Caso Eliza Samudio

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UNIVERSIDADE PAULISTA — UNIP
NOME E R.A.
CASO ELIZA SAMÚDIO:
Habeas Corpus
Santana de Parnaíba
2017
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	03
2. BIOGRAFIA DE BRUNO	04
3. BIOGRAFIA DE ELIZA SAMÚDIO	05
4. O CASO	07
5. HABEAS CORPUS	09
6. CONCLUSÃO	10
ANEXOS	11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	12
1. INTRODUÇÃO
O caso Eliza Samúdio veio à tona em junho de 2010. Em 26 de junho, a Polícia Civil de Minas Gerais declarou suspeito Bruno Fernandes pelo desaparecimento de sua ex-amante. De acordo com as investigações da policia, Eliza estavam um sitio do jogador em Esmeraldas, no interior de Minas Gerais, onde sofreu agressões. Posteriormente foi constatado o desaparecimento de Eliza. No dia 25 de junho, através do Disque Denuncia, uma pessoa comunica que Eliza Samudio está morta e o culpado é Bruno. A partir de então, a autoridade policial inicia o inquérito policial, sendo este enviado à justiça no dia 6 de julho de 2010. Deste instante, até a chegada do julgamento, uma série de atos é desenrolada, provas testemunhais e a busca de provas matérias, culminando assim com a condenação de Bruno. 
No decorrer do presente trabalho serão apresentados aspectos jurídicos, penais e processuais penais, relacionados ao desaparecimento e suposto assassinato da ex-amante do jogador. Dessa forma, destaca-se temas como “Violência contra a mulher”, “Materialidade Indireta do crime- art. 158 e 167 do CPP” e “Destruição, subtração e ocultação de cadáver- art. 212 do CP”.
2. BIOGRAGIA DE BRUNO
Bruno Fernandes das Dores de Souza, nascido em 23 de dezembro de 1984, mais conhecido como Goleiro Bruno, é um ex-futebolista brasileiro, no qual atuava como goleiro. Filho de Sandra Cássia Souza de Oliveira Santos e Maurílio Fernandes das Dores de Souza, o jogador tem um irmão, Rodrigo Fernandes.
Nunca teve uma boa estrutura familiar e três meses após do seu nascimento, foi abandonado pelos pais e acabou sendo criado pela avó paterna, Estela Santa Trigueiro de Souza em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os pais do jogador e seu irmão se mudaram para o Piauí, e poucos anos depois, no ano de 1988, seus pais se separaram. E apenas no ano de 2006, Bruno encontra sua mãe novamente.
Em 1996, Sandra, sua mãe, foi denunciada pelo Ministério Público por tentativa de homicídio após atirar em uma mulher cinco vezes, porém errou o alvo. Sandra teria discutido com a mulher, após consumirem cocaína em uma festa. Entretanto, nunca foi presa. E em 2005, Sandra e seu companheiro na época, foram acusados de fraudar documentos de um terreno na Bahia.
Seu pai, Maurílio Fernandes, foi acusado de furto e teve prisão perdida sete vezes. Morreu em 2008. O irmão de Bruno, Rodrigo Fernandes, foi preso por roubo em Teresina, no Piauí.
Seu seus pais por perto, Bruno criou o seu próprio núcleo familiar tendo sempre, além da avó e a mulher, Dayanne, namorada de infância com quem ele se casou em 2004, e os amigos mais próximos. Entre eles, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, também preso pela polícia.
Até ser preso, Bruno vivia no grande momento de sua carreira. Ídolo do Flamengo, um dos melhores goleiros do Campeonato Brasileiro conquistado pelo Rubro-negro no ano passado, morava no Recreio dos Bandeirantes e tinha um dos salários mais altos do clube. Mas os problemas extracampo fizeram Bruno interromper, pelo menos temporariamente, a brilhante carreira que construía no gol do clube de maior torcida do país.
3. BIOGRAFIA DE ELIZA SAMÚDIO
Eliza Silva Samúdio, nascida no dia 22 de fevereiro de 1985, em Foz do Iguaçu, no Paraná, foi vítima de um bruto assassinato em Vespasiano, com a data de morte ainda em processo de investigação, porém por volta do dia 10 de julho de 2010.
Eliza cresceu longe de sua mãe, Sônia Fátima Silva Moura. Em um documentário feito pelo canal A&E, foi relatado o fim do casamento com o pai de Eliza, Luiz Carlos Samúdio, no qual hoje é condenado por estupro e foragido da Justiça. Ele teria cometido o crime, em 6 de dezembro de 2003, contra uma menina de apenas 10 anos. 
Sônia conta que, aos quatro meses de gestação, foi pressionada pelo marido a abortar. “Ele não queria a filha, então nos separamos. Fiquei um tempo longe dele e voltamos quando estava praticamente no fim da gravidez”, disse. O divórcio do casal ocorreu um ano depois do nascimento de Eliza, que passou a ser criada pelo pai até os 18 anos.
Segundo testemunhas, Eliza e Bruno se conheciam desde 2008, porém Bruno alega terem se conhecido em 2009 durante um churrasco no Rio de Janeiro. Logo os dois se gostaram, e o que foi apenas uma noite juntos, se transformou em um caso fixo, e passaram a se encontrar frequentemente. Eliza deixou sua vida de programas para ficar com Bruno, a pedido dele, mesmo ele sendo casado, onde ele prometia que se separaria para assumir a amante. Em agosto, Eliza anunciou publicamente estar grávida, atribuindo a paternidade ao atleta, que propôs a ela que abortasse, mas ela se recusou. Ele, então, rompeu o caso, e a abandonou grávida.
A partir de então, o ex casal não se viu mais. O bebê nasceu em 10 de fevereiro de 2010 na Cidade de São Paulo, quando Eliza estava morando na casa de uma amiga desde a descoberta da gravidez. Ela comunicou a Bruno o nascimento da criança, mas Bruno recusou-se a reconhecer a paternidade, alegando que não mantinha um compromisso sério com ela, não sabe se ela tinha outros homens enquanto estava com ele, e principalmente trazendo a tona seu passado como prostituta, a acusando de querer dar o golpe da barriga por ele ter dinheiro. Eliza ingressou, então, com uma ação de reconhecimento de paternidade, depois de chegar a morar com o filho na capital fluminense, em hotéis pagos por Bruno. Ela passou a persegui-lo, exigindo a pensão do filho. Ele a espancou, e ela o denunciou, o que trouxe complicações na carreira de Bruno, onde ele foi indiciado. Enfurecido com a ex-amante, ele prometeu vingança. Em 4 de junho de 2010 ela aceitou um convite de Bruno para ir até Esmeraldas, Minas Gerais, o que surpreendera os advogados da ação, uma vez que parecia disposto a negociar um acordo. A modelo desapareceu durante essa viagem a Minas Gerais.
4. O CASO
Bruno Fernandes das Dores de Souza saiu da prisão graças a um habeas-corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal. No pedido, a defesa de Bruno alega que o jogador, preso há quase sete anos, não teve analisado, até o momento, recurso contra seu julgamento pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Na decisão, o ministro afirma que “a esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há seis anos e sete meses” e que “nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória”.
O ministro Marco Aurélio Mello entendeu que não é possível manter alguém por um período tão longo sem julgamento final, isto é, apenas sob o pretexto de prisão preventiva, sem que os recursos contra seu julgamento impetrados pela defesa tenham sido analisados por uma segunda estância. Os recursos da defesa serão analisados em segunda instância e conforme o resultado, Bruno poderá voltar ou não para a prisão. Em sua defesa, Bruno reconhece que Eliza foi morta, mas atribui a autoria do crime somente a seu fiel amigo, Luiz Henrique Ferreira Romão, vulgo Macarrão. O Júri popular, entretanto, não considerou os argumentos da defesa convincentes e o condenou, em 2013, por assassinato, sequestro e ocultação de cadáver a 22 anos e três meses de prisão.
Ao sair da prisão, Bruno disse que nada poderia trazer Eliza de volta, por isso não fazia sentido ele passar o resto da vida preso. Há, nesta frase, uma resignação e um sarcasmo moralmente inapropriados. O fato de Eliza não viver mais é uma tragédia para todos que a amavam, principalmente para o filho, que, inclusive, estava presente na cena do crime. A história do brutal assassinato de Eliza Samúdio ilustra bem ouniverso machista que cerca o futebol. Ela foi morta porque lutou pelo direito a pensão alimentícia para o seu filho no valor de módicos R$ 3.500,00, por um apartamento para morar com ele e pelo reconhecimento oficial da paternidade. Bruno, que na época ganhava mais de R$ 200,000,00, negava-se a reconhecer a paternidade do filho temendo que isso pudesse prejudicar o seu brilhante futuro como goleiro. Afinal, Eliza era uma modelo com quem teve um sexo casual em uma das inúmeras orgias que participava após vitórias do seu time.
Eliza Samúdio tinha apenas 25 anos quando foi morta, dia 10 de junho de 2010, em Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte. Depois de ter sido mantida em cárcere privado por seis dias no sítio de Bruno em Esmeraldas, na região metropolitana da capital mineira. Foi levada para o sítio do assassino acreditando que finalmente iria para o apartamento que Bruno prometera lhe dar.
Foi estrangulada na frente do filho, Bruninho, e em seguida esquartejada. As partes de seu corpo serviram de alimento para os cachorros do assassino e seus ossos concretados. Segundo o primo do goleiro, a intenção era matar o filho dela também, mas o assassino, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, contratado por Macarrão, se recusou.
Na semana seguinte, ocorreria a audiência na qual os advogados de ambas as partes já haviam acordado acerca do montante a ser pago e do exame a ser feito. Bruno, porém, não queria que a audiência ocorresse, não admitia que Eliza manchasse a sua trajetória rumo aos píncaros do futebol nacional e mundial. Para ele, isso seria uma vergonha. Por isso, segundo a tese da promotoria apresentada no julgamento no Fórum de Contagem, ele planejou com o amigo Macarrão o assassinato de Eliza. O motivo era, portanto, torpe. Seu comportamento até o assassinato mostra a sua arrogância e estupidez. Em momento algum pensou que ele seria o primeiro suspeito do desaparecimento, já que Eliza já havia tornado publica a sua gravidez. Porém, Bruno não percebeu o quanto seu plano era fajuto e cheio de lacunas.
Aos poucos, a trama foi sendo desfeita. Ao longo de todo o período de sequestro, encarceramento e assassinato, Bruno e sua gangue foram deixando inúmeros indícios pelo caminho. No período em que Eliza permaneceu presa no sítio de Bruno, este oferecia churrascos para os amigos e ninguém podia entrar na casa; inúmeros telefonemas entre as partes envolvidas foram rastreados. Os amigos que, ele acreditava, deviam-lhe lealdade eterna, ao fim e ao acabo romperam com o silêncio e contaram tudo o que sabiam sobre o crime.
5. HABEAS CORPUS
Habeas Corpus é uma ação existente na experiência jurídica brasileira para proteção da liberdade de locomoção dos indivíduos. serve para parar ou prevenir qualquer restrição ilegal ao direito de ir e vir livremente: na prática, é usado para soltura de pessoas presas ilegalmente ou para prevenir uma possível prisão ilegal.
Há dois tipos de Habeas Corpus: o liberatório, ou repressivo que é a ação para fazer parar uma restrição ilegal ao direito de locomoção que já esteja ocorrendo. É utilizado normalmente quando se deseja libertar um preso. O segundo tipo é o preventivo, utilizado para prevenir uma restrição ao direito de ir e vir. Pode ser utilizado por quem acredite que seu direito de locomoção está sob ameaça.
É muito comum a utilização de Habeas Corpus preventivo para casos em que haverá julgamento de quem possui bons antecedentes e nunca cometeu outro crime, pois, nesses casos, na hipótese de condenação, o réu não deverá ser preso, devendo-se assegurar-lhe o direito a recorrer em liberdade.
Qualquer pessoa pode mover uma ação de Habeas Corpus, escrevendo o pedido em qualquer papel: por se destinar proteger um dos direitos mais básicos do cidadão a ação de Habeas Corpus não requer formalidades especiais.
É suficiente, escrever em um pedaço de papel:
O nome e o endereço da vítima da restrição ou ameaça do direito à liberdade;
Descrever a situação que está ocorrendo;
O nome de quem está cometendo a restrição ou ameaça;
O local onde está presa a vítima e
A assinatura e o endereço de quem está escrevendo o pedido de Habeas Corpus.
A pessoa que escreve o Habeas Corpus pode ser a própria vítima da restrição do direito, não sendo exigível a participação de um advogado na elaboração e na propositura desta ação processual.
6. CONCLUSÃO
O caso do ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes das Dores de Souza se iniciou em 2010 quando a atriz pornô, Eliza Samúdio, amante do jogador desapareceu. Na época ela tinha 25 anos, era mãe de Bruninho e queria que Bruno o reconhecesse como seu filho. 
O presente trabalho sobre o caso de Eliza Samúdio levou em consideração os seguintes tópicos: complexidade, grau de Violência, quantidade de pessoas envolvidas no crime e motivação do crime. Vendo como tudo aconteceu e qual foi o desfecho até o momento de um dos casos mais escandalosos do Brasil. Um caso com tantos elementos não poderia passar batido, já que é um caso que teve grande repercussão na mídia. 
ANEXOS
Art. 158 do Código Processo Penal - Decreto Lei 3689/41
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 167 do Código Processo Penal - Decreto Lei 3689/41
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 212 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIREITO DIRETO. O que é e para que serve o habeas corpus?. Disponível em: <http://www.direitodireto.com/o-que-e-e-para-que-serve-o-habeas-corpus/>. Acesso em: 24 mai. 2017.
G1. Julgamento do caso Eliza Samúdio. Disponível em: <http://g1.globo.com/minas-gerais/julgamento-do-caso-eliza-samudio/>. Acesso em: 24 mai. 2017.
HOJE EM DIA. Eliza Samúdio: infância marcada por assédios e o sonho de ser modelo. Disponível em: <http://hojeemdia.com.br/horizontes/eliza-samudio-inf%c3%a2ncia-marcada-por-ass%c3%a9dios-e-o-sonho-de-ser-modelo-1.64631>. Acesso em: 24 mai. 2017.
INFOESCOLA. Habeas corpus. Disponível em: <http://www.infoescola.com/direito/habeas-corpus/>. Acesso em: 24 mai. 2017.
JUS BRASIL. Art. 158 do código processo penal - decreto lei 3689/41. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10666685/artigo-158-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941>. Acesso em: 24 mai. 2017.
JUS BRASIL. Art. 167 do código processo penal - decreto lei 3689/41. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10665839/artigo-167-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941>. Acesso em: 24 mai. 2017.
JUS BRASIL. Art. 212 do código penal - decreto lei 2848/40. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10612070/artigo-212-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940>. Acesso em: 24 mai. 2017.
NOTÍCIAS R7. Conheça a trajetória polêmica de bruno. Disponível em: <http://noticias.r7.com/cidades/noticias/conheca-mais-da-trajetoria-polemica-de-bruno-20100709.html>. Acesso em: 24 mai. 2017.
O GLOBO. Goleiro bruno foi abandonado pelos pais na infância. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/esportes/goleiro-bruno-foi-abandonado-pelos-pais-na-infancia-2982634>. Acesso em: 24 mai. 2017
PARTIDA FEMINISTA. O assassinato de Eliza Samúdio. Disponível em: <https://partidanet.wordpress.com/2017/03/14/o-assassinato-de-eliza-samudio/>. Acesso em: 24 mai. 2017.
ÚLTIMO SEGUNDO. Bruno é condenado a 22 anos e 3 meses de prisão. Dayanne é absolvida. Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/goleirobruno/2013-03-08/bruno-e-condenado-a-22-anos-e-3-meses-de-prisao-dayanne-e-absolvida.html>. Acesso em: 24 mai. 2017.