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Intituições Judiciárias e Ética (APS)

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UNIVERSIDADE PAULISTA — UNIP
NOME E R.A.
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVIS:
Instituições judiciárias e ética
Santana de Parnaíba
2017
NOME E R.A
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVIS:
Instituições judiciárias e ética
Santana de Parnaíba
2017
"Uma coisa de que o mundo necessita desesperadamente é uma maneira melhor de conduzir nossos debates políticos. Precisamos redescobrir a arte abandonada da argumentação democrática.”
 (Michael Sandel)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	05
2. MICHAEL SANDEL	06
3. SUBORNO	08
4. NOSSAS ESCOLHAS MOLDAM O NOSSO CARÁTER?	09
5. CONCLUSÃO	11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	12
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho fundamenta-se a partir da Atividade Prática Supervisionada, com o intuito de investigar os aspectos da formação do caráter na pessoa humana a partir de suas escolhas, tendo como base os estudos realizados em Instituições Judiciárias e Ética. O que será tratado tem em sua parte fundamental a investigação da maneira como as escolhas constituem a formação do caráter na pessoa e os princípios e fatores determinantes que culminarão no modo de agir de cada um.
Os costumes e as experiências forjam o indivíduo dentro de padrões pré-estabelecidos pela cultura ao qual participa. De outro modo, as disposições morais nascem a partir de atividades semelhantes a elas, ou seja, as suas ações estão ligadas as atividade, o fato de uma ação ser desta ou qualquer maneira, será de modo que o indivíduo torne-se de uma forma ou outra, por esta razão deve-se atentar para a qualidade de suas ações, pois correspondem Às diferenças entre as atividades e, não será decisivo para a formação do indivíduos. Michael Sandel substitui a ideia das tendências inatas pela dos hábitos, ou seja, reconhece na ação do individuo caráter e eficácia eminentemente positivos e ativos, que consistem precisamente na relação dos hábitos que forma o próprio homem. Em certo sentido, o homem torna-se responsável por sim mesmo, ou seja, responsável pelo que será. Do próprio homem depende ser bom ou mau.
A presente pesquisa tem por texto as obras conhecidas internacionalmente de Michael Sandel. Textos comentados de autores voltados para o assunto em questão são utilizados como apoio às leituras e reflexões, considerando aqueles mais relevantes na construção do pensamento ético. O método utilizado é a pesquisa bibliográfica, centrada nas questões éticas.
2. MICHAEL SANDEL
Michael J. Sandel, nasceu em 5 de março de 1953, em Minnesota nos Estados Unidos. É professor universitário, filósofo, escritor, ensaísta, conferencista e palestrante estadunidense. Reconhecido pela Associação Americana de Ciências Políticas por excelência de carreira no ensino, suas aulas já somaram mais de 15 mil estudantes de todas as partes do globo e discutem dilemas morais e éticos para analisar a justificativa das pessoas sobre suas posições e atitudes.
O filósofo, aos treze anos de idade, se mudou para Los Angeles, sendo presidente da classe "senior" da Palisades High School, em 1971. Formou-se na Universidade Brandeis e fez doutorado em Oxford. Membro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos e professor em Harvard, foi apontado pelo jornal The Guardian como "o mestre das grandes questões da vida".
Desde 1980, Sandel é responsável pelo curso de Justiça como professor de filosofia política da Universidade Harvard, fazendo palestras e aulas no mundo todo, sempre questionando os princípios contemporâneos de justiça com frases e aforismos instigantes e reflexivos. Foi o primeiro curso de Harvard a estar disponível online e na televisão. Seu curso foi visto por milhões de pessoas ao redor, incluindo a China, onde Sandel foi nomeado “a figura internacional mais influente do ano”. Seu objetivo nas aulas é discutir dilemas morais e éticos, onde os dilemas cotidianos são debatidos de forma descontraída e com participação direta dos estudantes.
Em 2014, esteve em Porto Alegre, no circuito de palestras “Fronteiras do Pensamento”. Em 2016, Michael esteve no Supremo Tribunal Federal, à convite do Ministro Luís Roberto Barroso para proferir palestra sobre "Ética Pública e Democracia".
Michael ficou reconhecido internacionalmente pelos seus livros: Justiça - O que é fazer a coisa certa? (2010), no qual propõem discussões sobre temas como igualdade, democracia e cidadania; e Liberalismo e os limites da Justiça (1982). Seu mais recente livro chama-se: O que o dinheiro não compra - os limites morais do mercado (2012), onde questiona qual o papel do dinheiro e do mercado na nossa sociedade. Seus livros já foram traduzidos para 27 línguas. 
Tem como principais influências filosóficas: John Locke, Immanuel Kant, John Stuart Mill, John Rawls, Robert Nozick, Charles Taylor e Michael Walzer.
Sandel defende que a filosofia não é algo distante, mas parte do cotidiano. Ele acredita que a melhor forma de manter a atenção dos jovens nas suas aulas é mostrar que as opiniões deles estão diretamente ligadas às ideias que os filósofos desenvolvem há séculos. Segundo ele, a dificuldade do curso está justamente no fato de que ele ensina o que muitas pessoas já sabem, porém a graduação tradicional funciona retirando essas questões de um ambiente "familiar" e tornando-as "estranhas". Dessa forma, o filósofo explica que o autoconhecimento permite uma nova forma de ver as coisas. O método é elogiado por especialistas, ao permitir a discussão de temas profundos de forma acessível.
3. SUBORNO 
“Alguns sugeriram que ignorar a lei ou violar as normas sociais de pequenas formas, na vida cotidiana, acaba criando atitudes na sociedade como um todo que levam à corrupção nas empresas e na política, por exemplo. Se isso for verdade, então talvez haja uma ligação entre as pequenas violações da lei ou valores e a corrupção em grandes instituições. Não tenho uma resposta clara a esta pergunta, mas a conversa fez-me pensar que pode haver a ligação.” (Michael Sandel).
Durante um tour no Brasil, em um programa de televisão, Michael Sandel ficou abismado com as confissões feitas pelos brasileiros e como eles agem do “jeitinho brasileiro”. Uma convidada do programa disse que subornaria um policial se precisasse seguir de carro com um parente até o hospital. Outra contou que comprara DVDs piratas para os filhos. E mais convidados admitiram pequenos delitos.
A partir disso, foram entrevistados três profissionais na área de direito (advogados), onde foram questionados sobre a prática de oferecer algum benefício em troca de realização de atividade que favoreceria o cliente, ou seja, se subornariam um funcionário público para obter benefícios aos seus clientes, ainda que fosse um resultado justo.
Ambos os três advogados alegaram que não subornariam funcionários públicos:
Advogado 1 — Eu não subornaria um funcionário público. O meu cliente teria que conseguir qualquer documento pelas vias regulares e aguardar o tempo necessário. Se eles quisessem, que devessem ir.
Advogado 2 — Subornar funcionário público sendo em âmbito estadual ou federal, não está de acordo com minha personalidade. Por não ser legal. O cliente que aguardasse de acordo com o processo. 
Advogado 3 — Eu não subornaria um funcionário público. Não riscaria minha carreira para ganhar um caso, se meu cliente conseguisse vantagens ilicitamente não pegaria o caso.
4. NOSSAS ESCOLHAS MOLDAM O NOSSO CARÁTER?
O caráter de um indivíduo é o seu modo de ser, suas características próprias, seu comportamento dentro da sociedade. É um traço da personalidade, que diz respeito à maneira usual de cada um agir. Este grupo de atributos, bons ou ruins, compõe o comportamento e os valores morais das pessoas, resultantes de um processo evolutivo do sujeito, de seu convívio com a família, a escola, a sociedade como um todo. Nossas qualidades e defeitos são inerentes ao nosso caráter. Sendo assim, cada indivíduo é diferente,portanto cada um molda seu caráter.
O conhecimento de nossas fraquezas e de nossa força contribui para a composição do caráter, que envolve, sem dúvida, a transformação dos pensamentos. Percebe-se, então, que o indivíduo é uma construção de si mesmo. Entre o ser quase perfeito e os seres instintivos, próximos da animalidade, encontram-se os mais variados graus de caráter.
Uma vez que pertence essencialmente ao homem, o caráter é algo que não se aprende, nem se obtém, são através da experiência, autoconhecimento, educação, formação familiar, são alguns dos instrumentos de que o homem se vale para modelar seu caráter 
De acordo com o filósofo, Michael Sandel, as escolhas éticas do cotidiano moldam o caráter dos cidadãos. E ele vê, nos escândalos recentes que provocaram a mudança de comando no Brasil, uma oportunidade de consolidação da democracia.
Uma das maneiras de se aprofundar a democracia é reduzir o poder corruptor do dinheiro em campanhas políticas por meio de leis mais fortes que regem financiamento de campanha, algo que não se consegue fazer nos EUA. A outra é incentivar os movimentos da sociedade, no sentido de permitir que as pessoas se façam ouvir, dotando os cidadãos de competências que as decisões democráticas exigem.
Sandel também aposta no desenvolvimento de uma nova geração de líderes, “que não estejam contaminados pela associação com os partidos políticos desacreditados”, e na busca de uma abordagem mais ética no debate das grandes questões, incluindo os valores. O filósofo defende, ainda, que a mídia mostra-se mais interessada no diálogo público sobre questões éticas do que o currículo escolar sendo transformado para incluir a educação ética e cívica.
Estas seriam algumas maneiras de se usar a crise para buscar um melhor tipo de política e um melhor tipo de cidadania democrática. Apesar da frustração generalizada com os políticos e seus partidos, que já levaram manifestantes a expulsar parlamentares de atos públicos. O americano sustenta que não é possível fazer democracia sem representação.
Mas precisa-se complementar a democracia representativa com a participativa. Cidadãos democráticos devem ter uma palavra significativa a dizer sobre a forma como são governados. Hoje, alguns cidadãos sentem a necessidade de que suas vozes sejam ouvidas. Isto é verdade não só no Brasil, mas também em muitas democracias em todo o mundo.
Temos que entender e ensinar aos nossos filhos os fundamentos da ética. Porque só conseguiremos resinificar a palavra ‘política’ e corrigir os desvios de conduta no cotidiano se houverem cidadãos mais conscientes, pensando não apensa em si mesmo, mas também na sociedade como um todo. Um dia antes da gravação de um programa de televisão durante seu tour no Brasil, Sandel havia participado de um debate com jovens no Complexo do Alemão, promovido pelas ONGs, Mapa e Instituto PDR. Um dos jovens já havia sido preso. Em seguida, subiu os 382 degraus da escadaria da Penha. A visita durou quatro horas, Ele disse não ver problemas em popularizar o ensino da filosofia, pondo a disciplina em contato com as camadas mais populares, como fez na televisão.
Alguns estudantes acadêmicos escrevem sobre a filosofia de uma forma altamente abstrata, técnica. Há um papel importante para o trabalho acadêmico especializado deste tipo. Mas também é importante conectar a filosofia com o mundo, para nos ajudar a refletir sobre os dilemas éticos que enfrentamos em nossas vidas diárias. Há espaço para ambas as abordagens para a filosofia. Pois, a filosofia não reside nas nuvens, mas na cidade, onde os cidadãos se reúnem.
5. CONCLUSÃO
Tratou-se no presente trabalho de expor o pensamento de Michael Sandel e uma breve explicação sobre quem foi e suas ideias filosóficas, enfatizando as discussões apresentadas a respeito de justiça.
 A partir do exposto conclui-se que, Sandel traz exemplos de problemas sociais, de catástrofes, para demonstrar que esses assuntos deveriam ser debatidos publicamente. Explica que os menos abastados deparam-se com dificuldade de se realocarem em situações de calamidade. 
A proposta de Michael Sandel é sobre a virtude cívica, o comunitarismo: ricos e pobres deveriam se unir. Atualmente, a sociedade se divide: ricos têm escolas específicas, condomínios fechados, os cidadãos não se misturam. Enquanto isso, parques públicos são abandonados sem cuidados devido à escassez de subsídios para pagar custos de manutenção. Isso proporciona um isolamento de ambos os lados dessa disparidade. A solidariedade só favoreceria a sociedade, no sentido de que, se todos convivessem juntos, as pessoas seriam mais felizes. Eis o fundamento da teoria da justiça de Michael Sandel.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EXAME. Combate à corrupção requer mudança cultural, diz filósofo. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/combate-a-corrupcao-requer-mudanca-cultural-diz-filosofo/>. Acesso em: 28 mai. 2017.
FOLHA DE S. PAULO. 'Terceirizar ideias é fugir do debate', diz professor de Harvard. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/05/1462061-terceirizar-ideias-e-fugir-do-debate-diz-professor-de-harvard.shtml>. Acesso em: 28 mai. 2017.
FRONTEIRAS DO PENSAMENTO. Justiça: como fazer a coisa certa? Conheça Michael Sandel. Disponível em: <http://www.fronteiras.com/noticias/justica-como-fazer-a-coisa-certa-conheca-michael-sandel-1427124358>. Acesso em: 28 mai. 2017.
FRONTEIRAS DO PENSAMENTO. Terceirizar ideias é fugir do debate, diz Michael Sandel no fronteiras São Paulo. Disponível em: <http://www.fronteiras.com/noticias/terceirizar-ideias-e-fugir-do-debate-diz-michael-sandel-no-fronteiras-sao-paulo-1427124311>. Acesso em: 28 mai. 2017.
GAZETA DO POVO. “Jeitinho” brasileiro assusta filósofo Michael Sandel. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/jeitinho-brasileiro-assusta-filosofo-michael-sandel-cesnlgi6231rwzhk0s8dff62s>. Acesso em: 28 mai. 2017.
GAZETA DO POVO. Ideia da semana: “a política não pode ser neutra”. Entrevista com Michael Sandel. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/dia-de-classico/ideia-da-semana-a-politica-nao-pode-ser-neutra-entrevista-com-michael-sandel/>. Acesso em: 28 mai. 2017.
HARVARD UNIVERSITY. Michael J. Sandel. Disponível em: <https://scholar.harvard.edu/sandel/sandel/bio>. Acesso em: 28 mai. 2017.
HARVARD UNIVERSITY. Michael J. Sandel. Disponível em: <https://scholar.harvard.edu/sandel/home>. Acesso em: 28 mai. 2017.
ISTO É. A desigualdade social é a base da corrupção. Disponível em: <http://istoe.com.br/desigualdade-social-e-base-da-corrupcao/>. Acesso em: 28 mai. 2017.
LIVRARIA CULTURA. Michael Sandel. Disponível em: <http://www.livrariacultura.com.br/e/michael-sandel-714262>. Acesso em: 28 mai. 2017.
UOL. Filósofo Michael Sandel, da universidade de Harvard, causa furor na china. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/thomas-friedman/2011/06/16/filosofo-michael-sandel-da-universidade-de-harvard-causa-furor-na-china.htm>. Acesso em: 28 mai. 2017.

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