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PONTO DOS CONCURSOS MATEMÁTICA ATUARIAL DE PESSOAS SUSEP Aula 2 André Cunha 22/02/2010 Este documento contém o conteúdo programático do curso (plano de ensino) e aborda os seguintes tópicos: Funções de Sobrevivência e Tábuas de Mortalidade. Página 2 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Conteúdo 1. Introdução ...........................................................................3 2. A Função de Sobrevivência.....................................................3 2.1. Função Discreta de Probabilidade....................................4 2.2. Função Densidade de Probabilidade ................................4 2.3. Taxa Instantânea de Mortalidade (µx)..............................5 3. Tábuas de Mortalidade...........................................................7 3.1. Relações entre S(x), qx, lx e dx .......................................9 3.2. Outras funções de lx.................................................... 10 3.3. A função Lx ................................................................ 14 3.4. A função mx ............................................................... 16 3.5. A função Tx ................................................................ 17 3.6. A função ex ................................................................ 18 4. Idades Fracionadas ............................................................. 19 4.1. Hipótese de distribuição linear de lx+t ............................ 19 4.2. Hipótese de distribuição exponencial de lx+t ................... 20 5. Exercícios de Fixação........................................................... 23 6. GABARITO ......................................................................... 27 7. Resolução dos Exercícios de Fixação...................................... 28 Página 3 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 1. Introdução Nesta aula e na seguinte entramos definitivamente no campo atuarial. Os conceitos vistos aqui serão utilizados amplamente nas aulas subsequentes. Trata-se, portanto, de instrumental para resolver grande parte das questões que cairão na SUSEP. Por esse caráter instrumental da matéria, não há muitas questões de concursos disponíveis para essas 2 aulas. Entretanto, vamos resolver todas as disponíveis e ainda ver vários exemplos. O nível de dificuldade adotado nas Aulas está nitidamente superior ao das questões passadas da SUSEP, devido a alguns motivos: a) O edital de 2010 apresentou muitas mudanças em relação ao de 2006; b) A ciência atuarial, por ser relativamente nova, está evoluindo; c) A concorrência crescente nos concursos públicos pode levar a ESAF a aumentar o nível da prova. Apesar de o curso estar profundo e abrangente, tentamos fazê- lo da forma mais simples possível, sem perder o rigor. Além do mais, o propósito do curso é que ele seja autossuficiente, para o aluno não perder tempo tentando filtrar conteúdos de livros. Bons estudos! 2. A Função de Sobrevivência Seja X uma variável aleatória que representa o tempo de vida de um indivíduo recém nascido, ou seja, o tempo que levará até sua morte. Pode ser também o tempo necessário para uma geladeira nova pifar, para o seu time levar ou marcar o primeiro gol no campeonato, etc. Dizemos que S(x) = Pr(X > x) é a função de sobrevivência da variável aleatória X, e representa a probabilidade de o indivíduo sobreviver x anos a partir do momento atual. A probabilidade de o indivíduo morrer dentro de x anos é dada por F(x) = Pr(X ≤ x). É claro que F(x) + S(x) = 1, para todo x. Relações importantes: Página 4 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 S(0) = 1 , ou F(0) = 0 0)(lim = ∞→ xS x , ou 1)(lim = ∞→ xF x Perceba que a função F(x), da forma como está definida acima, é a função de distribuição da variável aleatória X. Da mesma forma, repetindo, a função S(x), como está definida acima, é a função de sobrevivência da variável aleatória X. 2.1. Função Discreta de Probabilidade A função que atribui a cada valor de uma variável aleatória discreta sua probabilidade é chamada de função discreta de probabilidade ou, simplesmente, função de probabilidade. (1) )(][ ii xfxXP == ,...2,1=i Assim, para variáveis discretas, temos: (2) ∑ ≤ =≤= xx i i xfxXPxF )()()( (3) ∑ > =>= xx i i xfxXPxS )()()( 2.2. Função Densidade de Probabilidade É a função de probabilidade para o caso contínuo. Já vimos que f(x) é uma função contínua de probabilidade ou função densidade de probabilidade (pdf)1 para uma variável aleatória contínua X, se satisfaz duas condições: 1. f(x) ≥ 0 para todo x ∈ (-∞,∞); 2. a área definida por f(x) é igual a 1. 1 Utilizamos a sigla em inglês (Probability Density Function), por questões de etiqueta. Página 5 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 A condição 2 é dada pela integral (4) ∫ ∞ ∞− =1)( dxxf . Assim, no caso contínuo temos. (5) ∫ ∞− = x dfxF λλ)()( . (6) ∫ ∞ = x dfxS λλ)()( . Como consequência direta de (5) e (6), a função densidade de probabilidade f(x) pode ser expressa como a derivada da função de Distribuição F(x) ou como o oposto da derivada da função de sobrevivência S(x). (7) )( )( )( ' xF dx xdF xf == (8) )( )( )( ' xS dx xdS xf −=−= Repare que, de (8) e (9), concluímos facilmente que )()( '' xSxF −= , como tinha de ser, pois 1)()( =+ xSxF . 2.3. Taxa instantânea de mortalidade (µx) Já vimos o que significa a taxa instantânea de mortalidade na Aula 0. Agora a estudaremos por um ângulo diferente. A pdf da variável aleatória X é dada por f(x). Agora vamos condicionar a pdf f(x) ao fato de a pessoa ter sobrevivido à idade x. Para isso, basta dividir f(x) por S(x). Temos então a pdf da variável aleatória X condicionada a essa sobrevivência. Esta pdf condicionada é a própria taxa instantânea de mortalidade. Temos então que: Página 6 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 (9) )( )( xS xf x =µ Usando a relação )(0 xSllx ⋅= , verifica-se facilmente que (9) é equivalente à definição de xµ dada na aula 0. Além disso, xµ pode ser reescrita de várias formas, mas basta decorar/entender/memorizar uma delas. )(ln )( )( )(1 )( )(1 )( )( )( '' xS dx d xS xS xF xS xF xf xS xf x −= − = − − = − ==µ Exemplo 1: Uma distribuição de interesse é a exponencial. Sua pdf é dada por xexf λλ −=)( , x > 0. Determinar F(x), S(x) e xµ . Solução: [ ] xxt x t x eedtedttfxF λλλλ −−− −=−=== ∫∫ 1)()( 0 00 xx eexFxS λλ −− =−−=−= )1(1)(1)( Assim, de (9), λ λ µ λ λ === − − x x x e e xS xf )( )( E nos deparamos com um resultado interessante. Para a distribuição exponencial, a taxa instantânea de mortalidade é constante. Isso implica que essa distribuição não é recomendável para seres humanos, somente no curto prazo. Mas a escolha de um modelo é um problema de modelagem atuarial, que não cai na prova. O modelo nos será dado sempre. Agora entraremos em tábuas de mortalidade e funções biométricas. Parte do conteúdo foi apresentado na Aula 0, e reproduziremos abaixo, por conveniência. Página 7 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 3. Tábuas de mortalidade Tábuas de mortalidade (ou de sobrevivência ou biométricas) são importantes instrumentos para se conhecer as taxas de mortalidade de uma população. É a partir delas que calculamos as probabilidades de nosso interesse. Uma tábua de mortalidade pode ser construída a partir da função de sobrevivência S(x). x S(x)0 1,000 1 0,980 2 0,978 3 0,975 4 0,973 5 0,970 ... ... 99 0,001 100 0,000 Tábua 1 Para a idade x = 0, S(x)=1, e para a idade de 100 anos S(x) = 0. Mesmo sabendo que a probabilidade de uma pessoa de 100 anos sobreviver mais um ano não é nula, para alguma idade essa probabilidade será tão baixa que podemos considerá-la como zero para quaisquer efeitos práticos. A primeira idade para a qual S(x) é nula é chamada de idade ω (ômega). Costuma ser a última idade da tábua, mas não necessariamente é. Na Tábua 1, ω = 100. A apresentação da Tábua 1 não é muito usual. Veja a Tábua 2 abaixo. Página 8 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 x qx lx dx x qx lx dx 0 0.00708 100000 708 50 0.00832 87623 729 1 0.00176 99292 175 51 0.00911 86894 792 2 0.00152 99117 151 52 0.00996 86102 858 3 0.00146 98967 144 53 0.01089 85245 928 4 0.00140 98822 138 54 0.01190 84317 1003 5 0.00135 98684 133 55 0.01300 83313 1083 6 0.00130 98551 128 56 0.01421 82230 1168 7 0.00126 98422 124 57 0.01554 81062 1260 8 0.00123 98298 121 58 0.01700 79802 1357 9 0.00121 98177 119 59 0.01859 78445 1458 10 0.00121 98059 119 60 0.02034 76987 1566 11 0.00123 97940 120 61 0.02224 75421 1677 12 0.00126 97820 123 62 0.02431 73744 1793 13 0.00132 97696 129 63 0.02657 71951 1912 14 0.00139 97567 136 64 0.02904 70039 2034 15 0.00146 97432 142 65 0.03175 68005 2159 16 0.00154 97289 150 66 0.03474 65846 2287 17 0.00162 97140 157 67 0.03804 63559 2418 18 0.00169 96982 164 68 0.04168 61141 2548 19 0.00174 96818 168 69 0.04561 58593 2672 20 0.00179 96650 173 70 0.04979 55920 2784 21 0.00183 96477 177 71 0.05415 53136 2877 22 0.00186 96300 179 72 0.05865 50259 2948 23 0.00189 96121 182 73 0.06326 47311 2993 24 0.00191 95940 183 74 0.06812 44318 3019 25 0.00193 95756 185 75 0.07337 41299 3030 26 0.00196 95572 187 76 0.07918 38269 3030 27 0.00199 95384 190 77 0.08570 35239 3020 28 0.00203 95194 193 78 0.09306 32219 2998 29 0.00208 95001 198 79 0.10119 29221 2957 30 0.00213 94804 202 80 0.10998 26264 2888 31 0.00219 94602 207 81 0.11935 23375 2790 32 0.00225 94394 212 82 0.12917 20585 2659 33 0.00232 94182 219 83 0.13938 17926 2499 34 0.00240 93964 226 84 0.15001 15428 2314 35 0.00251 93738 235 85 0.16114 13113 2113 36 0.00264 93503 247 86 0.17282 11000 1901 37 0.00280 93256 261 87 0.18513 9099 1685 38 0.00301 92995 280 88 0.19825 7415 1470 39 0.00325 92715 301 89 0.21246 5945 1263 40 0.00353 92414 326 90 0.22814 4682 1068 41 0.00384 92087 354 91 0.24577 3614 888 42 0.00417 91734 383 92 0.26593 2726 725 43 0.00453 91351 414 93 0.28930 2001 579 44 0.00492 90937 447 94 0.31666 1422 450 45 0.00535 90490 484 95 0.35124 972 341 46 0.00583 90006 525 96 0.40056 630 253 47 0.00636 89481 569 97 0.48842 378 185 48 0.00695 88912 618 98 0.66815 193 129 49 0.00760 88294 671 99 1.00000 64 64 50 0.00832 87623 729 100 1.00000 0 0 Tábua 2 Página 9 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Essa é uma tábua bastante comum. Elementos: • x = idade; • qx = probabilidade de um individuo de idade x morrer dentro de um ano; • lx = número de pessoas vivas com exatamente x anos; • dx = número de pessoas que morrem entre as idades x e x + 1. Exemplificando: q60 = 0,02034 significa que uma pessoa com exatamente 60 anos tem 2,034% de probabilidade de morrer antes de completar 61 anos. Repare que qx é crescente sempre, exceto para valores baixos de x, devido à mortalidade infantil. l10 quer dizer que das 100.000 pessoas inicialmente vivas, apenas 98.059 atingem 10 anos. l0 representa o número de pessoas inicialmente no grupo, no caso 100.000. Esse número inicial, puramente arbitrário, é chamado raiz (radix) da tábua de mortalidade. d0 = l0 – l1 = 708, é o número de pessoas mortas antes de completarem um ano. 3.1. Relações entre S(x), qx , lx e dx (10) 1+−= xxx lld (11) x xx x x x l ll l d q 1+ − == (12) )(0 xSllx ⋅= As interpretações das fórmulas (10), (11) e (12) são bem tranquilas. Como exemplo, (12) nos diz que o número de pessoas que atingem a idade x é o número inicial de pessoas (raiz) multiplicado pela probabilidade de uma pessoa atingir a idade x. Apesar de simples, peço muita atenção nas interpretações das equações acima. Vamos ver toneladas delas daqui para frente (bem mais sofisticadas), e se nos acostumarmos a interpretá-las, nosso Página 10 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 trabalho de memorização, aplicação das mesmas e compreensão da matéria será muito facilitado! 3.2. Outras funções de lx As funções de lx são vitais para a compreensão da matemática atuarial. Vamos usá-las em todas as aulas até o final. Nós já vimos duas delas, dx e qx. Vamos às outras. px = probabilidade de um indivíduo de idade x atingir a idade x + 1 (13) x x x l l p 1+= A equação (13) afirma que probabilidade de um indivíduo de idade x viver pelo menos mais um ano é igual ao quociente entre os que atingiram a idade x + 1 e os que atingiram a idade x. Note que, ao fim de um ano, a pessoa ou morre ou sobrevive. Por isso, (14) 1=+ xx qp ndx = número de pessoas que morrem entre as idades x e x + n. (15) nxxxn lld +−= ` A interpretação de (15) deixamos para o aluno. nqx = probabilidade de um individuo de idade x morrer em até n anos. (16) x nxx x xn xn l ll l d q + − == De acordo com a equação (16), a probabilidade de um indivíduo de idade x morrer nos próximos n anos é igual à razão entre o número pessoas que atingiram a idade x e morreram dentro dos n Página 11 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 anos seguintes e o número de pessoas que atingiram a idade x. Repare que qx é caso particular de nqx para x = 1: nqx = qx npx = probabilidade de um indivíduo de idade x atingir a idade x + n (17) x nx xn l l p += A equação (17) e sua interpretação são análogas às vistas na equação (13). A probabilidade de um indivíduo de idade x atingir a idade x + n é igual ao quociente entre os que atingiram a idade x + n e os que atingiram a idade x. Note novamente que, ao fim do período, a pessoa ou morre ou sobrevive. Logo (18) 1=+ xnxn qp As equações (15), (16) e (17) são importantíssimas para a prova, mas não se preocupe em decorar agora (em entender sim!), nós vamos utilizá-las muitas vezes ainda no decorrer do curso. As equações (10), (11) e (13) são casos particulares das equações (15), (16) e (17), respectivamente, para n = 1. As equações (14) e (18) são consequência direta da regra da probabilidade de eventos complementares. Essa análise é importante para que você não se preocupe em decorar tudo, pois isso é impossível. Mas ao entender a matéria, muitas fórmulas você não precisará decorar. Para finalizar a parte de funções básicas de lx, vamos calcular a probabilidade de uma pessoa de idade x morrer entre as idades x+n e x+n+m. Em outras palavras, essa pessoa sobreviverá n anos, para depois morrer nos m anos seguintes. Notação: xmn q/ Página 12 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Graficamente: O que é essencial para a prova é saber a notação, xmn q/ , e o que ela significa. Sua fórmula pode ser decorada ou deduzida na hora. Há várias maneiras de deduzí-la. 1º modo: Queremos calcular a probabilidade de uma pessoa de x anos sobreviver n anos e morrer nos m anos seguintes. Dos lx vivos, haverá lx+n sobreviventes após n anos e lx+n+m sobreviventes após n+m anos. Dessa forma, o número de mortos entre as idades x+n e x+n+m será de lx+n - lx+n+m. Como xmn q/ pode ser expressa pela divisão do número de mortos no intervalo em questão pelo número de pessoas que atingiram a idade x, temos finalmente que (19) x mnxnx xmn l ll q +++ − =/ 2º modo:As condições exigem que: • uma pessoa de x anos sobreviva n anos – probabilidade xn p e Tempox x+n x+n+m Página 13 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 • essa pessoa com x+n anos morra nos m anos seguintes – probabilidade nxm q + Multiplicando as duas probabilidades, temos x mnxnx nx mnxnx x nx nxmxnxmn l ll l ll l l qpq +++ + ++++ + − = − ⋅=×=/ 3º modo: Desenvolva xnxmnxmn qqq −= +/ e você chegará ao mesmo resultado. Por quê? Exemplo 2: Usando os dados da Tábua 2, calcule a) p35 b) 7d40 c) 20p50 d) a probabilidade de uma pessoa de 50 anos morrer entre as idade de 70 e 75 Solução a) Podemos utilizar (13) ou (14): De (14), 99749,000251,0111 35353535 =−=−=⇒=+ qpqp b) Usando (15): 293389481924144740407 =−=−= lld c) De (17), 6382,0 87623 55920 50 70 5020 === l l p d) Na Aula 0 essa questão foi resolvida sem fórmula. Podemos resolver usando (19), sabendo que x = 50, n = 20 e m = 5. 1669,0 87623 4129955920 50 520502050 505/20 = − = − = +++ l ll q Com isso concluímos as funções biométricas mais úteis para o cálculo de seguros e anuidades que veremos mais adiante no curso. Entretanto, há ainda algumas outras funções oriundas das tábuas de mortalidade que tem aparecido em algumas questões anteriores de concurso. É o que vamos estudar agora. Página 14 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 3.3. A função Lx Recordando: lx é o número de pessoas vivas com exatamente x anos. As pessoas vão morrendo ao longo do ano até que, após um ano, temos lx+1 pessoas com exatamente x+1 anos. Mas as mortes não ocorrem todas no primeiro ou no último dia do ano. Ao contrário, são distribuídas ao longo do ano. Exemplificando, reveja a Tábua 1. l65 é igual a 68.005 pessoas vivas com exatamente 65 anos. Destas, l66, ou 65.846 atingem 66 anos, pois morreram d65 = 2.159 pessoas ao longo do ano. Qual seria então o valor médio de lx durante o ano? Para responder rapidamente, diria que é um valor entre lx e lx+1. No caso acima, o valor médio pode variar de 68.005 (se todos morreram com 65 anos mais um infinitésimo) a 65.846 (se todos morreram com 66 anos menos um infinitésimo). Agora vamos à definição. Define-se Lx como o valor médio de lx no intervalo (x, x +1). É intuitivo que, caso as mortes sejam uniformemente distribuídas ao longo do ano, Lx é a média aritmética de lx e lx+1. Dessa forma chegamos à equação (20). (20) 2 1++= xxx ll L Para a prova cremos ser suficiente saber (20). Assim, não se preocupe caso tenha alguma dificuldade em entender o que vamos expor abaixo. A definição de Lx como valor médio de lx ao longo da idade x pode ser representada pela equação (21). (21) dtltlL txtxxx +++ ⋅⋅+= ∫ µ 1 0 1 A lógica por trás de (21) é que o valor médio de lx é igual à soma de duas parcelas: • lx+1 pessoas sobreviventes; • a soma do tempo vivido no ano de morte pelas pessoas que morreram durante o ano, representado pela integral. Página 15 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Vimos na Aula 0 que para t suficientemente pequeno, a razão t qxt se aproxima de xµ , e essa afirmação é expressa pela fórmula x xt t t q µ= →0 lim A probabilidade de um indivíduo de x anos morrer após t anos e antes de t + ∆t anos é dada por txtxt qp +∆⋅ . Esta probabilidade é igual a t t qp txtxt ∆⋅ ∆ ⋅ +∆ . (a) Se fizermos ∆t tender a zero, temos: tx txt t t q + +∆ →∆ = ∆ µ 0 lim , (b) e delta t pode ser escrito na forma do operador infinitesimal dt. Assim, de (a) e (b), a probabilidade de um indivíduo de x anos morrer após t anos e antes de t + dt anos é dada por dtp txxt +⋅µ (c) Como dt é um infinitésimo, dtp txxt +⋅µ é a probabilidade de um indivíduo de x anos morrer exatamente após t anos, ou seja, exatamente na idade x+t. O número de pessoas NP que morreram no instante x + t é igual à probabilidade de um indivíduo de x anos morrer exatamente após t anos (dada por (c)), multiplicada pelo número de indivíduos com x anos, xl . NP = dtlldtp txtxxtxxt +++ ⋅=⋅⋅ µµ (d) Mas cada pessoa que morreu exatamente na idade x + t, 0 < t ≤ 1, viveu t anos no ano de morte. Multiplicando o resultado em (d) por t, temos o tempo vivido por todas essas pessoas no ano da morte, dtlt txtx ++ ⋅⋅ µ . Somando (Integrando) todos os instantes t no intervalo de 0 a 1, chegamos à 2ª parcela de (21). Página 16 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Graficamente, temos: dtl txtx ⋅⋅ ++ µ Partindo de (21), prova-se, integrando por partes, que: (22) ∫ ⋅= + 1 0 dtlL txx Nota importante: Alguns autores definem Lx como o número de pessoas vivas na metade da idade x. Esta definição é incompatível com a dada nesta Aula 2, a menos que as mortes sejam uniformemente distribuídas. Lembrando mais uma vez do princípio básico: não discuta com a banca. Se cair uma questão afirmando que Lx é o número de pessoas vivas na metade da idade x, e não tiver nenhuma outra opção plausível, pode marcar essa que é ponto garantido. 3.4. A função mx A função mx, ou taxa central de mortalidade, é definida como o quociente entre o número de mortos entre as idades x e x +1 e o valor médio de lx nesse intervalo. Ou seja, (23) x x x L d m = A diferença de mx para qx está apenas nos denominadores, Lx e lx, respectivamente. Há várias fórmulas para mx, mas todas são manipulações algébricas simples de (23) que julgamos não ser necessário memorizá-las, e todas usam a hipótese de uniformidade da distribuição das mortes entre as idades x e x + 1. A título de exemplo, Tempox x+t x+1 Página 17 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 x x x x xx x xx x x x x q q p q ll d ll d L d m − = + = + = + == ++ 2 2 1 22 2 11 Na penúltima passagem dividimos numerador e denominador por lx. 3.5. A função Tx Essa função, chamada de quantidade de existência, é definida como a soma dos anos a serem vividos por todas as pessoas de um grupo de idade x até a morte de todos. Algebricamente, ∑ − = +−++ =++++= x t txxxxx LLLLLLT ω ωω 0 121 ... Lembre que ω é a primeira idade para a qual a função de sobrevivência S(x) é nula. Usando a hipótese de uniformidade da distribuição das mortes entre as idades x e x + 1, temos ⇒ + + + + + + + + + = +−+++++ 22 ... 222 1132211 ωωωω llllllllllT xxxxxxx 2 .. 2 1 121 + −++ ++++++=⇒ ω ωω l llll l T xx x x Como 01 =+ωl , temos que (24) ∑ − = +−++ +=+++++= x t tx x xx x x l l llll l T ω ωω 1 121 2 .. 2 Novamente, no que se refere a esse item, não acreditamos que possa cair nada mais complicado que a equação (24). Ainda assim, é válido verificar o caso contínuo. Dissemos, no estudo de Lx, que dtlt txtx ++ ⋅⋅∫ µ 1 0 era a soma do tempo vivido no ano de morte pelas pessoas que morreram no intervalo (x, x + t]. Página 18 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Assim, como Tx é definida como a soma dos anos vividos por todas as pessoas de um grupo de idade x até a morte de todos, o intervalo passa a ser (x, ∞], e temos que (25) dtltT txtxx ++ ∞ ⋅⋅= ∫ µ 0 A interpretação de (25) é absolutamente a mesma feita no estudo de Lx. De (25), prova-se, integrando por partes, que: (26) ∫ ∞ + ⋅= 0 dtlT txx 3.6. A função 0 xe A função 0 xe , chamada de esperança completa de vida, ou ainda vida média completa, representa a expectativa média de vida restante de umapessoa de idade x. Como Tx é a soma dos anos a serem vividos por todas as pessoas de um grupo de idade x, 0 xe é dada por: (27) x x x l T e = 0 Desenvolvendo (27) a partir de (24), encontramos outra forma de expressar 0 xe . 2 (28) ∑ ∑ ∑ − = − = +− = + +=+= +⋅== x t xt x x t txx t tx x xx x x p l l l l ll T e ω ω ω 1 1 1 0 2 1 2 1 2 1 E de (26), podemos facilmente concluir que (29) ∫ ∞ ⋅= 0 0 dtpe xtx 2 Mais uma vez admitindo a hipótese de uniformidade da distribuição das mortes entre duas idades consecutivas. Página 19 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 4. Idades fracionadas As Tábuas de mortalidade apresentam valores de lx somente para idades inteiras. Às vezes precisamos calcular as funções de lx também para idades entre números inteiros, como por exemplo l67,34. Para isso, precisamos de uma hipótese para a distribuição das mortes (ou equivalentemente de lx+t) entre duas idades inteiras consecutivas. Nesta seção vamos estudar as hipóteses de distribuição Linear e Exponencial. 4.1. Hipótese de distribuição linear de lx+t Também conhecido como método de interpolação linear. Sob essa hipótese, lx+t = lx - t dx. Vamos calcular agora as funções de lx. • Cálculo de tpx Dividindo ambos os membros da equação lx+t = lx - t dx por lx, temos: ,1 x x x tx l d t l l ⋅−=+ e então (30) xxt qtp ⋅−=1 Assim, colocamos tpx em função de qx, que pode ser tirado direto de qualquer tábua de mortalidade. • Cálculo de tqx Como 1=+ xtxt qp , segue que (31) xxt qtq ⋅= Página 20 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 • Cálculo de µx+t Vimos na aula zero que dt dl l tx tx tx + + + ⋅−= 1 µ . Como lx+t = lx - t dx , x tx d dt dl −=+ , que acarreta xx x tx xtx tx tx dtl d l d dt dl l ⋅− ==⋅−= + + + + 1 µ Dividindo ambos os membros da equação acima por xl , temos (32) x x tx qt q ⋅− =+ 1 µ • Cálculo de tpx µx+t De (30) e (32), é imediato que (33) xtxxt qp =+µ O resultado de (33) confirma a hipótese de distribuição uniforme das mortes no intervalo (x, x+1). Repare que, dentro deste intervalo, a probabilidade de morrer exatamente no instante x + t ( txxt p +µ ) é constante, pois independe de t. 4.2. Hipótese de distribuição exponencial de lx+t Também conhecido como método de Constant Force. Sob essa hipótese, t x x xtx l l ll ⋅= ++ 1 . Vamos calcular agora as funções de lx. Página 21 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 • Cálculo de tpx Como xxx pll ⋅=+1 , temos que txx t x xx xtx pl l pl ll )(= ⋅ ⋅=+ , e então, dividindo os extremos da equação acima por lx, (34) t xxt pp )(= • Cálculo de tqx Como 1=+ xtxt qp , segue que (35) t x t xxt qpq )1(1)(1 −−=−= • Cálculo de µx+t Outra forma de expressar µx+t é dt pd p xt xt tx ⋅−=+ 1 µ . Por que? Como t xxt pp )(= , x t x xt pp dt pd ln)( ⋅= , que acarreta (36) xx t x xt tx ppp p lnln)( 1 −=⋅⋅−=+µ Este resultado revela que a taxa instantânea de mortalidade com lx na forma exponencial é constante no intervalo (x, x +1). Daí o motivo de o método também ser chamado de Constant Force. Costuma-se chamar neste caso tx+µ simplesmente de µ . • Cálculo de tpx µx+t De (36), xtx pln−==+ µµ µ−= epx tt x ep µ−=)( Assim, Página 22 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 (37) ttxtxxt epp µµµµ −+ ⋅=⋅= )( Compare o resultado de (37) com a pdf do Exemplo 1 desta Aula. Não é coincidência serem iguais. Resumo dos métodos Função Linear Exponencial txl + xx dtl ⋅− t x x x l l l ⋅ +1 xt p xqt ⋅−1 tt x ep µ−=)( xt q xqt ⋅ tt x eq µ−−=−− 1)1(1 tx+µ x x qt q ⋅−1 x pln−=µ txxt p +µ xq te µµ −⋅ Página 23 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 5. Exercícios de Fixação 1. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA – 2008) (Analista Técnico – SUSEP – 2002 – ESAF) No cálculo da probabilidade de uma pessoa de idade x falecer após “n” anos e dentro dos “m” anos seguintes, representada por n/mQx, o término do período carencial se dá na idade de: A) x+n B) x+m C) n D) m E) x 2. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA – 2005) Considere a seguinte função de sobrevivência segundo a hipótese de Makeham: xcx x gskl ⋅⋅= A expressão de cálculo da probabilidade de uma pessoa de idade “x” sobreviver a idade “x+1” é dada por: c - x A) s � g c x (c + 1) B) s � g c x C) s � g c x (c - 1) D) s � g c x - 1 E) s � g Página 24 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 3. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA – 2006) A função de sobrevivência de uma dada população é dada pela seguinte expressão: −= 105 1 x sx Nesse caso, a força de mortalidade, µx, para x = 50, é igual a: A) -0,524 B) -0,018 C) 0 D) 0,018 E) 0,524 4. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA – 2008) São relações corretas existentes nas Tábuas de Mortalidade: A) ,11 =+ x x l l ,11 +− −= xxx lld 1− = x x x l d q B) x x x l l p 1+= ,11 =++ x x x x l d l l ,1+−= xxx lld C) ,21 =++ x x x x l d l l , 1 2 − + = x x x l d q ,12 ++ += xxx lld D) , 3 2 2 + + + = x x x l d q 2 1 11 + + ++ = + −+ x xx xxx d ll lll E) 231 ++− +== xxxx qldl Página 25 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 5. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA – 2009) A variável aleatória “tempo de vida futuro de um recém nascido” (X) segue uma distribuição uniforme entre 0 e 100. A força de mortalidade na idade x é igual a: A) 100 x ; B) x−100 1 ; C) 100 100 x− ; D) 100 1 −x ; E) 100 100−x . 6. (AFC – CGU – 2008) O instrumento que mede a mortalidade ou a sobrevivência de uma determinada população é denominado: A) Tábua de Comutação. B) Tabela de juros compostos. C) Tabela de juros simples. D) Tábua de Mortalidade. E) Tábua de Salvação da população ativa. 7. (AFC – CGU – 2008) Segundo as funções biométricas, a probabilidade de uma pessoa de 20 anos falecer nesta idade é dada pela equação: A) 2020120 dll −=+ B) 20 12020 20 l ll q + − = C) 20 20120 20 l ll q − = + D) 20 20 20 l d p = E) 12020 =+ qp Página 26 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 8. (AFC – CGU – 2008) Assinale a opção correta. Segundo as funções biométricas, a formulação da probabilidade de uma pessoa de 50 anos falecer até os 60 anos é dada por: A) 605010 1 qp −= B) 50 6050 5010/ l ll Q − = C) 60 5060 5010 l ll p − = D) 60 5060 5010/ l ll Q − = E) 60105010 1 qp −= 9. (AFC – CGU – 2008) Assinale a opção correta. A esperança completa de vida de uma pessoa ao nascer é igual a: A) um (1,0) B) Zero (0,0) C) 0,5 (meio) D) 0 1 0 5,0 l l w j j∑ = + + E) 0 1 0 l l w j j∑ = + Página 27 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 6. GABARITO 1 – A 2 – D 3– D 4 – B 5 – B 6 – D 7 – B 8 – B 9 – D Página 28 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 7. Resolução dos Exercícios de Fixação 1. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA – 2008) (Analista Técnico – SUSEP – 2002 – ESAF) No cálculo da probabilidade de uma pessoa de idade x falecer após “n” anos e dentro dos “m” anos seguintes, representada por n/mQx, o término do período carencial se dá na idade de: A) x+n B) x+m C) n D) m E) x Resolução Essa questão consta da Aula 0, e repetimos aqui para mostrar um ponto: a proximidade das questões propostas pelo IBA das provas da ESAF. Por esse motivo, as Aulas serão recheadas de questões do IBA (assim como da SUSEP, claro). No caso presente, provavelmente a questão foi copiada pelo IBA da prova da SUSEP – 2002, pois são iguais até nas opções. Outra hipótese é as duas bancas procurarem questões nas mesmas fontes. Se o IBA copiou a ESAF, por quê não podemos copiar a nós mesmos e repetir a resolução da Aula 0? É o que vamos fazer agora. Vamos ver quando estudarmos seguro de vida que alguns apresentam um período de carência, dentro do qual, se ocorrer a morte do segurado, seus beneficiários nada receberão. Assim, os beneficiários de uma pessoa de idade x só receberão o benefício se ela morrer após n anos, ou seja, após atingir a idade x + n. Gabarito: A Página 29 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 2. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA – 2005) Considere a seguinte função de sobrevivência segundo a hipótese de Makeham: xcx x gskl ⋅⋅= A expressão de cálculo da probabilidade de uma pessoa de idade “x” sobreviver a idade “x+1” é dada por: c - x A) s � g c x (c + 1) B) s � g c x C) s � g c x (c - 1) D) s � g c x - 1 E) s � g Resolução Sempre que resolvermos um exercício vamos focar no que realmente interessa. Se a distribuição de lx segue a hipótese de Makeham, Gompertz, Weibull, Tião Macalé ou qualquer outro, não faz a menor diferença, pois é dada. A probabilidade de uma pessoa de idade “x” sobreviver à idade “x+1” é igual ao quociente entre os que atingiram a idade x + 1 e os que atingiram a idade x, e é dada por (13). Temos então que )1(1 1 1 1 1 −−−+ + + ⋅=⋅= ⋅⋅ ⋅⋅ == + + ccccxx cx cx x x x xxx x x gsgs gsk gsk l l p Gabarito: D Página 30 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 3. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA – 2006) A função de sobrevivência de uma dada população é dada pela seguinte expressão: −= 105 1 x sx Nesse caso, a força de mortalidade, µx, para x = 50, é igual a: A) -0,524 B) -0,018 C) 0 D) 0,018 E) 0,524 Resolução Aqui o IBA fez uma tradução literal do inglês Force of Mortality, para o que chamamos até aqui de taxa instantânea de mortalidade. Para começar, a taxa instantânea de mortalidade nunca será negativa. Isso já elimina as opções A) e B). Podemos usar (9) ou qualquer variação dela vista nessa aula. Vamos usar )( )(' xS xS x − =µ . −= 105 1 x sx 105 1' −=xs Assim, 105 1 )105/1( )( )(' xxS xS x − −− = − =µ Multiplicando numerador e denominador por 105, temos que x x − = 105 1 µ Como é pedido o 50µ , 018,0 55 1 50105 1 50 ==− =µ Gabarito: D Página 31 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 4. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA – 2008) São relações corretas existentes nas Tábuas de Mortalidade: A) ,11 =+ x x l l ,11 +− −= xxx lld 1− = x x x l d q B) x x x l l p 1+= ,11 =++ x x x x l d l l ,1+−= xxx lld C) ,21 =++ x x x x l d l l , 1 2 − + = x x x l d q ,12 ++ += xxx lld D) , 3 2 2 + + + = x x x l d q 2 1 11 + + ++ = + −+ x xx xxx d ll lll E) 231 ++− +== xxxx qldl Resolução Esse é o tipo de questão que requer a análise de todas as opções. Sugiro sempre passar o olho rápido em cada uma delas, para eliminarmos as mais absurdas em segundos. ITEM A) De cara, a primeira relação é absurda, pois 11 =+ x x l l é a fórmula da imortalidade. ITEM A errado. ITEM B) x x x l l p 1+= é a equação (13); 11 =++ x x x x l d l l é apenas (14) 1=+ xx qp desenvolvida ,1+−= xxx lld é a equação (10) ITEM B correto. ITEM C) Logo na primeira, 21 =++ x x x x l d l l , percebemos que está errada, da análise do item B. ITEM C errado. ITEM D) De (11), x x x l d q = , o que implica 2 2 2 + + + = x x x l d q , logo 3 2 2 + + + ≠ x x x l d q ITEM D errado. Página 32 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 ITEM E) 231 ++− +== xxxx qldl A primeira parte da equação afirma que o número de pessoas vivas com uma certa idade é igual ao número de mortos entre 4 e 5 anos depois. Sem comentários. ITEM E errado. Gabarito: B 5. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA – 2009) A variável aleatória “tempo de vida futuro de um recém nascido” (X) segue uma distribuição uniforme entre 0 e 100. A força de mortalidade na idade x é igual a: A) 100 x ; B) x−100 1 ; C) 100 100 x− ; D) 100 1 −x ; E) 100 100−x . Resolução Uma variável que segue uma distribuição uniforme no intervalo [a,b) tem a seguinte pdf: <≤ −= contráriocaso bxa abxf ,0 , 1 )( No caso em questão, o intervalo é [0,100), e sua pdf é dada por: <≤ = contráriocaso x xf ,0 1000, 100 1 )( Página 33 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Vamos repetir: a taxa instantânea de mortalidade nunca será negativa. Isso elimina as opções D) e E). Desta vez, vamos usar a fórmula (9) )( )( xS xf x =µ De (6), 100 100 100100 1 )()( 100100 xt dtdttfxS xxx − = === ∫∫ ∞ . Logo, xxxS xf x − = − == 100 1 100 100 100 1 )( )( µ 3 Gabarito: B 6. (AFC – CGU – 2008 – ESAF) O instrumento que mede a mortalidade ou a sobrevivência de uma determinada população é denominado: A) Tábua de Comutação. B) Tabela de juros compostos. C) Tabela de juros simples. D) Tábua de Mortalidade. E) Tábua de Salvação da população ativa. Resolução Vimos exaustivamente nessa Aula que a função de sobrevivência e todas as funções de lx advém de tábuas de mortalidade. As opções B), C) e E) são absurdas. E veremos na aula seguinte que tábua de comutação não mede mortalidade, é apenas uma forma abreviada de apresentar grandezas de nosso interesse. Gabarito: D 3 Poderíamos também ter eliminado A) e C), pois a reposta deve satisfazer +∞= −→ x x µ 100 lim . Página 34 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 7. (AFC – CGU – 2008 – ESAF) Segundo as funções biométricas, a probabilidade de uma pessoa de 20 anos falecer nesta idade é dada pela equação: A) 2020120 dll −=+ B) 20 12020 20 l ll q + − = C) 20 20120 20 l ll q − = + D) 20 20 20 l d p = E) 12020 =+ qp Resolução Para se obter a probabilidade requerida, basta aplicar diretamente (11), para x = 20. 20 12020 20 20 20 l ll l d q + − == Gabarito: B 8. (AFC – CGU – 2008 – ESAF) Assinale a opção correta. Segundo as funções biométricas, a formulação da probabilidade de uma pessoade 50 anos falecer até os 60 anos é dada por: A) 605010 1 qp −= B) 50 6050 5010/ l ll Q − = C) 60 5060 5010 l ll p − = D) 60 5060 5010/ l ll Q − = E) 60105010 1 qp −= Página 35 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Resolução Mais uma questão de aplicação direta de fórmula, desta vez (16). Repare na notação diferente da nossa utilizada para a probabilidade de uma pessoa de idade x morrer nos próximos n anos. Usamos xn q , enquanto a questão usou xn Q/ e também poderia ser utilizado xn q/ . 50 6050 50 5010 5010/ l ll l d Q − == Gabarito: B 9. (AFC – CGU – 2008 – ESAF) Assinale a opção correta. A esperança completa de vida de uma pessoa ao nascer é igual a: A) um (1,0) B) Zero (0,0) C) 0,5 (meio) D) 0 1 0 5,0 l l w j j∑ = + + E) 0 1 0 l l w j j∑ = + Resolução É bom estar sempre atento para eliminar alternativas absurdas. Mas desta vez não é necessário, pois as 3 primeiras são absolutamente ridículas. Ficamos entre a D) e a E). O enunciado pede a esperança completa de vida de uma pessoa ao nascer, isto é, 0 xe , para x = 0, ou 0 0e . Página 36 de 36 André Cunha http://www.pontodosconcursos.com.br SUSEP 2010 Usando (28): x x t tx x l l e ∑ − = + += ω 1 0 2 1 0 1 0 0 5,0 l l e t t∑ =+= ω Nota: Existe outra função ( xe ), chamada de esperança abreviada de vida, ou vida média abreviada, e difere em 0,5 a menor de 0 xe . Assim, x x t tx x l l e ∑ − = + = ω 1 ou ainda 5,0 0 −= xx ee . Gabarito: D
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