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DIREITO ADMINISTRATIVO I 2o. bimestre

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
2017/1º. Semestre
2º. Bimestre 
Profa. Sandra
CAPÍTULO II – DO ATO ADMINISTRATIVO
II.5)Classificação dos atos administrativos: 
Principais Referências doutrinárias:
* Marçal Justen Filho – Curso de Direito Administrativo. 10ª. edição. Revista dos Tribunais. Págs. 414 a 417.
* Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo – Direito Administrativo Descomplicado – 22ª. edição – Editora Método – pgs. 456 a 478. 
* Celso Antônio Bandeira de Mello – Curso de Direito Administrativo – 31ª. edição –pags. 426 a 434.
* Maria Sylvia Zanelaa Di Pietro – Direito Administrativo – 27ª. edição – Ed. Atlas – pgs. 231 a 236. 
Os autores divergem na classificação em razão dos conceitos diferentes. Um ato administrativo pode estar enquadrado em várias classificações ao mesmo tempo. Ex: Ato de permissão de uso é ato individual, externo, de império, discricionário e simples. 
	Quanto ao conteúdo
	* Atos Normativos => são aqueles orientados a complementar um mandamento normativo estabelecido por lei. Estabelecem faculdades, proibições ou obrigatoriedade quanto a conduta futura de um ou mais sujeitos. Ex.: Regulamento.
	
	* Atos não Normativos => não geram efeitos normativos. Ex.: atos de execução
	Quanto ao destinatário
	* Atos gerais => são aplicáveis a um número indeterminado de sujeitos. Atingem todos os administrados/particulares que se encontrem na situação nele descrita. Ex: decretos regulamentares, instruções normativas, circulares, concurso público.
	
	* Atos individuais => são aqueles que possuem destinatários determinados (ou determináveis) e, por isso, atingem situação jurídica particular. Podem conter mais de um destinatário. Ex: Nomeação, exoneração, autorização, permissão para uso de bem público, decreto de desapropriação, etc.
	Quanto ao alcance ou âmbito de aplicação ou efeitos sob terceiros:
	* Atos internos: são aqueles que geram efeitos dentro da Administração Pública. Ex: portaria de remoção de um servidor, ordens de serviço, portaria de criação de grupos de trabalho, etc.
	
	* Atos externos: são aqueles que geram efeitos fora da Administração Pública, atingindo terceiros ou os administrados. Ex: permissão para uso de bem público; desapropriação; Nomeação de candidatos aprovados em concursos públicos, etc.
	Quanto à sua formação
	* Atos unilaterais: são aqueles formados pela manifestação de vontade de uma única pessoa. Ex: Demissão - Para Hely Lopes Meirelles, só existem os atos administrativos unilaterais.
	
	* Atos bilaterais: são aqueles formados pela manifestação de vontade de mais de uma pessoa. Ex: Contrato administrativo
	Quanto à estrutura subjetiva (competência) ou quanto à formação da vontade
	* Atos simples: são aqueles que decorrem da manifestação de vontade de um único órgão (singular, impessoal ou colegiado). Ex: Demissão de um funcionário; permissão para uso de bem público
	
	* Atos complexos: a vontade administrativa é produzida pela conjugação da atividade ou manifestação de dois ou mais órgãos, cuja vontade se funde num ATO ÚNICO. 
	
	* Atos composto: a vontade administrativa é produzida pela conjugação da atividade ou manifestação de dois ou mais órgãos, todavia, praticam-se dois atos, um principal e outro acessório (podendo este ser complementação)
	Quanto à natureza
	* Atos de expediente: são aqueles necessários ao desenvolvimento da atividade administrativa, mas que não comportam carga decisória, ou seja, dão andamento aos processos e papéis que tramitam no interior das repartições. Ex.: aposição de carimbo de protocolo de recebimento de um requerimento.
	
	* Atos consultivos: o sujeito não decide, mas fornece subsídios a propósito da decisão. Ex. pareceres
	
	* Atos decisórios: são aqueles que impõem uma solução determinada como a escolhida pela Administração Pública, geralmente, reconhecendo, constituindo, modificando ou extinguindo um direito ou dever.
	
	* Atos de execução: são aqueles por meio dos quais se desenvolve a atividade administrativa, produzindo a satisfação de um dever
	Quanto às prerrogativas
	* Atos império: seriam os praticados pela Administração Pública com todas as prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos unilateral e coercitivamente ao particular independentemente de autorização judicial. A administração de forma unilateral impõe sua vontade sobre os administrados (princípio da supremacia dos interesses públicos). Ex: Interdição de estabelecimento comercial por irregularidades; permissão para uso de bem público.
	
	* Atos de gestão: são os praticados pela Administração Pública em situação de igualdade com os particulares para a conservação e desenvolvimento do patrimônio público ou para a gestão de seus serviços.
	Quanto aos efeitos 
	* Ato declaratório: é aquele que apenas declara uma situação preexistente, visando preservar o direito administrativo, ou seja, constatam a existência ou inexistência de eventos necessários à produção de um efeito jurídico. Ex.: expedição de certidão, apostilamento de títulos de nomeação, etc.
	
	* Ato Constitutivo: é aquele que cria uma nova situação jurídica individual para o administrado/particular perante a Administração Pública. Ex.: concessão de uma licença, autorização, nomeação de servidor, aplicação de sanção administrativa, etc.
	
	* Ato extintivo: é aquele que põe fim a situações jurídicas individuais existentes. Ex.: cassação de uma autorização, demissão de servidor, etc.
	
	* Ato alienativo: é aquele que tem por fim a transferência de bens ou direitos de um titular a outro. Ex.: edição de um decreto que transfere bens móveis de uma entidade a outra.
	
	* Ato modificativo: é aquele que visa alterar situações preexistentes, sem provocar sua supressão. Ex.: alteração de horários de uma dada seção/departamento, mudança de local da realização de uma reunião. 
	
	* Ato abdicativo: é aquele que o titular abdica ou abre mão de um determinado direito. Normalmente é incondicional e irretratável e diante da indisponibilidade dos bens públicos, requer autorização legislativa.
	
	* Ato condenatório: produzidos no âmbito específico das pessoas de direito público. É aquele que se impõe a um sujeito o dever de realizar determinadas condutas
	
	* Ato enunciativo: é aquele que a Administração Pública atesta ou reconhece determinada situação de fato ou de direito. Ex.: pareceres
	Quanto à esfera jurídica de seus destinatários
	* Atos ampliativos: São aqueles que trazem prerrogativas ao destinatário, alargam sua esfera jurídica. Ex: Nomeação de um funcionário; Outorga de permissão.
	
	* Atos restritivos: São aqueles que restringem a esfera jurídica do destinatário, retiram direitos seus. Ex: Demissão; Revogação da permissão.
	Quanto à função da vontade
	* Atos propriamente ditos puros: há uma declaração de vontade da Administração Pública, voltada para a obtenção de determinados efeitos jurídicos definidos em lei
	
	* Mero ato administrativo: há uma declaração de opinião (parecer), conhecimento(certidão) ou desejo(voto num órgão colegiado)
	Quanto à estrutura
	* Atos concretos: São aqueles que se exaurem em uma aplicação, ou seja, se dispõe para único caso, esgotando-se nesta única aplicação. Ex: Apreensão, exoneração de agente público
	
	* Atos abstratos: São aqueles que comportam reiteradas aplicações, sempre que se renove a hipótese nele prevista. Ex: punição.
	Quanto ao grau de liberdade conferido ao administrador:
	* Atos vinculados: São aqueles praticados sem liberdade subjetiva, isto é, sem espaço para a realização de um juízo de conveniência e oportunidade. O administrador fica inteiramente preso ao enunciado da lei, que estabelece previamente um único comportamento possível a ser adotado em situações concretas, ou seja, não deixa margem para opções ou escolhas estabelecendo que, diante de determinados requisitos, a Administração deverá agir de tal ou qual forma. Sendo assim, emtal modalidade a atuação da Administração se restringe a uma única possibilidade de conduta ou única solução possível diante de determinada situação de fato, qual seja aquela solução que já se encontra previamente delineada na norma, sem qualquer margem de apreciação subjetiva. Ex: Pedido de aposentadoria por idade em que o servidor demonstra ter atingido o limite exigido pela Constituição Federal.
	
	* Atos Discricionários: São aqueles praticados com liberdade de opção, mas dentro dos limites da lei. O administrador também fica preso ao enunciado da lei, mas ela não estabelece um único comportamento possível a ser adotado em situações concretas, existindo assim espaço para a realização de um juízo de conveniência e oportunidade, ou seja, o ato quando suportado em regramento que não atinge todos os aspectos da atuação administrativa, deixando a lei certa margem de liberdade de decisão diante do caso concreto, de modo que a autoridade poderá optar por uma dentre várias soluções possíveis, todas válidas perante o direito. Ex: A concessão/permissão de uso de bem público depende das características de cada caso concreto, como por exemplo, o pedido de moradores do fechamento de uma rua para “festas Juninas”.
A discricionariedade é a escolha de alternativas dentro da lei. Já a arbitrariedade é a escolha de alternativas fora do campo de opções, levando à invalidade do ato. O Poder Judiciário pode rever o ato discricionário sob o aspecto da legalidade, mas não pode analisar o mérito do ato administrativo (conjunto de alternativas válidas), salvo quando inválido. Assim, pode analisar o ato sob a ótica da eficiência, da moralidade, da razoabilidade, pois o ato administrativo que contrariar estes princípios não se encontra dentro das opções válidas.
	Quanto à exequibilidade
	*Ato perfeito: é aquele que teve seu ciclo de formação encerrado, esgotou todas as fases de sua produção. Obs.: perfeição é diferente validade => A perfeição está relacionada com o processo de formação do ato. Já validade, por sua vez, diz respeito à verificação da conformidade do ato com a lei (se seus elementos estão ou não de acordo com o ordenamento jurídico).
	
	*Ato imperfeito: é aquele que não completou o seu ciclo de formação (faltam um ou mais elementos). Ex.: quando falta a publicação, a homologação exigida por lei.
	
	* Ato pendente: é aquele que está sujeito a condição ou termo para produzir efeitos. Este fica suspenso até que ocorra a condição ou o termo
	
	* Ato consumado: é aquele que já exauriu ou produziu todos os seus efeitos. Ele se torna definitivo.
	Quanto à validade
	*Ato válido: é aquele que obedeceu todas as formalidades legais (seus elementos estão de acordo com o ordenamento jurídico).
	
	*Ato Nulo: é aquele que nasce com vício insanável. Os atos nulos podem ser invalidados pela administração ou pelo Judiciário, e o critério para a anulação é a ilegalidade;
	
	* Ato revogável é aquele que nasce conforme a lei (sem vícios), mas que, por um fato novo, fica inconveniente.
	
	* Ato inexistente: é aquele que possui apenas aparência de manifestação de vontade da Administração Pública, mas que não chegou a se aperfeiçoar como ato administrativo. São atos inexistentes aqueles que se originaram de quem usurpou a função pública ou aqueles cujos objetos são manifestamente impossíveis, como por exemplo, a ordem para a prática de um crime.
	Quanto à eficácia
	* Ato eficaz: é aquele que já está disponível para a produção de seus efeitos próprios; a produção de efeitos não depende de evento posterior, como uma condição (suspensiva), um termo (inicial) ou um ato de controle (aprovação, ratificação, visto)
	
	* ato ineficaz: é aplicável a qualquer ato que não tenha possibilidade efetiva de produzir efeitos atuais. Todo ato imperfeito é ineficaz. Ex.: ato revogado é ineficaz a a partir da sua revogação.
	Quanto natureza da atividade
	* Ato de administração ativa: os que visam a criar, produzir, uma utilidade pública, constituindo situações jurídicas. Ex.: autorizações, licenças, nomeações.
	
	* ato de administração controladora ou atos de controle: os que visam a impedir ou permitir a produção ou eficácia de atos de administração ativa mediante exame prévio ou posterior da conveniência deles. Ex.: homologação, aprovações prévias.
	
	* ato de administração verificadora: os que visam a apurar ou documentar a preexistência de uma situação de fato ou de direito. Ex: atos de acertamento na Itália *verificar se o agente está ou não doente para obter licença)
	
	* ato de administração contenciosa: os que visam a julgar, em um procedimento contraditório, certas situações. Ex.: julgamento de agentes em processo administrativo disciplinar
	Quanto à função da vontade administrativa
	* Ato negociais ou negócios jurídicos: os que a vontade administrativa é de direito, preordenada à obtenção de um resultado jurídico, sendo ela que cria imediatamente os efeitos jurídicos, embora dentro dos quadros legais. Ex.: a admissão de alguém ao gozo de um serviço público
	
	* ato puros: os que correspondem a simples manifestações de conhecimento (ex: certidão), ou de desejo (voto órgão colegial), nos quais os efeitos jurídicos descendem diretamente da lei.
II.6) Espécies atos administrativos: 
	Referências:
	* Diogenes Gasparini – Direito Administrativo – 13ª. edição – Ed. Saraiva – pags. 135 a 139
	* Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo – Direito Administrativo Descomplicado – 22ª. edição – Editora Método – pgs. 506 a 518
	* Alexandre Mazza, Manual de Direito Administrativo, 3a. Edição. Editora saraiva - pgs. 243 a 248
Também existe grande divergência doutrinária, assim, abordaremos as seguintes enumerações das espécies de atos administrativos com intuito de apenas dar um norte sobre tal assunto.
	ATOS NORMATIVOS => contém determinações gerais e abstratas. Tais atos não têm destinatários determinado, incidem sobre todos os fatos em situações que se enquadrem nas hipóteses que abstratamente preveem.
	Exemplos:
	Decretos e Regulamentos => são atos administrativos, em regra, gerais e abstratos, privativos Chefe Executivo e expedidos para dar fiel execução à lei. Ato emanado do Poder Público, com força obrigatória, que se destina a assegurar ou promover a ordem política, social, jurídica e administrativa. 
	Instruções Normativa => são de competência dos Ministros praticados para viabilizar a execução de leis e outros atos normativos.
	Regimento => decorrente do poder hierárquico, são atos administrativos praticados para disciplinar o funcionamento interno dos órgãos colegiados e casas legislativas.
	Resoluções => atos administrativos inferiores ao decreto e regulamentos expedidos por Ministros de Estado, Presidente de Tribunais, casas legislativas e órgãos colegiados, versando sobre matéria de interesse interno dos respectivos órgãos.
	Deliberações => são atos normativos de órgãos colegiados.
	ATOS ORDINÁRIOS => são atos administrativos internos, endereçados aos servidores públicos, que veiculam determinações concernentes ao adequado desempenho de suas funções. Tem fundamento no poder hierárquico e somente vinculam os servidores subordinados.
	Exemplos:
	Instrução => expedida pelo superior hierárquico e destinados aos seus subordinados (ordens escrita e gerais)
	Circulares => atos escritos de determinado serviço público voltado a servidores que desempenham tarefas em situações especiais(não são gerais)
	Avisos => atos exclusivos de Ministros de Estado para regramento de temas de competência interna do Ministério.
	Portaria => atos internos que iniciam sindicâncias, processos administrativos ou promovem designação de servidores para cargos secundários.
	Ordens de Serviço => são determinações específicos dirigidas aos responsáveis por obras e serviços governamentais autorizando seu início, permitindo contratação de agentes, etc.
	Ofícios => são convites ou comunicações escritas dirigidas a servidoressubordinados ou particulares sobre assunto administrativo de ordem social.
	Despacho => são decisões de autoridade pública manifestadas por escrito em documento ou processo sob sua responsabilidade.
	ATOS NEGOCIAIS => são editados em situações nos quais o ordenamento jurídico exige que o ordenamento jurídico exige que o particular obtenha a anuência prévia da administração pública para realizar determinada atividade de interesse dele, ou exercer determinado direito.
	Exemplos:
	Admissão => é o ato administrativo pelo qual a Administração Pública faculta o ingresso de administrado em estabelecimento governamental, desde que tenha atendido as exigências legais para o desfrute de um serviço público. O direito à admissão nasce do atendimento dos pressupostos legais, que são vinculados para o próprio poder que o estabelece. Ex.: admissão de alguém serviço público.
	Permissão => é o ato administrativo, vinculado ou discricionário, segundo o qual a Administração Pública outorga a alguém o direito de prestar um serviço público ou de usar em caráter privativo, um bem público. Ex.: ato que transfere a certo particular a execução dos serviços de transporte coletivo.
	Autorização => é o ato administrativo discricionário mediante o qual a Administração Público outorga a alguém o direito de realizar certa atividade material que sem ela lhe seria vedada. Ex.: captação de água de rio poluído.
	Aprovação => é ao to administrativo discricionário mediante o qual a Administração Pública faculta a prática de certo ato jurídico ou concorda com o já praticado para lhe dar eficácia se conveniente e oportuno.
	Homologação => é o ato administrativo vinculado pelo qual a Administração Pública concorda com o ato jurídico praticado, se conforme com os requisitos legitimadores de sua edição. Ex.: ato do Tribunal de Contas da União que as concessões iniciais de aposentadoria, reforma e pensões outorgadas pelo executivo Federal para lhes dar eficácia.
	Licença => é o ato administrativo vinculado por causa do qual a Administração Pública outorga a alguém, que para isso se interesse, o direito de realizar certa atividade material que sem ela lhe seria vedada, desde que satisfeitas as exigências legais. Ex.: alvará de construção, de funcionamento, etc.
	Concessão => é o ato administrativo discricionário ou vinculado, mediante o qual a Administração Pública outorga aos administrados um status, uma honraria ou ainda, faculta-lhe o exercício de uma atividade material. Ex.: a concessão da cidadania brasileira (status), a concessão de uma comenda (honraria), a concessão de lavra (exploração atividade material).
	Dispensa => é a liberação de alguém que se achava obrigado a um dado comportamento, à vista da ocorrência de determinada circunstância. Se o comportamento lhe foi imposto por lei, somente lei pode ocorrer a liberação. Ex.: ato que libera, numa tomada de preços, a apresentação de certos documentos.
	Adjudicação => atribui a alguém certo direto. Ex.: licitação
	Revogação => é o ato administrativo que retira parcial ou totalmente, um ato administrativo válido e eficaz do ordenamento jurídico por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os efeitos por ele já produzido. Ex.: a revogação da permissão de uso de bem público.
	ATOS ENUNCIATIVOS => atos de conteúdo declaratório.
	Exemplos:
	Parecer técnico => Manifestação de órgãos ou entidades sobre assuntos submetidos à sua consideração. É um ato administrativo usado com mais frequência por conselhos, comissões, assessorias e equivalentes. 
	Apostila => Documento que complementa um ato oficial, em geral ligado à vida funcional dos servidores públicos, fixando vantagens pecuniárias, retificando ou alterando nomes ou títulos. O ato deve ser publicado e registrado no assentamento funcional. É sempre assinado pelo titular do órgão expedidor. 
	Atestado => Documento em que se comprova um fato e se afirma a existência ou inexistência de uma situação de direito da qual se tenha conhecimento em favor de alguém. 
	Relatório => Documento em que se relata ao superior imediato a execução de trabalhos concernentes a determinados serviços ou a um período relativo ao exercício de cargo, função ou desempenho.
	ATOS PUNITIVOS => meios pelos quais a Administração Pública pode impor diretamente sanções a seus servidores ou aos administrativos em geral
	Exemplos:
	Multa, interdição de atividade, destruição de coisa.
	ATOS DE AJUSTE OU PACTO => são acordos celebrados pela Administração, visando à consecução de objetivos de interesse público, nas condições previstas em lei.
	Exemplos:
	Contrato => Acordo bilateral firmado por escrito entre a administração pública e particulares, vislumbrando, de um lado, o objeto do acordo, e de outro, a contraprestação correspondente (remuneração). 
	Convênio => Acordo firmado por entidades públicas, ou entre estas e organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos partícipes. 
	Termo Aditivo => Ato lavrado para complementar um ato originário - contrato ou convênio - quando verificada a necessidade de alteração de uma das condições ajustadas.
	ATOS COMPROVATÓRIOS => são aqueles que têm por finalidade comprovar dados que se encontram registrados em documentos oficiais.
	Exemplos:
	Alvará => Documento firmado por autoridade competente, certificando, autorizando ou aprovando atos ou direitos. 
	Declaração =>Documento de manifestação administrativa, declaratório da existência ou não de um direito ou de um fato.
	Ata => Documento que registra, com o máximo de fidelidade, o que se passou em uma reunião, sessão pública ou privada, congresso, encontro, convenção e outros eventos, para comprovação, inclusive legal, das discussões e resoluções havidas. A ata é lavrada por um secretário, indicado pelos membros da reunião. Sua redação obedece sempre às mesmas normas, quer se trate de instituições oficiais ou entidades particulares. Escreve-se seguidamente, sem rasuras e sem entrelinhas, evitando-se os parágrafos ou espaços em branco. 
II.7)Formas de extinção dos atos administrativos: 
Os atos administrativos, muito embora possam apresentar vícios ou, ainda, possa a Administração Pública não mais revelar interesse na sua manutenção, exige uma manifestação formal do Poder Público para que sejam retirados do mundo jurídico. Essas manifestações podem ocorrer de várias formas:
II.7.1)Formas de extinção dos atos administrativos
 
a) Cumprimento dos seus efeitos. Ex: Despacho concedendo férias. No fim das férias, o despacho se extingue.
 
b) Desaparecimento do sujeito ou do objeto do ato. Ex: O perecimento do bem leva à extinção do tombamento que sobre ele existia.
 
c) Retirada: decorre em virtude, por exemplo:
 
Caducidade
Contraposição ou derrubada
Cassação
Renúncia
Recusa
Anulação
Revogação
c.1) Caducidade: é a retirada do ato administrativo por ter sobrevindo norma superior que torna incompatível a manutenção do ato. O ato estava de acordo com a lei, mas sobreveio uma nova e ele ficou incompatível.
A caducidade configura modalidade de extinção em que ocorre a retirada por ter sobrevindo norma jurídica que tornou inadmissível situação antes permitida pelo direito e outorgada pelo ato precedente.
Não se pode confundir esta caducidade com a caducidade da concessão do serviço público, que nada mais é do que a extinção da concessão por inadimplência do concessionário.
 
c.2) Contraposição ou derrubada: é a retirada do ato administrativo pela edição de outro ato, expedido com base em competência diferente e com efeitos incompatíveis, inibindo assim a continuidade da sua eficácia. Os efeitos do primeiro ficam inibidos pelo do segundo. Ex: Efeito de demissão impede os efeitos da nomeação.
 
c.3) Cassação: é a retirada do ato administrativo por ter o seu beneficiário descumprido condição indispensável para a manutenção do ato. Ex: Cassação do alvará de funcionamento do pasteleiro por nãoatingir condições de higiene.
 A cassação é a extinção do ato administrativo pelo descumprimento, pelo particular, dos requisitos para continuar se beneficiando do ato; 
c.4) Renúncia: é a retirada do ato administrativo eficaz por seu beneficiário não mais desejar a continuidade dos seus efeitos. A renúncia só se destina aos atos ampliativos (atos que trazem privilégios). Ex: Alguém que tem uma permissão de uso de bem público não a quer mais. 
 
A renúncia é a extinção do ato administrativo feita a pedido do beneficiário do ato.
c.5) Recusa: é a retirada do ato administrativo ineficaz em decorrência do seu futuro beneficiário não desejar a produção de seus efeitos. O ato ainda não está gerando efeitos, pois depende da concordância do seu beneficiário, mas este o recusa antes que possa gerar efeitos.
 
c.6) Anulação: é a retirada do ato administrativo em decorrência da invalidade, ou seja, quando há vício de legalidade (ilegalidade) e poderá ser feita pela Administração Pública (princípio da autotutela) ou pelo Poder Judiciário. Os efeitos da anulação são “ex tunc” (retroagem à origem do ato).
 
“A Administração pode declarar a nulidade de seus próprios atos” (sumula 346 do STF). “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los por motivos e conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvadas em todos os casos, a apreciação judicial” (súmula 473 do STF). - A doutrina e a Jurisprudência têm entendido que a anulação não pode atingir terceiro de boa-fé.
 
c.7) Revogação: é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses públicos. Os efeitos da revogação são “ex nunc” (não retroagem), pois até o momento da revogação os atos eram válidos (legais).
 
A revogação só pode ser realizada pela Administração Pública, pois envolve juízo de valores (princípio da autotutela). É uma forma discricionária de retirada do ato administrativo.
Enfim, a revogação só incide sobre atos válidos (= a não ilegais) e discricionários, e tem efeito ex nunc.
Atos administrativos irrevogáveis:
 
Atos administrativos declarados como irrevogáveis pela lei;
Atos administrativos já extintos;
Atos administrativos que geraram direitos adquiridos (direito que foi definitivamente incorporado no patrimônio de alguém);
Atos administrativos vinculados.
II.7.2) Convalidação: 
É o ato jurídico que com efeitos retroativos sana vício de ato antecedente de tal modo que ele passa a ser considerado como válido desde o seu nascimento.
 
O legislador admitiu a existência da convalidação ao afirmar que “Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos quando: importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação do ato administrativo” (art. 50, VIII da Lei 9784/99).
 
Espécies de convalidação:
 
Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato.
Confirmação: É a convalidação feita por uma autoridade superior àquela que praticou o ato.
 Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro.
CAPÍTULO III – LICITAÇÃO PÚBLICA
III.1 Conceito
A licitação é um procedimento administrativo que visa assegurar igualdade de condições a todos que queiram realizar um contrato com o Poder Público. A Licitação é disciplinada por lei (Lei 8666 de 1993). Esta estabelece critérios objetivos de seleção das propostas de contratação mais vantajosas para o interesse público, assim, é um procedimento administrativo, prévio à contratação, que visa a escolher a proposta mais vantajosa para a Administração, com base em parâmetros antecipadamente definidos. 
A obrigação de licitar está consignada no art. 37, XXI, da Constituição Federal Brasileira, que fixou o procedimento como compulsório para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, ressalvados os casos especificados na legislação. 
Tal dispositivo constitucional foi regulamentado pela Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, e alterações. Esses normativos disciplinaram o assunto licitações e contratos da Administração Pública de forma conjunta com outros posteriormente fixados.
Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta devem adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto na Lei n.º 8.666/93. Por sua vez, as sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pelos entes federados, que têm a prerrogativa de editar regulamentos próprios, estão, também, sujeitas às disposições da Lei n.º 8.666/93.
Conforme art. 22, XXVII, da CF Compete privativamente à União legislar normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
III.2. Princípios Aplicáveis 
Referências:
Constituição Federal:
 “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:” 
Lei nº 8.666/93 
“Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”
 Lei nº 9.784/99 
“Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.”
Assim, podemos citar como exemplos os seguintes princípios:
Moralidade: comportamento escorreito, liso e honesto da Administração.
Economicidade - Não basta honestidade e boas intenções para validação de atos administrativos. A economicidade impõe adoção da solução mais conveniente e eficiente sob o ponto de vista da gestão dos recursos públicos.
Supremacia e Indisponibilidade do Interesse Público: visa tutelar interesses da sociedade e não os interesses particulares.
Impessoalidade: proibição de qualquer critério subjetivo, tratamento diferenciado ou preferência, durante o processo licitatório para que não seja frustrado o caráter competitivo desta.
Legalidade: disciplina a licitação como uma atividade vinculada, ou seja, prevista pela lei.
Probidade: estrita obediência às pautas de moralidade, incluindo não só a correção defensiva dos interesses de quem a promove, bem como as exigências de lealdade e boa-fé no trato com os licitantes.
Publicidade: transparência dos atos da Administração Pública.
Julgamento objetivo: vedação da utilização de qualquer critério ou fator sigiloso, subjetivo, secreto ou reservado no julgamento das propostas que possa elidir a igualdade entre os licitantes. 
Vinculação ao Instrumento Convocatório: respeito às regras ou normas estabelecidas no edital.
Sigilo das propostas: é um pressuposto de igualdade entre os licitantes. O conteúdo das propostas não é público, nem acessível até o momento previsto para sua abertura, para que nenhum concorrente se encontre em situação vantajosa em relação aos demais.
Competitividade: o procedimento de licitação deve buscar o melhor serviço pelo menor preço.
Celeridade: busca simplificar procedimentos, de rigorismos excessivos e de formalidades desnecessárias. 
Obs.:
Segundo o art. 3o da Lei n. 8.666/1993, a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomiae a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública, que será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 
E seu § 2º. estabelece que, em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: 
- produzidos no País; 
- produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
 - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.       
- produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.  .
III.3. Algumas Definições 
Nos termos da Lei n.º 8.666/93, considera-se: 
Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; 
Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente; 
Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros; 
Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios; 
Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: 
⇒ empreitada por preço global: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; 
⇒ empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; 
⇒ tarefa: quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; 
⇒ empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada;
III.4. Edital ou carta-convite
O edital é o ato convocatório da licitação e sua principal função é estabelecer as regras definidas para a realização do procedimento, as quais são de observância obrigatória, tanto pela Administração, quanto pelos licitantes. Nas sábias palavras de MEIRELES (2005), o edital “é a lei interna da licitação”.
O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.
III.5. Tipos de Licitação 
São critérios utilizados para o julgamento do procedimento licitatório. A Lei n.º 8.666/93 estabeleceu os seguintes tipos de licitação:
III.6. Modalidades de Licitação - Art. 22, §§ 5o, 1°, 3" e 2°, da Lei 8.666/1993
Concorrência: exige requisitos de habilitação (exigidos no edital), na fase inicial, comprovados documentalmente. Esta modalidade ocorre quando se trata de concessão de direito real de uso, de obras ou serviços públicos – de engenharia ou não -, na compra e venda de imóveis (bens públicos), licitações internacionais. 
Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
Tomada de preços: é a espécie que necessita de um certificado do registro cadastral (CRC), ou seja, necessita comprovar os requisitos para participar da licitação até o terceiro dia anterior ao término do período de proposta.
Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
Convite: não requer publicação de edital. Trata-se de uma contratação mais célere. Os interessados sejam cadastrados ou não, são escolhidos e convidados em número mínimo de três licitantes. Os demais interessados que não forem convidados, poderão comparecer e demonstrar interesse com vinte e quatro horas de antecedência à apresentação das propostas.
Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
Concurso: ocorrerá a escolha de trabalho científico, artístico, ou técnico com prêmio ou remuneração aos vencedores, conforme o edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de quarenta e cinco dias. A escolha do vencedor será feita por uma comissão julgadora especializada na área.
Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
Leilão: A modalidade de licitação denominada Leilão não se confunde com o leilão mencionado no Código de Processo Civil. Esta espécie licitatória versa sobre a venda de bens inservíveis para a Administração Pública, de mercadorias legalmente apreendidas, de bens penhorados (dados em penhor – direito real constituído ao bem) e de imóveis adquiridos pela Administração por dação em pagamento ou por medida judicial.
Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
Obs.: 
- A Lei 8666/93 em seu art. 23 define os limites de valores para as seguintes obras/modalidades:
I - para obras e serviços de engenharia:   
     
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);       
 c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);   
    
 II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:  
    
 a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);         
 b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);        
 c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).        
III-7 Modalidade de Licitação - Lei 10.520 /2002
Pregão: Apesar da Lei Licitatória n.º 8.666/93, vedar a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação delas, a medida provisória n.º 2.182-18/2001, instituiu, no âmbito da União, uma nova modalidade denominada Pregão. Só que a referida lei vedava a criação de outras modalidades de licitação, salvo se introduzidas por outra norma geral. Foi aí que a Lei 10.520, de 17/07/2002, converteu a medida provisória em norma geral, determinando também a sua aplicação aos Estados, Distrito Federal e Municípios, o que acabou por dispensar estas entidades de editarem leis próprias sobre a matéria.
O pregão é a modalidade de licitação para aquisiçãode bens e serviços comuns em que a disputa pelo fornecimento é feita em sessão pública, por meio de propostas e lances, para classificação e habilitação do licitante com a proposta de menor preço. 
A definição da proposta mais vantajosa para a Administração é feita por meio de proposta de preço escrita e, após, disputa por lances verbais. Após os lances, ainda pode haver a negociação direta com o pregoeiro, no intuito da diminuição do valor ofertado.
O que caracteriza os bens e serviços comuns é sua padronização, ou seja, a possibilidade de substituição de uns por outros, mantendo-se o mesmo padrão de qualidade e eficiência. Isto afasta, os serviços de Engenharia e todos aqueles que devam ser objeto de licitação nas modalidades de melhor técnica ou de técnica e preço, pois no Pregão o que é levado em consideração é o fator preço e não o fator técnico.
Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital por meio de especificações usuais no mercado, tais como peças de reposição de equipamentos, mobiliário padronizado, bens de consumo, combustíveis e material de escritório, bem assim serviços de limpeza, vigilância, conservação, locação e manutenção de equipamentos, agenciamento de viagem, vale-refeição, digitação, transporte, seguro-saúde, entre outros.
A definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, afastando-se as especificações irrelevantes e desnecessárias.
O Pregão Eletrônico é uma modalidade de licitação fundamentada nos termos da Lei Estadual 14.167 de 10/01/2002 e regulamentada pelo Decreto 42.416 de 13/03/2002, visando a aquisição de bens e serviços comuns por meio da utilização de recursos de Tecnologia da Informação, ou seja, por meio de comunicação pela Internet.
O pregão, na forma eletrônica, será conduzido pelo órgão ou entidade promotora da licitação, com apoio técnico e operacional da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que atuará como provedor do sistema eletrônico para os órgãos integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG. (http://www.comprasgovernamentais.gov.br/)
III.8. Dispensa e Inexigibilidade Licitação
a) DISPENSA DE LICITAÇÃO
Existem, entretanto, determinadas hipóteses em que, legitimamente, tais contratos são celebrados diretamente com a Administração Pública, sem a realização da licitação. Há duas situações distintas em que tal se verifica: a inexigibilidade de licitação ou sua dispensa.
Nos casos em que a lei autoriza a não realização da licitação diz-se ser ela dispensável. José dos Santos Carvalho Filho ensina que a licitação dispensável tem previsão no artigo 24 da Lei 8666/93, e indica as hipóteses em que a licitação seria juridicamente viável, embora a lei dispense o administrador de realizá-la.
Já no que se refere às hipóteses de inexigibilidade, a licitação é inviável, ou seja, impossível de ser realizada, tendo em vista fatores que impedem a competitividade. Neste sentido, preleciona a doutrina pátria:
A diferença básica entre as duas hipóteses está no fato de que, na dispensa, há possibilidade de competição que justifique a licitação; de modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na competência discricionária da Administração. Nos casos de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; a licitação é, portanto, inviável. 
“A dispensa de licitação caracteriza-se pela circunstância de que, em tese, poderia o procedimento ser realizado, mas que, pela particularidade do caso, decidiu o legislador não torná-lo obrigatório. Diversamente ocorre na inexigibilidade, porque aqui sequer é viável a realização do certame” 
Art. 24.  É dispensável a licitação: 
 I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente
 II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;          
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; 
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;        
 IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;       
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídicade direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;         
 XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;       
 XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;       
 XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.       
XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; 
 XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. 
 XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.
 XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.  
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.  
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. 
 XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. 
 XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. 
 XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. 
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. 
 XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado
§ 1o  Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. 
 § 2o  O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS.  
§ 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica. 
 § 4o Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do  art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput. 
Destaque-se que optando a Administração pela dispensa da licitação, deverá a mesma justificar os motivos para tanto, devendo explicitar justificativas para a sua discricionariedade. Em atendimento ao interesse público, a fundamentação deve ser pormenorizada, demonstrando de forma indubitável os motivos que levaram o administrador a utilizar do seu juízo de oportunidade e conveniência.
Ademais, impende dizer que nos casos de dispensa da licitação deve a Administração demonstrar as vantagens obtidas com esta opção, bem como justificar o preço, vez que este deve ser compatível com o de mercado.
b) INEXIGILIDADE DE LICITAÇÃO
No concernente à inexigibilidade, por seu turno, a Lei n° 8.666/93 estabelece hipóteses nas quais, se configuradas, impõe-se a obrigatoriedade de contratação direta da Administração Pública com o particular, haja vista a realização do procedimento licitatório ser materialmente impossível. Com efeito, o artigo 25 do referido diploma legal faz exemplificações de hipóteses de inexigibilidade:
“Art. 25.   É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.”
Comentando o dispositivo legal em pauta, Jessé Torres Pereira Júnior[ afirma que, em havendo dúvida sobre se determinado caso enquadra-se em algum dos incisos de inexigibilidade, deverá a Administração capitulá-lo desde que segura quanto à impossibilidade de competição.
Concernente à hipótese trazida pelo artigo 25, inciso I da Lei n° 8.666/93, o mesmo é destinado aos casos de aquisição de materiais, equipamentos e gêneros que contenha somente um produtor, empresa ou representante comercial, impossibilitando, deste modo, a competição. Por outro lado, restando algum indício de que existem no mercado condições de competição para os produtos, em observância ao princípio constitucional da obrigatoriedade da licitação, não há que se falar em inexigibilidade de licitação.
Importa ressaltar que, quanto à configuração da exclusividade do fornecimento, esta não se limita à pessoa do fornecedor, mas, inclusive, ao próprio objeto a ser contratado, devendo este, à exclusão de qualquer outro, ser o único capaz de atender às necessidades da Administração. 
Ademais, a configuração da existência de fornecedor exclusivo, a ensejar inexigibilidade de licitação, cinge-se aos critérios de ordem territorial, considerando a modalidade licitatória a ser adotada.
No tangente ao âmbito dessa exclusividade, ressalte-se a conceituação exposta pelo professor Diógenes Gasparini:
“A exclusividade pode ser absoluta ou relativa. É absoluta quando no país só há um fornecedor ou um único agente (produtor, empresa ou representante comercial) para prover os interesses da Administração Pública. Esse é o fornecedor exclusivo. ... É relativa quando no país há mais de um fornecedor, empresa ou representante comercial, mas na praça considerada há apenas um. A exclusividade, nesses casos, está relacionada com a praça comercial considerada. ... A exclusividade absoluta torna, de pronto, inexigível a licitação. O mesmo não ocorre com a relativa. Nesta a licitação será exigível ou inexigível conforme exista ou não, na praça considerada, fornecedor, empresa ou representante comercial exclusivo.”
 O mestre Hely Lopes Meirelles, explicando com notória clareza o conceito de exclusividade absoluta e relativa com parâmetro nas modalidades de licitação:
“Para a Administração a exclusividade do produtor é absoluta e afasta sumariamente a licitação em qualquer de suas modalidades, mas a do vendedor e a do representante comercial é na praça, tratando-se de convite; no registro cadastral, no caso de tomada de preços; no país, na hipótese de concorrência. Considera-se, portanto, vendedor ou representante comercial exclusivo, para efeito de convite, o que é único na localidade; para tomada de preço, o que é único no registro cadastral; para concorrência, o que é único no país”.
 Impende salientar que a lei veda que o administrador se valha de preferência de marca, pois, se assim fosse, não raras vezes estaria extirpada qualquer possibilidade de competição.  Esse entendimento é corroborado por Marçal Justen Filho:
“A vedação à preferência por uma marca deve ser interpretada em termos. A opção por determinada marca poderia suprimir, de modo injustificado, a viabilidade de competição. Assim, se produtos de origem (e marca) distintas puderem satisfazer ao interesse público, a Administração deverá promover a licitação entre os produtores, empresas ou representantes comerciais exclusivos. Mas é válida a opção por produtos de determinada marca quando existir fundamento para tanto.” 
III.9. Anulação e Revogação de Licitação
A licitação, como todo ato administrativo, é suscetível de anulação e de revogação. A competência para anular ou revogar é, em princípio, da autoridade superior que autorizou ou determinou a licitação, mas se tratando de ilegalidade no julgamento, a comissão que proferiu poderá anulá-lo no recurso próprio, ao reexaminar sua decisão ou pelo Poder Judiciário.
A anulação da licitação, por se basear em ilegalidade no seu procedimento, pode ser feita em qualquer fase e a qualquer tempo, antes da assinatura do contrato, desde que a administração ou o judiciário verifique e aponte a infringência à lei ou ao edital. É essencial que seja claramente demonstrada a ilegalidade.
Revogação é o desfazimento dos efeitos de uma licitação já concluída, por motivos administrativos ou por razão de interesse público decorrente de fato superveniente, devidamente comprovado.
Ambos os institutos da revogação e da anulação estão previstos no artigo 49 da Lei nº 8.666/93. A revogação da licitação se justifica quando esta decorre de fato superveniente devidamente comprovado, e de motivação, pertinentes e suficientes para justificar tal conduta. A anulação da licitação ocorre de forma obrigatória quando constatada ilegalidade nesta, onde, a administração pública pode agir de ofício ou mediante provocação de terceiros interessados, via parecer escrito e fundamentado. 
§ 1o  A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
O caso ressalvado no parágrafo acima trata-se da hipótese da ilegalidade ser imputável à própria Administração, onde esta deverá ela mesma promover a responsabilidade de quem lhe deu causa. 
§ 2o  A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
O Parágrafo acima dispõe que a nulidade induz àquela postulada nos contratos, ficando a Administração obrigada a indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável. 
§ 3o  No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 4o  O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação. 
Assim, a revogação da licitação assenta em motivos de oportunidade e conveniência administrativa. Por essa razão, ao contrário da anulação, que pode ser decretada pelo judiciário, a revogação é privativa da administração.
O licitante vencedor não pode impedir a revogação, mas pode exigir a indicação dos motivos pela administração. Não havendo os motivos, poderá obter judicialmente a anulação do ato revocatório.
CAPÍTULO IV – CONTRATO ADMINISTRATIVO
IV.1. INTRODUÇÃO (HUEVERTTON)
As relações jurídicas que estabelecem direito e obrigações, ajustadas pela Administração Pública com um particular, pessoa física ou jurídica, decorrem essencialmente de atos unilaterais e de atos plurilaterais. Os primeiros são, quase sempre, atos administrativos, a exemplo da permissão de uso de bem público. Os segundos são contratos.
A expressão contratos da Administração é utilizada, em sentido amplo, para abranger todos os contratos celebrados pela Administração Pública, seja sob regime de direito público, seja sob regime de direito privado. 
Já a expressão contrato administrativo é reservada para designar tão somente os ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de direitopúblico.
IV.2. DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS (ANA PAULA) 
a) Doutrinadores que nega a existência de contrato administrativo => argumentam que o contrato administrativo não observa o princípio da igualdade entre as partes, o da autonomia da vontade e o da força obrigatória das convenções, caracterizadores de todos os contratos. Essa posição foi adotada, no direito brasileiro, entre outros, por Osvaldo Aranha Bandeira de Mello (2007, p.684).
b) Doutrinadores que, em sentido totalmente oposto, acha que todos os contratos celebrados pela Administração são contratos administrativos => entendem que todo contrato celebrado pela Administração é contrato administrativo; o que não existe é contrato de direito privado, porque em todos os acordos de que participa a Administração Pública há sempre a interferência do regime jurídico administrativo; quanto à competência, à forma, ao procedimento, à finalidade, aplica-se sempre o direito público e não o direito privado. Essa posição foi adotada, no direito brasileiro, por José Roberto Dromi (1977, p.16-18).
c) Doutrinadores que aceita a existência dos contratos administrativos, como espécie do gênero contrato, com regime jurídico de direito público, derrogatório e exorbitante do direito comum => é a adotada pela maioria dos doutrinadores brasileiros, visto que, admitem a existência de contratos administrativos, com características próprias que os distinguem do contrato de direito privado. 
IV.3. Critérios distinguir contrato administrativo do contrato particular (KÍVIA)
a) critério subjetivo => no contrato administrativo a Administração age como poder público, com poder de Império na relação jurídica contratual; não agindo nessa qualidade, o contrato será de direito privado.
b) critério objeto => o contrato administrativo tem sempre por objeto a organização e o funcionamento dos serviços públicos; se tiver por conteúdo a prestação de atividade privada, será contrato de direito civil.
c) critério finalidade pública => todavia este critério é muito criticado/contestado, sob a alegação de que a Administração, mesmo agindo sob regime jurídico privado, tem que agir com esse objetivo, sob pena de incidir em desvio de poder.
d) critério do procedimento de contratação => alguns entende que é o procedimento que caracteriza o contrato administrativo, o que também não corresponde à verdade porque existem algumas formalidades que são exigidas, não pela natureza do contrato, mas pela presença da Administração e pela finalidade pública que ela tem que atender; é o caso da licitação, da forma, da motivação, da publicidade.
e) critério da presença de cláusulas exorbitantes do direito comum => há aqueles para os quais o contrato administrativo se caracteriza pela presença de cláusulas exorbitantes do direito comum, assim chamadas porque estão fora da órbita do direito comum e cuja finalidade é a de assegurar a posição de supremacia da Administração em relação ao particular (serão analisadas posteriormente)
IV.4. Disciplina legislativa: as normas gerais (MILLEYDE)
O art. 22, XXVII da CF/1988 atribuiu à União competência legislativa privativa para editar normas gerais sobre licitação e contratação administrativa em todas as suas modalidades. 
No exercício dessa competência, a União produziu a Lei 8.666/1993. 
Posteriormente, houve a Lei 12.462/2011, que instituiu o regime Diferenciado de Contratações Públicas.
Outros diplomas federais veiculam normas gerais sobre temas administrativos específicos. Merecem destaque: Leis 8.987/1995 (sobre concessões e permissões de serviço público) e 11.079/2004 (sobre parcerias público-privadas).
IV.5. Conceito (ELIER)
Contrato administrativo é todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que há um acordo de vontade para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas.
Subordinam-se ao regime do contrato administrativo imposto pela Lei n° 8.666/93, além dos órgãos da Administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente, pela União, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios (artigo 1°, parágrafo único).
Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
IV.6. Objeto (APOLONIO)
Prescreve o art. 38, caput da Lei de Licitações e Contratos da Administração Pública que o procedimento da licitação será iniciado com a abertura do processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo, entre outras indicações, a descrição sucinta de seus objeto. 
O objeto da licitação será o objeto do contrato, seu consequente lógico. O objeto do contrato é a obra, o serviço, a compra ou a alienação desejados pela Administração Pública e sobre o qual as partes contratantes fixam os respectivos direitos e obrigações. O objeto também pode estar indicado em certo processo de dispensa ou inexigibilidade de licitação e deve ser possível, lícito e suscetível de apreciação econômica. Possível é o objeto de execução materialmente viável e que não esteja condenado pelo Direito; caso contrário tem-se um objeto impossível. No primeiro caso tem-se uma impossibilidade física; no segundo, uma inviabilidade legal. 
Assim, é materialmente inviável, como objeto contratual, a instalação de antena transmissora de sinais de TV em Marte. É, em tese, legalmente impossível, como objeto contratual, a venda de bem imóvel de uso comum do povo. O objeto do contrato há de ser lícito, ou seja, há de conformar-se com a moralidade administrativa, a ordem pública e os bons costumes. A concessão de uso de bem público para o plantio de maconha não terá, pelo menos em princípio, esses atributos. Esse objeto não será lícito.As cláusulas do contrato devem estabelecer o objeto e seus elementos característicos. Conhecido o objeto, diga-se que os seus elementos característicos são os traços que o identificam com precisão e impedem que seja confundido com outro semelhante. 
IV.7. As partes contratantes (KLISMÃ)
Nos contratos administrativos são partes, de um lado, a Administração Pública, chamada de contratante e, de outro, o particular, denominado de contratado. 
A Administração Pública, como contratante, tanto pode ser uma Administração Direta como uma Administração Indireta, desde que prestadora de serviço público. O particular como contratado, pode ser pessoa física ou jurídica. As partes precisam estar, para celebrar o contrato, devidamente representadas. A representação cabe a quem a lei atribui tal competência. Em se tratando da Administração Pública, a representação, por exemplo, da União ou do Município é do respectivo Chefe do Executivo. Cuidando-se de empresa governamental, a representação é de alguém de sua direção (diretor, superintendente), consoante dispuserem seus atos constitutivos. Essas competências podem ser delegadas. 
Quando se tratar de empresa privada, a atribuição é a do sócio ou diretor designado no contrato social ou diretor designado no contrato social ou de quem for especialmente indicado para tanto. Ademais, tais representantes precisam estar muitas vezes, autorizados por lei ou por órgão de deliberação da empresa privada (conselho deliberativo, assembleia geral). Qualquer irregularidade nesse particular pode levar à invalidação do contrato.
IV.8. Características (CAROLAINE e GIRLEANE)
Como negócio jurídico que exige a participação do Poder Público, o contrato administrativo deve sempre buscar a proteção de um interesse coletivo, o que justifica a aplicação do regime público e um tratamento diferenciado para a Administração. 
Maria Sylvia aponta as seguintes características:
• presença da administração Pública como Poder Público;
• finalidade pública;
• obediência à forma prescrita em lei;• procedimento legal;
• natureza de contrato de adesão;
• natureza intuitu personae;
• presença de cláusulas exorbitantes;
• mutabilidade.
PRESENÇA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA COMO PODER PÚBLICO
Nos contratos administrativos, a Administração aparece com uma série de prerrogativas que garantem a sua posição de supremacia sobre o particular; elas vêm expressas precisamente por meio das chamadas cláusulas exorbitantes ou de privilégios ou de prerrogativas.
FINALIDADE PÚBLICA
Esta característica está presente em todos os atos e contratos da Administração Pública, ainda que regidos pelo direito privado. Nos contratos administrativos predomina o interesse público.
OBEDIÊNCIA À FORMA PRESCRITA EM LEI
Para os contratos celebrados pela Administração, encontram-se na lei inúmeras normas referentes à forma; esta é essencial, não só em benefício do interessado, como da própria Administração, para fins de controle da legalidade.Além de outras leis esparsas, referentes a contratos específicos, a Lei nº 8.666/93 estabelece uma série de normas referentes ao aspecto formal.
PROCEDIMENTO LEGAL
A lei estabelece determinados procedimentos obrigatórios para a celebração de contratos e que podem varias de uma modalidade para outra, compreendendo medidas como autorização legislativa, avaliação, motivação, autorização pela autoridade competente, indicação de recursos orçamentários e licitação. A própria Constituição federal contém algumas exigências quanto ao procedimento; o artigo 37, XXI, exige licitação para os contratos de obras, serviços, compras e alienações, e o artigo 175, para a concessão de serviços públicos.
CONTRATO DE ADESÃO
Todas as cláusulas dos contratos administrativos são fixadas unilateralmente pela Administração. Costuma-se dizer que, pelo instrumento convocatório da licitação, o poder público faz uma oferta a todos os interessados, fixando as condições em que pretende contratar; a apresentação de propostas pelos licitantes equivale à aceitação da oferta feita pela Administração. Mesmo quando o contrato não é precedido de licitação, é a Administração que estabelece, previamente, as cláusulas contratuais, vinculada que está á às leis, regulamentos e ao princípio da indisponibilidade do interesse público.
NATUREZA INTUITU PERSONAE
Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado, apuradas no procedimento da licitação. A execução do contrato deve ser levada a termo pela mesma pessoa que se obrigou perante a Administração. A lei nº 8.666/93, no artigo 78, inciso VI, veda a subcontratação, total ou parcial, do seu objeto, a associação do contratado a outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial; essas medidas somente são possíveis se expressamente previstas no edital da licitação e no contrato.
PRESENÇA DAS CLÁUSULAS EXORBITANTES
São cláusulas exorbitantes aquelas que não seriam comuns ou que seriam ilícitas em contrato celebrado entre particulares (será analisado no próximo item)
MUTABILIDADE
Um dos traços característicos do contrato administrativo é a sua mutabilidade, que, segundo muitos doutrinadores, decorre de determinadas cláusulas exorbitantes, ou seja, das que conferem à Administração o poder de unilateralmente, alterar as cláusulas regulamentares ou rescindir o contrato antes do prazo estabelecido, por motivo de interesse público. A mutabilidade pode decorrer também de outras circunstâncias, que dão margem à aplicação das teorias do fato do príncipe e da imprevisão A doutrina aponta três tipos de áleas ou riscos que o particular enfrenta quando contrato com a Administração Pública:
- Uma decorrente do poder de alteração unilateral do contrato administrativo, para atendimento do interesse público; por ela responde a Administração, incumbindo lhe a obrigação de restabelecer o equilíbrio voluntariamente rompido;
- A outra corresponde ao chamado fato do príncipe, que seria um ato de autoridade, não diretamente relacionado com o contrato, mas que repercute indiretamente sobre ele; nesse caso, a Administração também responde pelo restabelecimento do equilíbrio rompido;
- A terceira constitui o fato da Administração, entendido como toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda, agrava ou impede a sua execução. Além dessas características, os contratos administrativos devem ser precedidos de licitação, somente inexigível ou dispensável nos casos expressamente previstos na lei.
 IV.9. Cláusulas exorbitantes (art. 58 da Lei 8.666/93) (BARBARA)
Os Contratos Administrativos possuem cláusulas que, em uma relação de contrato no Direito Privado não seriam possíveis, pois permite que a Administração adquira privilégios, com garantia de várias prerrogativas.
Estas prerrogativas recebem o nome de cláusulas exorbitantes, presentes nos contratos administrativos e, segundo Maria Sylvia Zanella de Pietro (2001, p.256) é decorrente da sua posição de supremacia.
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2001, p. 256): São cláusulas exorbitantes aquelas que não seriam comuns ou que seriam ilícitas em contrato celebrado entre particulares, por conferirem prerrogativas a uma das partes (a Administração) em relação à outra; elas colocam a Administração em posição de supremacia sobre o contratado.
Se as cláusulas exorbitantes existissem entre contratos feitos entre particulares (seria nula, devido a estabelecerem desigualdades entre os contratantes, uma das partes obteria mais privilégios que a outra.
De acordo com Helly Lopes Meirelles (2008, p. 203): Cláusulas exorbitantes são, pois, as que excedem do Direito Comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao contratado. As cláusulas exorbitantes não seriam lícitas num contrato privado, porque desigualariam as partes na execução do avençado; mas são absolutamente válidas no contrato administrativo, uma vez que decorrem da lei ou dos princípios que regem a atividade administrativa e visam a estabelecer prerrogativas em favor de uma das partes, para o perfeito atendimento do interesse público, que se sobrepõe sempre aos interesses particulares. 
Caso a Administração Pública faça parte do contrato celebrado, estas cláusulas deverão conter no mesmo, garantindo o interesse público, sobressaindo-se ao particular, fazendo valer o Princípio da Supremacia do Interesse Público.
Estão previstas no art. 58 da Lei 8.666/93:
Art. 58.  O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
Ex.: Assim, caso a Administração contrate a compra de 1.000 carteiras escolares e, logo em seguida à assinatura do contrato, verifique que será necessária a entrega de mais 200 carteiras, o contratado, de um lado, terá o dever de aceitar essa alteração contratual, para atender ao interesse público, e, de outro lado, terá direito ao reequilíbrio econômico- -financeiro, recebendo quantia adicional referentes às carteiras a mais que terá de entregar. 
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
IV.10. Direitos do contratado (FÁBIO)
Como que para compensar o exercício desses deveres-poderes a legislação tem estabelecido algumas medidas administrativas e judiciais que prestigiam o contratado.
Certamente, contra os eventuais abusos cometidos pela Administração Pública, o contratado pode lançar mão dos recursos administrativos

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