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Resumo de Ministério Público, Competências e Ação

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Ministério Público
Art. 127, CF
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
O Ministério Público é um órgão independente e não pertence a nenhum dos três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Possui autonomia na estrutura do Estado e não pode ser extinto ou ter as atribuições repassadas a outra instituição. O papel do órgão é fiscalizar o cumprimento das leis que defendem o patrimônio nacional e os interesses sociais e individuais, fazer controle externo da atividade policial, promover ação penal pública e expedir recomendação sugerindo melhoria de serviços públicos.
Pertencem ao Ministério Público da União (MPU): o Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Militar (MPM), Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
O Ministério Público pode ser Federal ou Estadual. No primeiro, Procuradores da República atuam junto à Justiça Federal e pertencem ao Ministério Público da União. No segundo, Promotores e Procuradores de Justiça trabalham junto à Justiça Estadual e são funcionários do Ministério Público Estadual.
Quando o assunto analisado for matéria federal, quem representará a sociedade serão os procuradores regionais da República e o processo ficará a cargo do Tribunal Regional Federal. Quando a matéria é estadual, procuradores de Justiça é que vão atuar junto aos Tribunais de Justiça Estaduais.
Os procuradores e promotores do Ministério Público têm a independência assegurada pela Constituição. Assim, estão subordinados a um chefe apenas em termos administrativos, mas cada profissional é livre para seguir suas convicções, desde que estejam em acordo com a lei.
O Procurador-Geral da República é o chefe do Ministério Público da União e do Ministério Público Federal. É também o Procurador-Geral Eleitoral.
Ministério Público Eleitoral
O Ministério Público Eleitoral trabalha junto à Justiça Eleitoral para garantir a soberania popular por meio do voto. Para isso, fiscaliza o processo eleitoral -- alistamentos de eleitores, registro de candidatos, campanha eleitoral, exercício do sufrágio popular, apuração dos votos, proclamação dos vencedores, diplomação dos eleitos.
Ministério Público Militar
É responsável pela ação penal militar no âmbito da Justiça Militar da União. Entre suas funções está a de declarar indignidade ou incompatibilidade para o oficialato, pedir investigação e instauração de inquérito policial-militar e exercer o controle externo da atividade da polícia judiciária militar.
Ministério Público do Trabalho
O Ministério Público do Trabalho atua como árbitro e mediador em conflitos trabalhistas coletivos, que envolvem trabalhadores e empresas ou entidades sindicais que os representam, além fiscalizar o direito de greve nas diferentes categorias.
O órgão também recebe denúncias, instaura processos investigatórios e ajuíza ações judiciais quando comprovada alguma irregularidade.
“Parquet- é o assoalho, um pedaço do chão do tribunal”
-Preserva os valores fundamentais do Estado.
-Bens e interesses difusos e coletivos
- Não integra o Poder Judiciário.
MPU:
MPF-FEDERAL
MPT-TRABALHO
MPM-MILITAR
MPDF E TERRITÓRIOS-DISTRITO FEDERAL
Petição inicial- denúncia
Juíz natural -É o juiz competente de acordo com as regras gerais e abstratas previamente estabelecidas, isto é, a determinação do juízo competente para a causa deve ser feita com base em critérios impessoais, objetivos e pré-estabelecidos. Trata-se, pois, de garantia fundamental não prevista expressamente, que resulta da conjugação de dois dispositivos constitucionais: proibição de juízo ou tribunal de exceção (aquele designado ou criado, por deliberação legislativa ou não, para julgar determinado caso) e que determina que ninguém será processado senão pela autoridade competente. É uma das principais garantias decorrentes da cláusula do devido processo legal. Substancialmente, a garantia do juiz natural consiste na exigência da imparcialidade e da independência dos magistrados. Não basta o juízo competente, objetivamente capaz, é necessário que seja imparcial, subjetivamente capaz.
-Quem atua nos processos é a corporação, podendo a pessoa do promotor ser substituída.
O chefe dp MP pode avocar inquéritos, substituir membros do MP em suas funções ou delegar suas funções.
O membro do MP é independente, não se sujeita ao executivo ou aos superiores do MP. Agem segundo a própria consciência, submetem-se somente ao direito.
GARANTIAS
ESTRUTURAÇÃO EM CARREIRA
RELATIVA AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E ORÇAMENTARIA
LIMITAÇÕES AO CHEFE DO EXECUTIVO PARA DESTITUIÇÃO DO PROCURADOR GERAL
EXCLUSIVIDADE DA AÇÃO PENAL PUBLICA E VETO A NOMEAÇÃO DE PROMOTOR “AD HOC”.
GARANTIAS INDIVIDUAIS
AS MESMAS DO JUIZ
A)
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
B) OBSERVÂNCIA A ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO NO CONCURSO PARA AS NOMEAÇÕES
C) PROMOÇÃO VOLUNTÁRIA POR ANTIGUIDADE E MERECIMENTO ALTERNADAMENTE, ENTRE ENTRÂNCIAS E CATEGORIAS MAIS ELEVADAS PARA PROCURADOR DE JUSTIÇA.
D) JULGAMENTO DE SEUS MEMBROS NOS CRIMES COMUNS E DE RESPONSABILIDADE PELO TJ.
IMPEDIMENTOS E MECANISMOS DE CONTROLE
-Servem para garantir a independência funcional e a sua imparcialidade.
A) não pode representar judicialmente, exercer consultoria a entidades publicas, não pode exercer a advocacia.
B) não pode receber honorários percentuais custas, participar de sociedade comercial ou outra função publica salvo de magistério, não pode exercer atividade político-partidárias, receber auxílios ou contribuições de PF, entidades publicas ou privados.
Não pode exercer advocacia pelo período de três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração no local onde atuou.
CNJ- fiscalizar os juízes
-MEMBROS DO MP
-MAGISTRADOS
-ADVOGADOS
-CIDADÃOS
-Tem poder disciplinar sobre os promotores é órgão censório e administrativo, não atua em processos.
ADVOGADO
-ADVOGADOJUDICIAL
-ADVOCACIA EXTRAJUDICIAL
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
DEFENSORIA PÚBLICA
 (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013)
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LEGITIMIDADE PARA ACP-AÇÃO CIVIL PUBLICA
Defensoria Pública tem legitimidade para propor ACP
Por unanimidade, STF reconheceu que não há qualquer vedação constitucional para a proposição desse tipo de ação pela Defensoria.
Por unanimidade, o plenário do STF decidiu nesta quinta-feira, 7, que a Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública. Com isso, acompanhando voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, negou provimento à ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra o inciso II do art. 5º da lei 7.347/85, com redação dada pela lei 11.448/07, que conferiu tal atribuição.
A ação foi proposta pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público – Conamp, para a qual, a Defensoria não pode atuar na defesa de interesses coletivos, por meio de ação civil pública. Afirmou ainda que essa possibilidade "afeta diretamente" as atribuições do Ministério Público.
Da tribuna, o advogado da entidade, Aristides Junqueira, argumentou que, como a Defensoria Pública foi criada para atender, gratuitamente, aqueles que possuem recursos insuficientes para se defender judicialmente ou que precisam de orientação jurídica, seria impossível sua atuação na defesa de interesses difusos e coletivos, em razão da dificuldade de identificar quem é carente.
Em seu voto, a ministra Cármen Lúcia considerou que o aumento de atribuições da instituição amplia o acesso à Justiça e é perfeitamente compatível com a LC 132/09 e com as alterações promovidas pela EC 80/14, que estenderam as atribuições da Defensoria Pública.
Ressaltou que não há qualquer vedação constitucional para a proposição desse tipo de ação pela Defensoria, nem norma que atribua ao MP prerrogativa exclusiva para tanto.
"Inexiste nos autos comprovação de afetar essa legitimação, concorrente e autônoma da Defensoria Pública, às atribuições do Ministério Público, ao qual cabe promover, privativamente, ação penal pública, na forma da lei, mas não se tem esse ditame no que diz respeito à ação civil pública".
A ministra acrescentou que a inclusão da defesa dos direitos coletivos nas atribuições da Defensoria Pública é coerente com as novas tendências e crescentes demandas sociais de se garantir e ampliar os instrumentos de acesso à Justiça. Salientou que não é interesse da sociedade limitar a tutela dos hipossuficientes, e que o STF tem atuado para garantir à Defensoria papel de relevância, como instituição permanente essencial à função jurisdicional do Estado.
Por fim, destacou a importância da ampliação dos legitimados aptos a propor ação para defender a coletividade, pois, "em um país marcado por inegáveis diferenças e por concentração de renda, uma das grandes barreiras para a implementação da democracia e da cidadania ainda é o acesso à Justiça".
ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO
CHEFE AGU- MESMAS PRERROGATIVAS DO PGR
NATUREZA JURÍDICA DA ADVOCACIA: PÚBLICA E PRIVADA
OUTORGA-PROCURAÇÃO
CLÁUSULA “AD JUDICIA”
Ao pé da letra: "para os juízos", ou seja, procuração com poderes para atuar "nos processos judiciais", praticando atos gerais, necessários ao exercício da representação do outorgante em juízo. A inserção da cláusula ad judicia habilita o outorgado a ingressar em juízo e praticar os atos necessários ao normal andamento do processo. É a procuração geral para o foro, a que se refere o art. 38 do Código de Processo Civil ("a procuração geral para o foro, conferida por instrumento público ou particular, assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, salvo..."), ao mesmo tempo em que deixa claro quais os poderes considerados especiais e que devem estar explicitados na procuração: receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir do pedido, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso.
RENÚNCIA AO MANDATO VINCULA O ADVOGADO A REPRESENTAR A OUTORGANTE POR 10 DIAS A INTIMAÇÃO.
ADVOGADOS PROFISSIONAIS LIBERAIS
 ADVOGADOS PÚBLICOS
ADVOGADOS PÚBLICOS
ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL
DEFENSORIA PÚBLICA
PROCURADORIAS E CONSULTORIAS JURÍDICAS DOS ESTADOS, DF E MUNICIPIOS, BEM COMO DAS ENTIDADES DA ADM. INDIRETA.
A Advocacia Geral da União promove o patrocínio judicial e extrajudicial dos interesses da União com excessão da cobrança judicial executiva da dívida ativa tributaria, que fica a cargo da procuradoria da fazenda nacional.
ADVOCACIA- é privada em razão do vínculo contratual com o cliente, uma outorga de mandato culminado com locação de serviços. O seu caráter publico é demonstrado por ser indispensável ao processo.
ART-104 CPC- O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
§1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.
§2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos.
ART-105 CPC- A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devemconstar de cláusula específica.
§1º A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei.
§2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.
§3º Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na OAB e endereço completo.
§4º Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.
Quando o advogado renuncia o caso do cliente ele fica 10 dias vinculado ao caso obrigatoriamente salvo se o cliente nomear outro advogado antes.
ART-111 CPC- A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado continuará, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa.
Parágrafo único- Não sendo constituído novo procuradorno prazo de 15 dias.
Se ultrapassar os 15 dias pode haver extinção do processo.
COMPETÊNCIA- é a medida da jurisdição.
COMPETÊNCIA – é um critério de distribuir entre órgãos as atribuições relativas ao desempenho da jurisdição.
Os critérios legais de determinação de competência levam em conta a soberania nacional, o espaço territorial, a hierarquia de órgãos jurisdicionais, a natureza ou valor das causas, as pessoas envolvidas no litígio.
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL E COMPETÊNCIA INTERNA
Art. 21 CPC-Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
CPC -Art. 22 Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II – decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III – em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
CPC -Art. 23 Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
A competência internacional pode ser cumulativa (ou concorrente) e a competência pode ser exclusiva.
CUMULATIVA OU CONCORRENTE- nos dois países pode ter o processo ART- 21,22 CPC.
EXCLUSIVA- bens imóveis não admite-se processo fora do Brasil ART23 CPC.
CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO- estabelecer onde vai ocorrer o processo.
-Se a competência for exclusiva do Brasil a clausula de eleição de foro será nula.
CPC -Art. 24 A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
COMPETÊNCIA CONCORRENTE E LITISPENDÊNCIA
-No direito interno não pode ter litispendência.
Litispendência- duas ações ou processos idênticos. Não podem ocorrer no Brasil, mas uma no Brasil e no Exterior pode.
Litispendência- mesma causa em dois processos sobre mesma coisa em dois lugares.
Em caso de litispendência internacional- Se a parte trazer a sentença estrangeira para o STJ homologar, deve ser antes da sentença do Brasil deve estar em acordo com o ordenamento, e extingue a do Brasil. SE a sentença do Brasil sair primeiro prevalece ela soberana.
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
-Ainda que não haja tratado internacional pode haver cooperação.
Carta rogatória- pedido para outro país.
-Considera-se meio exclusivo de cooperação internacional a carta rogatória.
Art. 515 CPC- São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
-A cooperação internacional não se restringe aos atos do poder judicial podendo ser solicitado como medida administrativa, sem a participação direta da justiça.
-A autoridade brasileira não pode rever o mérito do pronunciamento judicial estrangeiro.
Art. 36 CPC-O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal.
§ 2º Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.
COMPETÊNCIA INTERNA
Competência, em poucas palavras, é uma atribuição específica que um órgão judiciário possui no ordenamento jurídico. É uma atribuição que a constituição e as leis processuais dão aos órgãos do poder judiciário. Não tem mistério. A distribuição de competências de modo geral é dada pela CF e pelas leis processuais conforme já dito, mas a distribuição de competência dentro de um mesmo órgão do poder judiciário é chamada de regimento interno. 
A competência interna deve apresentar valor, materialidade e função. Exemplo: Ação de Separação – critérios: no domicílio da separanda (art. 94, caput, CPC – critério territorial); na vara de família (competência em razão da matéria); em 1º grau de jurisdição (competência funcional – originária).
Foro: Onde o juiz exerce sua função jurisdicional;
Do juízo: Diz respeito à vara, a unidade administrativa;
Originária: É que foi atribuída ao órgão para conhecer o processo em primeiro lugar, ou seja, com essa competência o judiciário tem a primeira ciência de que o processo existe. 
Derivada: Também conhecida por recursal, é atribuída ao órgão do poder judiciário destinado a rever as sentenças já proferidas.
JF= penal e civil
CF-Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organizaçãodo trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
JE
penal e civil
competência residual
processos falimentares
INSS onde não houver JF
Acidente do trabalho
Sociedade de economia mista
CRITÉRIO DE DETERMINAÇÃO DE COMPETÊNCIA
CRITÉRIO OBJETIVO- 
Valor da causa
Natureza da causa
Qualidade das partes
CRITÉRIO FUNCIONAL- atribuição dos órgãos
CRITÉRIO TERRITORIAL-
Domicilio das partes
Local dos bens
Local em que ocorreu o fato jurídico
	COMPETÊNCIA ABSOLUTA
	COMPETÊNCIA RELATIVA
	Em razão da matéria
	em razão do valor da causa
	Em razão da pessoa
	em razão do valor do território
	funcional
	
-São etapas para determinação da competência 
Qual justiça competente?
O conhecimento deve ser por órgão superior ou inferior?
Se for de 1º grau, qual comarca ou cessão judiciaria competente?
Qual vara competente?
Se houver mais de um juiz na vara qual competente?
Qual a competência recursal? Do mesmo Juízo prolator ou de um superior?
CF-Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria aArt. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)bsoluta do Senado Federal.
LITIS CONSORCIO- quando há mais de autor, ou mais de um réu.
CPC-Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
II - incompetência absoluta e relativa;
Conceito
O Estado tomou para si a função de dizer o direito em todo o seu território. Para tanto, criou dentro da alçada do Poder Judiciário, uma grande organização, composta por diversos órgãos jurisdicionais (STF, STJ, STM, STE, TRF etc.), repartindo a jurisdição entre eles, embora se deva ressaltar que a “jurisdição”, enquanto poder-dever do Estado é una, sendo que a mencionada repartição é apenas para fins de divisão do trabalho.
Deste modo, competência nada mais é do que a fixação das atribuições de cada um dos órgãos jurisdicionais, isto é, a demarcação dos limites dentro dos quais podem eles exercer a jurisdição. Neste sentido, “juiz competente” é aquele que, segundo limites fixados pela Lei, tem o poder para decidir certo e determinado litígio (art. 86, CPC).
Fontes
Considerando-se os inúmeros processos que podem ser instaurados durante a atividade jurisdicional no País, costuma-se organizar essa atividade estatal pela divisão de atribuiçõespara apreciar determinadas causas entre seus órgãos. Essa distribuição é feita pela Constituição Federal, pelos diplomas processuais civil e penal e pelas leis de organização judiciária, além da distribuição interna da competência nos tribunais, feita pelos seus regimentos internos. A Constituição brasileira já distribui a competência em todo o Poder Judiciário federal (STF, STJ e Justiças Federais: Justiça Militar, Eleitoral, Trabalhista e Federal Comum). A Justiça estadual é, portanto, residual.
Momento que demarca a fixação de competência; exceções à regra da Perpetuatio Jurisdictionis
Segundo dispõe o art. 87 do CPC, a competência, em regra, é determinada no momento em que a ação é proposta – com a sua distribuição (art. 263 c/c art. 251 do CPC) ou com o despacho inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato (ex. Mudança de domicílio do réu) ou de direito (ex. Ampliação do teto da competência do órgão em razão do valor da causa) ocorridas posteriormente (perpetuatio jurisdictionis), salvo se suprimirem o órgão judiciário cuja competência já estava determinada inicialmente - por exemplo, a extinção de uma vara cível; ou quando as modificações ocorridas alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia - porque são espécies de competência absoluta, fixadas em função do interesse público, razão pela qual outras modalidades de competência absoluta devem estar abrangidas.
Por exemplo, suponha-se a hipótese de vir a ser modificada, na lei de organização judiciária, a competência de uma das Varas Cíveis da capital, que deixou de ter atribuições para conhecer de ações que envolvam direitos reais. O juiz dessa vara perderá a competência sobre todas as causas dessa espécie, já em curso naquela Vara, embora se trate de competência ditada pela matéria.
Principais critérios de fixação da competência
Os critérios que o legislador levou em conta para a distribuição de competência são o da soberania nacional, o da hierarquia e atribuições dos órgãos jurisdicionais (critério funcional), o da natureza ou valor da causa e o das pessoas envolvidas no litígio (critério objetivo), e os dos limites territoriais que cada órgão judicial exerce a atividade jurisdicional (critério territorial).
Regras de competência internacional
A jurisdição é fruto da soberania do Estado e, por conseqüência natural, deve ser exercida dentro do seu território. Entretanto, a necessidade de convivência entre os Estados, independentes e soberanos, fez nascer regras que levam um Estado a acatar, dentro de certos limites estabelecidos em tratados internacionais, as decisões proferidas por juízes de outros Estados. Diante dessa realidade, o legislador nacional definiu casos em que a “competência é exclusiva” do Poder Judiciário brasileiro (art. 89, CPC), e casos em que a “competência é concorrente”, sendo que a decisão proferida no estrangeiro pode vir a gerar efeitos dentro do nosso território, após ser homologada pelo STJ (arts. 88, 89 e 483, CPC).
Logo, elas se dividiram em:
- Absoluta/exclusiva: Art. 89, CPC. Algumas matérias para ter validade/eficácia no território tem que serem julgadas no Brasil. Trata de imóveis situados no Brasil ou de proceder inventário ou partilha de bens situados no Brasil.
“Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.”
Concorrente/cumulativa: Art. 88, CPC. A sentença estrangeira para ter validade ou eficácia tem que ser homologada pelo STJ. Trata de casos em que: O réu é domiciliado no Brasil, ou a obrigação deve ser cumprida no Brasil, ou Ação de fato/ato praticado no Brasil.
“Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no nº I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal.”.
Litispendência
Duas demandas com os mesmos elementos (partes, pedido e causa de pedir). Extingue o segundo.
Segundo o art. 90, CPC, ação extrangeira não induz litispendência. Não há litispendência internacional. Vale a que for homologada primeiro.
“Art. 90. A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que Ihe são conexas.”
Critérios para determinar a competência:
- Territorial: Circunscrição geográfica. É o critério de foro. Encontrado no CPC.
- Material: É o objeto litigioso, o objeto que estar sendo discutido. Exemplo: causa de família, ou de trânsito, etc. Encontrado nas LOJ’s dos estados federativos.
- Valor da causa: Poderá ser um critério de determinação de competência, é um dos motivos da obrigatoriedade do valor da causa na inicial. Encontra-se nas LOJ’s.
- Funcional ou hierárquico: Gerará a competência originária. Em razão da função ou hierarquia move-se a causa no tribunal, por exemplo. Encontra-se na Constituição Federal para a competência do STJ e STF e para os Tribunais de Justiça encontra-se nas LOJ’s.
As competências territoriais e em relação ao valor da causa são de competência relativa e as competências material e funcional são de competência absoluta.
A competência relativa pode ser modificada pela vontade das partes, a competência absoluta não pode.
Se o juízo incompetente julgar e for competência absoluta é invalido o julgamento, competência absoluta não preclui, pois é matéria de ordem pública.
Alguns conceitos importantes:
- Prescrição é a perda do direito de ir ao judiciário, por causa da inércia.
- Decadência é a perda do direito material.
- Perempção é quando o autor deu causa à três sentenças por abandono. O autor tinha que praticar um ato por até 30 dias e não o fez.
- Preclusão é a perda do direito de praticar um ato processual.
Preclusão pode ser:
- Temporal: tem haver com o prazo.
- Consumativa: Já praticou o ato. As Exceções são: A modificação da petição inicial sem autorização do réu até o saneamento (art. 264, CPC) e o aditamento após a citação do réu (art. 294, CPC).
“Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei.
Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo.”
“Art. 294. Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa.”.
- Lógica: Não pode praticar o ato pois já praticou um ato incompatível.
- Pro-Judicato: Para o julgador, não pode julgar duas vezes a mesma matéria.
A competência relativa preclui, há a prorrogação se não for argüida no prazo. Deve ser alegada na Exceção de competência e a absoluta em preliminar de contestação, essa porém pode ser dada de ofício. Na relativa há uma possibilidade de declaração de incompetência de ofício que é nos casos de foro de eleição nos contratos de adesão.
A competência relativa é de ordem privada.
Se o réu alegar incompetência após a preeliminar de contestação, o réu vai pagar as custas do processo em razão da demora, MESMO QUE GANHE A CAUSA.
Critérios objetivos
Competência em razão da pessoa (partes); a fixação da competência tendo em conta as partes envolvidas (ratione personae) pode ensejar a determinação da competência originaria dos tribunais, para ações em que a Fazenda Pública for parte etc;
Competência em razão da matéria (ratione materiae) - causa de pedir; considera-se, ao fixar a competência, a natureza da relação jurídica controvertida, definida pelo fato jurídico que lhe dá ensejo, por exemplo: para conhecer de umaação de separação, será competente um dos juizes das Varas da Família e Sucessões, quando os houver na Comarca;
Competência em razão do valor da causa (pedido); muito menos usado, serve para delimitar, entre outras hipóteses, competência de varas distritais, ou, quando houver organizado, dos Tribunais de Alçada.
Critério Territorial
Os órgãos jurisdicionais exercem jurisdição nos limites das suas circunscrições territoriais, estabelecidas na Constituição federal e/ou Estadual e nas Leis. Destarte, os juizes estaduais são competentes para dizer o direito nas suas Comarcas, e os juizes federais, por sua vez, nos limites da sua Seção Judiciária. Já os Tribunais Estaduais são competentes para exercer a jurisdição dentro do seu estado, os Tribunais Regionais Federais, nos limites da sua região. O STF e o STJ podem dizer o direito em todo o território nacional.
Sob o ângulo da parte, a competência territorial é em princípio determinada pelo domicilio do réu, para as ações fundadas em direito pessoal e as ações fundadas em direito real sobre bens móveis. (art. 94, CPC). Se o réu tiver domicílios múltiplos, poderá ser demandado em qualquer deles (§ 1º); se incerto ou desconhecido, será demandado no local em que for encontrado, ou no foro de domicílio do autor (§ 2º), facultando-se ao autor ajuizar a ação no foro de seu domicílio, se o réu não residir no Brasil e se o próprio autor também não tiver residência no País (§ 3º). Será ainda no foro de domicílio de qualquer dos réus no caso de litisconsórcio passivo (§ 4º).
Além dessas regras, existem outras, seja no CPC, seja em leis extravagantes, que estabelecem regras específicas para certas ações, por exemplo: I – ação de inventário, competente o foro do ultimo domicilio do autor da herança (art. 96, CPC; art. 1.785, CC/02); II – ação declaratória de ausência, competente o foro do ultimo domicílio do ausente (art. 97, CPC); III – ação de separação, divórcio, conversão de separação em divórcio e anulação de casamento, competente o foro do domicílio da mulher (art. 100, I, CPC); IV – ação de alimentos, competente o foro do domicílio do alimentado, isto é, aquele que pede os alimentos (art. 100, IICPC); V – ação de cobrança, competente o foro do lugar onde a obrigação deveria ter sido satisfeita (art. 100, IV, d, CPC); VI – ação de despejo, competente o foro da situação do imóvel (art. 58, II, Lei nº 8.245/91); VII – ação de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços, competente o foro domicílio do autor (art. 101, Lei nº 8.078/90-CDC); VIII – ação de adoção, competente o foro do domicílio dos pais ou responsáveis (art. 146, Lei nº 8.069/90 ECA); IX – ações movidas no Juizado Especial Cível, competente o foro do domicílio do autor (art. 4º, Lei nº 9.099/95 JEC).
Critério Funcional
Enquanto nos outros critérios busca-se estabelecer o juiz competente para conhecer de determinada causa, no critério funcional reparte-se a atividade jurisdicional entre órgãos que devam atuar dentro do mesmo processo.
Como o procedimento se desenvolve em diversas fases, pode haver necessidade de determinados atos se realizarem perante órgãos diversos; é o caso da carta precatória para citação ou intimação e oitiva de testemunha que esteja domiciliada em comarca diversa daquela em que tramita o processo, para a realização de penhora de bem situado em comarca diversa.
Essa competência é alterada também de acordo com o grau de jurisdição. Normalmente se desloca a competência para um órgão de segundo grau, um tribunal, para reapreciar processo decidido em primeira instancia por meio de recurso.
Classificação de Competência
A competência classifica-se em:
Competência do foro (territorial) e competência do juízo
Foro é o local onde o juiz exerce as suas funções; é a unidade territorial a qual se exerce o poder jurisdicional. No mesmo local, segundo as leis de organização judiciária podem funcionar vários juizes com atribuições iguais ou diversas.
De tal modo, para uma mesma causa, constata-se primeiro qual o foro competente, para depois averiguar o juízo, que em primeiro grau de jurisdição, corresponde às varas, o cartório, a unidade administrativa.
Nas Justiças dos Estados o foro de cada juiz de primeiro grau é o que se chama comarca; na Justiça Federal é a subseção judiciária. O foro do Tribunal de Justiça de um estado é todo o Estado; o dos Tribunais Regionais Federais é a sua região, definida em lei (art. 107, par. Único, CF); o do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e de todos os demais tribunais superiores é todo o território nacional (CF, art. 92, parágrafo único). Portanto, competência de foro, é sinônimo de competência territorial, e Juízo de órgão judiciário. A competência do juízo é matéria pertinente às leis de organização judiciária; já a de foro é regulada pelo CPC.
Competência originária e derivada:
A competência originária é atribuída ao órgão jurisdicional diretamente, para conhecer da causa em primeiro lugar; pode ser atribuída tanto ao juízo monocrático, o que é a regra, como ao tribunal, em algumas situações, como por exemplo, ação rescisória e mandado de segurança contra ato judicial. Enquanto que a competência derivada ou recursal é atribuída ao órgão jurisdicional destinado a rever a decisão já proferida; normalmente, atribui-se a competência derivada ao tribunal, mas há casos em que o próprio magistrado de primeira instancia possui competência recursal, por exemplo, nos casos dos embargos infringentes de alçada, cabíveis na forma do art. 34 da lei de Execução Fiscal, que serão julgados pelo mesmo juízo prolator da sentença.
Incompetência relativa x Incompetência absoluta
As regras de competência submetem-se a regimes jurídicos diversos, conforme se trate de regra fixada para atender somente ao interesse público, denominada de regra de incompetência absoluta, e para atender predominantemente ao interesse particular, a regra de incompetência relativa.
A incompetência é defeito processual que, em regra, não leva à extinção o processo, mesmo tratando-se de incompetência absoluta, salvo nas excepcionais hipóteses do inciso III do art. 51 da Lei n.9.099/95 (juizados Especiais Cíveis), da incompetência internacional (arts. 88-89 do CPC) e do § 1º do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
A incompetência quando absoluta pode ser alegada a qualquer tempo, por qualquer das partes, em sede de preliminar à contestação, e, quando relativa, mediante exceção. Se absoluta, o juiz poderá reconhecê-la de ofício (CPC, art. 113), independentemente da alegação da parte, remetem-se os autos ao juiz competente e reputam-se nulos os atos decisórios já praticados, e, se relativa (CPC, art. 112), somente se acolher a exceção de incompetência, remeterá o juiz o processo para o juízo competente para apreciar a questão, que terá duas opções: reconhecer sua competência ou divergir, declarando-se igualmente incompetente, suscitando o conflito de competência (CPC, art. 115, II), e não se anulam os atos decisórios já praticados.
Na incompetência absoluta, responderá integralmente pelas custas, a parte que deixar de alegar na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos responderá integralmente pelas custas, na relativa, o juiz não pode reconhecê-la de ofício (Sumula 33 do STJ).
Modificação de Competência
Legal: Conexão continência, imperativo constituicional e o juízo universal.
Conexão: Art. 103, CPC. Quando houver duas ações com mesmo pedido e causa de pedir.
“Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir.”
Continência: Art. 104, CPC. As mesmas partes e mesma causa de pedir e o pedido de um tem que ser maior que o do outro.
“Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.”
Imperativo Constitucional: Art. 109, CF. Toda vez que a União intervir no processo a competência é da justiça federal.
“Art. 109. Aos juízes federaiscompete processar e julgar:
- as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;”
Juízo universal: É a “vis atractiva”, a vara se torna competente para julgar todas as causas, como acontece no caso da Falência, que a vara que julga a falência vira um polo de atração dos demais processos da empresa falida.
Voluntária: Divide-se em:
Expressa: É o foro de eleição. É a circurnscrição geográfica escolhida pelas partes. Escolhe apenas o território, não pode escolher a vara e nem o juíz.
Tácita: Tinha incompetência relativa e essa não fora alegada pelo réu acarretando assim a prorrogação.
Na conexão e na continência pode haver união dos processos, e quando há um conflito de competência art. 115, CPC) o Tribunal de Justiça decide.
“Art. 115. Há conflito de competência:
I - quando dois ou mais juízes se declaram competentes;
II - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes;
III - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.”
Mais detalhes da conexão e a continência
A regra geral é a da perpetuatio jurisdictionis (CPC, art. 87), que veda a alteração de competência no curso da ação, sendo ela fixada no momento da propositura.
Não obstante a regra geral, o CPC, permite a modificação da competência após a propositura da ação nos casos de “conexão” ou “continência” (art. 102, CPC). Assim, segundo o art. 103 do CPC, reputam-se conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o objeto, ou seja, o pedido, por exemplo, nas ações entre as mesmas partes pedindo revisão do valor da pensão alimentícia, e a causa de pedir, isto é, o fato jurídico que dá arrimo ao pedido, como nas ações com fundamento no mesmo contrato ou no mesmo fato, um acidente, por exemplo. A continência, que é uma espécie de conexão, segundo o art. 104 do CPC dá-se entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras, como por exemplo nas ações entre as mesmas pessoas, relativas a um contrato de mútuo, sendo que em uma delas cobra-se uma prestação; na outra, cobra-se todo o valor do mútuo.
Prevenção
Prevenção é um critério de confirmação e manutenção da competência do juiz que conheceu a causa em primeiro lugar, perpetuando a sua jurisdição e excluindo possíveis competências concorrentes de outros juízos.
Por se tratar de matéria de ordem pública, não se sujeita à preclusão, podendo ser alegada a qualquer tempo. Sendo juízes de mesma competência territorial, considerar-se-á prevento o que despachou em primeiro lugar (CPC, arts. 106 e 263), e sendo de competência territorial diversa (comarcas distintas), considerar-se-á prevento o juiz do processo que realizou a citação em primeiro lugar (CPC, art. 219).
Entretanto, essa reunião só será possível se não ocorrer hipótese de competência absoluta dos órgãos julgadores e se as ações ainda estiverem pendentes de julgamento, tramitando no mesmo grau de jurisdição.
Em suma:
Vai unir no juízo prevento, o que decide o juízo prevento é a citação válida, conforme o art. 219 do CPC.
“Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.
§ 2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
§ 3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias.
§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição.
§ 5oO juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.
§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento.”
O art. 106 do CPC traz uma exceção a regra da citação válida, que é quando as ações conexas encontram-se na mesma competência territorial (mesma comarca), no caso em tela a competência será de quem primeiro despachou.
“Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.”
Em resumo, mesma comarca: quem despachou primeiro; e comarca diferentes: primeira citação válida.
Observação importante:
A incompetência relativa não pode ser declarada de oficio pelo juiz (compete ao réu levantar a questão, através de peça em separado, chamada exceção de incompetência), salvo, segundo o parágrafo único do art. 112 do CPC, acrescentado pela Lei nº 11.280, de fevereiro de 2006, nos casos que envolvam litígios que tenham arrimo em contratos de adesão, vez que neste caso é licito ao juiz ex officio reconhecer a nulidade da cláusula de eleição de foro e declinar de sua competência para o juízo de domicilio do réu.
Conflito de competência
A questão da competência ou incompetência também pode ser levantada por um outro procedimento próprio, denominado conflito de competência, regulado nos arts. 115 a 124 do CPC. O conflito pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz (art. 116), e é decido pelo tribunal que designa qual juiz é o competente para decidir o conflito, pronunciando-se sobre a validade dos atos praticados pelo incompetente (art. 122).
Instaura-se mediante petição dirigida ao presidente do tribunal, instruída com os documentos que comprovem o conflito, ouvindo o relator, com a distribuição, os juízes em conflito. Sobrestará o processo, caso o conflito seja positivo; se o conflito for negativo, o sobrestamento não será necessário, pois não haverá juízo praticando atos processuais. Deverá ainda o relator designar um juiz para solucionar as questões urgentes.
Assim, há conflito de competência quando dois ou mais juízes se declaram competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) e também no caso de controvérsia sobre reunião ou separação de processos (CPC, art. 115, I, II e III).
O conflito entre autoridade judiciária e autoridade administrativa, ou só entre autoridades administrativas, chama-se conflito de atribuições e não conflito de competência.
AÇÃO
ELEMENTOS DA AÇÃO: PARTES ELEMENTOS
-Direito a prestação Jurisdicional ação ou defesa.
-Definição do direito a prestação jurisdicional ou direito de ação.
-O conceito de Direito de ação passou por evolução significativa.
O direito romano considerava o Direito a ação como o próprio direito material, era simples aspecto do direito material da parte.
Savingny disse que não havia ação sem direito.
O código civil de 1916 aceitava tal posicionamento.
Windscheid e Muther-disseram sobre a autonomia do direito de ação.
O direito processual é autônomo em relação ao diireito de ação.
São realidades distintas o direito a tutela jurisdicional que é dirigido contra o estado e outro direito que compete ao próprio estado em eliminar a lesão jurídica e que se volta contra a parte que a causou, este era o pensamento europeu.
Existem duas correntes:
DIREITO DE AÇÃO É AUTONOMO E CONCRETO
precisa de sentença de procedência favorável para se ter direito de ação.
Embora seja o direito público subjetivo diverso do direito material diverso, o direito material lesado só existe quando também exista o próprio direito material tutelar.
Haveria então uma sentença favorável.
Wach, Bulow, Hellwing e Chiovenda defendiam que o conceito de ação é autônomo e concreto.
2)DIREITO DE AÇÃO É AUTÔNOMO E ABSTRATO
a sentença pode ser favorável ou não para ação.
Plósz, De Genkols- Para essa teoria o direito de ação é o direito a composição do litígio pelo estado, e não precisa da existência do direitomaterial da parte que provoca a atuação do poder judiciário.
A sentença pode ser favorável ou desfavorável, sendo a ação dirigida ao estado que é o sujeito passivo de tal direito.
Modernamente o direito a ação é direito publico subjetivo exercitável pela parte para exigir do estado a obrigação da prestação jurisdicional, pouco importando se é de amparo ou desamparo a prestação jurisdicional. O direito é abstrato.
Abstrato independe da própria existência do direito material.
CONDIÇÕES DA AÇÃO
Legitimidade de agir
Interesse de agirnecessidade, adequação
-Carência de ação/ carência do direito de ação
Entendemos,, que na concepção do CPC de 1973 as "condições da ação" são requisitos processuais, quais sejam: legitimidade, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido, imprescindíveis para o regular trâmite processual e eventual julgamento do mérito.
Insta dizer que constatado pelo juiz a ausência de qualquer uma das condições da ação, teremos a carência da ação, nos termos do art. 267, VI, CPC/73.
Levando-se em conta que o magistrado, ainda, realiza dois juízos (de admissibilidade e mérito), o novo CPC separou os requisitos das condições da ação alocando-os em pressupostos processuais (relativos ao juízo de admissibilidade da ação) e como questão de mérito.
Verifica-se, portanto, que o interesse de agir e a legitimidade passaram a ser tratados como pressupostos processuais, nos termos do art. 17, do NCPC, de tal forma que constatando o juiz, ao receber a inicial, a ausência do interesse de agir ou legitimidade, indeferirá a petição inicial, consoante art. 330, II e III, do NCPC.
Art.17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
-Limites temporais
- PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA DO PROCESSO
1) CAPACIDADE DE SER PARTE  APTIDÃO GENÉRICA E ABSOLUTA DOS SUJEITOS DE DIREITO PARA
SER SUJEITO DE UMA RELAÇÃO JURÍDICA OU ASSUMIR UMA SITUAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL . É A
PERSONALIDADE JUDICIÁRIA.
- Têm personalidade judiciária: pessoas físicas, pessoas jurídicas, condomínio, massa falida, espólio,
nascituro, nondum conceptus (prole eventual), sociedade de fato, comunidades indígenas, sociedades
irregulares, órgãos públicos como o MP, o Tribunal de Contas e a Defensoria Pública etc.
- Noção absoluta: ou tem ou não tem personalidade judiciária.
- NÃO SE EXIGE A CAPACIDADE DE SER PARTE DO RÉU. Como o processo nasce com a demanda, ele
nasce sem a presença do réu em juízo. Diante da não indicação do réu, o juiz deve intimar para
regularizar a petição inicial e, depois, se não o fizer, extinguirá o processo por defeito do instrumento
da demanda.
2) ÓRGÃO INVESTIDO DE JURISDIÇÃO  se a demanda for “ajuizada” perante um não-juiz, o processo
será inexistente.
3) DEMANDA  é o ato de pedir que delimita a prestação jurisdicional. O pedido e a causa de pedir
são seus elementos. Já foi analisada no capítulo ‘Teoria da Ação’.
-Elementos da ação
Defesa do réu
contestação
É uma das peças de resposta do réu, onde ele pode se defender daquilo que lhe foi imputado. Trata-se do meio pelo qual o réu contrapõe-se aos pedidos formulados na inicial, devendo concentrar todas as manifestações de resistência à pretensão do autor. É na contestação que o réu pleiteia que o juiz não acolha o pedido feito pelo autor. De acordo com o artigo 300, do Código de Processo Civil, "compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir".
execução
reconvenção
Toda vez que o autor ingressa com uma ação, tem ele o condão de pedir ao magistrado um pronunciamento contra o réu. O réu, por sua vez, tem por objetivo, se furtar da responsabilidade daqueles fatos, buscando a improcedência do pedido do autor.
Ocorre que o réu pode se valer do mesmo processo para buscar não apenas a improcedência do pedido do autor, mas objetivar um verdadeiro contra ataque ao autor.
É a chamada reconvenção e pedido contraposto (rito sumário e sumaríssimo). A legislação de 1973 já permitia essa possibilidade.
A reconvenção, então, é como se fosse uma nova ação, ajuizada pelo réu contra o autor, no momento de responder os termos da petição inicial. Assim, trata-se de um pedido do réu contra o autor, dentro do mesmo processo.
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
As ações são classificadas de acordo com o tipo de direito em questão.
1. Ações civis
Classificam-se de acordo com a natureza da pretensão e seu pedido mediato.
1.1. Ações de conhecimento
A pretensão do autor visa uma sentença que defina direitos. O juiz toma conhecimento da natureza do conflito e decide quem está legalmente com a razão. Subdividem-se em ações declaratórias, constitutivas e condenatórias.
1.1.1. Ação declaratória
Define a existência, ou a inexistência, ou o modo de ser de uma relação jurídica, ou reconhece a autenticidade ou a falsidade de um documento. Ex.: investigação de paternidade.
1.1.2. Ação constitutiva
Declara o direito de uma parte, cria, modifica ou extingue o estado de uma relação jurídica preexistente.
1.1.3. Ação condenatória
Declara a existência de uma relação jurídica e, diante da violação de um imperativo legal, aplica uma sanção ao réu e impõe que ele cumpra a prestação. Ex.: indenização.
1.2. Ação executória
Visa obrigar que se concretize o que ficou definido na ação de conhecimento e não foi cumprido.
1.3. Tutelas provisórias
Justificam-se quando, em razão do tempo necessário para se realizarem todos os trâmites processuais, há risco do provimento jurisdicional ser ineficaz, ou quando não há necessidade de esperar o fim do processo, diante das evidências.
1.3.1. Tutelas de urgência
São concedidas sempre que um direito é altamente provável e corre risco de não ser devidamente provido ao final do processo.
1.3.1.1. Tutela antecipada
Aplica-se quando a intenção é satisfazer antecipadamente o direito pretendidopelo autor.
1.3.1.2. Tutela cautelar
Aplica-se quando se objetiva assegurar a integridade do direito pretendidopelo autor.
1.3.2. Tutela de evidência
Independente de risco de ineficácia material do resultado do processo, pode ser requerida quando o réu abusar do direito de defesa ou usar de métodos para protelar o fim do processo.
2. Ações penais
Caracterizam-se pelo direto de pedir ao Estado que aplique o direito penal ao caso concreto diante de uma pretensão punitiva. Classificam-se de acordo com a titularidade.
2.1. Ação penal pública
Em regra, as ações penais são públicas e são de responsabilidade primária do Ministério Público.
2.1.1. Ação penal pública incondicionada
São ações propostas exclusivamente pelo Ministério Público. Ex.: crimede roubo.
2.1.2. Ação penal pública condicionada
São propostas pelo MP, mas dependem da representação do ofendido ou de requisição do Ministério da Justiça. Ex.: crime de ameaça.
2.2. Ação penal privada
São propostas diretamente pelo ofendido ou seu representante. Ex.: crime de exercício arbitrário das próprias razões.
3. Ações trabalhistas
Além de serem classificadas como as ações civis, também se classificam como individuais e coletivas.
3.1. Ação individual
É quando a pessoa é titular singular de uma pretensão buscando um pronunciamento judicial sobre um direito concreto e individual.
3.2. Ação coletiva
É quando um sindicato busca o direito coletivo de um grupo ou categoria profissional.
O DIREITO A AÇÃO É DIREITO FUNDAMENTAL.
O DIREITO PÚBLICO É SUBJETIVO, INDEPENDENTE, AUTÔNOMO E ABSTRATO.
O autor deve demonstrar uma pretensão idônea, requisitos básicos, requisitos constitutivos, que são as condições da ação cuja a ausência leva a carência de ação.
As condições da ação importam a ação concretamente exercida, com viabilidade abstrata da pretensão dedireito material. Os pressupostos processuais são dados reclamados para análise da viabilidade do exercício do direito de ação sob o ponto de vista estritamente processual.
Elementos da ação- partes /pedido/ e causa de pedir.
Partes-autor/réu
Pedido-objeto
Causa de pedido- motivo/porque.
AS FASES DO PROCEDIMENTO COMUM
1- Procedimento comum é o rito ordinário do novo CPC. Aplica-se a todos os casos em que a lei não dispor de forma diferente e também de maneira subsidiária em outros procedimentos.
O Procedimento Comum no Novo CPC é composto por 4 fases: Postulatória, Saneatória, Instrutória e Decisória.
2- A Fase Postulatória é aquela em que as partes mais agem. O autor expõe sua causa de pedir e o réu peticiona sua contestação. Também é nessa fase em que há a audiência de conciliação.
3- A Fase Saneatória tem o objetivo principal de acabar com todos os vícios e dúvidas acerca das alegações que foram feitas na fase anterior. Assim, o juiz cumpre suas providências preliminares e profere julgamento.
4- A Fase Instrutória, também conhecida como probatória, é aquela onde há a produção e complementação de provas. Quando encerrada, abre-se espaço para os debates orais dos advogados, as alegações finais.
5- A Fase Decisória, como o próprio nome já diz, é aquela onde a decisão do juiz, ou seja, a sentença, será proferida. Ocorre após a audiência de instrução e julgamento ou no prazo de 30 dias (prazo impróprio).
O QUE É PROCESSO
Segundo a doutrina majoritária, processo é a relação jurídica processual que se realiza em contraditório.
É método de compor lide em juízo, através de uma relação jurídica vinculativa de direito.
Essa relação jurídica existe a partir da propositura da demanda, quando já há litispendência para o autor.
Para o réu, só começa com a citação válida. Processo contém uma relação jurídica entre as partes e o Estado-Juiz, a chamada relação jurídica processual.
Esta se distingue da relação de direito material por três aspectos:
a) pelos seus sujeitos (autor, réu e Estado-Juiz);
b) pelo seu objeto (a prestação jurisdicional);
c) e pelos seus pressupostos (os pressupostos processuais).
O QUE É PROCEDIMENTO COMUM?
Procedimento Comum é o processo de conhecimento, é o rito ordinário do CPC/73.
É aquele aplicável em todos os casos em que a lei não dispor de maneira diversa.
Vale lembrar que, procedimento (só procedimento, o conceito), é a maneira pela qual se desenvolve os ATOS no processo, sendo seu aspecto formal.
O Procedimento Comum é composto por 4 fases:
Fase Postulatória
Fase Saneatória
Fase Instrutória
Fase Decisória
DIFERENÇA ENTRE PROCESSO E PROCEDIMENTO
O processo passou então a ser o meio, o instrumento através do qual se obtém a prestação jurisdicional, o caminho formado por atos processuais que obedecem uma regra e que vão culminar em uma sentença.
 Já o procedimento configurou-se como o modo em que se executa estes atos processuais.
SUJEITOS DO PROCESSO:
-AUTOR sujeitos parciais
-RÉU 
-JUIZ sujeito imparcial
CAPACIDADE DE SUPORTE A ESTAR EM JUÍZO
-Capacidade é pressuposto processual, e o juiz pode reconhecer de ofcício e determinar que a parte supra a incapacidade.
Os atos praticados por incapazes podem ser convalidados por representante ou assistente antes que entrasse no processo.
Art. 72 CPC- O juiz nomeará curador especial ao:
Inapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
Réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
Par. Único- a curatela especial será exercido pela Defensoria Publica, nos termos da lei.
O curador especial tem função fiscalizadora nos atos do processo.
CAPACIDADE PROCESSUAL DOS CÔNJUGES
CAPACIDADE ATIVA-autor
-direitos reais imobiliários
-autorização do outro cônjuge,
-existe suprimento do juiz para autorização quando a recusa da autorização for injusta, se o juiz não supriu a autorização o processo extingue.
-invalidação do ato, o cônjuge pode invalidar o processo em razão da não autorização ou seus herdeiros no caso de morte. Trata-se de nulidade relativa do ato.
MEAÇÃO- Metade da propriedade.
CAPACIDADE PASSIVA-réu
5. Capacidade postulatória
É a aptidão para a prática de atos dentro do processo, que é conferida aos
advogados e membros do Ministério Público e Defensoria. Segundo Nelson Nery Jr.
e Rosa Nery que “a capacidade processual não se confunde com a capacidade
postulatória, que é a aptidão que se tem para procurar em juízo”.14
4. Capacidade Processual ou Capacidade de Fato ou de Exercício
Significa a capacidade de estar em juízo10. Significa que a parte é apta para
praticar atos processuais independentemente de assistência (relativamente
incapaz) ou representação (absolutamente incapaz). Capacidade de estar em juízo
(CPC, 7º) é um conceito intimamente ligado com a noção de maioridade e
menoridade no direito civil ou capacidade de fato ou de exercício.
11 Se a parte é
maior (plenamente capaz), tem capacidade processual plena. Se menor de 16 anos
(absolutamente incapaz), terá que ser representada em juízo. Se tiver entre 16 e 18
anos, terá que ser assistida, pois é considerada relativamente incapaz.
12 José Miguel
Garcia Medina elucida que a capacidade processual “é a aptidão para praticar atos
processuais independentemente de assistência e representação, pessoalmente, ou
por outras pessoas apontadas pela lei”.1
8. A capacidade de estar em juízo dos cônjuges
Prescreve o art. 10 do Código de Processo Civil que caso um dos cônjuges
pretenda propor ação versando sobre direitos reais imobiliários17, deverá ter o
consentimento do outro cônjuge. Desta regra é possível extrair o seguinte:
(a) Não há a necessidade de formação de um litisconsórcio no pólo ativo, ou
seja, se o cônjuge pretenter propor ação, mas tão somente o consentimento
do outro.
18
(b)No pólo passivo, por força do art. 10, § 1º19, há a necessidade de formação
do litisconsórcio passivo;
17 Descritos no art. 1.225 do Código Civil: Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III -
as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII
- o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a
concessão de direito real de uso.
18 MARINONI-MITIDIERO, Código de processo..., p. 106.
19 Art. 10, § 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações: I - que versem sobre direitos
reais imobiliários; II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por
eles; III - fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de recair
sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados; IV – que tenham por objeto o
reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges. 
(c) Os casos acima descritos não abrangem Uniões Estáveis e, no que tange ao
casamento, não importa o regime de bens para a incidência da regra.20
(d)No que tange às ações possessórias, somente haverá litisconsórcio no pólo
passivo se houver composse ou ato praticado por ambos os cônjuges.
9. Da conseqüência da falta de capacidade no processo civil
Caso falte o consentimento, deve o magistrado determinar sua exibição, não
podendo o mesmo extinguir o processo sem oportunizar a manifestação das partes
interessadas.
Consoante o art. 13 “verificando a incapacidade processual ou airregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo,marcará prazo razoável para ser sanado o defeito”.
Conforme as lições de Marinoni e Mitidiero, seja qual for o tipo de
incapacidade verificada, deve o juiz dialogar com as partes, assinalando um prazo
para sanar o vício detectado.22 De fato, a observância do diálogo corrobora para a
proteção do princípiodo contraditório e da cooperação entre todos os sujeitos da
relação processual.
Com efeito, a capacidade para ser parte refere-se à possibilidade de o sujeito apresentar-se em juízo como demandante ou demandado, isto é, como autor ou réu em uma ação processual. Essa espécie de capacidade liga-se à existência de personalidade civil. Para a pessoa natural, a personalidade civil inicia-se com o nascimento com vida, embora a lei ponha a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Para a pessoa jurídica, a personalidade civil é conquistada a partir da inscrição do seu ato formativo no respectivo registro (v.g. Junta Comercial). No entanto, em alguns casos, a legislação atribui capacidade para ser parte a determinados entes despersonalizados, assim como ocorre com a massa falida, o condomínio, o espólio, a herança jacente e com certos órgãos públicos que não detêm personalidade jurídica. Por sua vez, a capacidade processual tem a ver com a possibilidade de a parte praticar atos do processo sem o acompanhamento de outra pessoa. Em outras palavras, tem capacidade processual aquele que puder agir sozinho em juízo, realizando atos processuais de forma autônoma, sem o apoio de assistente ou representante legal. A título de exemplo, podemos lembrar que o recém-nascido ostenta capacidade para ser parte, afinal, ele possui personalidade civil. Entretanto, em virtude das naturais limitações que sofre, ele não possui capacidade processual, razão pela qual deve ser representado por seus genitores ou um tutor. Finalmente, a capacidade postulatória é a aptidão para requerer perante os órgãos estatais investidos da jurisdição. Em regra, essa espécie de capacidade é privativa do advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB, art. 1º). No entanto, essa regra do “jus postulandi” também comporta exceções, pois há casos em que a lei reconhece capacidade postulatória para a própria parte, tal qual ocorre na ação de “habeas corpus”.
CAPACIDADE PROCESSUAL (artigos 7º a 13 do CPC)
11 Abril 2005 Valternei Melo de Souza
1. Parte e Capacidade processual 
 
A compreensão do tema “capacidade processual” tem como pressuposto a definição do conceito de parte que, na definição de Cândido Rangel Dinamarco, consiste no sujeito interessado da relação processual. [1] O jurista utiliza a expressão “interessado” porque, na sua óptica, aqueles que integram uma relação processual sempre estão na busca da defesa de algum interesse, seja próprio, seja alheio. Sob uma perspectiva clássica, parte é aquele que pede ou aquele contra quem se pede algo em juízo. [2]
Embora “parte” seja uma categoria processual, uma vez que diz respeito a quem é sujeito de uma relação processual, é o direito material que estabelece quem possui capacidade de ser parte.
A capacidade processual é gênero dentro da qual podem ser identificadas três espécies: capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo e capacidade postulatória. [3]
Há que se advertir, porém, que possuir capacidade de ser parte não significa necessariamente ter, também, capacidade processual (capacidade para estar em juízo), bem como o fato de ter capacidade de estar em juízo não significa capacidade postulatória. [4]
Mesmo o incapaz e o nascituro têm capacidade de ser parte, porque possuem capacidade de direito. [5] Diz Cândido Rangel Dinamarco que se trata de uma qualidade atribuída a todos os entes que podem tornar-se titulares de situações jurídicas integradas numa relação processual. [6]
Embora de um modo geral a capacidade de ser parte esteja relacionada com a personalidade jurídica, nem sempre com ela anda atrelada, pois a lei processual reconhece a entes desprovidos de personalidade jurídica a possibilidade de ocuparem a posição de parte no processo. Nessas hipóteses, trata a lei de conferir personalidade judiciária ou personalidade processual a aqueles entes que não possuem, de regra, aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações. É o caso do espólio, da massa falida, órgãos públicos de defesa do consumidor, Ministério Público, Tribunal de Contas, entre outros.
A capacidade para estar em juízo é também conhecida como capacidade processual em sentido estrito ou legitimatio ad processum. É conceito que, diferentemente da capacidade de ser parte, possui natureza estritamente processual. É, em outras palavras, a capacidade para exercitar os direitos atuando processualmente, e não apenas figurar como parte no processo.
Com o vigente Código Civil, todo indivíduo adquire capacidade para estar em juízo aos 18 anos de idade. Aos menores de 16 anos (absolutamente incapazes), bem como aos maiores de 16 e menores de 18 anos (relativamente incapazes), a lei não reconhece a capacidade de estar em juízo, devendo aqueles ser assistidos e estes representados (artigo 8º do CPC).
Capacidade postulatória é a capacidade para procurar em juízo. É ostentada, de regra, pelo advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil e aos Membros do Ministério Público. Elenca a doutrina duas razões para justificar a indispensabilidade do advogado: conveniência técnica e conveniência psíquica. Aquela diz respeito à segurança que representa confiar a defesa de interesses a quem está tecnicamente preparado para tanto; esta, ao suposto distanciamento psíquico do advogado em relação ao conflito submetido ao Estado-Juiz.
No entanto, há casos em que não se exige capacidade postulatória para atuar em juízo. Assim, por exemplo, no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, a capacidade postulatória é dispensada para o ajuizamento de ações cujo valor não exceda a 20 salários mínimos. O advogado, contudo, será necessário para interpor recurso. Dispensa-se, também, a capacidade postulatória para a impetração de habeas corpus, bem como para propor reclamatória na Justiça do Trabalho. [7](Diverge a doutrina a esse respeito, dizendo alguns que, em face das disposições constitucionais vigentes, bem como diante do que dispõe o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, a norma da Consolidação das Leis do Trabalho teria sido revogada implicitamente).
 
 
2. Incapacidade processual
 
A capacidade processual, em qualquer de suas modalidades, constitui-se em pressuposto processual de validade do processo. A sua ausência, contudo, não conduz inexoravelmente à extinção do processo, pois, de acordo com o disposto no artigo 13 do Código de Processo Civil, deve ser dada à parte a possibilidade de regularizar a sua situação processual.[8]
Aos menores de 16 anos a lei não reconhece qualquer capacidade, tendo-os como absolutamente incapazes. Sua atuação em juízo deve se dar tão-somente mediante a representação. Aos maiores de 16 anos e menores de 18, a lei confere capacidade relativa, de modo que a sua atuação em juízo somente pode se dar com o concurso de seus assistentes (pais, tutores, curadores, etc.). É o que dispõe o artigo 8º do Código de Processo Civil.
Em ambos os casos, parte é o menor e não o seu representante ou assistente. No caso de representação, os atos processuais são praticados e recepcionados pelo representante; na assistência, pelo assistido, com o assistente. [9] Daí porque a citação do menor absolutamente incapaz é feita na pessoa de seu representante, ao passo que a do menor relativamente incapaz é preciso citar tanto assistente quanto o assistido.
Na hipótese de incapacidade absoluta, a procuração pode ser outorgada pelo representante, ao advogado, por instrumento particular; na de incapacidade relativa, a doutrina diverge. Cândido Rangel Dinamarco entende que o instrumento deve ser público, a fim de que sejam resguardados os interesses do menor. [10] Nelson Nery Junior, Rosa Maria Andrade Nery, diversamente, entendem, com base em inúmeros julgados, que a procuração pode ser outorgada por instrumento particular, sendo plenamente válida e eficaz. [11] O fundamento desse posicionamento repousa na ausência de distinção por parte da lei processual.
Quando a falta de capacidade para estar em juízo

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