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PONTO DOS CONCURSOS MATEMÁTICA ATUARIAL DE PESSOAS SUSEP Aula 1 André Cunha 12/02/2010 Este documento contém o conteúdo programático do curso (plano de ensino) e aborda os seguintes tópicos: Conceitos básicos de Probabilidade e Matemática Financeira. Noções de Cálculo Diferencial e Integral. Página 2 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Caro concursando, Estamos começando um trabalho curto, porém bem intenso. O objetivo é estarmos muito bem preparados no dia 17 de abril para prestar a prova da SUSEP. O desafio é grande. Matemática Atuarial é uma matéria longe de ser elementar, pouco estudada (quase que na totalidade somente por quem é da área) e, como se não bastasse, houve mudanças significativas entre os editais de 2006 e 2010. Matemática Atuarial (Pessoas + Danos) responde neste concurso por 50% da prova específica, contra apenas 20% no certame de 2006. Entram tópicos novos, como Múltiplos Decrementos e Anuidades Contínuas, e deixam de constar outros, como Valores Garantidos. Essas mudanças no edital, acredito, refletem a constante evolução no processo de capacitação profissional no mundo como um todo, mais particularmente na Inglaterra e nos Estados Unidos, onde a Atuária é mais desenvolvida. O Brasil vem correndo mais devagar, mas vem. Desde 2005 o IBA (Instituto Brasileiro de Atuária) só aceita como membros bacharéis em Ciências Atuariais que são aprovados em seus exames de admissão. Por essas razões é extremamente desafiador escrever esse curso. Para você, concursando, sugiro que tente manter a cabeça fria, principalmente com o que vai cair na prova. Ir bem em concurso é ir melhor que os outros, e me parece que (quase) todos estão com o mesmo problema. Tenho recebido vários e-mails todos os dias de pessoas preocupadas com bibliografia. Eu tenho razoável experiência como professor, aluno auto-didata e atuário, e confesso que tive relativa dificuldade em montar uma bibliografia para o presente curso. Devido a todo esse ambiente de mudanças já descrito, apesar de ser necessário resolver muitas questões de concursos anteriores – e vamos fazê-lo –, isso não será suficiente. Por isso o curso virá “quente”. Vou tentar expor a matéria da maneira mais simples possível, como foi dito na Aula 0, mas nunca abrindo mão do rigor matemático. Gosto muito de uma frase de Max Weber: “O homem não teria conseguido o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível”. Vamos tentar o impossível. Que todos os alunos do Ponto dos Concursos passem na SUSEP. Página 3 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 PLANO DE ENSINO O planejamento de um curso é um processo dinâmico, não estático, principalmente em se tratando de um curso novo. Foram feitas algumas alterações no plano de ensino. Aula Data Conteúdo 0 31/01 INTRODUÇÃO. Introdução às Funções de Sobrevivência e Tábua de Mortalidade. Paralelo entre Matemática Financeira e Matemática Atuarial. Valor Presente Atuarial (VPA). 1 12/02 CONCEITOS BÁSICOS. Conceitos básicos de Probabilidade e Matemática Financeira. Noções de Cálculo Diferencial e Integral. 2-3 22/02 e 01/03 FUNÇÕES DE SOBREVIVÊNCIA. Funções de Sobrevivência de uma vida. Tábua de Mortalidade. Tempo de vida futuro de um recém-nascido, tempo até a morte de uma pessoa de idade x, força de mortalidade, tábua de mortalidade, relação entre a tábua de mortalidade e função de sobrevivência, esperança de vida, leis de mortalidade, métodos para fracionar idades, tábuas selecionadas. Comutações. 4 08/03 ANUIDADES. Anuidades discretas, contínuas e variáveis. 5 15/03 SEGUROS DE VIDA. Seguros de vida pagos no fim do ano da morte, relação entre seguro de vida e anuidades pagas no momento da morte, seguros variáveis. 6 22/03 PRÊMIOS. Cálculo de prêmio único, fracionado, puro e comercial. Planos pagáveis por sobrevivência, morte e invalidez. RESERVAS. Métodos prospectivo, retrospectivo e recorrência. 7 29/03 MÚLTIPLAS VIDAS. Funções sobrevivência de múltiplas vidas – status da vida conjunta, status do último sobrevivente, funções de contingência e anuidades reversíveis. 8 05/04 MÚLTIPLOS DECREMENTOS. Modelos de múltiplos decrementos e suas aplicações. Tábuas de múltiplos decrementos. 9 09/04 REGIMES FINANCEIROS E RISCOS. Regimes financeiros: repartição simples, repartição de capitais de cobertura e capitalização. Risco de subscrição. Risco de longevidade. Risco da taxa de juros. Risco em garantias mínimas. Página 4 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Página 5 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Conteúdo 1. Probabilidade ....................................................................................................... 7 1.1. Os Diferentes Tipos de Probabilidade .............................................. 7 1.2. Conjuntos e Eventos ............................................................................ 10 1.3. Definição Axiomática de Probabilidade ......................................... 10 1.4. Probabilidades Conjunta e Condicional ......................................... 10 1.5. Independência ........................................................................................ 12 2. Variáveis Aleatórias ......................................................................................... 13 2.1. Definição de Variável Aleatória ........................................................ 13 2.2. Função Discreta de Probabilidade ................................................... 14 2.3. Função de Distribuição de Probabilidade ..................................... 15 2.4. Função de Sobrevivência ......................................................................... 15 2.5. Funções de Distribuição e de Densidade de Probabilidade para Variáveis Contínuas .................................................................................. 16 2.6. Funções de Probabilidade Conjunta .................................................... 18 2.6.1. Funções de Probabilidade Marginal .......................................................21 2.6.2. Funções de Probabilidade Condicional .......................................................22 2.6.3. Variáveis Aleatórias Independentes .......................................................23 3. Valores Esperados Envolvendo Uma Única Variável Aleatória ....... 24 3.1. Média .......................................................................................................... 24 3.2. Valor Esperado de Uma Função de Variável Aleatória ............ 25 3.3. Variância ................................................................................................... 26 4. Matemática Financeira ......................................................... 27 4.1. Taxa efetiva de juros ................................................... 27 4.2. Função de acumulação ................................................. 28 4.3. Taxa instantânea de juros ............................................. 28 4.4. Valor Presente ............................................................ 30 4.4.1. Valor Presente de uma série de pagamentos.................................................31 4.5. Taxas nominais e taxas efetivas .................................... 32 4.6. Anuidades ou Rendas ................................................... 33 4.6.1. Renda imediata, postecipada e temporária....................................................34 4.6.2. Renda imediata, antecipada e temporária......................................................35 4.6.3. Renda diferidade m anos, postecipada e temporária....................................37 Página 6 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 4.6.4. Renda diferida de m anos, antecipada e temporária......................................38 4.6.5. Rendas vitalícias (Perpetuidades).................................................................39 4.6.6. Rendas fracionadas........................................................................................40 4.6.7. Rendas contínuas...........................................................................................42 5. Noções de Derivada e Integral .............................................. 45 5.1. Noções de Derivada ..................................................... 45 5.2. Noções de Integral ....................................................... 46 6. Exercícios de Fixação .......................................................... 49 7. GABARITO ......................................................................... 55 8. Resolução dos Exercícios de Fixação ...................................... 56 Página 7 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 1. Probabilidade A probabilidade é a teoria matemática que permeia toda a Matemática Atuarial. Um fenômeno é aleatório quando o seu comportamento futuro não pode ser previsto com absoluta certeza. Por exemplo, as condições climáticas no dia da prova da SUSEP não podem ser previstas com 100% de acerto. Por outro lado, é possível que a previsão do tempo seja realizada em termos probabilísticos. Se você tiver a curiosidade de consultar o site da empresa Climatempo1, constatará que a previsão é dada em termos de “tendências” e que, inclusive, a seguinte observação é feita: “Esta tendência é resultado de modelos matemáticos e não tem interferência direta dos meteorologistas. Estes valores podem variar muito de um dia para o outro.”. Ou seja, a Climatempo está dizendo para os seus clientes, que são leigos em Meteorologia, que a previsão do tempo possui uma margem de erro e que isto se deve à utilização de modelos matemáticos probabilísticos de previsão. As variáveis demográficas são aleatórias por natureza. Não sabemos quais serão os seus valores futuros senão depois de observá-los. Para exemplificar, não sabemos quando vamos morrer (ainda bem!), ou qual a taxa de natalidade que terá o Brasil em 2010. Faremos uma breve revisão dos conceitos fundamentais da teoria da probabilidade nesta aula. 1.1. Os Diferentes Tipos de Probabilidade A) Probabilidade como a razão entre o número de resultados favoráveis e o número total de resultados possíveis (teoria clássica) Nesta abordagem a probabilidade de um dado evento2 E é calculada a priori3 pela fórmula 1 http://www.climatempo.com.br 2 O conceito de evento será formalizado mais adiante nesta aula. 3 Aqui, a priori significa aquilo que está relacionado com o raciocínio lógico a partir de proposições auto-evidentes ou o que é pressuposto por experiência. Neste Página 8 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 (1) N NP E= em que P é a probabilidade de E, NE representa o número de ocorrências de E e N é o número de todos os resultados possíveis. Uma noção importante que está subentendida em (1) é que os resultados devem ser equiprováveis. Exemplo 1. Lance uma moeda não viciada (ou justa) duas vezes. Os resultados possíveis são cara-cara (CC), cara-coroa (CK), coroa-cara (KC) e coroa-coroa (KK). Qual é a probabilidade de se obter pelo menos uma coroa? Seja E o evento que denota a obtenção de pelo menos uma coroa; então E é o conjunto dos resultados KK}KC,{CK,E = . O número de elementos em E é 3. Como N = 4, temos que 4 3 N NEP E ==][ . ▪ A definição clássica de probabilidade possui alguns defeitos, como, por exemplo, a sua não capacidade de abordar situações em que os resultados são não equiprováveis. B) Probabilidade como freqüência relativa Considere n realizações de um experimento aleatório (vide definição mais adiante). Então, define-se a probabilidade de um dado evento E como contexto, a posteriori denotaria o que está relacionado com o raciocínio lógico a partir dos fatos que são observados. Página 9 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 (2) n nEP En→∞= lim][ em que nE denota o número de ocorrências de E. Como na prática não podemos obter infinitas realizações, temos que (2) estima P[E] dado um valor finito de n. Observe que 1][0 ≤≤ EP , pois nnE ≤ . Um dos problemas desta abordagem é justamente o fato de nunca podermos realizar o experimento por um número infinito de vezes. Outra dificuldade é que assume-se que a razão nE/n possui um limite para n tendendo a infinito. Apesar dos problemas mencionados acima, a definição de probabilidade como freqüência relativa é essencial para a aplicação da teoria da probabilidade ao mundo real. C) Probabilidade baseada na teoria axiomática Esta é a abordagem moderna da probabilidade. Para desenvolvê-la, é preciso introduzir os conceitos de experimento aleatório, espaço amostral e evento. Um experimento aleatório é simplesmente um experimento em que os resultados são não determinísticos, isto é, probabilísticos. O espaço amostral é o conjunto de todos os possíveis resultados de um experimento aleatório. Um evento é um subconjunto do espaço amostral que satisfaz a certas restrições (não vem ao caso, neste curso, detalhar quais são estas restrições). De forma geral, quase todo subconjunto do espaço amostral é um evento4. O moderno tratamento axiomático da teoria da probabilidade é em grande parte devido à pesquisa do brilhante matemático russo Andrei N. Kolmogorov (1903-1987)5. 4 Nem todo subconjunto do espaço amostral é um evento. Eventos são subconjuntos do espaço amostral que têm medidas de probabilidade consistentes com os axiomas da probabilidade do item 1.3. 5 Apesar deste tipo de informação não ser importante para a prova, não nos custa nada conhecer um pouco da história da matemática e “pagar o tributo” a um dos maiores matemáticos de todos os tempos! Página 10 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 1.2. Conjuntos e Eventos Um conjunto é uma coleção de objetos abstratos ou concretos. Um exemplo de conjunto concreto é o conjunto de todos os residentes na cidade de São Paulo cuja altura exceda 1,60 m. O conjunto de todos os habitantes de São Paulo com altura entre 1,60m e 1,70m é um subconjunto do conjunto anterior. No estudo da probabilidade, nós estamos interessados no conjunto de todos os possíveis resultados de um experimento (espaço amostral) e nos subconjuntos daquele conjunto. É comum representar o espaço amostral de um experimento aleatório usando a letra grega Ω (ômega). Eventos são subconjuntos de Ω. O próprio conjunto Ω é um evento, o qual é denominado evento certo. 1.3. Definição Axiomática de Probabilidade Seja um experimento aleatório com espaço amostral Ω. Considere um evento qualquer E. Define-se probabilidade como a função P[.] que atribui um número P[E] para o evento E do espaço amostral Ω denominado probabilidade de E tal que a) P[E] ≥ 0. b) P[Ω] = 1. c) P[E ∪ F] = P[E] + P[F] se E ∩ F = ∅. As expressões (a), (b) e (c)são os axiomas da probabilidade. 1.4. Probabilidades Conjunta e Condicional Assuma que se queira realizar o seguinte experimento: estamos numa certa cidade do Brasil e desejamos coletar dados sobre o tempo local. Em particular estamos interessados em três eventos, os quais serão denominados A, B e C, onde A é o evento que representa uma temperatura igual ou maior a 20º C em qualquer dia; B é o evento que denota um índice de precipitação maior ou igual a 10mm em qualquer dia; Página 11 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 C é o evento que representa a ocorrência simultânea de A e B, isto é, C = AB (ou C = A ∩ B); Como C é um evento, P[C] é uma probabilidade que satisfaz os axiomas. Mas P[C] = P[AB]; neste caso, diz-se que P[AB] é a probabilidade conjunta dos eventos A e B. Em muitas situações práticas, o fenômeno aleatório de interesse pode ser desmembrado em duas etapas. A informação do que ocorreu numa dada etapa pode influenciar as probabilidades de ocorrências das etapas seguintes. Nestes casos, diz-se que ganhamos informação e que podemos “recalcular” as probabilidades de interesse. Essas probabilidades “recalculadas” são conhecidas como probabilidades condicionais. A definição de probabilidade condicional será motivada pelo exemplo a seguir. Exemplo 2. Considere os eventos A, B e C definidos acima. Seja ni o número de dias em que o evento i ocorreu. Ao longo de 1000 dias (n = 100), foram feitas as seguintes observações: nA = 711, nB = 406, nAB = 200. Pela interpretação da probabilidade em termos da noção de freqüência relativa, podemos estimar que: P[A] ≈ nA/n = 711/1.000 = 0,711 P[B] ≈ nB/n = 406/1.000 = 0,406 P[AB] ≈ nAB/n = 200/1.000 = 0,200 Agora considere a razão nAB/nA . Esta é a freqüência relativa de ocorrência do evento AB quando o evento A ocorre. Dito de outra forma, nAB/nA corresponde à fração do tempo em que o índice de precipitação é maior ou igual a 10mm naqueles dias em que a temperatura é igual ou maior a 20º C. Portanto, estamos lidando com a freqüência de um evento, dado que (ou condicionado ao fato de que) outro evento ocorreu. Note que ][ ][ / / AP ABP nn nn n n A AB A AB ≈= Página 12 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Este conceito empírico sugere que seja introduzido o conceito de uma medida de probabilidade condicional definida por (3) , ][ ][]/[ AP ABPABP = 0][ >AP em que ]/[ ABP denota a probabilidade de que B ocorra dado que A ocorreu. Similarmente, (4) , ][ ][]/[ BP ABPBAP = 0][ >BP 1.5. Independência Os eventos A e B, pertencentes ao espaço amostral Ω, com P[A] > 0 e P[B] > 0, são independentes se e somente se (5) ][][][ BPAPABP = . Importante para a Prova! Como ][]/[][]/[][ BPBAPAPABPABP == , segue-se que (6) ][]/[ APBAP = (7) ][]/[ BPABP = são válidas quando A e B são eventos independentes. A definição de independência diz que, se A e B são independentes, então o resultado B não terá efeito sobre a probabilidade de A e vice-versa. Página 13 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 2. Variáveis Aleatórias 2.1. Definição de Variável Aleatória Uma quantidade X, associada a cada possível resultado do espaço amostral, é denominada variável aleatória discreta se assume valores num conjunto contável ou enumerável6 (como o conjunto dos números inteiros Ζ ou o conjunto dos números naturais Ν), com certa probabilidade. Logo, uma variável aleatória é uma função, e não uma “variável” propriamente dita. São exemplos de variáveis aleatórias discretas: • Número de coroas obtido no lançamento de duas moedas; • Número de itens defeituosos em uma amostra retirada, aleatoriamente, de um lote; • Número de defeitos em um carro que sai de uma linha de produção. Considere o lançamento de duas moedas mencionado acima. O espaço amostral é Ω = {(cara, cara), (cara, coroa), (coroa, cara), (coroa, coroa)}, e os valores que a variável aleatória X (número de coroas) pode assumir são X = {0, 1, 2}. Observe que o valor x = 0 está associado ao resultado (cara, cara), o valor x = 1 está associado aos resultados (cara, coroa) e (coroa, cara) e o valor x = 2 está associado ao resultado (coroa, coroa). Uma variável aleatória contínua é uma função que associa elementos do espaço amostral ao conjunto dos números reais (conjunto não enumerável). Exemplos de variáveis aleatórias contínuas: 6 Um conjunto é enumerável quando é possível estabelecer uma correspondência do tipo “um para um” (biunívoca) com o conjunto dos números naturais. Isto quer dizer que é possível contar um conjunto enumerável. Página 14 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 • Tempo de resposta de um sistema computacional; • Volume de água perdido por dia, num sistema de abastecimento; • Resistência ao desgaste de um tipo de aço, num teste padrão. 2.2. Função Discreta de Probabilidade A função que atribui a cada valor de uma variável aleatória discreta sua probabilidade é chamada de função discreta de probabilidade ou, simplesmente, função de probabilidade (8) )(][ ii xfxXP == ,...2,1=i Uma função de probabilidade satisfaz 0 ≤ f(xi) ≤ 1 e ∑i f(xi) = 1. As variáveis aleatórias discretas são completamente caracterizadas pela sua função de probabilidade. Exemplo 3. Considere o lançamento de um dado não viciado. A probabilidade de se obter um resultado de 1 a 6 é igual a 1/6. O espaço amostral é Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. A Fig. 1 ilustra a função de probabilidade f(xi) =1/6, i = 1, 2, 3, 4, 5, 6, da variável aleatória X. x1 2 3 4 5 60 7 f(x) 1/6 1/6 1/6 1/6 1/6 1/6 Figura 1: função de probabilidade. Página 15 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 2.3. Função de Distribuição de Probabilidade A função de distribuição ou função acumulada de probabilidade de uma variável aleatória discreta X é definida pela expressão (9) ][)( xXPxF ≤= . A Fig. 2 mostra a função de distribuição F(x) da variável aleatória do exemplo 3. 1 2 3 4 5 6 x 1/6 1/3 1/2 2/3 5/6 1 F(x) 2.4. Função de Sobrevivência A função de sobrevivência de uma variável aleatória discreta X é definida pela expressão Figura 2: função de distribuição de probabilidade. Página 16 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 (10) ][)( xXPxS >= . É claro que F(x) + S(x) = 1, para todo x. 2.5. Funções de Distribuição, de Densidade de Probabilidade e de Sobrevivência para Variáveis Contínuas Diz-se que f(x) é uma função contínua de probabilidade ou função densidade de probabilidade para uma variável aleatória contínua X, se satisfaz duas condições: 1. f(x) > 0 para todo x ∈ (-∞,∞); 2. a área definida por f(x) é igual a 1. A condição 2 é dada pela integral (11) ∫∞ ∞− =1)( dxxf . Para calcular probabilidades, temos que, para a ≤ b (12) ∫=≤≤ b a dxxfbXaP )(][ . Observe que a probabilidade de ocorrência de um dado valor isolado “k” é sempre nula, ou seja, P[x = k] = 0. As funções de distribuição e de sobrevivência de uma variável aleatória contínua X também são definidas pela expressão (9) e (10), que podem serpostas nas formas (13) ∫ ∞− = x dfxF λλ)()( . Página 17 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 (14) ∫∞= x dfxS λλ)()( . De (11), (13) e (14), mais uma vez temos a relação F(x) + S(x) = 1 As Figuras 3 e 4 ilustram as funções densidade de probabilidade e de distribuição de uma variável aleatória Normal (vide definição no item 4.1). Figura 3: função densidade de probabilidade Normal. Página 18 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 2.6. Funções de Probabilidade Conjunta É possível definir mais de uma variável aleatória num mesmo espaço de probabilidade7. Por exemplo, considere o lançamento simultâneo de duas moedas não viciadas. Aqui a ordem do resultado 7 Um espaço amostral Ω e uma medida de probabilidade P formam um espaço de probabilidade Ψ. Na verdade, esta definição é incompleta; não obstante, está coerente com os conceitos ensinados nesta aula. Para maiores detalhes sobre as sutilezas da teoria de probabilidade, recomendamos que você consulte (não agora que você está na reta final para a SUSEP, mas somente depois de passar!) “An Introduction to Probability Theory and Its Applications” de William Feller. Esse livro é considerado uma das “bíblias” da teoria de probabilidade. Figura 4: função de distribuição Normal. Página 19 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 não é importante de modo que os resultados elementares do experimento aleatório são CC=1ζ (cara-cara), CK=2ζ (cara-coroa) e KK=3ζ (coroa-coroa). Logo, o espaço amostral é Ω = {CC, CK, KK}. Agora vamos definir as variáveis aleatórias: 0)(1 =ςX se pelo menos uma das moedas der cara (C) ( 1)(1 =ςX para os demais casos) e 1)(2 −=ςX se der uma cara e uma coroa (CK) ( 1)(2 +=ςX para os demais casos). Então P[X1=0] = ¾ (porque P[CC] = ¼ e P[CK]= ½), P[X1=1] = ¼, P[X2=-1] = ½ e P[X2=+1] = ½. Além disso, note que a probabilidade do evento conjunto P[X1=0, X2=+1] = P[CC] = ¼. O evento conjunto {X ≤ x, Y ≤ y} = {X ≤ x} ∩ {Y ≤ y} consiste em todos os resultados Ω∈ς tais que xX ≤)(ς e yY ≤)(ς (veja a Fig. 5). (x, y) x´ y´ Figura 5: a região hachurada representa o evento conjunto. Página 20 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 A função de distribuição conjunta de X e Y é definida como (15) ],[),( yYxXPyxFXY ≤≤= . Se ),( yxFXY for contínua e diferenciável (logo X e Y só podem ser variáveis aleatórias contínuas!), a função densidade de probabilidade conjunta de X e Y pode ser a partir da expressão (16) )],([),( 2 yxF yx yxf XYXY ∂∂ ∂= . A Fig. 6 mostra a função densidade de probabilidade conjunta Normal. O volume total sob a superfície da Fig. 6 é igual a um, haja vista que ∫ ∫∞ ∞− ∞ ∞− = 1),( dxdyyxf XY (evento certo). Página 21 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 A probabilidade do evento {X ≤ x, Y ≤ y} é dada por (17) ∫ ∫ ∞− ∞− = x XY y XY fddyxF ),(),( ηεηε . Sejam X e Y variáveis aleatórias discretas. Então a função discreta de probabilidade conjunta é definida por (18) ],[),( kikiXY yYxXPyxf === . 2.6.1. Funções de Probabilidade Marginal Dada uma função densidade de probabilidade conjunta, pode-se obter a função densidade de probabilidade de cada uma das variáveis aleatórias individuais. Figura 6: gráfico da densidade conjunta Normal. Página 22 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Sejam X e Y variáveis aleatórias contínuas com densidade conjunta fXY(x,y). Então fX(x) e fY(y) são denominadas densidades marginais de X e Y, respectivamente, se são obtidas de fXY(x,y) por meio das expressões (19) ∫∞ ∞− = dyyxfxf XYX ),()( (20) ∫∞ ∞− = dxyxfyf XYY ),()( Note que as funções de densidade de probabilidade marginal fX(x) e fY(y) correspondem às funções de densidade de probabilidade individuais de X e Y, respectivamente. Podemos obter resultados similares para variáveis aleatórias discretas. Dada a função discreta de probabilidade conjunta fXY(xi,yk), as funções discretas de probabilidade marginal são dadas por (21) ∑= k kiXYiX yxfxf ),()( (22) ∑= i kiXYkY yxfyf ),()( 2.6.2. Funções de Probabilidade Condicional Sejam X e Y variáveis aleatórias discretas com função de probabilidade conjunta fXY(xi,yk). Então as funções discretas de probabilidade condicional P[X=xi/Y=yk] = fX/Y(xi/yk) e P[Y=yk/ X=xi] = fY/X(yk/xi) são definidas como (23) )( ),()/(/ kY kiXY kiYX yf yxfyxf = , 0)( ≠kY yf (24) )( ),()/(/ iX kiXY ikXY xf yxfxyf = , 0)( ≠iX xf De (21) e (22) resulta que (25) )()/()()/(),( // iXikXYkYkiYXkiXY xfxyfyfyxfyxf == Página 23 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Podemos definir as densidades condicionais associadas a duas variáveis aleatórias contínuas X e Y (com densidade conjunta fXY(x,y) e densidades marginais fX(x) e fY(y)) de forma análoga8. A densidade condicional de Y dado o resultado X = x é definida por (26) )( ),()/(/ xf yxfxyf X XY XY = , 0)( ≠xfX e a densidade condicional de X dado o resultado Y = y como (27) )( ),()/(/ yf yxfyxf Y XY YX = , 0)( ≠yfY . 2.6.3. Variáveis Aleatórias Independentes Quando X e Y são variáveis aleatórias independentes a função de probabilidade conjunta é igual ao produto das funções marginais de probabilidade, ou seja (28) )()(),( yfxfyxf YXXY = . Podemos generalizar a fórmula (26). Sejam X1, X2, ..., Xn variáveis aleatórias independentes com função de probabilidade conjunta f(x1, x2, ..., xn) e funções marginais de probabilidade f(x1), f(x2), ..., f(xn). Então é válida a expressão (29) )()...()(),...,,( 2121 nn xfxfxfxxxf = . Se X e Y são independentes, então a densidade condicional de X, dado que Y = y é, (30) )( )( )()( )( ),()/(/ xfyf yfxf yf yxfyxf X Y YX Y XY YX === . 8 Apesar de termos afirmado que é possível obter as densidades condicionais (24) e (25) “de forma análoga” ao caso anterior (que envolvia variáveis aleatórias discretas), observe que (24) e (25) são obtidas a partir da definição de probabilidade condicional. Página 24 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 e a densidade condicional de Y, dado que X = x é, (31) )( )( )()( )( ),()/(/ yfxf yfxf xf yxfxyf Y X YX X XY XY === . 3. Valores Esperados Envolvendo Uma Única Variável Aleatória Já dissemos que uma variável aleatória é completamente caracterizada (ou especificada) pela sua função de probabilidade. Isto quer dizer que temos toda a informação acerca de X quando sabemos quem é fX(x) (isto é, quando conhecemos a fórmula de fX(x)). Na prática, é bastante comum não conhecermos fX(x). Neste caso, como faríamos para caracterizar X? O fato é que normalmente temos acesso a diversas observações de uma variável aleatória e podemos nos aproveitar deste fato para tentar obter uma descrição, ainda que parcial, da mesma. Uma maneira alternativa de caracterizar uma variável aleatória envolveria a obtenção de estimativas de alguns de seus momentos ou “médias” estatísticas. Na prática, os momentosmais importantes são a média (momento de 1ª ordem) e a variância (momento de 2ª ordem). A média é uma medida de posição de fX(x) (veremos o que isso quer dizer logo seguir), ao passo que a variância é uma medida de dispersão (ou do grau de variabilidade) de fX(x). A Estatística também define momentos de ordem mais alta como a assimetria (3ª ordem) e a curtose (4ª ordem), mas eles não serão vistos neste curso porque não são relevantes para a prova. Vejamos a seguir os conceitos de média e variância. 3.1. Média A média (também conhecida como valor esperado ou esperança) é uma medida de posição de uma função de probabilidade, servindo para localizar a função sobre o eixo de variação da variável em questão. Em particular, a média Página 25 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 caracteriza o centro de uma função de probabilidade9. A média é uma característica numérica de uma função de probabilidade. Se X for uma variável aleatória discreta que pode tomar os valores x1, x2, ..., xn com probabilidades f(x1), f(x2), ..., f(xn), então a média de X é definida por (32) ∑ = =+++= n i iinn xfxxfxxfxxfxXE 1 2211 )()(...)()(][ . em que E denota o operador esperança matemática. Se a variável aleatória discreta X puder tomar um número infinito de valores, então (30) pode ser generalizada na forma (33) ∑=++++= i iinn xfxxfxxfxxfxXE )(...)(...)()(][ 2211 . O valor esperado de uma variável aleatória contínua X com densidade de probabilidade fX(x) é dada pela integral (34) ∫∞∞−= dxxxfXE )(][ . 3.2. Valor Esperado de Uma Função de Variável Aleatória Seja X uma variável aleatória discreta com função de probabilidade fX(xi) e g(X) uma função de X. Então o valor esperado de g(X) é (35) ∑= i iXi xfxgXgE )()()]([ . 9 A mediana e a moda também são medidas de posição. A mediana também procura caracterizar o centro de uma função de probabilidade, só que usando um critério diferente. A mediana é calculada com base na ordem dos valores de uma variável aleatória. A moda (ou modas) corresponde ao valor (ou valores) de máxima probabilidade. Página 26 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Caso X seja uma variável aleatória contínua com densidade de probabilidade fX(x), o valor esperado de g(X) é dado por (36) ∫∞ ∞− = dxxfxgXgE X )()()]([ . Se )()()( 21 XgXgXg += , em que g1(X) e g2(X) também são funções de X, então vale (37) )]([)]([)]([ 21 XgEXgEXgE += . Relacionamos abaixo algumas propriedades importantes da esperança matemática E(.). Sejam “a” e “c” valores constantes e X uma variável aleatória (tanto faz se contínua ou discreta), então valem: 1. ccE =][ ; 2. ][][ XcEcXE = ; 3. ][][ XcEacXaE +=+ . Note-se que também é usual denotar a média de X usando o símbolo X ou a letra grega μ. 3.3. Variância Sejam X uma variável aleatória (discreta ou contínua) e 2][)( XXXg −= uma função de X. Define-se a variância de X (denotada por var(X) ou σ2) como o valor esperado E[g(X)] dado por (38) 222222 ][][]2[][)]([)var( XXEXXXXEXXEXgEσX X −=+−=−=== Sejam “a” e “c” constantes e Z = a + cX. Não é difícil demonstrar que vale a propriedade (39) )var()var( 2 XccXa =+ . Página 27 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 A raiz quadrada da variância é chamada de desvio-padrão ou erro-padrão, sendo denotada pelo símbolo σ. 4. Matemática Financeira Juros simples não têm nenhuma aplicação relevante para a matemática atuarial.10 Desta forma, tudo o que se falar daqui para frente envolverá apenas capitalização composta ou contínua. Aqui cabe um parêntesis: Não tem caído questões envolvendo cálculo diferencial e integral nas provas da SUSEP. Só que desta vez a ESAF pede no edital anuidades contínuas. Este tópico só pode ser tratado através de derivadas e integrais. Por isso veremos matemática financeira também sob essa perspectiva. a) Se você já estudou cálculo alguma vez na sua vida, não deve ter problemas nesta parte, e pule o item 5 desta aula. b) Se você nunca estudou, vou tentar passar os bizús11 para a prova. Não acredito que a ESAF pegue pesado em cálculo, até por ser a primeira vez que essa matéria consta do edital. Isso será feito no item 5. Recomendo sua leitura antes do item 4. c) Se você nunca estudou, uma outra opção é pular essa parte. Cálculo se dá em 4 semestres, 6 horas por semana em um curso de engenharia ou matemática de alto nível. Não dá para aprender em 2 meses. Além disso, não acredito que caia mais de uma questão envolvendo cálculo. Isso implica que umas nove questões não envolverão. Por último, todos temos deficiências. Um dos componentes da fórmula do sucesso12 é saber reconhecê-las, e focar nos nossos pontos fortes. 4.1. Taxa efetiva de juros Dito isso, vamos definir taxa efetiva de juros i, como o montante que uma unidade monetária (u.m.) irá render durante um período. Assim, se temos 1 real no começo do período, no fim dele teremos 1 + i. 10 Na minha opinião, a melhor aplicação de juros simples é para resolver problemas de juros simples em provas! 11 Carioquês ou Militarês para “dicas”. 12 Desculpe se pareceu brega, mas para mim é verdade. Página 28 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 4.2. Função de acumulação Definimos a função de acumulação a(t) como a que representa o valor acumulado de uma u.m. no tempo t. Propriedades de a(t): 1. a(0) = 1 2. t2 > t1 ⇒ a(t2) > a(t1) 3. a(1) - a(0) = i ⇒ a(1) = 1 + i 4. a(β +δ) = a(β).a(δ) A propriedade 1 vem direto da definição de a(t). A propriedade 2 diz que a taxa de juros é sempre positiva. Apesar de matematicamente podermos ter i negativo, é bem razoável supô-lo positivo para todas as situações que veremos daqui em diante. A propriedade 3 vem direto da propriedade 1. E da definição de taxa efetiva de juros. A propriedade 4 afirma que os juros que rendem 1 u.m. durante um determinado período são iguais aos juros proporcionados por essa mesma u.m. durante uma parte deste período mais os juros obtidos reinvestindo-se o capital resultante durante o resto do período. Função de acumulação para t períodos, t inteiro, i constante. (40) ∑ ∏ = = +==== t k t k tt iaaata 1 1 )1()1()1()1()( 13 Função de acumulação para t períodos, t inteiro, taxa efetiva de juros de ik, constante durante o período k. (41) ∏ = += t k kita 1 )1()( Note que (40) é um caso particular de (41) para i = ik. 4.3. Taxa instantânea de juros – capitalização contínua A taxa de capitalização contínua δt (lê-se delta t) é definida por: (42) dt tda tat )( )( 1 ⋅=δ 13 A fórmula (40) vale mesmo para t não inteiro. Página 29 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 dt tda )( é a variação da função acumulação com o tempo. Mede o quanto de juros foi agregado durante um intervalo de tempo infinitesimal dt. Dividimos o resultado pelo valor no início do período, a(t), e temos a taxa instantânea de juros, exatamente como fazemos no caso discreto. Dessa forma, δt representa e taxa de juros exatamente no instante t. Outra forma de apresentar a taxa instantânea de juros é14 (43) dt tad t ))(ln(=δ Onde )(log)ln( xx e= denota o logaritmo neperiano de um número positivo x, ou logaritmo de x na base e ≈ 2,71828.Partindo de (43) chega-se à função de acumulação para o caso contínuo: (44) ∫= t rdreta 0)( δ Quando a taxa instantânea de juros for constante, δt = δ, temos: (45) teta δ=)( Repare que as equações (40) e (45) referem-se à função de acumulação para taxas de juros constantes. Assim, temos obrigatoriamente δδδ eieiei tttt =+⇒=+⇒=+ 1)()1()1( E finalmente temos as relações entre a taxa instantânea de juros δ e a taxa de juros i: (46) )1ln( i+=δ ou (47) 1−= δei Exemplo 4: Determine a taxa de juros composta equivalente à taxa instantânea de juros δ = 2%. Solução: Como δ é constante usamos (47): 14 Compare as equações (42) e (43) com as (12) e (13) da Aula 0. Página 30 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 %02,20202,011 02,0 ==−=−= eei δ Exemplo 5: Seja δt =0,02t, para 0 ≤ t ≤ 2. Determine a função de acumulação a(t). Solução: Como a taxa instantânea é variável, temos de usar (44): ∫=∫= 2 00 02,0 )( rdrdr eeta t rδ Mas [ ] 04,0001,0201,001,002,0 2220220 =×−×==∫ rdrr Assim, 04,002,0 2 0)( eeta rdr =∫= 4.4. Valor Presente O valor presente (ou atual) de uma u.m. em t é o inverso da função de acumulação a(t). Repare a importância da função de acumulação para se trazer a valor presente qualquer montante no futuro. O valor presente (VP) de M, t períodos à frente, no regime de juros compostos a taxa i a.p. (ao período), é dado por: 1 Tempo )( 1 ta 0 t Tempo VP 0 t M Página 31 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 (48) ti M ta MVP )1()( +== Por definição, )1( 1 i v += . Isso facilita muito nossa notação, posto que a equação (48) se reduz a tMvVP = . O valor presente (VP) de M, t períodos à frente, no regime de capitalização contínua com taxa de capitalização contínua δt é dado por: (49) ∫=∫== − t r t r dr dr Me e M ta MVP 0 0 )( δ δ 4.4.1. Valor Presente de uma série de pagamentos Sejam dados n pagamentos M1, M2, ... , Mn, nos tempos t1, t2, ... , tn. O VP desta série de pagamentos, no regime de capitalização composta, é dado por (50) jn t n j j t n tt vMvMvMvMVP ∑ = =+++= 1 21 ...21 Tempo VP 0 t M Tempo VP 0 t1 M2 t2 tn ... ... Mn M1 Página 32 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 4.5. Taxas nominais e taxas efetivas Até agora estudamos somente taxas de juros efetivas, isto é, o efetivo custo do dinheiro. Mas quando alguém vai ao banco pedir um financiamento e é informado que os juros nominais cobrados serão de 12% ao ano com capitalização mensal (12% a.a.c.c.m), será que essa pessoa pagará efetivamente 12% ao ano? A resposta é não. Vejamos o motivo. A população em geral é leiga em matemática (e em muitas outras coisas). Para o leigo, 12% a.a. equivale a 1% a.m. (ao mês). O seu limite de cálculo é esse. E é assim que são feitas muitas transações. Desta forma, 12% a.a.c.c.m significa pagar 12%/12 = 1% ao mês. Mas quem paga 1% ao mês paga efetivamente quanto ao ano? Sendo i a taxa anual efetiva, para cada unidade monetária que ele devia no ínicio do ano, ele deverá, ao final de um ano, 1 + i. Mas ele está pagando 1% a.m. Portanto, para cada unidade monetária que ele devia no ínicio do ano, ele deverá, ao final de um ano, (1 + 0,01)12. Como os dois capitais no fim do ano têm de ser iguais, temos: 12)01,01(1 +=+ i , de onde i = 0,1268 Conclusão: 12 % a.a.c.c.m equivalem a 12,68% de taxa efetiva. Para generalizar o resultado obtido usamos exatamente o mesmo raciocínio acima. Sendo: i(m) = taxa nominal pagável m vezes por período i = taxa efetiva do período m = número de divisões do período Temos então (51) mm m ii ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ +=+ )( 11 ou (52) ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ −+= 1)1( 1 )( mm imi Página 33 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Nota 1: Não é necessário memorizar (52), pois é apenas manipulação algébrica de (51). Nota 2: Não é nem necessário memorizar (51), tendo entendido como chegamos na fórmula. Nota 3: A taxa efetiva de juros é sempre maior ou igual à taxa nominal. As taxas só serão iguais quando forem iguais a zero. )(mii ≥ . Nota 4: Não confundir taxa efetiva ou taxa nominal com taxa real r. A taxa real é a taxa efetiva descontada a inflação, ou seja, θ+ +=+ 1 11 ir , onde θ é a taxa de inflação do período. Até segunda ordem, não vamos usar taxas reais neste curso. Nota 5: Prova-se que δ=∞→ )(lim mm i , a taxa instantânea de juros. Exemplo 6: Determine a taxa efetiva anual equivalente a uma taxa de 20% a.a.c.c.t (20% ao ano com capitalização trimestral). Solução Como são 4 trimestres ao ano, temos: m=4 i(m) = 0,2 De (51), 2155,1 4 2,011 4 =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +=+ i Assim, a taxa efetiva anual é de 21,55%. 4.6. Anuidades ou Rendas Peço a vocês agora especial atenção neste tópico, devido à sua importância. Apesar de ainda não pertencer ao escopo da Matemática Atuarial, visto que as rendas são certas e portanto independem de um elemento de risco,15 todo o raciocínio deste item é análogo ao que veremos na Aula sobre anuidades sob a ótica atuarial, inclusive do ponto de vista notacional. Rendas são pagamentos periódicos, normalmente anuais, podendo ser de mesmo montante ou não, efetuados durante determinado tempo ou infinitamente, começando imediatamente ou 15 O valor presente das rendas depende do risco de taxa de juros. O que não sofre risco é o pagamento a ser feito. Os antigos detentores de títulos da Enron não concordam com essa afirmação. Página 34 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 diferidos por alguns anos, e são pagos ou no início ou no fim de cada ano. Daqui em diante, até o final do curso, quando não for falado nada, as rendas são formadas por pagamentos constantes e o regime adotado é o de capitalização composta à taxa de juros i. Toda renda discreta segue o esquema gráfico abaixo (repetido por conveniência). (50) jn t n j j t n tt vMvMvMvMVP ∑ = =+++= 1 21 ...21 4.6.1. Renda imediata, postecipada e temporária Esta renda segue o seguinte esquema gráfico: Esta renda consiste de pagamentos de 1 u.m. a partir do primeiro ano (imediata), no final de cada ano (postecipada), durante n anos (temporária). Notação: Valor presente (t = 0): na Tempo VP 0 1 1 2 n ... ... 1 1 Tempo VP 0 t1 M2 t2 tn ... ... Mn M1 Página 35 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Valor acumulado (t = n): ns (53) i vvvva n n n −=+++= 1...2 (54) i iiiis n nn n 1)1(1)1(...)1()1( 21 −+=+++++++= −− Para a obtenção de (53) foram usados: • O VP de uma soma de fluxos é a soma dos VP`s dos fluxos • A fórmula da Soma de termos em Progressão Geométrica: ( ) 1 11 − −= q qaSoma n , onde a1 é o primeiro termo da série e q a razão entre qualquer termo e seu antecessor. Repare que n nn ias )1( += . Isso não é coincidência. Pode ser provado facilmentemultiplicando (53) por ni)1( + . Melhor que provar é visualizar. na e ns são valores da mesma anuidade. A única diferença são as datas às quais ambos se referem, 0 e n, respectivamente. Qualquer fluxo em t = 0 pode ser levado para t = n multiplicando-se por ni)1( + . Logo, podemos ver direto que (55) n nn ias )1( += 4.6.2. Renda imediata, antecipada e temporária Esta renda segue o seguinte esquema gráfico: Tempo VP 0 1 1 2 n ... ... 1 1 1 n-1 Página 36 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Esta renda consiste de pagamentos de 1 u.m. a partir do primeiro ano (imediata), no começo de cada ano (antecipada), durante n anos (temporária). Notação: Valor presente (t = 0): na&& Valor acumulado (t = n): ns&& (56) d v v vvvva nn n n −=− −=++++= − 1 1 1...1 12&& (57) d iiiis n nn n 1)1()1(...)1()1( 1 −+=++++++= −&& Mais uma vez, e pelos mesmos motivos, (58) n nn ias )1( += &&&& 16 Aqui cabe outro parêntesis. Nas equações (56) e (57) apareceu pela primeira vez a taxa de desconto d. A taxa de juros i é a razão entre os juros pagos e o valor inicial (Vi). A taxa de desconto d é a razão entre os juros pagos e o valor final (Vf). Exemplificando, seja um investimento de 100 reais que acumula no final do período 110 reais. A taxa de juros i é dada por %10100 10 == iV Juros A taxa de desconto d é dada por %09,9110 10 == fV Juros 16 Deste ponto até o final da aula, nem sempre apresentaremos o valor acumulado, por dois motivos: cai muito menos e, se cair, basta levar o VP ao VF, como fizemos em (55) e (58). Página 37 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Relações entre d, i e v. i id V V V Juros V Jurosd i f i f + =⇒== 1 1 11 1 =+⇒+++=+ dvi i i dv Isto posto, voltemos às anuidades. 4.6.3. Renda diferida de m anos, postecipada e temporária Esta renda segue o seguinte esquema gráfico: Esta renda consiste de pagamentos de 1 u.m. a partir do m-ésimo ano (diferida), no final de cada ano (postecipada), durante n anos (temporária). Notação: Valor presente (t = 0): nm a/ Podemos calcular essas rendas diretamente, como fizemos em (53) e (54), sem maiores dificuldades. Mas preferimos calcular de outra forma, pois o raciocínio que usaremos é o mesmo que vamos precisar para resolver as questões de concurso. Primeiro passo: Calcular o valor dessa renda no instante m ( mVP ): Esse valor nada mais é que o valor presente de uma renda imediata, postecipada e temporária, ou seja, na . Tempo 0VP 0 m+1 1 m+2 m+n ... ... 1 1 ... m mVP Página 38 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Segundo passo: Calcular o valor dessa renda no instante 0. Em outras palavras, trazer essa renda do instante t = m para o instante t = 0. Para isso, basta multiplicar mVP por v m. Desta forma, (59) i vv i vvava nmmn m n m nm +−=−⋅== 1/ Outra forma de calcular nm a/ é (60) mnmnm aaa −= +/ 17 A equação (60) decorre do fato de que uma renda diferida de m anos, temporária por n anos, pode ser interpretada como uma renda imediata durante m + n anos, subtraindo-se uma renda imediata de m anos. Desenvolvendo (60), temos que: i vv i v i va nmmmnm nm ++ −=−−−= 11/ 4.6.4. Renda diferida de m anos, antecipada e temporária Esta renda segue o seguinte esquema gráfico: Esta renda consiste de pagamentos de 1 u.m. a partir do m-ésimo ano (diferida), no começo de cada ano (antecipada), durante n anos (temporária). Notação: 17 Faltou a cantoneira no termo am+n, por limitações do editor de texto utilizado. Tempo 0VP 0 m+1 1 m+n-1 m+n ... ... 1 ... m mVP 1 Página 39 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Valor presente (t = 0): nm a&&/ Primeira forma de calcular nm a&&/ . Primeiro passo: Calcular o valor dessa renda no instante m ( mVP ): Esse valor nada mais é que o valor presente de uma renda imediata, antecipada e temporária, ou seja, na&& . Segundo passo: Calcular o valor dessa renda no instante 0. Em outras palavras, trazer essa renda do instante t = m para o instante t = 0. Para isso, basta multiplicar mVP por v m. Desta forma, (61) d vv d vvava nmmn m n m nm +−=−⋅== 1/ &&&& Outra forma de calcular nm a/ é (62) mnmnm aaa &&&&&& −= +/ A interpretação de (62) é análoga à de (60). O desenvolvimento deixamos para o aluno. 4.6.5. Rendas vitalícias (Perpetuidades) Rendas vitalícias, anuidades vitalícias, ou ainda perpetuidades, consistem de pagamentos de 1 u.m. feitos eternamente. Pode parecer elucubração matemática, mas não é. Em 2009, o Banco do Brasil precificou uma captação de bônus perpétuos no valor de US$ 1,5 bilhão!18 As perpetuidades podem ser imediatas ou diferidas, antecipadas ou postecipadas, mas obviamente nunca temporárias. Temos então quatro casos possíveis para as perpetuidades: 18 Fonte: www.bb.com.br Página 40 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 • imediata postecipada: ∞a • imediata antecipada: ∞a&& • diferida de m anos postecipada: ∞am / • diferida de m anos antecipada: ∞am &&/ Para calculá-las, ou você utiliza o mesmo raciocínio empregado para o cálculo das anuidades temporárias, ou percebe que as perpetuidades são apenas um caso limite das anuidades temporárias, quando o número de anos n tende ao infinito. Optamos pela segundo método. Temos então, dado que 0lim =∞→ n n v : (63) ii vaa n nnn 11limlim =−== →∞→∞∞ (64) dd vaa n nnn 11limlim =−== ∞→∞→∞ &&&& (65) i v i vvaa mnmm nnmnm =−== + →∞→∞∞ limlim // (66) d v d vvaa mnmm nnmnm =−== + →∞→∞∞ limlim // &&&& 4.6.6. Rendas fracionadas Não pretendemos neste resumo de matemática financeira esgotar o assunto. Mas vamos introduzir aqui o conceito de rendas fracionadas, e quando estudarmos o assunto em matemática atuarial nos aprofundaremos. As anuidades fracionadas podem ser imediatas ou diferidas, antecipadas ou postecipadas, temporárias ou perpétuas. Vamos apresentar agora apenas renda fracionada imediata, postecipada e temporária. As derivações dos outros 7 casos são análogas às que fizemos nos subitens 4.6.1 a 4.6.5. Página 41 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Esta renda segue o seguinte esquema gráfico: Esta renda consiste de pagamentos de 1 u.m. ao ano, divididos em m vezes de 1/m, pagos imediatamente, no final de cada subperíodo, durante n anos. Notação: Valor presente (t = 0): )(m na Valor acumulado (t = n): )(m ns Temos então ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ +++++= − nmnmmmmn vvvvvma 1321 )( ...1 O termo entre parêntesis é uma P.G. de nm termos cujos primeiro termo e razão são iguais a mv 1 . Assim, ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − −= ⎟⎟ ⎟⎟ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎜⎜ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛− = m nm m nm m m m n v v m v v v m va 1 1 1 11 )( 1 1 1 1 Multiplicando denominador e numerador da equação acima por mi 1 )1( + , e usando a relação 1)1( 11 =+ mm iv e a equação (52) temos: Tempo VP 0 1/m 1/m 2/m n m nm = ... ... 1/m 1/m Página 42 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 (67) )(1 )( 1 1)1( 1 m n m n m n i v im va −= ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ −+ −= e como nmm ias nn )1()()( += , segue que (68) )()( )( 1)1()1(1 m n n m n m i ii i vs n −+=+⋅−= Repare na semelhança das fórmulas (67) e (68) com as fórmulas (53) e (54), respectivamente. Elas diferem apenas pelo denominador, )(mi no caso fracionário e i no caso não fracionário. Como )(mii ≥ , nmn aa ≥)( e nmn ss ≥)( Em outras palavras, o VP da anuidade fracionada postecipada é maior que o VP da paga somente uma vez no período. Este é um resultado esperado, pois os pagamentos foram antecipados. 4.6.7. Rendas contínuas Estudamos o pagamento de uma renda sendo feito em m vezes durante o ano. Agora imagine a frequência m se tornando cada vez maior, indefinidamente, e o intervalo de tempo 1/m cada vez menor, indefinidamente. Teremos assim o que chamamos de renda contínua. Repare que nesse caso não faz sentido se falar em renda antecipada ou postecipada, mas continua a fazer sentido renda diferida ou imediata, e renda temporária ou vitalícia. Como fizemos com rendas fracionadas, vamos estudar apenas um caso. Os outros 3 casos são análogos. Anuidade contínua, imediata e vitalícia Notação: Valor presente (t = 0): na Valor futuro (t = n): ns Do exposto temos que: (69) , 11limlim )( )( δ n m n m m nmn v i vaa −=−== ∞→∞→ Página 43 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Onde usamos o fato de δ=∞→ )(lim mm i , a taxa instantânea de juros. A única diferença da equação (69) para (53) e (56) é que no denominador aparece a taxa instantânea de juros δ , no lugar de i e d, respectivamente. Outra forma de provar a equação (69) é calcular a integral , lnln 0 00 v vv v vdtva nntn t n −=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡== ∫ Como ,)1ln()1ln(ln 1 δ−=+−=+= − iiv Segue que , 11 δδ nn n vva −=− −= Para o cálculo do ns , adivinhem: δ 1)1()1( −+=+= n n nn iias Exemplo 7: Um felizardo foi contemplado por uma promoção de sua operadora de cartão de crédito que lhe dará R$ 5.000,00 por mês, durante 10 anos, sempre no final de cada mês. Sabendo que a taxa de juros de mercado é de 1% a.m., determine quanto que a operadora teria de separar hoje, para honrar esse compromisso. O primeiro pagamento é dentro de um mês. Solução: Trata-se de uma renda imediata, postecipada e temporária. Temos o esquema abaixo: Tempo VP 0 1 5.000 2 120 ... ... 5.000 5.000 Página 44 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 A operadora terá de separar o VP desta renda. Usando (53), 70052,695000 01,0 01,115000150005000 120 120 ⋅=−⋅=−== − i vaVP n Assim, VP = R$348.502,60. Exemplo 8: Uma empresa planeja emitir bônus perpétuos remunerando o seu detentor à taxa de 10% a.a. Supondo que cada bônus tenha cupons anuais de R$ 500,00, o primeiro sendo pago no dia da emissão, determine o quanto a empresa vai conseguir captar se emitir 100.000 bônus. Solução: Esta renda segue o seguinte esquema gráfico (por bônus): Esta é uma perpetuidade imediata antecipada. Para um bônus, usando (64), temos: d aVP 1500500 ⋅=⋅= ∞&& Mas 11 1 1,01 1,0 1 =+=+= i id Assim, 550011500 1500 =⋅=⋅= d VP Tempo VP 0 1 500 2 ... ... 500 500 Página 45 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Como a empresa planeja emitir 100.000 bônus, ela deve captar 100.000 x 5.500 = R$ 550.000.000 5. Noções de Derivada e Integral O melhor nome para esse item seria “Remendão de Cálculo”, mas ficaria muito feio no índice. Procuramos ser rigorosos ao tratar da Teoria das Probabilidades e de Matemática Financeira. Para o cálculo integral, não temos a menor pretensão de sermos rigorosos. Tratar com rigor essa matéria, mesmo em um resumo, não tomaria menos de 100 páginas de material, algo de que não dispomos e nem precisamos. Este item se destina aos que nunca viram cálculo integral antes, e seu objetivo é ajudar no cálculo de algumas integrais básicas, caso caiam na prova da SUSEP. É mais um guia de como calcular algumas derivadas e integrais. Agora, e somente agora, o objetivo não é aprender, é decorar. Quem quiser aprender, deve fazê-lo após o concurso, pois mesmo que não estudasse mais nada além de cálculo até a prova da SUSEP, ainda assim o tempo seria insuficiente para sua devida compreensão. Aos demais já iniciados em cálculo, sugiro ir diretamente aos exercícios. 5.1. Noções de Derivada Para o que pode cair na prova, toda função é derivável. Isto é, toda função f(x) tem uma derivada chamada f`(x).19 A tabela abaixo lista as principais funções e suas respectivas derivadas,sendo a uma constante qualquer, e g e h funções de x. 19 Isto não é verdade. Há funções não deriváveis em alguns pontos. Há até funções não deriváveis em nenhum ponto. Página 46 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 f(x) f`(x) a 0 x 1 ax 1−aax )ln(x 1/x xe xe xa )ln(aa x ga ⋅ 'ga ⋅ hg + '' hg + 5.2. Noções de Integral Integral é o inverso da derivada. Sendo mais preciso, se queremos calcular a integral de f(x), queremos calcular uma função F(x) tal que F’(x) = f(x). Por exemplo, se f(x) = 2x, 2)( xxF = , pois a derivada de 2x é xx 22 12 =− . Como a derivada de uma constante é zero, qualquer função do tipo ,)( 2 cxxF += c constante, é uma integral de f(x). Notação: ∫= dxxfxF )()( Assim, como fizemos para as derivadas, resumimos as principais integrais na tabela abaixo. f(x) F(x) 0 c 1 x + c ax 1 1 + + a xa + c 1/x )ln(x + c xe xe + c xa )ln(a a x + c ga ⋅ Ga ⋅ hg + HG + Página 47 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Na tabela acima, novamente a é uma constante qualquer, g e h são funções de x. G e H são as integrais de g e h, respectivamente. Exemplos: a) cxdxxdxxfxFxxf +===⇒= ∫∫ 6)()()( 6 55 b) cxdxdxxFxf +===⇒= ∫∫ 4144)(4)( c) ⇒++==⇒++= ∫∫ dxxxdxxfxFxxxf )103()()(103)( 22 cxxxdxxdxdxxxf ++⋅+=++=⇒ ∫ ∫∫ 10233103)( 23 2 A integral que vimos acima é a chamada integral indefinida. Sempre haverá a constante na soma. O que pode cair na prova são as integrais definidas. São praticamente iguais às definidas, mas com uma diferença. Vamos estabelecer a integral definida de f(x), variando no intervalo de a até b, como segue: )()()( aFbFdxxf b a −=∫ Assim, são os seguintes passos que temos de tomar para calcular uma integral. 1º passo: Calcular a integral indefinida F(x) 2º passo: Calcular F(b) e F(a) 3º passo: Calcular F(b) - F(a) É simples assim. Não tem segredo. Mas não vou lhe enganar. Com isso, você, que não pulou essa parte, não vai ter aprendido nada de cálculo. Mas vai responder às questões que envolvem integrais. É só isso que importa. Exemplos: d)Calcule ∫ ++ 6 0 2 )103( dxxx . Página 48 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 1º passo: Vimos, no exemplo c), que a integral indefinida da função )103( 2 ++ xx é cxxxxF ++⋅+= 10 2 3 3 )( 23 2º passo: cccF +=+++=+⋅+⋅+= 186605472610 2 63 3 6)6( 23 cF =)0( 3º passo: Portanto, 186186)0()6()103( 6 0 2 =−+=−=++∫ ccFFdxxx Repare que a constante c foi anulada durante o processo. Como isso sempre ocorrerá na integral definida, na prática não vamos mais escrever a constante no cálculo da integral. e) Calcule ∫ 10 0 dtvt Para a integral, v é constante (só não é constante o que depender da variável de integração, que neste caso é t) Da tabela, a integral de tv é v vt ln . Teremos então δ 1010 1 1001010 0 10 0 1 )1ln( 1 )1ln( 1 lnln v i v i v v vv v vdtv t t −=+− −=+ −=−=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡= −∫ Só para concluir. Cálculo é muito mais que isso. Mas dificilmente numa prova da ESAF cairá algo mais sofisticado. Mesmo assim, se cair, uma questão somente não é capaz de lhe tirar do páreo. Página 49 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 6. Exercícios de Fixação O enunciado abaixo refere-se às questões de números 1 a 4. Após vários anos de magistério no ensino superior, um professor de Estatística constatou que, em sua aula na graduação, a função de probabilidade de X, variável aleatória que representa o número de alunos ausentes às sextas-feiras, é a seguinte X 0 1 2 3 4 5 6 7 f(x) 0,010 0,020 0,310 0,320 0,240 0,080 0,019 0,001 1. Então a probabilidade de que, em dada sexta-feira, 2 ou 3 ou 4 alunos estarão ausentes é (A) 0,63 (B) 0,13 (C) 0,87 (D) 0,56 (E) 1 2. O valor esperado da variável aleatória X é (A) 3,08 (B) 3,26 (C) 2,12 (D) 0,32 (E) 0,96 Página 50 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 3. O valor esperado de Y = 5X + 4 é (A) 4 (B) 3,1 (C) 15,4 (D) 19,4 (E) 81 4. A variância de X é (A) 9,49 (B) 1,22 (C) 10,71 (D) 19,4 (E) 81 O enunciado a seguir refere-se às questões de números 5 e 6. Seja X uma variável aleatória com densidade de probabilidade xxf X 22)( −= para 10 ≤≤ x e 0)( =xf X para os demais valores. 5. A probabilidade de se obter X maior do que 0 é (A) 0 (B) 0,75 (C) 0,25 (D) 0,5 (E) 1 Página 51 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 6. A probabilidade de se obter X maior do que 0,5 é (A) 0 (B) 0,75 (C) 0,25 (D) 0,5 (E) 1 O enunciado a seguir refere-se às questões de números 7 a 10 Um total de 15.064.859 alunos estão matriculados no ensino superior, divididos entre cursos com duração de 4 anos, de 2 anos e de menos de 2 anos. A matrícula, separada por sexo, é mostrada na tabela a seguir. 4 anos 2 anos Menos de 2 anos Homens 4.076.416 2.437.905 172.874 Mulheres 4.755.790 3.310.086 311.788 Fonte: Digest of Educational Statistics 1997, Tabela 170. Nessa população, as probabilidades aproximadas de matrícula em um dos tipos de instituição de ensino superior, por sexo, são 4 anos 2 anos Menos de 2 anos Homens 0,27 0,16 0,01 Mulheres 0,32 0,22 0,02 Considere o experimento de extrair aleatoriamente um estudante matriculado de sua população. Defina a variável aleatória X = 0, se um homem é selecionado, e X = 1, se uma mulher é selecionada. Defina a variável aleatória Y = 1, se o estudante escolhido é de um curso de 4 anos, Y = 2, se o estudante escolhido é de um curso de 2 anos e Y = 3, se é de um curso de menos de 2 anos. Página 52 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 7. Qual é a probabilidade do estudante escolhido aleatoriamente ser homem (X = 0)? (A) 0,44 (B) 0,56 (C) 0,59 (D) 0,38 (E) 0,03 8. Qual é a probabilidade de um estudante, escolhido aleatoriamente, ser de um curso de 2 anos (Y = 2)? (A) 0,44 (B) 0,56 (C) 0,59 (D) 0,38 (E) 0,03 9. Assinale a alternativa com a função discreta de probabilidade marginal )(xf . (A) ⎩⎨ ⎧ = == 1,1 0,0 )( x x xf (B) ⎩⎨ ⎧ = == 1,44,0 0,56,0 )( x x xf (C) ⎩⎨ ⎧ = == 1,56,0 0,44,0 )( x x xf (D) ⎩⎨ ⎧ = == 1,38,0 0,59,0 )( x x xf (E) ⎩⎨ ⎧ = == 1,59,0 0,38,0 )( x x xf Página 53 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 10. A função de probabilidade condicional para Y, dado que X =1 é (A) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,02,0 2,40,0 1,57,0 )1/(/ y y y xyf XY (B) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,48,0 2,29,0 1,02,0 )1/(/ y y y xyf XY (C) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,02,0 2,29,0 1,48,0 )1/(/ y y y xyf XY (D) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,57,0 2,40,0 1,04,0 )1/(/ y y y xyf XY (E) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,04,0 2,40,0 1,57,0 )1/(/ y y y xyf XY 11. Determine o valor presente de uma anuidade que paga R$20 de forma contínua, durante 6 anos e meio. A taxa de juros composta é de 10% a.a. 12. (AFC – STN 2008 – ESAF) Em uma loja de departamentos está sendo oferecida a seguinte promoção: “nas compras acima de R$ 5.000,00, o valor é parcelado em 5 parcelas mensais, iguais e sucessivas, sendo a primeira em 90 dias”. Com base nessa condição e sabendo que a taxa aplicada ao mercado é de 2,5% a. m., podemos afirmar financeiramente que: A) as compras com valores de até R$ 5.000,00, quando parceladas, compensam financeiramente as compras de valores superiores a este valor, indicadas pela “promoção”. B) a loja deve fazer mais vezes esta promoção, especialmente em épocas festivas tipo Natal, pois trará um maior volume de vendas e de ganho nas operações. C) 10% é um desconto possível para o pagamento a vista. D) o valor a vista não pode ter desconto, pois não propicia o retorno dos clientes, implicando em prejuízos à operação. Página 54 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 E) a loja deve evitar fazer esta promoção, pois, por ter custo financeiro, descapitaliza a empresa, visto que reduz financeiramente seu capital de giro. 13. Uma perpetuidade antecipada e imediata tem, a uma taxa de juros de 5%, valor presente de R$ 210. Qual o valor de cada pagamento? 14. Considere uma anuidade que paga 1 real no fim do primeiro período, 2 reais no fim do segundo, e assim por diante, até o fim do sexto período, quando paga 6 reais. Determine uma expressão para o valor presente desta renda. Página 55 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 6. GABARITO 1 – C 2 – A 3 – D 4 – B 5 – E 6 – C 7 – A 8 – D 9 – C 10 - E 11 - R$ 96,90 12 – C 13 - R$ 10 14 - i va 66 6−&& Página 56 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 7. Resolução dos Exercícios de Fixação O enunciado abaixo refere-se às questões de números 1 a 4. Após vários anos de magistério no ensino superior, um professor de Estatística constatou que, em sua aula na graduação, a função de probabilidade de X, variável aleatória que representa o número de alunos ausentes às sextas-feiras,é a seguinte X 0 1 2 3 4 5 6 7 f(x) 0,010 0,020 0,310 0,320 0,240 0,080 0,019 0,001 1. Então a probabilidade de que, em dada sexta-feira, 2 ou 3 ou 4 alunos estarão ausentes é (A) 0,63 (B) 0,13 (C) 0,87 (D) 0,56 (E) 1 Resolução A probabilidade de que, em dada sexta-feira, 2 ou 3 ou 4 estarão ausentes é dada por 87,0240,0320,0310,0)( 4 2 =++=∑ =x xf GABARITO: C Página 57 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 2. O valor esperado da variável aleatória X é (A) 3,08 (B) 3,26 (C) 2,12 (D) 0,32 (E) 0,96 Resolução ∑ = = 7 0 )(][ x xxfXE Logo, E[X] 08,3081,3001,07019,0608,0524,0432,0331,0202,0101,00 ≈=×+×+×+×+×+×+×+×= GABARITO: A 3. O valor esperado de Y = 5X + 4 é (A) 4 (B) 3,1 (C) 15,4 (D) 19,4 (E) 81 Resolução 4,19405,194405,154081,354][5]45[][ ≈=+=+×=+=+= XEXEYE . GABARITO: D Página 58 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 4. A variância de X é (A) 9,49 (B) 1,22 (C) 10,71 (D) 20,305 (E) 85,525 Resolução 2 7 0 222 )(][)var( XxfxXXEX x ∑ = −=−= . +×+×+×+×+×+×=∑ = 08,0524,0432,0331,0202,0101,00)( 222222 7 0 2 x xfx 713,10001,07019,06 22 =×+×+ Então, 22,1493,9713,10081,3713,10][)var( 222 =−=−=−= XXEX . GABARITO: B O enunciado a seguir refere-se às questões de números 5 e 6. Seja X uma variável aleatória com densidade de probabilidade xxfX 22)( −= para 10 ≤≤ x e 0)( =xf X para os demais valores. 5. A probabilidade de se obter X maior do que 0 é (A) 0 (B) 0,75 (C) 0,25 (D) 0,5 (E) 1 Página 59 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Resolução O gráfico da função densidade de probabilidade xxfX 22)( −= está representado abaixo. A probabilidade de se obter X maior do que 0 é, por definição, igual à área sob f(x), a qual é unitária, pois representa a probabilidade do evento certo. Conferindo: 1 2 21 2 ]0[ =×=×=> alturabaseXP . x10 2 f(x) 1 0,5 GABARITO: E 6. A probabilidade de se obter X maior do que 0,5 é (A) 0 (B) 0,75 (C) 0,25 (D) 0,5 (E) 1 Página 60 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Resolução A probabilidade de se obter X maior do que 0,5 é igual à área sob f(x) no intervalo 15,0 ≤< x . Ou seja 25,0 2 15,0]5,0[ =×=>XP . GABARITO: C O enunciado a seguir refere-se às questões de números 7 a 10. Um total de 15.064.859 alunos estão matriculados no ensino superior, divididos entre cursos com duração de 4 anos, de 2 anos e de menos de 2 anos. A matrícula, separada por sexo, é mostrada na tabela a seguir. 4 anos 2 anos Menos de 2 anos Homens 4.076.416 2.437.905 172.874 Mulheres 4.755.790 3.310.086 311.788 Fonte: Digest of Educational Statistics 1997, Tabela 170. Nessa população, as probabilidades aproximadas de matrícula em um dos tipos de instituição de ensino superior, por sexo, são 4 anos 2 anos Menos de 2 anos Homens 0,27 0,16 0,01 Mulheres 0,32 0,22 0,02 Considere o experimento de extrair aleatoriamente um estudante matriculado de sua população. Defina a variável aleatória X = 0, se um homem é selecionado, e X = 1, se uma mulher é selecionada. Defina a variável aleatória Y = 1, se o estudante escolhido é de um curso de 4 anos, Y = 2, se o estudante escolhido é de um curso de 2 anos e Y = 3, se é de um curso de menos de 2 anos. Página 61 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 7. Qual é a probabilidade do estudante escolhido aleatoriamente ser homem (X = 0)? (A) 0,44 (B) 0,56 (C) 0,59 (D) 0,38 (E) 0,03 Resolução Seja ),( kiXY yxf , 2,1=i e 3,2,1=k , a função discreta de probabilidade conjunta da população de homens e mulheres da questão. Sendo assim, temos as seguintes probabilidades conjuntas: 27,0)1,0( === yxf XY (i=1, k=1), 16,0)2,0( === yxf XY (i=1, k=2), 01,0)3,0( === yxf XY (i=1, k=3), 32,0)1,1( === yxf XY (i=2, k=1), 22,0)2,1( === yxf XY (i=2, k=2) e 02,0)3,1( === yxf XY (i=2, k=3). Note que ∑∑ = = =+++++= 2 1 3 1 102,022,032,001,016,027,0),( i k kiXY yxf (probabilidade do evento certo). O enunciado determina que a probabilidade ]0[ =XP seja calculada. Observe que )0(]0[ === xfXP X , isto é, a probabilidade de o estudante escolhido aleatoriamente ser homem é igual à probabilidade marginal )(xfX no ponto x =0. Vimos que ∑= k kiXYiX yxfxf ),()( . Logo, )]3,0()2,0()1,0()0(]0[ ==+==+====== yxfyxfyxfxfXP XYXYXYX 44,001,016,027,0]0[ =++==XP GABARITO: A Página 62 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 8. Qual é a probabilidade de um estudante, escolhido aleatoriamente, ser de um curso de 2 anos (Y = 2)? (A) 0,44 (B) 0,56 (C) 0,59 (D) 0,38 (E) 0,03 Resolução Seja ∑= i kiXYY yxfyg ),()( a função de probabilidade marginal de Y. )2(]2[ === ygYP Y )2,1()2,0()2( ==+==== yxfyxfyg XYXYY 38,022,016,0]2,1[]2,0[]2[ =+===+==== YXPYXPYP . GABARITO: D 9. Assinale a alternativa com a função discreta de probabilidade marginal )(xf . (A) ⎩⎨ ⎧ = == 1,1 0,0 )( x x xf (B) ⎩⎨ ⎧ = == 1,44,0 0,56,0 )( x x xf (C) ⎩⎨ ⎧ = == 1,56,0 0,44,0 )( x x xf (D) ⎩⎨ ⎧ = == 1,38,0 0,59,0 )( x x xf (E) ⎩⎨ ⎧ = == 1,59,0 0,38,0 )( x x xf Página 63 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Resolução Sabemos que ∑= k kiXYiX yxfxf ),()( . Portanto, 44,0)3,0()2,0()1,0()0( ===+==+==== yxfyxfyxfxf XYXYXYX (calculado na questão 7). ===+==+==== )3,1()2,1()1,1()1( yxfyxfyxfxf XYXYXYX 56,002,022,032,0 =++= . Assim a função de probabilidade marginal ( )f x é dada por ⎩⎨ ⎧ = == 1,56,0 0,44,0 )( x x xf GABARITO: C 10. A função de probabilidade condicional para Y, dado que X =1 é (A) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,02,0 2,40,0 1,57,0 )1/(/ y y y xyf XY (B) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,48,0 2,29,0 1,02,0 )1/(/ y y y xyf XY (C) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,02,0 2,29,0 1,48,0 )1/(/ y y y xyf XY (D) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,57,0 2,40,0 1,04,0 )1/(/ y y y xyf XY (E) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,04,0 2,40,0 1,57,0 )1/(/ y y y xyf XY Página 64 de 71 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Resolução Pela definição de probabilidade condicional temos que 57,0 664.377.8 790.755.4)1/1(/ ≈=== xyf XY 40,0 664.377.8 086.310.3)1/2(/ ≈=== xyf XY 04,0 664.377.8 788.311)1/3(/ ≈=== xyf XY Observe que 1)1/3()1/2()1/1( /// ≈==+==+== xyfxyfxyf XYXYXY (evento certo) Assim a função de probabilidade marginal )1/(/ =xyf XY é dada por ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = = == 3,037,0 2,395,0 1,568,0 )1/(/ y y y xyf XY e 0)1/(/ ==xyf XY p/ os demais valores de y. Também podemos resolver a questão usando a fórmula )1( ),()1/(/ === xf yxfxyf XYXY . Assim sendo, 57,0 56,0 32,0 )1( )1,1()1/1(/ ≈== ===== xf yxfxyf XYXY 40,0 56,0 22,0 )1(
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