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1 Sistemas Construtivos A execução de pontes e viadutos apresenta um problema fundamental: preservar a integridade da estrutura durante a montagem, visto que normalmente ocorrem nesta fase esforços bem diferentes daqueles previstos no projeto da estrutura. Um problema típico de execução de pontes é a necessidade de estruturas auxiliares de custo relativamente elevado, e que devem ser padronizadas de modo a poderem ser utilizados em outras obras. Em alguns casos são necessárias verdadeiras estruturas secundárias para viabilizar a montagem da estrutura principal. Muitas vezes a solução do projeto de uma ponte está condicionada ao método construtivo utilizado para a execução da obra. O método construtivo adotado será influenciado por diversos fatores como: o comprimento da obra; a altura do escoramento; regime e profundidade do rio; a velocidade do rio; a capacidade portante do terreno de fundação, que definirá o custo da infra-estrutura; disponibilidade de equipamento da construtora; cronograma de execução da obra; economia. Certas pontes exigirão inclusive fundações provisórias entre dois pilares da mesoestrutura. A capacidade da estrutura de suportar as sobrecargas durante a execução depende antes de tudo da diferença entre os esquemas estáticos de montagem e o da estrutura em serviço, bem como a proporção do peso próprio em relação às cargas acidentais e permanentes (ex: veículos, tabuleiro, etc.), inexistentes durante a execução. Ao se iniciar o planejamento de execução de uma ponte, o primeiro aspecto que é analisado é a característica da obra. O segundo aspecto é o acesso e tipo dos equipamentos necessários para a execução e montagem. Nesta primeira análise, deve-se enumerar alguns tópicos relativos ao tipo da estrutura e o local, a fim de tentar convergir para uma ou duas soluções de execução: • Tipo de Ponte ou viaduto: Número de vãos; Vigas bi-apoiadas ou contínuas; • Estrutura formada por perfis de alma cheia ou treliçada; de inércia variável ou constante; Longarinas retas ou curvas; Estrutura contraventada no plano horizontal ou travada no plano vertical (diafragmas); • Observar se existe espaço disponível nas margens para eventuais pré-montagens; • Acesso de equipamentos: Condições de operação e acesso de equipamentos e estruturas auxiliares; se pelo solo, pela própria estrutura, via aérea ou sobre a água; Verificar o peso próprio das peças e determinar os equipamentos compatíveis; • Observar se o greide da ponte ou viaduto está num plano horizontal, possui alguma rampa ou contra-flecha; • Verificar se o curso d’água possui calado suficiente para uma balsa. 2 Dependendo das características enumeradas nos tópicos acima, o planejamento de montagem terá início, analisando-se as várias alternativas de processos de execução. É importante não adotar logo a primeira idéia sem antes analisar todas as possibilidades. A execução de estruturas é sempre um processo de eliminação de problemas. A diferença entre uma boa solução e uma ruim não é somente o desabamento ou não da estrutura. Uma boa solução certamente será bem planejada; de simples concepção; segura tanto para a estabilidade da estrutura quanto para o pessoal; sem interrupções. 1. Pontes moldadas no local sobre cimbramento fixo. O sistema construtivo por cimbramento convencional é praticamente usado em quase todas os tipos de pontes dotadas de superestrutura com concreto armado ou protendido moldado no local, desde que não se tenha uma altura muita elevada de cimbramento. O sistema por cimbramento convencional trata-se basicamente de uma estrutura auxiliar usada para apoiar as formas da estrutura da ponte (Figura 1), durante e temporariamente, após a execução da concretagem da estrutura da ponte. Os tipos mais comuns são de madeira (Figura 2) (muito utilizado até a década de 1970) e os cimbramentos metálicos (Figura 3) na qual são os mais usados nos dias atuais pela fácil, e rápida montagem e desmontagem em relação aos demais tipos de cimbramento. Figura 1 – Tipos comuns de cimbramento fixo. Figura 2 – Cimbramento de madeira Figura 3 – Cimbramento metálico 3 Não se recomenda a aplicação deste sistema construtivo quando: • altura de escoramento elevada (H>15m); • obras com grandes comprimentos (L>400m); • caixas de rios profundos e rios sem regimes bem definidos; • rios com grandes velocidades (v>3m/s); • cronogramas de execução apertados. Cuidados: 1. Fundação e contraventamento do cimbramento; 2. Contra flechas para compensar recalques ou deformações de vigas e treliças; 3. Cuidados na concretagem - Recalques e deformações devem ocorrer antes do final da concretagem. Tratar juntas; 4. Cuidados na desforma - Desencunhar do centro para os apoios de cada vão e só após desmontar o cimbramento; 5. Vistoriar antes, durante e depois da concretagem. Estas obras exigem um cuidado especial com o projeto de escoramento, devendo este ser compatível com o tipo de obra e com o plano de concretagem. O boletim nº 9 da fib (2000) define dois parâmetros que podem servir como orientação para definição do tipo de seção transversal em pontes de concreto protendido moldado no local. Estes parâmetros são: • Coeficiente de eficiência geométrica: is yy.A I=ρ onde: ρ é o coeficiente de eficiência geométrica A é a área da seção transversal ys e yi são as distâncias do centróide da seção às fibras extremas • Taxa de concretagem da estrutura A Tabela 2.9 relaciona os valores dos coeficientes com o tipo de seção estrutural. 4 Tabela 2.9 – Parâmetros para definição da seção transversal ( fib, 2000 ) Seção transversal Relação Vão/Hviga ρ Taxa de concretagem (m3 /hora) < 12 a 15 0,333 25 - 30 10 a 25 0,33 a 0,36 25 - 30 20 a 35 0,35 a 0,38 25 - 30 30 a 45 0,36 a 0,42 20 - 25 > 40 a 45 0,50 a 0,65 6 - 10 Os escoramentos, na maioria dos casos, são dimensionados economicamente, aproveitando-se integralmente sua capacidade resistente e, conseqüentemente, deformam bastante sob a ação do pesado carregamento ocasionado pelo concreto. O concreto, porém, durante seu endurecimento, é muito sensível a estas deformações e fissura facilmente. Por isso, as seguintes medidas são necessárias: a- Cálculo prévio das deformações com as correspondentes contra flechas das vigas metálicas propriamente ditas ou enchimento interno das formas; b- Divisão da concretagem em trechos, de tal modo que as deformações das partes do escoramento estejam terminadas antes que o concreto comece a endurecer. Emprego de retardadores no traço do concreto, para retardar o endurecimento conforme cálculo das deformações é necessário levar em consideração a temperatura presumível do ambiente; c- Fechamento das juntas entre trechos de concretagem ou ligação das juntas de trechos já endurecidos, sempre e somente após a deformação da parte do escoramento que suporta o novo trecho; d- Evitar forte exposição dos montantes metálicos aos raios solares, por causa das deformações devido à variação de temperatura; e- Controle permanente do escoramento e de suas fundações, tendo em vista recalques ou outras deformações, durante a concretagem. 2 Os e três v ponte segui prote Este resist Para desen vão. treliç trans guind 2. Forma escoramento vãos de um e de cada v inte, retira endida, reali processo s tente e a po pontes em nvolvidas tr Para o des ças leves sversais, as dastes coloc F Fig as sobre e os deslizant maponte co vez e no cas a-se as for iza-se a pro só é prátic onte não esti terrenos nã reliças metá slocamento de prolong quais são ap cados nos b Figura 4 – E gura 5 – Esc escoramen tes são vant m a mesma so de vigas rmas juntam otensão do v o quando o iver muito a ão planos o álicas de es à frente, a gamento, q parafusadas balanços. Escoramento coramento d ntos desliz tajosos qua a seção tran s contínuas, mente com vão já concr o terreno f acima do ter ou pontes e scoramento, a treliça de que se de s nos pilares o deslizante deslizante – zantes ando for pre nsversal. Co até o pont m o escora retado e pas for mais ou rreno. sconsas, co , que podem e escoramen eslocam po s da ponte e e – apoiado – apoiado em eciso execu oncreta-se e to de mome amento, cas sa-se para o u menos pl om vãos de m ser desloc nto recebe or rolamen e montadas no solo m treliças utar mais do então um v ento nulo do so a peça o vão seguin lano, o sol até 50 m f cadas de vã adiante e nto sobre com o auxil 5 o que ão da o vão seja nte. lo for foram ão em atrás, vigas lio de Atrav vigas dispo pilar são p guind trech 3 Aplic aplic da Fe Este da or em c empu perm posic do v assim feito ilustr Uma aço a Na v pelos conti própr a ma da po Com posic vés de um s metálicas ostas ao lon es. As vigas penduradas daste diante ho já pronto 3. Lança cado pela p cação no Br epasa. sistema é a rdem de 70 canteiro fixo urrado, des maneça no al cionado na ão na frent m que se ati sempre a p ra o procedi a estrutura m a macacos d verdade, a p s macacos. inuado que rio, alguns c anter a resul onte. m os vãos cionados de outro proce de seção c ngo do eixo s avançam a ao carro do eiro corre so da ponte. amentos p primeira vez asil ocorreu adequado pa m. A metod o situado em lizando sob linhamento frente do si te que “viaj inja o apoio partir do últ imento do m metálica po de protensã ponte é emp Durante a provoca in cabos longi ltante das f da ponte efinitivamen Figura 6 – esso (“princ caixão, sep o da ponte até o vão se o guindaste obre a viga progressiv z em 1962, u em 1978, ara pontes c dologia con m uma das c bre teflon, de projeto, istema. Ele ja” em bala o seguinte se timo vão qu método dos sicionada n ão de grande purrada por fase de co nversões de itudinais de forças totais concluído nte para abs – Princípio d cípio da rég paradas, par e ficam ap eguinte e en e e se deslo metálica de vos na ponte so na passarel contínuas em nsiste basica cabeceiras d mantendo-s Um nariz d tem a funç anço, o que em problem ue foi recém lançamento na retaguard e porte que essa estrutu onstrução, d e esforços n protensão s s dentro do os, esses c sorverem as da régua de gua de cálc ra avanço e poiadas em ntão as treliç ocam para f e avanço e obre o rio A a de Presid m concreto amente em m da ponte. A se guias la de lançamen ão de alivia e reduz tam mas. O empu m construíd os progressi da desse vão são alojado ura metálica devido ao na superest são disposto núcleo de cabos prov s cargas aci cálculo culo” (Figu em conjunto m uma abert ças externas frente, para o guindaste Ager, na Áu ente Altino protendido moldar um Após ser pro aterais para nto, em estr ar as cargas mbém as flec urramento d do na cabec ivos. o interliga-s os sob o en a, que por s processo d rutura prov os provisori inércia da s visórios sã dentais do ura 6)), utili o, tais viga tura deixad s de escoram isso, o car e traseiro so ustria. A prim , sobre os tr o com vãos vão de cada otendido, o que o con rutura metál s de peso pr chas, permi de toda a po ceira. A Fig se com cab ncontro da p sua vez é pu e empurram veniente do iamente de m seção transv ão removid sistema. Po 6 iza-se as são a nos mento rro do obre o meira rilhos livres a vez, vão é njunto lica, é róprio itindo onte é gura 7 bos de ponte. uxada mento peso modo versal dos e ode-se 7 empurrar a ponte com sua seção plena, inclusive com os guarda-corpos . Em planta, as pontes devem ser retas ou em curvas de raio definido. Cuidados: 1. Precisão de nivelamento e de forma de modo a evitar que erros de geometria provoquem esforços adicionais inaceitáveis (equivalentes aos gerados por recalques de apoio ). 2. Influência do método construtivo no cálculo. Como a estrutura é autolançada inclusive com o “bico” em balanço, é essencial verificar as fases construtivas. Note-se que ao longo do lançamento uma mesma seção passa ora pelo Mmáx, ora pelo Mmín, o que exige dela capacidade de suportá-los. 3. Tratar as juntas - Jatear com água o concreto verde e molhar abundantemente antes da concretagem seguinte. 4. Cuidado com as interferências que podem impedir o movimento das formas. 3.a. Pontes empurradas em estrutura metálica Este sistema é adequado para pontes contínuas em aço. Deve-se projetar a estrutura especialmente para este sistema. Ele se aplica às superestruturas mistas compostas de vigas metálicas longitudinais e tabuleiros de concreto armado, e também às estruturas em caixão metálico. A metodologia consiste basicamente em se montar em canteiro fixo, situado em uma das cabeceiras da ponte, todos os vãos da ponte ou de um conjunto de vários vãos, dependendo das conveniências e dificuldades de cada caso. Na pós- montagem, o conjunto é empurrado, podendo deslizar sobre roletes ou teflon, mantendo-se guias laterais para que se preserve o alinhamento de projeto. Um nariz de lançamento em estrutura metálica é posicionado na frente do sistema. Ele tem a função de aliviar as cargas de peso próprio do vão da frente que “viaja” em balanço, o que reduz também suas flechas, permitindo assim que se atinja o apoio seguinte sem problemas. Em estruturas de pequeno porte, o empurramento de toda a ponte pode ser feito por meio de um trator de esteiras e, em estruturas maiores, por meio de macacos hidráulicos apropriados instalados sob a estrutura. Tudo dependerá do peso do sistema. Com os vãos da ponte posicionados no local definitivo, pode-se construir seu tabuleiro e demais obras complementares. Em planta, as pontes devem ser retas ou com curvas de raio definido. Figura 7 – Lançamento progressivo. 4 Este const 1930 O pr pode sobre trans prote resin das j tensõ execu na id mold escor O vã vão, possí princ vão centr efeito Após mom em f conc aume hiper até u Semp em r 4. Sistem sistema con trução do v 0. ocesso cons em ser pré- e o obstácu sportadas po endidas lon na epóxi, qu untas entre ões cisalhan utada com dade apropr dadas, o prim ramento de ão é constru onde é fei íveis patol cipalmente c simultaneam ral é realiz os térmicos s a concre mento de re função da a reto que pr ento da ro restático. E um limite em pre que pos relação ao ma em Bal nstrutivo fo vão central d siste da con -moldadas o ulo a ser ven or meio de ngitudinalme ue serve par as aduelas ntes. Quan o auxílio d riada, as ad meiro trech sua fôrma f uído em ba ito o fecha logias futu com relação mente e co zada nos pe não provoq etagem do estituição ou alteração d rosseguiria otação dife ste esforço m função do ssível, proje apoio, evi Fig lanços Su oi criado pe da Ponte de nstruçãoda ou moldada ncido. As a treliças m ente. Entre ra lubrificar , impermea ndo as adu de fôrmas d duelas são ho do balanç feito sobre o alanços suce amento cent uras. A e o às deform oincidentem eríodos com quem esforç fechament u hiperestá o sistema e até sua est erida na s é nulo no o fenômeno ta-se a obra itando gran gura 8 – Pon cessivos elo engenhe e Herval so obra em seg as no local aduelas pré- metálicas até as aduelas r a superfíci abilizar a jun elas são m eslizantes e protendidas ço, denomin o apoio. essivos, par tral evitand execução mações, para mente. Norm m menor va ços no trech to central ático da de estrutural q tabilização seção é im instante da da relaxaçã a para que o ndes desequ nte empurra eiro brasileir bre o rio Pe gmentos, de l, constituin -moldadas s é a extremi s pode-se u ie, diminuir nta e contri moldadas no escoradas n s. Mesmo n nado arranq rtindo de ca do articulaç deve ser a que os trec malmente, ariação de ho até o end surge um formação l que impede final. Com mpedido su a ligação cr ão. os balanços uilíbrios en ada. ro Emílio B eixe em San enominados ndo balanço são fabricad dade do ba usar ou não os efeitos d ibuir para a o local, a os trechos j no sistema que, é mold ada apoio a ções que se muito be chos chegue a concretag temperatur durecimento esforço d lenta. Este a deformaç m a continu urgindo ass rescendo pr sejam feitos ntre as carg Baumgart, p nta Catarin s de aduelas os que ava das no cante alanço, ond o cola à ba das imperfe a transmissã concretage já construíd de aduelas dado no loca até a metad eriam locai em control em ao centr gem do tre ra, para qu o do concret denominado esforço oc ção diferida uidade centr sim o esf rogressivam s simetricam gas. Quand 8 para a a, em s, que ançam eiro e de são ase de eições ão das em é dos e, s pré- al e o e do s de lada, o do echo e os o. o de corre a do ral o forço mente mente do os 9 balanços são desiguais ou há balanço em apenas em um vão, pode-se utilizar lastro no vão anterior ao balanço ou até mesmo estais ajustáveis ao desenvolvimento do vão, suportados por torres provisórias e ancoradas no apoio anterior. A Figura 9 mostra a execução de um trecho de uma ponte em balanços sucessivos que avançam simultaneamente para ambos os lados de um único apoio. As Figuras 10 e 11 mostram a execução de trecho em balanços sucessivos de uma ponte em fase de execução. Este sistema construtivo é recomendado quando ocorrerem os seguintes fatores: • existência de dificuldades de escoramento direto (rios profundos, greides elevados); • necessidade de grandes vãos, seja por imposição de gabaritos ou para evitar fundações muito dispendiosas (vãos entre 60 e 240m); • execução de viadutos sem a interdição do trânsito em zona urbana. O comprimento das aduelas deve ser constante para facilitar a fôrma, sendo determinado em função da capacidade portante da treliça de escoramento. A Figura 12 ilustra o içamento de uma aduela pré-moldada. Figura 9 – Balanços sucessivos moldado no local. Figura 10 – Detalhe da forma. Figura 11 – Vista geral – um trecho. 10 A execução em aduelas pré-moldadas pode ser por dois processos distintos, o sistema SHORT-LINE e sistema LONG-LINE. No sistema SHORT-LINE as aduelas são fabricadas com o uso de apenas uma fôrma metálica, sendo esta fôrma muito sofisticada e cara, para atender a todas as diferenças e mudanças entre as seções transversais das aduelas, assim como as conformações em planta e perfil do projeto geométrico da estrutura. No sistema LONG-LINE é fabricada a fôrma para todo o vão, podendo ela ser reaproveitada para outros vãos que sejam iguais. A fôrma e a armação são montadas sobre um escoramento metálico ou sobre uma pista de concreto que poderá servir de fôrma de fundo. As aduelas são concretadas de maneira a garantir a perfeita acoplagem entre si, onde cada aduela concretada na etapa anterior serve de forma para a próxima. A Figura 13 ilustra o método de construção em aduelas pré-moldadas. Figura 12 – Aduela pré-moldada. Figura 13 – Formas de lançamento das aduelas pré-moldadas. 11 5. Superestruturas com Vigas Pré-moldadas e Pré-fabricadas. Nestes sistemas, as vigas são executadas em baias e posicionadas com o auxílio de treliças de lançamento ou guindastes (Figura 14). Normalmente as vigas são de concreto protendido, sendo bastante usual a adoção de duas etapas de protensão; a primeira pouco após a concretagem, ainda na baia, apenas para que a viga suporte o peso próprio e os esforços decorrentes do lançamento da viga (Figura 15), e a outra após o término da construção da laje. Este sistema permite a industrialização do processo construtivo, criando-se um canteiro onde se pode executar as vigas de uma forma muito rápida com o uso de fôrmas metálicas. Após o lançamento das vigas faz- se a concretagem da laje, sendo seu escoramento modernamente efetuado com o auxílio das pré-lajes que, além de servirem de escoramento, também podem conter as armaduras positivas da laje, servindo como elemento estrutural. Quando as vigas são executadas com concreto protendido, faz-se necessária a análise da protensão de acordo com cada fase de carregamento, observando a mudança de característica da seção transversal ao longo da construção. Este sistema apresentava a desvantagem de precisar de juntas de dilatação, que representam uma descontinuidade no tabuleiro da obra e criam um local de futuros problemas e patologias, além do desconforto para o usuário. Modernamente utilizam- se as lajes de continuidade ou lajes elásticas que dispensam o uso de juntas de dilatação em obras de até 150m de comprimento. Este comprimento é limitado para que os efeitos de temperatura no tabuleiro da ponte não sejam excessivos. O sistema é adequado para vãos entre 25 e 45m, sendo sua aplicação muito vantajosa quando ocorrem os seguintes fatores (isolados ou simultâneos): • elevada altura de escoramento; • grande comprimento, o que resulta em grande quantidade de vigas, justificando a instalação de um canteiro de fabricação; • caixa de rio muito profunda e rios sem regimes definidos; • cronograma apertado, exigindo a execução simultânea de superestrutura e mesoestrutura. Figura 14 – Lançamento de viga pré- moldada com auxílio de treliça. Figura 15 – Vista de viga protendida no canteiro. 12 As vigas pré-fabricadas diferem das vigas pré-moldadas principalmente quanto ao canteiro de fabricação. Enquanto as vigas pré-moldadas são executadas em canteiros temporários e específicos para uma obra, as vigas pré-fabricadas são produzidas em uma fábrica, onde o canteiro de fabricação possui instalações fixas. As principais vantagens do uso das vigas pré-fabricadas são: • rígido controle de qualidade das peças; • redução do canteiro de obras; rapidez de execução; • perfeito acabamento obtido pelo uso de fôrmas metálicas ou de concreto; • uso de mão-de-obra especializada; • uso de protensão aderente, o que dispensa as operações de protensão no canteiro e injeção das bainhas. Este sistema permite ainda que toda a superestrutura seja pré-fabricada, uma vez que a fábrica pode produzir as vigas, as lajes e o guarda-rodas. Normalmente as vigas são feitas de concreto protendido pré-tracionado, (cordoalhas tracionadas antes da concretagem da viga). O traçado do cabo é retilíneo,e para que não ocorra o excesso de compressão nas regiões próximas aos apoios costuma-se eliminar a aderência do concreto com o cabo nestas áreas, que é feita com o revestimento do cabo com tubos de plástico, permitindo a livre deformação do cabo quando liberado. Uma das desvantagens deste processo é a necessidade de ajustá-lo aos perfis de vigas padronizados pelas fábricas, o que pode até inviabilizar o seu uso.
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