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A Teoria do Ordenamento Jurídico de Norberto Bobbio de César.docx

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A Teoria do Ordenamento Jurídico de Norberto Bobbio.
Salvador-BA
2017
César Santos Cardoso
A Teoria do Ordenamento Jurídico de Norberto Bobbio.
Trabalho a ser apresentado ao Curso de Direito da Faculdade Dois de julho, como requisito avaliativo da disciplina de IED – Introdução ao Ensino de Direito, com orientação do Professo Jorge Cruz.
Salvador-BA
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................2
O QUE É O ORDENAMENTO? .........................................................................3
COMO FUNCIONA O ORDENAMENTO .........................................................3
EXPLANAÇÃO DE KELSEN SOBRE O ORDENAMENTO ..............................4
A DIFERENÇA ENTRE KELSEN E MIGUEL REALE SOBRE O ORDENAMENTO JURÍDICO ............................................................................5
CONCLUSÃO ....................................................................................................6
REFERÊNCIAS ..................................................................................................7
INTRODUÇÃO
	Este texto trata da obra de Norberto Bobbio, denominada Teoria do Ordenamento Jurídico. Nessa obra, Bobbio, estuda o conjunto de normas que constituem o ordenamento jurídico. Para este autor as normas jurídicas nunca existem isoladamente, mas sempre em um contexto de normas com relações particulares entre si e a este contexto de normas é o que costumamos chamar de ordenamento.
A definição do Direito, adotada por ele nesta obra não coincide com a de justiça. A norma fundamental está na base do Direito como ele é (o Direito Positivo), não do Direito como deveria ser (o Direito Justo). Já o conceito de negócio jurídico é manifestamente o resultado de um esforço construtivo e sistemático no sentido do sistema empírico que ordena generalizando e classificando.
Considera que a situação de normas incompatíveis entre si é uma dificuldade tradicional frente à qual se encontram os juristas de todos os tempos. Posteriormente, trata também das questões relativas às lacunas, dizendo que esta existe quando há a falta de uma norma. Para ele, um ordenamento é completo quando o juiz pode encontrar nele uma norma para regular qualquer caso que se lhe apresente. Podemos dizer que um ordenamento é completo quando jamais se verifica o caso de que a ele não se podem demonstrar pertencentes nem certa norma nem a norma contraditória. Acrescenta que nos tempos modernos o dogma da completude tornou-se parte integrante da concepção estatal do Direito, isto é, daquela concepção que faz da produção jurídica um monopólio do Estado.
Uma norma que regula um comportamento não só limita a regulamentação e, portanto, as consequências jurídicas que desta regulamentação derivam para aquele comportamento, mas ao mesmo tempo excluem daquela regulamentação todos os outros comportamentos. Assim, diz que as normas nunca nascem sozinhas, mas aos pares: cada norma particular, que poderemos chamar de inclusiva, está acompanhada, como se fosse por sua própria sombra, pela norma geral exclusiva.
DESENVOLVIMENTO
Para Bobbio, por mais numerosas que sejam as fontes do direito num ordenamento complexo, tal ordenamento constitui uma unidade pelo fato de que, direta ou indiretamente, com voltas mais ou menos tortuosas, todas as fontes do direito podem ser remontadas a uma única norma.
O primeiro elemento, explica Norberto Bobbio, também denominado de avaloratividade, está relacionado com o objetivo de transformar o estudo do direito “... numa verdadeira e adequada ciência que tivesse as mesmas características das ciências físicomatemáticas, naturais e sociais.” A ideia é a de que a ciência deseja ser um conhecimento puramente objetivo da realidade, constituindo-se apenas em juízos de fatos e excluindo os juízos de valor, na medida em que “... o juízo de fato representa uma tomada de conhecimento da realidade...” e sua formulação tem apenas a finalidade de informar, ao passo que juízo de valor, ao contrário, “... representa uma tomada de posição frente à realidade...” e a sua formulação possui a finalidade de influir sobre o outro. Deseja-se uma ciência puramente descritiva, que elimine qualquer juízo de valor na exposição do direito.
O Que É O Ordenamento?
Ordenamento jurídico é o conjunto de normas de um estado expressas em lei. É um sistema normativo, que estabelece uma ordem na qual o direito deve respeitar em relação às leis e normas estabelecidas no país, de forma que o Poder Jurídico realize seu trabalho com base nestas. 
Ordenamento jurídico não possui um sinônimo exato, mas outras expressões substituem, como disposição hierárquica do conjunto de leis, ou sistema normativo jurídico.
Como funciona o ordenamento
O ordenamento jurídico brasileiro tem a seguinte sequência, em ordem direta de superioridade:
1. Constituição Federal de 1988;
2. Leis, decretos e jurisprudências;
3. Atos normativos, portarias e resoluções;
4. Contratos, sentenças judiciais, atos e negócios jurídicos.
Portanto, contratos feitos entre civis estão subordinados a resoluções e atos normativos, que por sua vez devem estar de acordo com as leis e decretos publicados, que estão subordinados à Constituição.
O Ordenamento Jurídico Brasileiro é influenciado pelo direito romano-germânico, e tem caráter civilista. A lei maior do Estado é a Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de Outubro de 1988. A Constituição define que a União é dividida em três poderes independentes e harmônicos entre si: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. E a partir da divisão dos poderes cabe a cada um deles manter o ordenamento jurídico, conforme suas competências. 
No Ordenamento Jurídico Brasileiro, os estados e municípios possuem autonomia para elaborar Constituições Estaduais e suas próprias leis, desde que subordinadas à Constituição Federal. O Poder Legislativo deve elaborar as leis que farão parte do ordenamento jurídico nacional. E o Poder Judiciário é responsável pela manutenção e aplicação das leis e da Constituição. 
Os instrumentos do Ordenamento Jurídico brasileiro estão dispostos na Constituição, e são eles: emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, e medidas provisórias.
Explicação de Kelsen sobre o ordenamento
A Teoria Pura do Direito torna-se a principal obra de Hans Kelsen por tratar de assuntos extremamente jurídicos, ou seja, ao investigar o Direito, Kelsen utiliza apenas aspectos jurídicos e exclui tudo o que é externo ao direito.
De acordo como o autor: “Quando a si própria se designa como “pura” teoria do Direito, isto significa que ela se propõe garantir um conhecimento apenas dirigido ao Direito e excluir desse conhecimento tudo quanto não pertença ao seu objeto, tudo quanto não se possa, rigorosamente, determinar como Direito.” (Kelsen, 1998, p. 1). Assim, percebe-se que sua teoria recebe essa nomenclatura por não aceitar a existência de aspectos políticos, históricos, sociais ou qualquer outro que não seja do meio jurídico.
O direito é interpretado por Kelsen através de um método próprio, no qual, caracteriza-o como princípio metodológico fundamental. Sem fazer uso de nenhuma metafísica, Kelsen cria uma teoria livre de contradições e ainda consegue não indagar as origens do direito. 
A diferença entre Kelsen e Miguel Reale segundo o ordenamento jurídico 
Para Reale o direito deve ser entendido como um fenômeno histórico-compreensivo, ou seja, contrário a Kelsen, que acreditava em ciência, pois tinha um objeto de estudo definido que é a norma, já para o brasileiro devem-se observar ainda os fatores sociais, ou seja, o que está ocorrendo na sociedade naquela época, para que se observe qual o fenômeno social que está ocorrendo, para ele ainda deve-se ter para isso o papel da axiologia que é o ramo da filosofia do direito que estuda os valores da sociedade num dado momento histórico. Mas a suateoria é a Tridimensionalidade do Direito, que é composto pelo fato, valor e norma. O fato é o que está ocorrendo na sociedade naquele dado momento social, têm-se com isso a dimensão fática para que possa ser observado este fato social. O segundo passo é atribuir o valor a este fato, já numa dimensão axiológica, que deve ser observado os valores sociais desta sociedade para que tenham cometido este fato, mas este valor, que não deixa de ser um juízo de valor, é uma coisa formada ou pela condução histórica ou pelo conhecimento da sociedade. Com o fato já detectado e feito já o seu juízo de valor a terceira fase é a aplicação da norma, numa dimensão normativa, observando-se uma repercussão não dogmática.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a epistemologia de Hans Kelsen é de extrema importância para interpretar o direito. Através de um princípio metodológico kelseniano, o autor da Teoria Pura do Direito utiliza apenas aspectos jurídicos para estudar seu objeto.
Utilizando as normas como forma de interpretação do sistema jurídico, Kelsen mostrar uma teoria sem nenhuma metafísica e ainda fundamenta a hierarquia das normas através de uma Norma Fundamental.
Sem entrar em contradições, a teoria de Kelsen mostra-se detalhista. Exige-se um mínimo de dedicação e atenção, pois ao interpretar Kelsen, o leitor deve estar atento aos detalhes e pormenores.
Às críticas jusnaturalistas de que a Teoria Pura do Direito respalda a mais abjeta ordenação social, na medida em que se contenta com certas características formais, Kelsen respondia que sua teoria tem por objeto a normatividade e não quer emitir juízos de valor, pois ao trabalhar com valores o jurista torna-se um político. Sucede, contudo, que a norma fundamental em que se baseia toda a construção do ordenamento jurídico, em que o único direito existente é o direito posto, não pode ser posta, mas apenas pressuposta, isto é, é algo que o jurista aceita com base na sua valoração de justiça ou de oportunidade. Em suma, em critérios subjetivos.
Assim, destacam-se duas consequências: a) a norma fundamental, ao servir de fundamento para as demais normas, faz com que um elemento teórico da ordem do "ser" fundamente um elemento pertencente da ordem do "dever-ser", o que refuta a pureza metodológica; e b) a Teoria Pura do Direito tem na norma fundamental a emissão de um juízo de valor.
Essas contaminações fático-axiológicas da Teoria Pura do Direito nos inclinam que o direito é um fenômeno complexo, que envolve não apenas normas, mas além de normas, fatos e valores.
REFERÊNCIAS
BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 10. ed. (tradução de Maria Celeste C. J. Santos). Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1997. In: http://www.ambito-juridico.com.br Acesso em junho de 2017.
Ordenamento Jurídico In: https://www.significados.com.br/ordenamento-juridico Acesso Junho de 2017.
SILVA, Lays Fernanda Ansanelli da. A epistemologia de Hans Kelsen e a explanação do ordenamento jurídico kelseniano visando a explicação da norma fundamental. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XI, n. 50, fev 2008. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura Acesso em jun 2017.
SOUZA, Cristiano Silvestrin de. A Teoria do Direito de Hans Kelsen e o Positivismo Jurídico. Conteúdo Jurídico, Brasilia-DF: 20 dez. 2014. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.51595&seo=1>. Acesso em: 05 jun. 2017.

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