea. 
 (PREMISSA MAIOR) Consoante dispõem os incisos I e III, alínea “d”, do artigo 
65 do Código Penal, deve ser atenuada a pena do réu que era menor de 21 na data 
dos fatos, bem como daquele que espontaneamente confessa a prática delitiva. 
 (PREMISSA MENOR) Caio nasceu em 25 de março de 1994, sendo que o 
delito foi cometido em fevereiro de 2015, ou seja, quando ainda era menor de 21 anos. 
 
 4 
Ora, sendo assim, deve incidir a referida atenuante, mesmo que atualmente ele seja 
maior de 21 anos. 
Ademais, consta dos autos que o apelante confessou ter praticado as condutas 
constantes da denúncia, o que faz incidir também a atenuante da confissão 
espontânea. 
 (CONCLUSÃO) Portanto, na segunda fase da dosimetria da pena, devem ser 
aplicadas as atenuantes previstas nos incisos I e III, alínea “d”, do artigo 65 do Código 
Penal. 
 (APRESENTAÇÃO DA TESE) Subsidiariamente, caso seja mantida a 
condenação por dois crimes de estupro, em continuidade delitiva, deve ser reduzido 
o respectivo aumento. 
 (PREMISSA MAIOR) Dispõe o artigo 71 do Código Penal que, praticados os 
crimes em continuidade, a pena será exasperada de 1/6 a 2/3. Em leitura a esse 
dispositivo, a jurisprudência firmou o entendimento de que o critério a ser adotado 
para fixação do quantum de redução é o número de condutas praticadas. 
 (PREMISSA MENOR) In casu, como visto, a condenação foi por apenas dois 
crimes de estupro, o que determina o aumento mínimo, não se justificando a 
exasperação em 1/2 operada pelo Magistrado sentenciante. 
 (CONCLUSÃO) Assim sendo, se mantido o concurso de crimes, o respectivo 
aumento deve ser no patamar mínimo de 1/6. 
 (APRESENTAÇÃO DA TESE) Por fim, a sentença deve ser reformada quanto 
ao regime inicial para o cumprimento da pena privativa de liberdade. 
 (PREMISSA MAIOR) Prevê o artigo 33, §2º, alínea “b”, do Código Penal que “o 
condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 
8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto”. 
 Neste ponto, cumpre destacar que o fato de crime em tela ser hediondo, nos 
termos do artigo 1º, inciso V, da Lei 8.072/90, não determina a imposição do regime 
inicialmente fechado, já que a previsão do artigo 2º, §1º, de tal Lei é inconstitucional, 
já que viola o princípio da individualização da pena (artigo 5º, inciso XLVI, da 
Constituição Federal). 
 (PREMISSA MENOR) No presente caso, a justificativa apresentada em 
sentença foi justamente a mencionada previsão do regime inicialmente aberto contida 
na Lei de Crimes Hediondos. 
 
 5 
 (CONCLUSÃO) Portanto, deve ser determinado o início do cumprimento da 
pena corporal no regime semiaberto, adequado à quantidade de pena aplicada, em 
atenção à individualização da pena. 
 
III – DO PEDIDO 
 Ante o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, para que 
seja reconhecida a ocorrência de crime único de estupro, com a redução da pena-
base ao patamar mínimo legal e o reconhecimento das atenuantes da menoridade 
relativa e da confissão, previstas nos incisos I e III, alínea “d”, do artigo 65 do Código 
Penal. Subsidiariamente, mantido o concurso de crimes, requer-se a redução do 
aumento ao patamar mínimo de 1/6. Em qualquer dos casos,pugna-se pela fixação 
do regime inicialmente semiaberto, nos termos do artigo 33, §2º, alínea “b”, do Código 
Penal. 
 
Local, 13 de julho de 2015. 
Advogado 
OAB

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