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Cultura clássica

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Cultura clássica: contribuições linguísticas
AULA 1
História da formação da Grécia e de Roma
OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Compreender o valor do legado das culturas clássicas, grega e latina, na formação linguístico-literária e artística do Ocidente Moderno e do Brasil, em particular. 
2. Estudar os principais temas que constituem as bases culturais da Herança Greco-latina.
3. Entender a Religião, a Filosofia e a Literatura Grega como fundamentos da Civilização de Homero e suas implicações na história do Ocidente.
Cultura Clássica: Contribuições Linguísticas! 
Nesta aula, conheceremos as origens das duas mais importantes civilizações da antiguidade: Grécia e Roma. Elas são importantes em dois sentidos. Primeiro, por seu desenvolvimento, sua cultura e inventos, sua literatura e idiomas, por suas guerras e conquistas, por seus valores e mitos. 
Segundo, porque este legado dos gregos e dos romanos permanece entre nós, através da arte, da literatura, da mitologia, das tragédias, da poesia, das línguas.
Nas memórias destas duas civilizações construiu-se o Ocidente, a Europa e, em consequência das colonizações nas Américas, este legado greco-romano tornou-se também uma fonte para a formação da literatura e da arte no Brasil.
GRÉCIA
Época homérica - período em que os poemas Iliada e Odisseia, ambos atribuídos ao poeta Homero, teriam aparecido.
Época arcaica – período de formação da cidade-Estado grega, a pólis.
Época clássica – período de consolidação da cidade estado grega (pólis) e do apogeu da cultura grega.
Época helenística – período de decadência da pólis grega, que inclui os domínios macedônio e romano sobre a Grécia.
O mundo grego antigo, ou Hélade, como era chamado pelos próprios gregos (Grécia é uma nomenclatura romana) ocupava a parte sul da península balcânica, as ilhas do mar Egeu,as costas da Ásia menor e o sul da Itália.
A Grécia setentrional (norte) tinha três importantes regiões: Tessália, Fócida e Etólia( ou Epiro).Na Grécia peninsular , ligada à central pela faixa de terra chamada Corinto, estavam a Lacônia e a Messênia. Na Grécia central, encontravam- se Beócia e a Ática. Fora do continente, havia a Grécia insular. Ao final do período Neolítico, a região era habitada por povos sedentários de língua não grega, chamados pelasgos. A partir de 2000 a.C., aproximadamente, povos de origem indo-europeia, chamados helenos, começaram a chegar a região.
A terminologia Grécia Antiga é utilizada para descrever a civilização europeia desenvolvida no período compreendido entre o começo da Idade das Trevas (1100 A.C) até a conquista romana depois da Batalha de Corinto (146 A.C). Numa época ainda mais remota, a população era conhecida como heládica, terminologia que se refere a um conjunto de tribos que imigraram da Península Balcânica durante a Idade do Bronze. A procedência destas tribos não é exata, porém alguns historiadores atribuem sua origem aos Balcãs, enquanto outros, à Síria e Mesopotâmia. Entretanto sua permanência na península deu origem aos povos gregos mais importantes como os Aqueus, Dórios e Jônios.
As civilizações Pré-Gregas:Cretenses e Micênicos. 
Entre 2500 e 1400 a.C., desenvolveu-se no mediterrâneo uma cultura bastante importante para a história, cujo principal centro era a ilha de Creta. Essa civilização expandiu-se chegando à costa da Ásia Menor, às ilhas do mar Egeu e parte da península balcânica.
A civilização cretense distinguiu-se por sua intensa produção artesanal , de caráter luxuoso, o que indica que já dominava técnicas de fabricação mais sofisticadas. Essa produção era comercializada através de estradas que ligavam suas cidades-palácios e também era exportada ao Oriente Médio.
Na civilização cretense, as cidades–palácios que mais se destacaram foram Cnossos e Faestos, que eram governadas por reis e funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes. 
Como vimos anteriormente, foi do contato dos aqueus com os cretenses que surgiu a civilização micênica. 
A religião micênica era uma fusão de deuses indo-europeus com deuses cretenses. Alguns se transformaram em deuses gregos, Zeus e Posêidon são dois exemplos. Mesmo com o desaparecimento da civilização micênica, notamos que os gregos preservaram várias raízes dessa cultura: a língua, os principais deuses e a herança dos feitos históricos da Guerra de Tróia.
Micenas , em grego moderno, Μυκήνες , é um sítio arqueológico na Grécia, localizado cerca de 90 km a sudoeste de Atenas, no nordeste do Peloponeso. Argos fica a 11 km para sul; Corinto, 48 km para norte. Do monte onde se localiza o palácio, avista-se a Argólida até o golfo Sarónico..
No segundo milênio a.C., Micenas foi um dos maiores centros da civilização grega e uma potência militar que dominou a maior parte do sul da Grécia. O período da história de cerca de 1600 a cerca de 1100 a.C. é chamado Micénico em reconhecimento à posição de liderança de Micenas.
O povo de Micenas tinha sido aconselhado por um oráculo a escolherem o novo rei de entre alguém dos Pelópidas. Os dois pretendentes eram Atreu e o seu irmão, Tiestes. Este foi o inicialmente escolhido. Mas, na sequência desta escolha, o sol percorreu o céu em sentido inverso, pondo-se a Este. Atreu aproveitou o fenómeno para argumentar que, tal como o caminho do sol tinha sido invertido, também a eleição o deveria ser. O argumento foi tido em conta e Atreu tornou-se rei. O seu primeiro ato foi perseguir Tiestes e toda a sua família - isto é, os seus próprios familiares, mas Tiestes conseguiu escapar.
Segundo a lenda, Atreu tinha dois filhos, Agamêmnon e Menelau, os Átridas. Egisto, filho de Tiestes, matou Atreu e restaurou o reinado de seu pai. Com a ajuda do Rei Tíndaro de Esparta, os Átridas conseguiram, contudo, levar Tiestes de novo para o exílio. Tíndaro, por sua vez, tinha duas filhas, Helena e Clitemnestra, que casaram, respectivamente, com Menelau e Agamémnon. Este último herdou Micenas e Menelau tornou-se rei de Esparta.
O ASSASSINATO DE AGAMÉMNON.
Pouco depois destes acontecimentos, Helena fugia de casa do seu marido com Páris de Troia. Agamémnon conduziu, então, uma guerra de 10 anos contra Troia no intuito de a reaver para seu irmão. Devido à falta de vento, o navio de guerra onde deveria seguir a Troia não saía praticamente do porto, o que levou-os a chamar um oráculo para esclarecer o que estava acontecendo. O oráculo esclarece que quando Agamêmnon matou um cervo em uma floresta sagrada e se gabou de ser o melhor caçador, desagradou Ártemis e como punição Agamêmnon deveria sacrificar a sua filha mais velha Ifigênia em seu altar. Clitemnestra é enganada para trazer a filha com a promessa de que ela casaria com Aquiles. Ao descobrir a trama, Ifigênia, diante da revolta do exército, aceita se sacrificar. A deusa da caça, Ártemis, substituiu-a, sobre ao altar, no último momento, por uma corça, levando Ifigênia para Táurida para ser sua suma sacerdotisa. Tendo as divindades ficado satisfeitas com tal sacrifício, os ventos começaram a soprar de novo e a frota partiu para Troia. 
Conta ainda a lenda que a longa e árdua Guerra de Troia, ainda que tivesse sido, nominalmente, uma vitória para os Gregos, trouxe consigo a anarquia, pirataria e ruína para os povos envolvidos. Mesmo antes da partida da frota grega para Troia, o conflito provocou divisões entre os próprios deuses, acarretando consigo maldições e ato de vingança em torno dos heróis gregos. Depois da guerra, Agamêmnon, no seu regresso, foi recebido com todas as honras, sendo em seguida morto durante o banho por Clitemnestra, que o odiava desde a altura em que este tinha ordenado o sacrifício da sua filha, Ifigênia, ainda que esta se tenha salvo posteriormente. Clitemnestra foi ajudada no seu crime por Egisto, que reinou em seguida, mas Orestes, filho de Agamémnon, conseguiu fugir para a Fócida, de onde voltou, já adulto, para assassinar Egisto e Clitemnestra. De seguida, fugiu para Atenas para fugir da justiça devido ao matricídio, passando por uma fase de loucura.Entretanto, o trono de Micenas passou para Aletes, filho de Egisto, mas não por muito tempo. Ao recuperar a sanidade, Orestes voltou a Micenas e matou-o, recuperando o trono.
Orestes construiu, então, um dos maiores estados do Peloponeso, mas morreu com a dentada de uma cobra, na Arcádia. O seu filho, Tisâmeno, o último da dinastia Átrida, foi morto pelos Heráclidas no seu regresso ao Peloponeso. Estes reclamavam o direito dos Perseidas de herdar os vários reinos do Peloponeso e sortear o seu domínio. Quaisquer que sejam as realidades históricas refletidas nestas histórias, os Átridas estavam firmemente estabelecidos na época próxima do fim da Era Heróica, com a chegada dos Dóricos. Não existem histórias estabelecidas sobre qualquer casa real em Micenas depois dos Átridas, o que pode refletir o fato de que não terão passado pouco mais que cinquenta a sessenta anos desde a queda de Troia VII (que teria inspirado a Troia homérica) e a queda de Micenas.
O Período Homérico: A importância das obras de Homero
A principal fonte histórica para o estudo da Grécia nos períodos anterior e posterior à invasão dórica tem sido os poemas épicos Ilíada e Odisseia, ambos atribuídos a Homero.
A Ilíada descreve a Guerra de Tróia, cidade que representava parte de uma civilização pré-helênica que entrou em choque com os aqueus (chamados gregos).
Já a Odisséia descreve as peripécias de Ulisses, nobre grego, com suas viagens de volta para Ítaca, na Grécia, através do Mediterrâneo. Foi o estudo da Odisséia que forneceu as mais ricas informações para a compreensão da sociedade e da economia da Grécia do período homérico.
A formação da civilização grega no Período Homérico
Com a invasão dos dórios, a ascendente civilização micênica sofreu violento impacto. Seguiu-se um período de acentuado declínio da produção material e intelectual que ficou conhecido como a Idade Média Grega ou Idade das Trevas.
Nesse período, a sociedade retrocedeu para um tipo de organização política e econômica relativamente simples. Formaram-se os clãs ougénos: grupos de parentes consangüíneos.
Formavam uma aristocracia que controlava os meios de produção (as melhores terras, escravos e ferramentas). Toda a produção era fruto do trabalho dos escravos e dos servidores. No entanto, esses escravos gozavam da proteção de seus senhores e não eram submetidos a maus-tratos. Também os membros de génos trabalhavam junto a seus escravos.
Período Arcaico 
A Grécia antiga não era um “país” centralizado e unificado como o de hoje.
Surgiram construções no alto dos morros para melhor defesa a possíveis ataques. As casas e templos se aglomeravam e formaram o que ficou conhecido como polis, que pode ser grosseiramente traduzida por cidade!
A Grécia antiga era formada por um grande número de pequenos Estados independentes entre si, que ficaram conhecidos com o nome de cidades-estados ou, em grego, pólis. 
O nascimento da polis: Depois da invasão dos dórios, a Grécia foi aos poucos se transformando.
Nas cidades-Estados da Grécia antiga, na parte mais alta, habitava a aristocracia liderada pelo basileu, espécie de rei-sacerdote. Nas partes mais baixas, localizava-se o mercado e nelas moravam os comerciantes, artesãos e trabalhadores em geral.
A acrópole era a parte da pólis onde ficavam as fortificações militares e os templos religiosos. Um exemplo famoso desse tipo de construção é a Acrópole de Atenas.
*Acrópole (em grego clássico: ἀκρόπολις, composto de ἄκρος, "extremo, alto", e πόλις, "cidade") é a parte da cidade construída nas partes mais altas do relevo da região. A posição tem tanto valor simbólico (elevar e enobrecer os valores humanos) como estratégico, pois dali podia ser melhor defendida. Era na acrópole das diversas cidades que se construíam as estruturas mais nobres, tais os templos e os palácios dos governantes.
A Acrópole de Atenas ficou famosa pela construção do Partenon, suntuoso templo em honra à deusa Atena, ricamente construído em mármores raros e ornado com esculturas de Fídias por ordem de Péricles e com recursos originalmente destinados a patrocinar a guerra contra os Persas.
A palavra acrópole tem sido usada em arqueologia e história para designar os centros das cidades antigas ou sítios arqueológicos onde se situam as principais estruturas arquitetônicas.
Nas cidades maias era comum e recorrente a acrópole com pirâmides-templos, grandes praças públicas, estádios e palácios e não poucos historiadores as compararam com as formações arquitetônicas da acrópole original.
Um exemplo de uma acrópole conhecida é a acrópole de Atenas, localizada sobre um rochedo de aproximadamente 100 metros. Consagrada a Atena desde a era micênica, foi devastada pelos persas nas guerras médicas. No século V a.C., Péricles encarregou Fídias de sua renovação, e foram construídos magníficos monumentos, como o Partenon e o Erecteion, com o acesso pelo propileu.
As transformações da sociedade grega
A consolidação da cidade estado iniciou-se no século VIII. Mas a sociedade grega já apresentava problemas.
O aumento da população, a escassez de terras férteis e o monopólio das maiores e melhores terras pela aristocracia que enriquecia sempre mais. O pequeno camponês tinha que recorrer ao grande proprietário para obter empréstimos de sementes e alimentos que sua propriedade não produzia; em troca tinha que dar parte do que produzisse ao rico proprietário.
Nessa relação, o camponês era conhecido como hectemoro e o grande proprietário era chamado eupátrida. Quando o hectemoro não conseguia pagar suas dívidas ao eupátrida, tinha suas terras confiscadas por este e, na maioria das vezes, o próprio camponês era vendido como escravo.
O PERIODO CLÁSSICO :A PÓLIS DE ATENAS 
A região da Ática havia sido pouco atingida pelas invasões dóricas. Isso contribuiu para que as pequenas aldeias que formavam essa região se agrupassem pacificamente sob a hegemonia de uma delas: Atenas. A esse processo de união das aldeias deu-se o nome de sinecismo.E foi desse fenômeno que se formou a cidade-Estado de Atenas .
As transformações econômicas trouxeram também transformações sociais à Grécia.
Atenas tornou-se um dos principais centros exportadores de vinho e de azeite e grande produtora de cerâmica. As diferenças entre as classes sociais se acentuavam.
Os eupátridas> ricos, proprietários de terras 
Hectemoros> Camponês 
Com o surgimento de duas novas classes, a dos novos ricos e a dos escravos, que aumentavam em número, a situação tornou-se mais e mais tensa.
Os eupátridas oprimiam os camponeses pequenos proprietários, enquanto aumentavam sua riqueza e monopolizavam o poder político. Era preciso encontrar uma solução. A aristocracia propôs, então, uma reforma na sociedade, que foi planejada sucessivamente por dois legisladores:
Drácon limitou-se a escrever as leis, que até então eram orais, tirando a justiça das mãos dos eupátridas e passando-a para o Estado. Mesmo assim, a situação dos pobres era aflitiva.
Em 594, Sólon iniciou as seguintes reformas: nenhum cidadão grego poderia ser vendido como escravo. Assim, os hectemoros, que haviam sido vendidos como escravos puderam voltar a suas terras. Realizou uma reforma social, dividindo a sociedade em quatro classes.
AS CLASSES DA SOCIEDADE GREGA:
As duas primeiras classes eram as que tinham renda anual entre 300 e 500 medidas de trigo, azeite ou vinho e participavam dos cargos mais importantes do governo.
Terceira classe – Zeugitas > guerreiros de infantaria – renda tinha que ser suficiente para a compra de um escudo e uma lança.
Quarta classe – Thétas camponeses e artesãos pobres, que somente participavam da assembléia popular.
Criou a Eclésia, assembleia popular que opinava sobre os assuntos de interesse geral.
Estabeleceu o bulé, conselho de 400 membros formado por 100 representantes de cada uma das quatro tribos que existiam na Ática.
O poder executivo estava nas mãos do Areópago, que era monopólio das duas camadas mais ricas.
A civilização minoica, com seu aparecimento situado no 12º séc. a.C., com sualíngua , população religiões e diversas tradições, está na origem da cultura grega. A região na qual se desenvolveu a cultura grega é CRETA.
Princípio da Grécia Antiga
Com o final da cultura micênica o sistema escrito foi trocado, portanto não existe farta documentação histórica da época. Entretanto, supõe-se que durante este período diversas migrações levaram os Dórios a ocupar a região do Peloponeso (Esparta), certas ilhas do Mar Egeu e o litoral sul da Ásia Menor. Atenas, entretanto, sobreviveu à decadência da cultura micênica. A unificação das pequenas comunidades autônomas se deu no século VII A.C (começo da Época Arcaica) através da modificação do sistema de escrita fenício e a criação do alfabeto grego.
Grécia Antiga é o termo geralmente usado para descrever o mundo antigo grego e áreas próximas (tais como Chipre, Anatólia, sul da Itália, da França e costa do mar Egeu, além de assentamentos gregos no litoral de outros países, como o Egito). Tradicionalmente, a Grécia Antiga abrange desde 1 100 a.C. (período posterior à invasão dórica) até a dominação romana em 146 a.C., contudo deve-se lembrar que a história da Grécia inicia-se desde o período paleolítico, perpassando a Idade do Bronze com as civilizações Cicládica (3000-2 000 a.C.), minoica (3000-1 400 a.C.) e micênica (1600-1 200 a.C.); alguns autores utilizam de outro período, o período pré-homérico (2000-1 200 a.C.), para incorporar mais um trecho histórico à Grécia Antiga. 
Os antigos gregos autodenominavam-se helenos, e a seu país chamavam Hélade, nunca tendo chamado a si mesmos de gregos nem à sua civilização Grécia, pois ambas essas palavras são latinas, tendo sido-lhes atribuídas pelos romanos.O país homônimo hoje existente (ver República Helênica) descende desta, embora, como já dito acima, o termo Grécia Antiga abrange demais locais.
A cultura grega clássica, especialmente a filosofia, teve uma influência poderosa sobre o Império Romano, que espalhou a sua versão dessa cultura para muitas partes da região do Mediterrâneo e da Europa, razão pela qual a Grécia Clássica é geralmente considerada a cultura seminal da cultura ocidental moderna.
Cronologia 
	Período
	Duração
	Observações
	Ref.
	Pré-Homérico
	2 000-1 100 a.C.
	Penetração de povos indo-europeus na Grécia: aqueus (2000-1 200 a.C.), eólios (1 700 a.C.) e Jônios (1 700 a.C.); Civilização Minoica continua a prosperar (3000 - 1 400 a.C.) e a Civilização Micênica é formada (1600-1 200 a.C.); dóricos invadem a Hélade no final do período (1 200 a.C.)
	
	Período homérico
	1 100-800 a.C.
	Ruralização, ausência de escrita e formação dos genos; período da criação das obras de Homero, Ilíada e Odisseia.
	
	Arcaico
	800-500 a.C.
	Formação da pólis, a colonização grega, o aparecimento do alfabeto fonético além de progresso econômico com a expansão da divisão do trabalho, do comércio e da indústria.
	
	Clássico ou Século de Péricles
	500-338 a.C.
	Bipolarização da Grécia entre Esparta (com a Liga do Peloponeso) e Atenas (com a Liga de Delos). Ocorrência das Guerras Médicas e da Guerra do Peloponeso, bem como da hegemonia de Tebas no fim do período.
	
	Helenístico
	338-146 a.C.
	Crise da pólis, conquista do Império Aquemênida e expansão cultural helenística.
	
Os gregos originaram-se de povos que migraram para a península Balcânica em diversas ondas, no início do milênio II a.C.: aqueus, jônicos, eólios e dóricos (ou dórios). As populações invasoras são em geral conhecidas como "helênicas", pois sua organização de clãs fundamentava-se na crença de que descendiam do herói Heleno, filho de Deucalião e Pirra. 
	
	
	
	
	
	
	
	Heleno
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Doro
	
	
	
	
	Xuto
	
	
	
	Éolo
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Aqueu
	
	
	Ion
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	dóricos
	
	aqueus
	
	
	jônios
	
	eólios
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Período pré-homérico 
Civilização Minoica 
Talassocracia minoica
A Civilização Minoica surgiu durante a Idade do Bronze Grega em Creta e floresceu aproximadamente do século XXX ao XV a.C. O termo "minoico" foi cunhado por Arthur Evans, seu redescobridor, e deriva do nome do rei mítico "Minos". Arthur Evans e Nicolaos Platon, importantes arqueólogos minoicos, desenvolveram dois tipos de periodização para a civilização. Evans baseou-se nos estilos de cerâmica produzidos criando assim três períodos, o Minoano Antigo, o Médio e o Recente. Platon baseou-se no desenvolvimento dos palácios minoicos o que gerou os períodos pré-palaciano, protopalaciano, neopalaciano e pós-palaciano.
Como resultado do comércio com o Egeu e Mediterrâneo, no Minoano Antigo, os minoicos viveram uma transição de uma economia agrícola para adentrar noutras economias, o resultado do comércio marítimo com outras regiões do Egeu e Mediterrâneo Ocidental. Com a utilização de metais, houve o aumento das transações com os países produtores: os minoicos procuravam cobre do Chipre, ouro do Egito, prata e obsidiana das Cíclades. Os portos estavam crescendo tornando-se grandes centros sob influência do aumento das atividades comerciais com a Ásia Menor, sendo que a parte oriental da ilha mostra a preponderância do período. Centros na parte oriental (Vasilicí e Mália) começam a notabilizar-se e sua influência irradia-se ao longo da ilha dando origem a novos centros; aldeias e pequenas cidades tornaram-se abundantes e as fazendas isoladas são raras. 
No final do milênio III a.C., várias localidades na ilha desenvolveram-se em centros de comércio e trabalho manual, devido à introdução do torno na cerâmica e na metalurgia de bronze, a qual se acrescenta um aumento da população (densamente povoada), especialmente no centro-oeste.[15] Além disso, o estanho da península Ibérica e Gália, assim como o comércio com a Sicília e mar Adriático começaram a frear o comércio oriental. No âmbito da agricultura, é conhecido através das escavações que quase todas as espécies conhecidas de cereais e leguminosas são cultivados e todos os produtos agrícolas ainda hoje conhecidos como o vinho e uvas, óleo e azeitonas, já ocorriam nessa época.[20] O uso da tração animal na agricultura é introduzida. 
Em torno de 2 000 a.C., foram construídos os primeiros palácios minoicos (Cnossos, Mália e Festo), sendo estes a principal mudança do minoano médio. Como resultado, houve a centralização do poder em alguns centros, o que impulsionou o desenvolvimento econômico e social. Estes centros foram erigidos nas planícies mais férteis da ilha, permitindo que seus proprietários acumulassem riquezas, especialmente agrícolas, como evidenciados pelos grandes armazéns para produtos agrícolas encontrados nos palácios. O sistema social era provavelmente teocrático, sendo o rei de cada palácio o chefe supremo, oficial e religioso. A realização de trabalhos importantes são indícios de que os minoicos tinham uma divisão bem sucedida do trabalho, e tinham uma grande quantidade deles. Um sistema burocrático e a necessidade de melhor controle de entrada e saída de mercadorias, além de uma possível economia baseada em um sistema escravista, formaram as bases sólidas para esta civilização.]
Com o tempo, o poder dos centros orientais começa a eclipsar, sendo estes substituídos pelo ascendente poderio dos centros interioranos e ocidentais. Isto ocorreu, principalmente, por distúrbios políticos na Ásia (invasão cassita naBabilônia, expansão hitita e invasão hicsa no Egito) que enfraqueceram o mercado oriental, motivando um maior contato com a Grécia continental e as Cíclades. 
Cerâmica do estilo Camares, 2100-1700 a.C.
 Museu Arqueológico de Heraclião 
No final do período MMII (1750 - 1 700 a.C.), houve uma grande perturbação em Creta, provavelmente um terremoto, ou possivelmente uma invasão da Anatólia. A teoria do terremoto é sustentada pela descoberta do Anemospília pelo arqueólogo Sakelarakis, no qual foram encontrados os corpos de três pessoas (uma delas vítima de um sacrifício humano) que foram surpreendidas pelo desabamento do templo. Outra teoria é que havia um conflito dentro de Creta, e Cnossos saiu vitorioso. Os palácios de Cnossos, Festo, Mália e Cato Zacro foram destruídos. Mas, com o início do período neopalaciano, a população voltou a crescer, os palácios foram reconstruídos em larga escala (no entanto, menores que os anteriores e novos assentamentos foram construídos por toda a ilha, especialmente grandes propriedades rurais.) 
Este período (séculos XVII e XVI a.C., MM III/neopalaciano) representa o apogeu da Civilização Minoica. Os centros administrativos controlavam extensos territórios, fruto da melhoria e desenvolvimento das comunicações terrestres e marítimas, mediante a construção de estradas e portos, e de navios mercantes que navegavam com produções artísticas e agrícolas, que eram trocadas por matérias-primas. Entre 1700 e 1 450 a.C., a monarquia de Cnossos deteve a supremacia da ilha. Essa monarquia, apoiada, pela elite mercantil surgida em decorrência do intenso comércio, criou um império comercial marítimo, a talassocracia. Após cerca de 1 700 a.C., a cultura material do continente grego alcançou um novo nível, devido a influência minoica. Importações de cerâmicas do Egito, Síria, Biblos e Ugarit demonstram ligações entre Creta e esses países. Os hieróglifos egípcios serviram de modelo para a escrita pictográfica minoica, a partir da qual os famosos sistemas de escrita Linear A e B mais tarde desenvolveram-se.
A erupção do vulcão Tera (atual Santorini) foi implacável para o rumo de Creta. A erupção foi datada como tendo ocorrido entre 1639 e 1616 a.C., por meio de datação por radiocarbono; em 1 628 a.C. por dendrocronologia; e entre 1530 - 1 500 a.C. pela arqueologia. O leste da ilha foi alcançado por nuvens e chuva de cinzas que possivelmente alastraram gases nocivos que intoxicaram muitos seres vivos, além de terem causado mudanças climáticas e tsunamis, o que possivelmente fez com que Creta se tornasse pólo de refugiados provenientes das Cíclades, o que minou, juntamente com os cataclismos naturais prévios, a estabilidade da ilha. Além disso, a destruição do assentamento minoico em Tera (conhecido como Acrotíri) poderia ter impactado, mesmo que indiretamente, o comércio minoico com o norte. Em torno de 1 550 a.C., um novo abalo sísmico consecutivo às catástrofes do Santorini, destruiu outra vez os palácios minoicos, no entanto, estes foram novamente reconstruídos e foram feitos ainda maiores do que os anteriores. 
Em torno de 1 450 a.C., a Civilização Minoica experimentou uma reviravolta, devido a uma catástrofe natural, possivelmente um terremoto. Outra erupção do vulcão Tera tem sido associada a esta queda, mas a datação e implicações permanecem controversas. Vários palácios importantes em locais como Mália, Tílissos, Festo, Hagia Triada bem como os alojamentos de Cnossos foram destruídos. Durante o MRIIIB a ilha foi invadida pelos aqueus da Civilização Micênica. Os sítios dos palácios minoicos foram ocupados pelos micênicos em torno de 1 420 a.C. (1 375 a.C. de acordo com outras fontes).
Civilização Micênica
Máscara de Agamémnon, da Civilização Micênica.
Os minoicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos micênicos, que adoptam aspectos da cultura minoica. O nome "micênico" foi criado por Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no sítio de Micenas, no nordeste do Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades além de Tirinto, Tebas e Esparta. Julga-se que os micênicos se chamariam a si próprios aqueus. De acordo com vários historiadores, os micênios eram chamados de Ahhiyawa pelos hititas. A sua civilização floresceu entre 1600 e 1 200 a.C.
Os micênicos já falavam grego. Não tinham uma unidade política, existindo vários reinos micénicos. À semelhança dos minoicos, o centro político encontrava-se no palácio, cujas paredes também estavam decoradas com afrescos.
Para além de praticarem o comércio, os micênicos eram amantes da guerra e da caça. Por volta de 1 400 a.C. os micênicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura minoica.
Por volta de 1 250 a.C. o mundo micénico entra em declínio, o que estaria relacionado com a decadência do reino hitita no Oriente Próximo, que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decadência envolveu também guerras internas. É provável que a destruição da cidade de Troia, fato que se teria verificado entre 1230 e 1 180 a.C., possa estar relacionado com o relato literário de Homero na Ilíada, escrita séculos depois.
Período Homérico
Dá-se o nome de período homérico ao período que se seguiu ao fim da Civilização Micênica e que se situa entre 1100 e 800 a.C. Durante este período perdeu-se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no século VIII a.C.. Os objetos de luxo produzidos durante a era micénica não são mais fabricados neste período. A designação atribuída ao período encontra-se relacionada não apenas com a decadência civilizacional, mas também com as escassas fontes para o conhecimento da época.
Outro dos fenômenos que se verificou durante este período foi o da diminuição populacional, não sendo conhecidas as razões exatas que o possam explicar. Para além disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.
Período Arcaico
 O mundo grego durante o século VI a.C.
O Período Arcaico tem como balizas temporais tradicionais a data de 776 a.C., ano da realização dos primeiros Jogos Olímpicos, e 480 a.C., data da Batalha de Salamina. A Grécia era ainda dividida em pequenas províncias com autonomia, em razão das condições topográficas da região: cada planície, vale ou ilha é isolada de outra por cadeias de montanhas ou pelo oceano.
A origem das cidades gregas remonta à própria organização dos invasores, especialmente dos aqueus, que se agrupavam nos chamados ghené (ghenos, no singular). Os ghené eram essencialmente comunidades tribais que cultuavam seus deuses na acrópole (local elevado). A vida econômica dessas grandes famílias era, a princípio, baseada em laços de parentesco e cooperação social. A terra, a colheita e o rebanho pertenciam à comunidade. Havia uma liderança política na figura do pater, um membro mais velho e respeitado. Diversos ghené agrupavam-se em fratarias, e diversas fratarias em tribos.
Com a recuperação econômica após o interlúdio dórico, a população grega cresceu além da capacidade de produção das terras cultiváveis. Diante desse desequilíbrio, e procurando garantir melhores condições de vida, alguns grupos teriam se destacado, passando a manejar armas e a ter domínio sobre as melhores terras e rebanhos. Esses grupos acumularam riqueza, poder e propriedade como resultado da divisão desigual das terras do ghené, considerando-se os melhores — aristos (aristoi), em grego. Assim, foram diferenciando-se da maioria da população e dissolvendo a vida comunitária do ghené. Essas transformações sociais estavam na origem da formação da pólis, a cidade grega. 
A partir de 750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, firmando colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália (a chamada Magna Grécia), no sul da França, na costa da península Ibérica, no norte de África e nas costas do mar Negro. Entre os séculos VIII e VI a.C. fundaram aí novas cidades, as colônias, as quais chamavam de apoíkias —; palavra que pode ser traduzidapor nova casa.
São muitas as causas apontadas pelos historiadores para explicar essa expansão colonizadora grega. Grande parte dessas causas relaciona-se a questões sociais originadas por problemas de posse de terra e dificuldades na agricultura.
 Antiga moeda ateniense do século V a.C., representando a cabeça da deusa Atena e de uma coruja no verso
As melhores terras eram dominadas por famílias ricas (os aristos, também conhecidos por eupátridas - bem nascidos). A maioria dos camponeses (georgoi) cultivava solos pobres cuja produção de alimentos era insuficiente para atender às necessidades de uma população em crescimento. Uma terceira classe, que não possuía terras, dedicar-se-ia, mais tarde, ao comércio; eram chamados de tetas (thetas), marginais. Para fugir à miséria, muitos gregos migravam em busca de terras para plantar e de melhores condições de vida, fundando novas cidades. Assim, no primeiro momento, a principal atividade econômica das colônias gregas foi a agricultura. Posteriormente, muitas colônias transformaram-se em centros comerciais, dispondo de portos estratégicos para as rotas de navegação.
A Hélade começa a dominar linguística e culturalmente uma área maior do que o limite geográfico da Grécia. As colônias não eram controladas politicamente pelas cidades que as fundavam, apesar de manterem vínculos religiosos e comerciais com aquelas. Predominava entre os gregos sempre a organização de comunidades independentes, e a cidade (cada uma desenvolveu seu próprio sistema de governo, leis, calendário e moeda) tornou-se a unidade básica do governo grego.
Consequências da colonização
Socialmente, a colonização do mar Mediterrâneo pelos gregos resultou no desenvolvimento de uma classe rica formada por mercadores (o comércio internacional desenvolvera-se a partir de então) e de uma grande classe média de trabalhadores assalariados, artesãos e armadores. Culturalmente, os gregos realizaram intercâmbios com outros povos. Na economia, a indústria naval se desenvolveu, obviamente, passando a consumir crescente quantidade de madeira das florestas gregas.
As evidências arquelógicas indicam que o padrão de vida na Grécia melhorou acentuadamente (o tamanho médio das áreas do primeiro andar de residências encontradas por arqueólogos aumentou cinco vezes, de 55 metros quadrados para 230 metros quadrados); a expectativa de vida e a estatura média também mostram evidências de melhoria. A população aumentou de 600.000 no século VIII a.C. para em torno de 9 milhões, no IV a.C.. E tudo isso fez com que no século IV, a Grécia já possuísse a economia mais avançada do mundo e com um nível de desenvolvimento extremamente raro para uma economia pré-industrial, estando em vantagem em alguns pontos se comparada às economias mais avançadas antes da Revolução Industrial, aos países baixos do século XVII e à Inglaterra do século XVIII.[51] Apesar disso, houve concentração fundiária, em algumas cidades essa concentração levou a revoltas e tiranias, em outras a aristocracia manteve o controle graças a legisladores inclementes. Outras cidades permaneceram relativamente igualitárias na distribuição das terras, em Atenas é estimado que entre 7,5-9% dos cidadãos, o grupo abastado, fossem proprietários de 30-35% de todas as terras, e 20% dos cidadãos tinham pouca ou nenhuma terra e os restantes 70-75% dos cidadãos eram proprietários de 60-65% das terras, uma distribuição com índice Gini menor do que a renda dos EUA hoje e comparável à distribuição de renda de Portugal.
Período Clássico
Guerras Médicas
O Período Clássico estende-se entre 500 e 338 a.C. e é dominado por Esparta e Atenas. Cada um destas pólis desenvolveu o seu modelo político (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas).
Ao nível externo verifica-se a ascensão do Império Aquemênida quando Ciro II conquista o reino dos medos. O Império Aquemênida prossegue uma política expansionista e conquista as cidades gregas da costa da Ásia Menor. Atenas e Erétria apoiam a revolta das cidades gregas contra o domínio persa, mas este apoio revela-se insuficiente já que os jónios são derrotados: Mileto é tomada e arrasada e muitos jónios decidem fugir para as colónias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reacção persa e esteve na origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.).
Em 490 a.C. a Ática é invadida pelas forças persas de Dario I, que já tinham passado por Erétria, destruindo esta cidade. O encontro entre atenienses e persas ocorre em Maratona, saldando-se na vitória dos atenienses, apesar de estarem em desvantagem numérica.
Dario prepara a desforra, mas falece em 485 a.C., deixando a tarefa ao seu filho Xerxes I que invadiu a Grécia em 480 a.C. Perante a invasão, os gregos decidem esquecer as diferenças entre si e estabelecem uma aliança composta por 31 cidades, entre as quais Atenas e Esparta, tendo sido atribuída a esta última o comando das operações militares por terra e pelo mar. As forças espartanas lideradas pelo rei Leónidas I conseguem temporariamente bloquear os persas na Batalha das Termópilas, mas tal não impede a invasão da Ática. O general Temístocles tinha optado por evacuar a população da Ática para Salamina e sob a direcção desta figura Atenas consegue uma vitória sobre os persas em Salamina. Em 479 a.C. os gregos confirmam a sua vitória desta feita na Batalha de Plateias. A frota persa foge para o mar Egeu, onde em 478 a.C. é vencida em Mícale.
CULTURA
Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos) e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não ti. 
EDUCAÇÃO ATENIENSE
Em Atenas, apesar das mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontravam-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategas.
Os meninos, quando ainda pequenos - aos sete anos de idade -, já começavam as suas aprendizagens na escola e nas suas próprias casas. O Pedagogo - um escravo especial - era escolhido para orientá-los. As principais obras dos antigos poetas, como Homero e Hesíodo, eram decoradas nas suas aprendizagens, habitualmente acompanhadas de música.
ROMA 
Situada na planície do Lácio, às margens do rio Tibre e próxima ao litoral.
A cidade de Roma originou-se da fusão de dois povos :Latinos + Sabinos Cidade de Roma.
Inicialmente uma aldeia pequena e pobre, foi conquistada pelos seus vizinhos do norte, os etruscos que dela fizeram uma verdadeira cidade. Sendo vizinhos dos gregos que ao sul haviam criado a chamada Magna Grécia, onde habitavam desde a época da fundação de Roma. Sofrendo influência desses dois povos, etruscos e gregos, e com base nelas os romanos eleboram sua própria civilização. 
A sociedade romana, como a grega, é exemplo de sociedade escravista, embora difira desta em alguns aspectos fundamentais. O processo de concentração de terras pela aristocracia patrícia jamais foi bloqueado e o poder e a influência daquela camada social permaneceram praticamente inalterados até o fim.
O elemento central da grande estabilidade desfrutada por Roma foi a instituição do latifúndio escravista que proporcionou aos patrícios o controle sobre os rumos da sociedade.
À solidez econômica e política da situação dos patrícios, somou-se o talento militar dos romanos, que fez de Roma uma cidade – Estado, a sede de um poderoso império.
Os gregos e os romanos iniciaram sua história sob o regime monárquico, experimentaram a república e terminaram seus dias sob o domínio de um império universal, despótico e muito parecido com os modelos orientais.
São 3 os períodos em que se costuma dividira história de Roma:
Monarquia
República 
Império
As duas fases do império 
O período do império é subdividido em Alto Império e Baixo Império
Alto Império, período em que esteve em vigor o regime político do principado, o Baixo império, fase do dominato.
O Principado (27 a.C. – 235 d.C.) e o Dominato (284-476) constituem as duas fases do Império, separadas uma da outra por um período conhecido como “anarquia militar”(235-284).O Primeiro período é também chamado de Alto Império e o segundo, de Baixo Império.
Desde a época da monarquia, a sociedade romana encontrava-se dividida em patrícios e plebeus. Os patrícios pertenciam à camada superior da sociedade e os plebeus, à camada inferior. O que os distinguia era a gens. Somente os patrícios pertenciam às gentes (plural de gens).
Uma gens congregava os indivíduos que descendiam pela linha masculina de um antepassado comum. Portanto, gens nada mais era do que família em sentido amplo.
Gens era o nome que os romanos davam àquilo que conhecemos como clã, era composta de várias famílias individuais.
A palavra Senado deriva do latim senex, que significa velho. Seu equivalente na Grécia era a Gerúsia, em Esparta. O senado era, pois, um conselho de anciãos. 
Os que não pertenciam a nenhuma gens eram plebeus e por esse motivo estavam excluídos da vida política. Sem direitos políticos, eram considerados cidadãos de segunda classe. Mas, atenção, ser plebeu não significava ter uma condição econômica inferior ou de pobreza.
As reformas servianas
Sérvio Túlio o segundo rei etrusco, é tido como o realizador de diversas reformas que favoreceram os Plebeus.
A queda da monarquia
Foi um movimento dos patrícios desejosos de manter seus privilégios contra a política popular de Sérvio Túlio.
História de Creta: a civilização minoica
Entre os anos de 2600 a.C (começo da Idade do Bronze) e 1450 a.C desenvolveu-se na ilha de Creta a civilização minóica. Esta civilização teve como centro a cidade de Cnossos.
Aspectos da história e cultura de Creta.
- Os cretenses destacaram-se no comércio marítimo, principalmente com ilhas próximas e com a Grécia continental. Exportavam azeite, objetos de cerâmica, jóias, lã e artigos de metal. Portanto,  economia de Creta era baseada quase que exclusivamente nas atividades marítimas.
- Creta era uma cidade-estado, que possuía um sistema de governo monárquico, pois era governada por um rei.
- Com o desenvolvimento do comércio marítimo, os cretenses fundaram colônias em ilhas do mar Egeu e na região da Sicília.
- Na arquitetura destacou-se a construção de grandes e luxuosos palácios, como, por exemplo, os palácios de Cnossos, Festos e Mália. Estes palácios caracterizavam-se pela presença de muitos cômodos, escadarias, jardins e longos corredores.
-  No campo das artes, os cretenses destacaram-se na pintura de lindos e coloridos afrescos, esculturas de metais, confecções de jóias e peças de cerâmica. A temática mais presente na arte cretense era o mar.
- Na religião, os cretenses eram muito ligados à figura da mulher. Imagens femininas aparecem em afrescos e esculturas ligadas à práticas religiosas. A deusa-mãe, segurando serpentes nas mãos, tinha grande importância para os cretenses. O touro também possuía uma certa importância no cenário religioso cretense, provavelmente em função da imagem da fertilidade. Os cretenses realizavam várias festas em homenagem ao touro, em que homens pulavam nas costas do animal.
- A mitologia minóica também foi muito rica. O principal mito cretense é o do Minotauro representado por um forte homem com cabeça de touro. Este monstro, que habitava o labirinto, foi morto pelo herói grego Teseu. Os mitos de Dédalo e Ícaro também estão relacionados à cultura minóica.
Na Antiguidade Clássica, houve uma formação territorial e política muito comum, em que Atenas, Esparta e Roma se encaixam. Trata-se de formas de governo e de organização sócio-política dos povos destas cidades. Como era chamada esta formação em que os povos viviam? 
Cidade-estado 
Nesta aula, você: 
- Compreendeu a formação histórica da identidade da cultura grega e romana (ou latina) na Antiguidade.
- Aprendeu sobre as etapas cronológicas da formação do povo, das cidades e da cultura grega antiga.
- Analisou as etapas da formação do Império Romano, pela história de Roma.
EXERCÍCIOS 1
No período arcaico, a pólis grega, em sua estrutura, organizava-se da seguinte forma:
Na parte mais baixa, onde ficavam os mercados, habitavam os comerciantes, artesãos e trabalhadores diversos; na parte mais alta, habitava a aristocracia.
Os vasos gregos são conhecidos pelo equilíbrio, pela forma, e pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Geralmente, os temas que serviam de motivação para pintura eram:
Cenas do cotidiano e da mitologia.
A arte grega é:
Antropocêntrica
Na imagem abaixo reproduzida,  observamos a presença dos princípios da estética clássica:
Assinale a alternativa INCORRETA:
A fisionomia da estátua expressa emoções exacerbadas.
A economia dos gregos baseava-se:
No cultivo de oliveiras, trigo e vinhedos.
Sobre o épico Odisseia podemos afirmar que:
Narra a trajetória do herói Ulisses.
O nome dado à parte da PÓLIS onde ficavam as fortificações militares e os templos religiosos era:
Acrópole
Leia, abaixo, o trecho da Oração Fúnebre de Péricles. ¿Vivemos sob uma forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns ao invés de imitar outros. Seu nome, como tudo depende não de poucos mas da maioria, é democracia. Nela [...] não é o fato de pertencer a uma classe, mas o mérito, que dá acesso aos postos mais honrosos [...]¿ (TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso, Tradução de Mário da Gama Kury. 3. ed. Brasília: Editora da UnB, 1987, p. 98) Com base no texto e nos conhecimentos relativos à democracia ateniense, assinale a afirmação verdadeira.
Nem todos podiam participar da democracia. Mulheres, estrangeiros, escravos e crianças não participavam das decisões políticas da cidade.
AULA 2
Nesta aula, você irá:
1- Identificar os mitos gregos.
2- Reconhecer a importância da mitologia na antiguidade.
3- Verificar a relevância do conceito de 
4- História e mito em Heródoto.
5- Relacionar os mitos gregos e romanos.
Nesta aula, você irá avançar no conhecimento dos aspectos que identificam as culturas grega e romana (ou latina) na Antiguidade Clássica. Vamos estudar a sua literatura oral através das lendas e dos mitos de formação, das festas, cultos religiosos e invenção da historiografia na Grécia e em Roma.
Além disso, vamos conhecer a formação da história como discurso humano do tempo, mais uma contribuição genial dos gregos. Você vai perceber como estas civilizações sobreviveram através dos tempos e permanecem em nossas culturas.
Será que a cultura grega continua presente e influencia a nossa maneira de pensar, agir, nossas artes e literatura? E a mitologia grega, seus deuses e histórias fantásticas ainda rondam nossa imaginação? E as línguas, grega e latina, desapareceram com o fim daquelas civilizações?
Vamos iniciar nosso passeio através do mundo das culturas clássicas da Grécia e de Roma?
Estudaremos a permanência destas civilizações em nossas culturas.
A RELIGIÃO, MITO E LITERATURA NA CULTURA GREGA
Uma literatura difere de outra, posterior ou anterior, menos pelo texto que pela maneira de ser lida; se pudéssemos ler qualquer página atual da maneira como será lida no ano dois mil, saberíamos como será a literatura no ano dois mil. Entre os gregos, a tradição religiosa era transmitida oralmente por poetas como Homero e Hesíodo, que viveram entre os séculos IX a.C. e VIII a.C., inspirados por divindades ligadas à música e à poesia, as Musas. Seus relatos foram retomados por dramaturgos dos séculos V a.C. e IV a.C.
(BORGES, J. L. Outras inquisições - ensaios: 1937-1952. In: Obras completas. Rio de Janeiro: Globo, 2000.)
A natureza em sua linguagem ora fascinante, ora aterrorizanteera uma das fontes das construções sobre a existência e a função divina dos personagens do “Pantheon” grego. Esta concepção da natureza como fonte da religião foi estudada com sucesso já no séc. XIX por Rudolf Otto, um eminente estudioso em religiões comparadas e criador do termo numinous, o qual exprime um importante conceito. Segundo Otto, dois sentimentos dominaram a humanidade diante da natureza, de um lado, o TERROR, de outro, a FASCINAÇÃO (TREMANS ET FASCINANS)
Otto entendia o conceito de Sagrado como categoria essencial para compreender as religiões, mesmo não sendo um elemento racionalizável, era o elo da natureza com o divino. O Sagrado era uma idéia ou uma noção complexa, sendo formado por dois aspectos opostos:
RACIONAL: os elementos passíveis de serem claramente comunicados pela linguagem. Por exemplo, narrativas, doutrinas, ética e moral religiosa.
IRRACIONAL: o oposto, os elementos que não se dobram à linguagem, fugindo a uma apreensão conceitual.
Aqui surge o conceito de NUMINOSO, esse termo tem sua origem no termo latino Numen, que significa deus ou divino. E implica que haja uma manifestação divina (Téo-fania) na experiência do furor ou da beleza da natureza. O numinoso, entretanto, não se manifesta de uma forma simples, mas, complexa. Otto propôs uma fórmula básica para expressar essa complexidade. Segundo Otto, o numinoso é o “mysterium tremendum et fascinans” (mistério é terrível e fascinante)
O mysterium corresponde à forma como o numinoso se manifesta. É o mistério, o desconhecido, incompreensível que, quando manifestado, se faz perceber como algo distinto da realidade que experimentamos, é o totalmente Outro. Desta noção temos a noção de mytho, narrativas sobre os deuses e heróis.
O Tremendum é o aspecto negativo ou repulsivo do sagrado, onde a manifestação nos impele para trás, que nos impõe o temor. Ele pode ser percebido sob três formas: Tremendum, majestas e orgé. O Tremendum é o terrível no sagrado; é o que nos faz tremer, que causa calafrios, que traz a sensação de risco à nossa integridade.
O Majestas está relacionado com o poder ou a majestade com a qual a experiência se apresenta. O terceiro aspecto é o Orgê, que é a energia do numinoso. Este se faz manifestar na “vivacidade, paixão, natureza emotiva, vontade, força, comoção” gerados no indivíduo pelo contato com o objeto numinoso. O Fascinans é o aspecto positivo ou atrativo do sagrado, que é formado por dois aspectos, o augustus que impacta o indivíduo com a sensação de pureza, santidade; e o sebastus que se manifesta impondo a prudência, reverência, veneração.
O relâmpago era resultado da ação de Zeus, e por isso os lugares atingidos pelos raios eram considerados sagrados, diferenciados dos outros lugares em que não havia manifestação dos deuses, os lugares comuns, ou profanos. Os gregos acreditavam que a água causava os tremores de terra e, como tudo o que se relacionava à água era relativo a Posêidon, então o deus do mar era chamado sacudidos de terra. Além da Natureza, outro campo da experiência do sagrado, ou da religião, era a memória dos mortos. As almas dos antepassados também eram cultuadas pelas famílias, através de uma série de rituais que ficavam a cargo das mulheres.
Havia ainda os seres imortais, com poderes extraordinários e considerados deuses; alguns inclusive eram ‘estrangeiros’, originários de tradições de outros povos, com os quais os gregos tiveram algum contato. Alguns exemplos: Deméter: deusa da terra. Era semelhante às antigas deusas da fertilidade, muito comuns no período Neolítico. Afrodite: deusa do amor. Era uma deusa da tradição mesopotâmica, Astarté. Dioniso e Hefesto. Deuses do vinho e da técnica. Seriam originários do Oriente, talvez da Índia. Acreditava-se que esses deuses habitavam o monte Olimpo, na Tessália, embora algumas versões localizassem sua morada no céu. São doze os principais:
Hermes, o deus mensageiro.
Ares, deus da guerra.
Hefesto, deus do fogo e da metalurgia.
Afrodite, deusa do amor.
Atena, deusa da sabedoria.
Apolo, deus da música.
Deméter, deusa da fertilidade da terra.
Héstia, deusa dos lares.
Posêidon, deus dos mares, o que treme a terra.
Hera, esposa de Zeus.
Zeus, deus do trovão, o mais poderoso dos deuses, o que voa.
Havia outros deuses tão importantes quanto esses, e que às vezes figuravam entre os doze deuses do Olimpo: 
1) Plutão ou Hades, senhor do reino dos mortos;
2) Dioniso, deus do vinho, da euforia; 
3) Hebe, deusa da juventude
OS MITOS
 ‘Os mitos são relatos aceitos, entendidos e sentidos como tais (...). Comportam assim, em sua origem, uma dimensão de ‘fictício’, demonstrada pela evolução semântica do termo ‘mythos’, que acabou por designar, em oposição ao que é da ordem do real por um lado, e da demonstração argumentada por outro, o que é do domínio da ficção pura: a fábula. Este aspecto relaciona o mito grego ao que chamamos religião’. (VERNANT,  2001, p. 230.)
O teatro do mundo ordenado pelo relato mítico está pronto para a entrada em cena de atores divinos de tipos diferentes. Com a descendência de Urano (céu) e Gaia (a terra), estão dados os atores que desempenharão o último episódio do processo cosmogônico. Nesta gênesis, percebe-se o mundo que se organiza pela mescla dos contrários, num universo de mistos em conflito para além das linhas divisórias do bem e do mal. De fato, Homero ouve o canto das musas. Elas cantam a verdade, isto é, na análise da linguagem mítica para além dos sistemas religiosos, a ‘alétheia’ define-se como uma potência, solidária de todo um sistema de entidades religiosas que lhe são ao mesmo tempo associadas e opostas.
*Cosmogonia – 1 Criação ou origem do universo, especialmente como objeto de estudo ou de especulação; cosmogênese, cosmogenia. 2 Cada uma das diferentes teorias filosófico-religiosas, criadas pelo homem, através dos tempos, que pretendem explicar a origem do universo. 3 Astr Estudo da origem e desenvolvimento do universo e dos seus componentes. 4 Visão de mundo, conceito pessoal de realidade.
"A essência do ser está intrínseca em sua cosmogonia"-Funfas, Thiago
Próxima da diké, a alétheia articula-se à Memória cantada (Mousa), Luz, Louvor, e, assim, opõe-se ao esquecimento (Lethê), silêncio e escuridão, censura. Ela não se refere a um saber, a um objeto ao qual deveria conformar-se, que lhe seria anterior e que continuaria estrangeiro a ela. Trata-se da verdade assertória enraizada logo de início no real no sentido mais forte, no sentido religioso do termo, porque a palavra da verdade é em si, como potência eficaz, criadora do ser.
A formulação do verdadeiro envolve uma instauração ou restauração da ordem. Como palavra pronunciada por personagens que têm o poder e a função de dizer o verdadeiro, a palavra reta é um aspecto ou um momento do jogo das forças que compõem e ordenam o mundo humano. Mas qual seria então o lugar do erro, da ilusão, da palavra ineficaz? Em outras palavras, se a palavra e o ser coincidem de certa forma, se o dito de verdade é criador do que enuncia, por onde se pode insinuar entre as palavras e as coisas esta distância que permite à linguagem dizer tanto o falso como o verdadeiro?
Léthê e Alétheia, em vez de se excluírem, constituem os dois polos complementares de uma única potência religiosa, onde a negatividade arremata a verdade, é sua sombra inseparável. Porque detém a potência ambígua da persuasão, sem a qual a palavra seria ineficaz, os profetas e os poetas são mestres da verdade e do logro.
Assim não tanto o falso que vale, mas a mentira e o fingimento. Para mentir, é também preciso, antes de mais nada, saber a verdade; para enganar, é preciso saber mais do aquele que é enganado.
O domínio de Zeus marca a terceira geração de deuses. Ele repartiu o mundo com seus irmãos. Posêidon ficou com os mares, Hades com o mundo subterrâneo, e a ele próprio coube o céu. Essa geração também teve muitos filhos. De Zeus e Deméter nasceu Perséfone: de sua união com Memória nasceram as Musas; com Leto, Apolo e Ártemis; com Hera, Ares, Hebee Ílitia; com Maia, Hermes; com Sêmele, Dioniso. Mas a primeira esposa de Zeus, Métis, a astúcia, foi engolida por ele, porque estava destinada a dar à luz dois filhos: um era Atena, e o outro seria aquele que destronaria seu pai. Zeus engoliu Métis e ficou astucioso, e gerou Palas Atena, que nasceu de sua cabeça. (Hesíodo, Teogonia)
Assim como a do mundo, a origem do homem é relatada por inúmeros mitos que falam de seus antepassados: em algumas regiões eram considerados filhos da Terra, em outras eram formigas transformadas, ou seres feitos a partir do barro ou da areia. Num fragmento atribuído a Hesíodo, encontra-se uma história sobre a origem dos habitantes da ilha de Egina, segundo a qual a deusa Egina teve um filho com Zeus, Éaco, que ficou inteiramente só na ilha. Ao tornar-se adulto, a solidão o aborrecia. Para acabar com essa solidão, Zeus converteu as formigas da ilha em homens e mulheres, concedendo a Éaco um povo chamado urirmidões.
Havia também mitos sobre relações entre pais e filhos. Um exemplo é o mito de Édipo, que foi tratado pelo dramaturgo Sófocles na tragédia Édipo-Rei. Édipo era filho do rei de Tebas, Laio, e sem saber matou seu próprio pai, casando-se com sua mãe, Jocasta, que ele não conhecia. Tudo isso aconteceu porque quando Édipo nasceu, seus pais foram informados de uma profecia que relatava seu destino. Para evitá-lo, ordenaram a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criassem. Édipo soube da profecia quando se tornou adulto.
Saiu então da casa de seus pais adotivos para evitar a tragédia, ignorando que aqueles não eram seus legítimos genitores. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou os integrantes do grupo, sem saber que estava matando seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma Esfinge, que devorava as pessoas que não decifrassem seu enigma: “Qual o animal que anda com quatro patas ao amanhecer, duas ao meio dia e três ao entardecer?”. Édipo decifrou o enigma, respondendo: o homem. A Esfinge morreu, Édipo tornou-se herói de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia.
Prometeu era um titã, portanto, descendente de Urano, como Cronos, e derrotado por Zeus, conforme a história de Hesíodo. Titãs, segundo o mesmo Hesíodo, seriam “aqueles que por presunção teriam tentado realizar uma grande obra, porém foram punidos”. Essa grande obra foi partilhar a audácia do plano divino com os homens. O que aconteceu da seguinte maneira:
O titã Jápeto, irmão de Cronos, tinha dois filhos que se tornaram o elo entre os deuses e os humanos: Prometeu (que quer dizer “o astuto”) e Epimeteu (que quer dizer “o que só aprende depois do erro”). Segundo Platão, depois que os deuses fizeram as criaturas com uma mistura de terra e fogo, deram aos irmãos Prometeu e Epimeteu a incumbência de dar a cada uma delas a capacidade que lhe fosse mais adequada. Para essa tarefa eles tinham certo prazo, ao fim do qual as criaturas sairiam das trevas do centro da terra para a luz.
Eles combinaram que Epimeteu faria o serviço e Prometeu o verificaria. E assim foi feito. Epimeteu distribuiu força, alimentos, velocidade, proteção a todos, de tal forma que as criaturas pudessem sobreviver; no entanto, deixou o homem nu, sem nenhum atributo que o protegesse. Quando Prometeu foi verificar o trabalho de seu irmão, percebeu perplexo a situação do homem. Resolveu roubar as artes de Hefesto e Atena - a metalurgia e a tecelagem - e o fogo, que deram ao homem a sabedoria e as condições para enfrentar os problemas da vida cotidiana. Por isso os homens têm uma maior proximidade com os deuses do que as outras criaturas. Mas também por isso Prometeu foi castigado.
Ficou acorrentado por trinta mil anos no pico mais alto do Cáucaso, tendo o fígado picado por um pássaro, até que Hércules, o semideus filho de Zeus, o libertou. Segundo alguns, sua libertação deveu-se ao fato de Zeus querer tornar seu filho famoso, porém outros interpretam-na como recompensa por Prometeu ter guardado o segredo da deposição de Zeus. Segundo as várias versões da história de Prometeu, sua libertação exigiu que ele deixasse um outro imortal sofrendo em seu lugar. Quem tomou para si o sofrimento de Prometeu foi o centauro Quíron, que fora ferido acidentalmente por Hércules. Quíron passou a ser identificado com a invenção da arte de curar.
O MITO DA CRIAÇÃO DA MULHER
A primeira mulher surgiu como represália de Zeus contra o roubo do fogo por Prometeu, segundo relato de Hesíodo.
E a esta mulher chamou PANDORA...
Essa mulher foi dada de presente ao irmão de Prometeu, Epimeteu, o que vê depois, e ela trouxe consigo em uma caixa todos os dons maléficos que os deuses lhe deram. Proibiu-lhe abrir, mas ele, cada vez mais curioso, não agüentou e, vendo-se sozinho, abriu-a.De dentro saíram as doenças, as infelicidades, todos os males que os homens não conheciam até então.Desde esse dia , os homens passaram a sofrer e os longos e despreocupados festins que tinham com os deuses nunca mais aconteceram.
ATIVIDADE
1 - De acordo com as histórias mitológicas antigas, podemos conhecer o modo de viver dos deuses. Nestas narrações fantásticas o autor se utiliza de uma analogia entre as virtudes e os defeitos da vida humana para aclarar o ‘modus vivendi’ do Olimpo. De acordo com estas mitologias, como se poderia descrever a vida cotidiana dos deuses?  Resp.: em disputa entre si no Olimpo
Muito bem, os deuses tinham uma disputa entre si para que não perdessem o trono. Lembre-se, o pai de Zeus devorava todos os seus filhos temendo perder o seu reinado.
CULTOS OU RITUAIS
As divindades gregas, como as de todas as religiões, são consideradas seres dotados de consciência como o homem, porém com poderes superiores aos humanos. Uma vez que as divindades são seres conscientes, os homens pretendem relacionar-se com tal poder superior atingindo suas consciências da mesma forma como fazem entre si: através de laços afetivos e de trocas, que se realizam por sacrifícios, preces, oferendas e por sistemas de consultas, - os oráculos -, que muitas vezes são realizadas nos templos.
OS SACRIFÍCIOS
Os sacrifícios eram uma forma de repetir os banquetes dos deuses com os homens, quando ambos partilhavam da vítima do sacrifício, seguindo um ritual no qual um animal doméstico era conduzido em procissão, ao som de flautas, até o altar exterior do templo; os participantes e o animal eram ornados com coroas de flores. A solenidade acontecia no exterior do templo, e poucos podiam nele entrar, pois era a casa do deus. Acreditavam que o deus efetivamente morava ali, senão sempre, pelo menos de vez em quando.
OS ORÁCULOS
Entre os gregos havia templos dedicados aos vários deuses, e em alguns deles existiam oráculos, sistemas de interpretação da sabedoria dos deuses, que se comunicavam com os homens que vinham pedir conselhos ou saber do futuro.
Um exemplo disso era o que ocorria no oráculo de Zeus, em Dodona, onde sacerdotes interpretavam o balançar das folhas dos carvalhos sagrados como a fala do deus. A consulta ao oráculo era uma ocasião solene, como uma visita ao próprio deus, e exigia vários rituais, como podemos ler neste relato de Pausânias, que descreveu, em suas viagens pela Grécia, como era o oráculo de Trofônio, uma divindade local absorvida por Zeus.
Muitas vezes a consulta não era pessoal, envolvia uma cidade inteira, sobretudo em épocas de guerra ou de peste. As maneiras de os deuses responderem às perguntas variavam. Por exemplo, em Delfos, no oráculo de Apolo, o deus respondia pela boca de uma sacerdotisa, a Pítia ou Pitonisa, que entrava em transe e incorporava o deus. Em outros templos, o homem podia ocupar a função de intermediário entre os homens e os deuses.
O que acontece no oráculo é o seguinte: quando uma pessoa está decidida a descer ao oráculo de Trofônio, devese alojar num certo lugar por alguns dias. Nos sacrifícios, um adivinho está presente, e olha nas entranhas da vítima para ver se Trofônio vai receber a pessoa que desce.
Agamedes, parceiro de Trofônio. Se as entranhas da ovelha indicarem, ele pode ir. Primeiro ele é levado ao rio Hercyna por dois meninos de treze anos, que o banham. Depois é levado por sacerdotes até algumas fontes, das quais ele deve beber a água do esquecimento e da memória, para se livrar de seus pensamentos e para se lembrar do que aconteceu durante sua descida ao oráculo. Há uma imagem que só é mostrada aos que vão visitar o deus, que é então reverenciada. Daí se pode entrar no oráculo, que fica numa caverna na montanha, na qual se entra por uma escada. Lá dentro, o suplicante encontra um buraco, no qual deve entrar passando primeiro os pés.
Depois que seus joelhos passam, ele é puxado como que por um fio. Lá dentro fica sabendo do futuro, ouvindo ou vendo, conforme o caso. Quando volta, é levado pela mão dos sacerdotes até a cadeira da memória, onde conta tudo aquilo que soube pelo oráculo. Depois é levado ao alojamento, paralisado pelo terror. Gradualmente vai melhorando, e recupera a faculdade de rir. [...] O que eu conto não é de ouvir dizer; eu mesmo consultei o oráculo de Trofônio.  (Pausânias.). 
Além dos oráculos, os gregos acreditavam em presságios, sinais significativos que eram interpretados como um aviso dos deuses, como o voo das aves, que em certas ocasiões eram identificados como bons ou maus.
Na Guerra de Troia, por exemplo, os troianos foram intimidados por uma águia que voava com uma serpente nas suas garras, ensanguentada, ainda viva, que picou a ave perto do pescoço, e eles acreditaram que era um presságio de Zeus.
 
AS FESTAS: O CONVÍVIO DE DEUSES E HOMENS NA VIDA DA CIDADE
As festas eram sempre ocasiões de relação com os deuses.
As Panateneias, festas em homenagem a Atena, realizadas todos os anos, começavam com uma procissão que partia do bairro dos ceramistas (o Cerâmico) e atravessavam o centro de Atenas para levar solenemente à Acrópole o peplo (manto), bordado todos os anos por jovens previamente escolhidas. Ele se destinava a vestir a estátua do culto de Atena.
Ou festas das sementeiras celebradas em honra de Apolo. Nesta ocasião, se ofereciam um prato de favas e vários outros legumes, misturados com farinha de trigo a Apolo. Depois levavam em procissão um ramo de oliveira envolvido em lã e carregado de frutos da primeira safra, o que consideravam um talismã de fertilidade. Neste período, os gregos desenvolveram, por causa das festas, uma gama de diversidades de atividades culturais e cívicas. Daí se entende que o sistema religioso não pode ser divorciado do conjunto da vida social.
As festas eram pretexto para o exercício de ‘areté’ (educação) dos jovens e das crianças em várias atividades: atlética, lírica, musical, dramática (tragédia ou comédia). Os festivais eram as únicas ocasiões em que havia representações dramáticas, que tinham sempre o intuito de mostrar a conduta humana e refletir sobre ela. Havia três gêneros de espetáculos teatrais: as tragédias, as sátiras e as comédias.
As tragédias apontavam as consequências terríveis de um comportamento desmedido, ao qual davam o nome de hybris. As sátiras e as comédias também tinham função educativa, apontando o ridículo da condição humana através de personagens estereotipados e ridículos. Falaremos mais detalhadamente sobre os três gêneros literários gregos (a poesia épica, lírica e a tragédia).
RELIGIÃO E MITOLOGIA ROMANA
Primeiramente, deve-se dizer que a cultura latina, destarte, as suas características próprias, sua língua, suas manifestações artístico-literárias, sua mentalidade, nunca negou sua vinculação e fascínio que eles devotavam à cultura denominada: a grega. 
Em outras palavras, os romanos tiveram vida própria e identidade, que na verdade correspondem à recepção criativa da cultura e da identidade dos gregos. No campo da Religião, Roma Antiga, capital do Império, caracterizou-se como uma sociedade na qual as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses.
Conheça abaixo uma relação das principais divindades da Roma Antiga e suas características:
JÚPITER – rei de todos os deuses, representante do dia.
APOLO – sol e patrono da verdade.
VÊNUS – amor e beleza.
MARTE – guerra 
MINERVA – sabedoria, conhecimento.
PLUTÃO – mortos, mundo subterrâneo.
NETUNO – mares e oceanos.
JUNO – mares e oceanos.
BACO – vinho, festas
FEBO – luz do sol, poesia, música, beleza masculina.
DIANA – caça, castidade, animais selvagens e luz.
CERES – colheita, agricultura.
CUPIDO – amor. 
MERCÚRIO – mensageiro dos deuses, protetor dos comerciantes.
VULCANO – metais, metalurgia, fogo.
SATURNO – tempo. 
PSIQUÊ – alma. 
A mitologia romana pode ser dividida em duas partes: 
A primeira, tardia e mais literária, consiste na quase total apropriação da mitologia grega.
Foi antiga e ritualística. Nesta fase, percebem-se mudanças em relação ao modelo grego. Neste período, segundo os estudiosos, os romanos desenvolvem dois conceitos religiosos: uma cultura religiosa pública e social, a ‘Pax deorum’ (A paz dos deuses) e outra privada, doméstica, um respeito escrupuloso pelo rito religioso — o Pax deorum — que consistia muitas vezes em danças, invocações ou sacrifícios. Ao lado dos deuses domésticos, os romanos possuíam diversas tríades divinas, adaptadas várias vezes ao longo das várias fases da História de Roma.
A tríade primitiva:
Júpiter (senhor do Universo)
Marte (deus da guerra) 
Quirinus (deus da fecundidade), 
A Influência dos Etruscos:
Minerva (deusa da inteligência e sabedoria)
Juno Regina (rainha dos céus e esposa de Júpiter). 
O período da República Romana (Estado romano e suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a. C. ao estabelecimento do Império Romano em 27 a.C.):
Ceres (deusa da Terra e dos cereais), 
Liber e Libera. 
A influência grega: 
Hermes (deus do comércio e da eloquência – Mercúrio para os Gregos)
Dionísio (deus do vinho – o deus grego Baco).
O sistema mitológico dos romanos, obviamente influenciado pelos gregos, foi sistema bastante desenvolvido de rituais, escolas de sacerdócio e grupos relacionados a deuses. Também apresentava um conjunto de mitos históricos em torno da fundação e glória de Roma.
SINOPSE DA MITOLOGIA GRECO-ROMANA
Deuses gregos-----------------------Correspondentes em Roma
ZEUS---------------------------------JÚPITER
HERA--------------------------------JUNO
POSEIDON-------------------------NETUNO
ATENAS----------------------------MINERVA
ARES--------------------------------MARTE
ARTEMIS---------------------------DIANA
HERMES----------------------------MERCÚRIO
DIONÍSIO---------------------------BACO
1. Nas sociedades antigas, já encontramos diversos meios de difusão do conhecimento, da arte e da ciência. Como se dava a difusão dos mitos na Antiguidade?
Os escritores reproduziam em livros e manuscritos todos os acontecimentos da época.  
2. Na Grécia antiga, encontram-se textos lendários sobre a ‘genealogia’ dos deuses. Uma tentativa antiga de ordenar, como os humanos, a existência dos deuses no tempo mítico. A que se referem estes textos genealógicos?
Essa genealogia dos deuses explica as suas origens e razão de existência.
Nesta aula, você:
- Compreendeu um pouco mais sobre a mitologia grega, seus deuses e histórias fantásticas.
- Aprendeu algo sobre o papel da invenção da historiografia antiga na Grécia com Heródoto.
- Analisou aspectos da religião em Roma e suas relações com a Religião Mítica da Grécia.
EXERCÍCIOS 2
Qual é o oráculo mais conhecido da Grécia Antiga?
Oráculo de Delfos.
Sabemos que na Roma Antiga, assim como na Grécia, as pessoas seguiam uma religião politeísta, pois acreditavam em vários deuses. Dentre as divindades da Roma Antiga, podemos citar:
Vênus, Júpiter, Minerva e Baco.
Em Atenas:
Era celebrado o culto das Dionisíacas.
Quase todas as cidades gregas possuíam anfiteatros,onde os atores apresentavam peças dramáticas ou comédias, usando máscaras, no entanto, a cidade que mais se destacava por seus festivais dramatúrgicos era:
Atenas.
Sobre o culto da religião grega podemos afirmar:
Cada cidade tinha sua divindade protetora.
A expressão Carpe Diem significa:
Aproveite o dia
Sabemos que os gregos antigos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de muitos deuses. Qual a origem da constituição e da função divina dessas figuras?
A natureza com sua linguagem própria, fascinante ou aterrorizante.
Enquanto gênero literário formalmente definido na literatura latina, a sátira, gênero poético latino, desaparecido no século II a.C. , caracteriza-se pela mistura de temas diversos, por diálogos, pela improvisação. A sátira figura como uma das mais antigas formas de representação dramática em Roma. No decorrer do tempo, a sátira tornou-se uma composição de tema variado, em forma de prosa e verso. Poesia de crítica sarcástica e mordaz dos costumes sociais. Possui como objetivo principal
Provocar ou evitar uma mudança, política social ou moral.
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AULA 3
A Literatura Grega Antiga: Homero e os Gêneros Literários da Antiguidade
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Identificar os traços literários de Homero em suas obras.
2. Reconhecer os gêneros literários da antiguidade grega.
3. Verificar as características da poesia
Nesta aula, vamos conhecer a maior e mais duradoura das muitas contribuições das culturas antigas, grega e romana, a literatura e a arte. Os gregos são os criadores dos modelos literários que ainda se desenvolvem no Ocidente: a poesia épica, a lírica e a tragédia. Em prosa e verso os gregos possuem o mérito de ter influenciado os rumos das letras ocidentais.
Nesta aula, surge o nome de Homero, pai das letras gregas e ocidentais, com suas famosíssimas obras, a Odisseia e a Ilíada, que chegarão a Roma, inaugurando a arte latina, com o mestre Virgílio, em Eneida. Vamos às letras antigas?
Os gregos são os criadores dos modelos literários que ainda se desenvolvem no Ocidente: a poesia épica e lírica e a tragédia. Em prosa e verso, os gregos possuem o mérito de ter influenciado os rumos das letras ocidentais.
Nesta aula, vamos conhecer as maiores e mais duradouras das muitas contribuições das culturas greco-romanas antigas ao mundo moderno: a literatura e a arte.
A literatura grega de Homero: Odisseia e a Ilíada
Introdução
Segundo Jorge Piqué (2009), para entendermos a importância capital da obra homérica, é preciso contextualizar as características mais relevantes das sociedades greco-latinas do período clássico:
O Legado Clássico, ou Herança Clássica, que recebemos da Antiguidade greco-latina poderia ser sintetizado em quatro grandes temas:
Os gregos e romanos criaram e aperfeiçoaram os maiores gêneros da literatura ocidental e influenciaram fortemente muitas literaturas posteriores, especialmente a partir do Renascimento.
Criaram sistemas políticos e jurídicos que desenvolveram os princípios da justiça, liberdade política e democracia.
A filosofia grega é o fundamento do pensamento ocidental; especialmente por meio de Platão e Aristóteles.
Suas artes plásticas (pintura, cerâmica, escultura) e arquitetura continuam a atrair a admiração depois de mais de 2.000 anos.
A obra homeriana da Odisseia e da Ilíada é o parâmetro do poema épico antigo por causa de sua vinculação às raízes primitivas e populares da Grécia arcaica.
Os gregos narraram suas memórias ao longo dos tempos, de modo anônimo, até que o poeta e cantador Homero as colecionasse e as compendiasse, fazendo também com que elas, citadas por filósofos e poetas, se tornassem obras escritas
Por isso mesmo, a poesia épica possui os traços das narrativas de fundo histórico. Um ensaio previsto na obra do grande Heródoto, como ciência do discurso de fatos e da memória da civilização grega.
Os poemas homéricos possuem tom eloqüente em seus versos (hexâmetros) e duração das vogais, como se tivessem sido feitos para serem falados em voz alta. Pois, até o período helenístico, a ritmação própria da poesia indicava que estavam associados À literatura e à música que depois do terceiro século a.C. tomarão rumos diversos.
Nos festivais religiosos e nos folguedos populares estariam escondidas as suas raízes? Pela alta qualidade literária, Odisseia e Ilíada representavam a culminância de uma longa tradição de composições poéticas orais.
E, mesmo referindo-se em linhas gerais aos traços da sociedade micênica, estes poemas foram, provavelmente, compostos durante o século -VIII, no fim da Idade das Trevas. Para os gregos e também para nós, os dois mais importantes autores de epopeias (poemas em versos épicos) foram Homero (c. -750) e Hesíodo (c. -700).
Segundo Piquet (2008), pode-se dividir em três períodos o desenvolvimento literário na Grécia.
As obras da literatura grega antiga são datadas entre o séc. VIII a.C. e o séc. IV d. C., ou seja, aproximadamente 1200 anos de tradição literária ininterrupta. No curso nos concentraremos especificamente no período arcaico, quando foi composta a Ilíada.
No período arcaico da história grega, surgem dois importantes gêneros literários, que terão continuidade até os dias de hoje, a poesia épica e a poesia lírica
Poesia Épica (séc. VIII a.C): se conservam nela reminiscências que remontam à Guerra de Troia e à época micênica (séc. XII a.C.). É poesia épica a epopeia homérica, representada nos dois poemas, a Ilíada e Odisseia. Tradicionalmente vinculada à poesia épica está também a Teogonia, de Hesíodo, e seu poema didático, Os Trabalhos e os Dias.
A poesia "Lírica" (séc. VII e VI a.C.): Representada por autores como Alceu, Safo, Estesícoro, Alcmano, etc... Surge junto com a filosofia dos pré-socráticos (Tales, Heráclito, Parmênides, Demócrito, etc...). Estas são as primeiras obras em prosa, embora alguns filósofos também utilizassem a poesia. A poesia era a única forma de expressão literária.
Período Clássico (séc. V-IV a.C.)
Tradicionalmente, o período é delimitado por dois acontecimentos marcantes.
Inicia-se em 480 a.C., com a vitória dos gregos sobre os persas.
E finaliza em 338 a.C., com Filipe da Macedônia, o pai de Alexandre, conquistando Atenas.
O chamado "Século de Péricles", quando Atenas é a mais importante cidade e grande centro cultural da Grécia. Temos nas letras o desenvolvimento do Teatro (tragédia), com os três grandes autores, Ésquilo, Sófocles, Eurípides, e da História, com Heródoto e Tucídides.
O séc. IV a.C: É quando surge a filosofia de Platão e Aristóteles, a Comédia chega ao seu ápice com Aristófanes e a Oratória ganha destaque com Ésquines e Demóstenes.
Período Helenístico (338 a.C - 30 a.C) e Greco-Romano
Inicia-se com a hegemonia macedônica sobre a Grécia, devido às conquistas de Alexandre, o Grande. Outros centros de atividade, como Alexandria e Pérgamo, substituem Atenas.
Novos gêneros são criados, como a novela. Roma conquista a Grécia e recebe sua influência, que retransmite para o mundo, especialmente nas regiões orientais. Autores como Apolodoro (mitógrafo), Menandro (comediógrafo), Calímaco (poeta lírico), são representativos dessa época.
A épica ressurge com Apolônio de Rodes, autor da Argonautica. É nesse período que, primeiro, o Velho Testamento é traduzido do hebraico para o grego e, mais tarde, o Novo Testamento é escrito em grego koiné, um dialeto derivado do grego ático.
Sobre o nome de Homero, não há consenso de que ele tenha realmente existido ou de que tenha escrito qualquer uma das duas epopeias, tradicionalmente chamadas de poemas homéricos. Para o historiólogo Heródoto (484-425 a.C.), Homero teria vivido 400 anos antes dele (Hdt. 2.53).
Os estudos recentes, porém, situam a data de composição da Ilíada e da Odisseia no fim da Idade das Trevas (c. -750) ou no início do Período Arcaico (-750/-713).
O uso predominante do dialeto iônico sugere que o autor dos poemas veio provavelmente da Iônia.

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