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DIREITO PENAL DA NEGLIGÊNCIA 
São os estudos sobre crime culposos. 
 
SÍNDROME DE LONDRES 
Os reféns passam a discutir, discordar do comportamento dos 
sequestradores gerando uma antipatia que, muitas vezes, lhes poderá ser 
fatais. A situação onde uma vítima atua de forma de que o tomador de 
reféns irá mata-la. Quando o refém resmunga demais e acaba morto por 
exemplo. 
 
CRIME EM CURTO-CIRCUITO OU CRIME DE ÍMPETO 
É a conduta típica praticada sem planejamento, de forma súbita, repentina. 
Conclui que crime em curto-circuito é sinônimo de crime de ímpeto, o qual é 
cometido de forma impensada, impulsiva, sem premeditação. Ex: homicídio 
praticado sob forte emoção (art. 121, §§1º e 3º do cp). 
 
CRIME COM SUJEITO PASSIVO EM MASSA 
Crime com sujeito passivo em massa é aquele realizado contra sujeitos 
indeterminados, o que evidencia que a polaridade passiva é formada por 
uma massa de pessoas, que não podem ser identificadas. Assim, crime com 
sujeito passivo em massa é aquele praticado contra sujeitos 
indeterminados. 
 
CRIME DE RESULTADO CORTADO 
O crime de resultado cortado nada mais é do que o crime formal, cujo seu 
resultado se dá sem que aja uma alteração no mundo fenomênico. Ou seja, 
crime de resultado cortado, portanto é sinônimo de crime formal. Um 
exemplo é a extorsão mediante sequestro, tipificada no artigo 159 do cp. 
 
CRIME MUTILADO DE DOIS ATOS 
Os delitos mutilados de dois atos (ou vários atos) são aqueles nos quais o 
autor quer alcançar, após ter realizado o tipo, o resultado que fica fora dele 
e que depende de um ato próprio, seu. Pode ser ilustrado com o exemplo 
do crime de moeda falsa do artigo 289 do cp. 
 
CITAÇÃO CIRCUNDUCTA 
Citação circunducta = ilegal, ilícita, nula. Ou seja, é a citação inválida, 
desprovida de validade e eficácia (por circunducto ou circunduto 
compreende-se o ato nulo ou ineficaz, ou seja, que não se realizou de 
acordo com a regra). 
 
CONSTITUIÇÃO CESARISTA 
É a constituição em que a participação popular restringe-se a ratificar a 
vontade do detentor do poder. Segundo a palavra professor marcelo 
novelino são: "as constituições outorgadas submetidas a plebiscito ou 
referendo na tentativa de aparentarem legitimidade são denominadas de 
constituições cesaristas. 
 
CONTRATO VACA-PAPEL 
O contrato "vaca-papel" é denominação comum dos contratos celebrados 
entre parcerias pecuárias e, utilizado para encobrir a ocorrência real de 
mútuo feneratício, ou seja, é um contrato simulado de parceria pecuária, 
que tem a finalidade de esconder um mútuo usuário puro simples, como 
outras vezes representa o preço pelo qual foi concretizado um negócio. 
 
DIREITO PENAL SUBTERRÂNEO 
Direito penal subterrâneo, que nada mais é do que o exercício arbitrário da 
lei pelos agentes da administração pública, por meio do cometimento dos 
mais variados delitos, como sequestro, tortura, execuções sumárias, etc. 
Para nilo batista, o direito positivo e o direito penal subterrâneo devem ser 
vistos em sua globalidade, em seu conjunto, com vistas à formação do 
direito positivo futuro. Conclui que o direito penal subterrâneo se traduz no 
tratamento arbitrário direcionado ao réu e ao preso pela administração 
pública, violando seus direitos fundamentais. 
 
EFEITO PRODRÔMICO NO PROCESSO PENAL 
Efeito prodrômico processo penal se vincula com a vedação da reformatio in 
pejus indireta, ou seja, quando só o réu apela, sua situação não pode ser 
agravada na nova decisão, nem mesmo em se tratando de júri. Na seara 
penal, efeito prodrômico diz-se daquele efeito da sentença, ainda que 
proferida por juiz incompetente, que limita o teto da pena aplicada em caso 
de reforma da decisão decorrente de recurso exclusivo do acusado - o 
princípio da "non reformatio in pejus". 
 
ESTOURO DE URNA 
Consiste na impossibilidade de se formar o conselho de sentença no 
plenário do júri por não se alcançar o número de jurados necessários para a 
sessão de julgamento que são sete jurados. Para evitar a ocorrência do 
estouro de urna, a lei nº 11.689/08 aumentou o número de jurados dentre 
os alistados de 21 (vinte e um) para 25 (vinte e cinco), a lei ainda 
determina, que, se a causa se der por impedimento, suspeição, 
incompatibilidade, dispensa ou recusa, o julgamento deverá ser adiado para 
o primeiro dia desimpedido, após sorteados os suplentes. 
 
FAMÍLIA EUDEMONISTA 
A família eudemonista é um conceito moderno que se refere à família que 
busca a realização plena de seus membros, caracterizando-se pela 
comunhão de afeto recíproco, a consideração e o respeito mútuos entre os 
membros que a compõe, independente do vínculo biológico. Ex. Republica 
estudantil. 
O eudemonismo ou eudaimonismo (do grego eudaimonia, "felicidade") é 
uma doutrina segundo a qual a felicidade é o objetivo da vida humana. A 
felicidade não se opõe à razão, mas é a sua finalidade natural. O 
eudemonismo era a posição sustentada por todos os filósofos da 
antiguidade, apesar das diferenças acerca da concepção de felicidade de 
cada um deles. Segundo aristóteles: "a felicidade é um princípio; é para 
alcançá-la que realizamos todos os outros atos; ela é exatamente o gênio 
de nossas motivações.”. 
 
FETICHIZAÇÃO DO DISCURSO JURÍDICO 
A constituição federal de 1988 instituiu um estado democrático, destinado a 
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a 
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como 
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, 
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e 
internacional, com a solução pacífica das controvérsias (trecho do 
preâmbulo da magna carta). Considerando o acima exposto, a atual visão 
do direito exige a compreensão da correlação intrínseca da justiça com a 
ética, a dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais. O direito, 
servindo aos princípios que embasam a constituição, deve ser analisado de 
forma mais ampla, não podendo se restringir à literalidade do texto da lei. 
Risso para dizer que a "fetichização" do discurso jurídico se baseia no 
entendimento contrário, ou seja, "(...) Através do discurso dogmático, a lei 
passa a ser vista como sendo uma lei em si, abstraída das condições (de 
produção) que a engendraram, como se sua condição de lei fosse uma 
propriedade "natural". Consequentemente, completando o mesmo 
sercovich, o discurso dogmático se transforma em uma imagem, na 
tentativa (ilusória) de expressar a realidade social de forma imediata. No 
fundo, o discurso jurídico transforma-se em um "texto sem sujeito", para 
usar a terminologia de pierre legendre" (streck, lenio luis. Hermenêutica 
jurídica e(m) crise:uma exploração hermenêutica da construção do 
direito. 5ª edição. Porto alegre: livraria do advogado, 2004, p.95), 
construindo um direito descompromissado com a ética e com a justiça 
social. Noutros dizeres, a "fetichização" do discurso jurídico reproduz 
uma visão do direito excessivamente preocupado com a pureza, a 
forma e o aspecto técnico do saber jurídico em dissonância com a 
ideia de que os textos legais devem ser interpretados sob a óptica 
instrumental de transformação social. R para o autor henrique garbellini 
carnio, os meios para se conseguir efetivar uma realidade produtiva 
na dogmática jurídica foram produzidos por: "viehweg com a tópica, tércio 
sampaio ferraz junior com a zetética, chaim perelman com a nova retórica, 
boaventura de sousa santos com a novíssima retórica, a fenomenologia 
heideggeriana e a hermenêutica filosófica de hansgeorg gadamer, habermascom a epistemologia crítico-dialética e com a teoria do consenso da verdade 
e enrique dussel com a filosofia da libertação”. Fonte: carnio, henrique 
garbellini. A crise da dogmática jurídica na fetichização do discurso. 
 
TEORIA DOS TESTÍCULOS DESPEDAÇADOS 
Afirma que quando a polícia persegue insistentemente o pequeno criminoso, 
este vai delinquir em outro lugar. Seria também uma forma de 
discriminação racial, pois perseguiriam principalmente os jovens 
pertencentes às minorias étnicas. 
 
INCONSTITUCIONALIDADE CHAPADA 
Trata-se de expressão de origem portuguesa, utilizada pelo ministro 
sepúlveda pertence, e que significa aquela inconstitucionalidade clara, 
óbvia, flagrante. 
A título de exemplo, discute-se a possibilidade de o judiciário analisar os 
requisitos formais da medida provisória, quais sejam a relevância e a 
urgência. O stf, por sua vez, já explanou entendimento de que referido ato 
normativo deve ser objeto de controle, no tocante aos seus pressupostos 
constitucionais, pelo executivo e pelo legislativo. Contudo, de acordo com a 
mesma corte, excepcionalmente, ou seja, quando a inconstitucionalidade 
for flagrante e objetiva e, nos dizeres do ministro sepúlveda pertence, 
quando a inconstitucionalidade for chapada, o judiciário poderá analisar tais 
pressupostos. 
 
 
INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO 
A inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração ocorre quando a 
declaração de inconstitucionalidade de uma norma impugnada se estende 
aos dispositivos normativos que apresentam com ela uma relação de 
conexão ou de interdependência. 
 
RESPONSABILIDADE PENAL POR RICOCHETE 
A teoria do ricochete distingue a responsabilidade penal em subjetiva e 
objetiva da pessoa jurídica, conforme a identificação da autoria delituosa: 
A) será subjetiva quando ocorrer condutas comissivas - por ação - pelas 
quais poderá identificar o agente delituoso: deverá o juiz examinar a 
culpabilidade da pessoa natural, acusada da autoria delitiva, para 
responsabilizar a pessoa jurídica pela coautoria criminosa; 
B) será objetiva quando ocorrer condutas omissivas culposas ou omissivas 
materiais, quando não se consiga identificar o agente delituoso: a pessoa 
jurídica será responsabilizada criminalmente sem o exame da culpabilidade 
da pessoa natural, por não ser identificada a autoria do crime. 
 
SENTENÇA AUTOFÁGICA 
A sentença autofágica ou de efeito autofágico é aquela em que o juiz 
reconhece o crime e a culpabilidade do réu, mas julga extinta a punibilidade 
concreta. Stj súmula nº 18 - perdão judicial - efeitos da condenação à 
sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da 
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. 
 
A SÍNDROME DE INEFETIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
Refere-se, basicamente, às hipóteses em que existindo norma constitucional 
de eficácia limitada o poder público ou órgão administrativo que deva 
regulamentá-la, se não o faz, surgindo assim, portanto a omissão legal ou 
administrativa a qual deve ser rechaçada através de duas ações 
constitucionalmente previstas, que são a ação direita de 
inconstitucionalidade por omissão (adin por omissão) ou o mandado de 
injunção. 
 
TEORIA CIVILISTA OU IMANENTISTA DA AÇÃO 
Defendida pelo ilustre friedrich carl von savigny, teoria segundo a qual “não 
há ação sem direito; não há direito sem ação; a ação segue a natureza do 
direito.” (pág. 266). Foi esta a primeira teoria a tentar explicar o direito 
material e o direito de ação. Para essa teoria, "a ação é imanente (aderida) 
ao direito material controvertido, de forma que a jurisdição só pode ser 
acionada se houver o direito postulado. Ou seja, a ação seria o próprio 
direito material violado em estado de reação". Tal teoria, portanto, 
pressupõe que o direito material e o direito de ação são a mesma coisa, em 
outras palavras, o direito de ação seria imanente (inerente) ao direito 
material, como resposta à sua violação. Porém, tal teoria não foi capaz de 
explicar casos como da ação meramente declaratória, em que não há 
violação de direito material e tudo que o autor deseja é a declaração de um 
direito ou uma situação para que seja oficializado. E.g: divórcio consensual, 
onde sequer há processo. Ainda encontrou dificuldades para explicar a ação 
declaratória negativa, onde o autor pede que seja emitida uma sentença 
que negue relação jurídica ocorrida entre ele e o pólo passivo, teoria de 
adolph wach. 
 
TEORIA DAS "JANELAS QUEBRADAS" 
Um exemplo que vale a pena conhecer: 
Em três anos, o número de delitos em nova iorque foi reduzido à metade. O 
índice de homicídios é o menor dos últimos 30 anos. Para isso, foi utilizada 
a teoria das janelas quebradas: resolver os problemas enquanto ainda são 
pequenos. 
Dois criminologistas da universidade de harvard, james wilson e george 
kelling, publicaram a teoria das "janelas quebradas" em the atlantic, em 
março de 1982. A teoria baseia-se num experimento realizado por philip 
zimbardo, psicólogo da universidade de stanford, com um automóvel 
deixado em um bairro de classe alta de palo alto (califórnia). Durante a 
primeira semana de teste, o carro não foi danificado. Porém, após o 
pesquisador quebrar uma das janelas, o carro foi completamente 
destroçado e roubado por grupos vândalos, em poucas horas. 
De acordo com os autores, caso se quebre uma janela de um edifício e não 
haja imediato conserto, logo todas as outras serão quebradas. Algo 
semelhante ocorre com a delinquência. 
A teoria começou a ser aplicada em boston, onde kelling, assessor da polícia 
local, recebeu a incumbência de reduzir a criminalidade no metrô - um 
problema que afastava muitos passageiros, gerando um prejuízo de milhões 
de dólares. Contudo, o programa não chegou a ser concluído por causa de 
uma redução orçamentária. 
Em 1990, kelling e wilson bratton, foram destinados a nova iorque e 
começaram a trabalhar novamente. O metrô foi o primeiro laboratório para 
provar que, se "arrumassem as janelas quebradas", a delinquência seria 
reduzida. A polícia começou a combater os delitos menores. 
Aqueles que entravam sem pagar urinavam ou ingeriam bebidas alcoólicas 
em público, mendigavam de forma agressiva ou que pichavam as paredes e 
trens eram detidos, fichados e interrogados. As pichações eram apagadas 
na hora, e os "artistas" não podiam admirá-las por muito tempo. 
Após vários meses de campanha, a delinquência no metrô foi reduzida em 
75% e continuou caindo de ano para ano. Após o sucesso no metrô e nos 
parques, foram aplicados os mesmos princípios em outros lugares e em 
outras cidades. Não se afirma que os resultados obtidos sejam exclusivos 
destas medidas, mas a experiência de nova iorque repercutiu em todo o 
país. 
 
TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE 
O que é a "teoria da tipicidade conglobante"? De acordo com a teoria acima 
aludida, o fato típico pressupõe que a conduta esteja proibida pelo 
ordenamento jurídico como um todo, globalmente considerado. Assim, 
quando algum ramo do direito, civil, trabalhista, administrativo, processual 
ou qualquer outro, permitir o comportamento, o fato será considerado 
atípico. O direito é um só e deve ser considerado como um todo, um bloco 
monolítico, não importando sua esfera (a ordem é conglobante). Seria 
contraditório autorizar a prática de uma conduta por considerá-la lícita e, ao 
mesmo tempo, descrevê-la em um tipo como crime. Ora, como, por 
exemplo, o direito civil pode consentir e o direito penal definir como crime 
uma mesma ação, se o ordenamento jurídico é um só. O direito não pode 
dizer: “pratique boxe, mas os socos que você derestão definidos como 
crime”. Se o fato é permitido expressamente, não pode ser típico. Com isso, 
o exercício regular do direito deixa de ser causa de exclusão da ilicitude 
para transformar-se em excludente de tipicidade, pois, se o fato é um 
direito, não pode estar descrito como infração penal. Se eu tenho o direito 
de cortar os galhos da árvore do vizinho que invadem meu quintal, de usar 
o desforço imediato para a defesa da propriedade, se o médico tem o direito 
de cortar o paciente para fazer a operação, como tais condutas podem estar 
ao mesmo tempo definidas como crime? 
A tipicidade, portanto, exige para a ocorrência do fato típico: (a) a 
correspondência formal entre o que está escrito no tipo e o que foi 
praticado pelo agente no caso concreto (tipicidade legal ou formal) + (b) 
que a conduta seja anormal, ou seja, violadora da norma, entendida esta 
como o ordenamento jurídico como um todo, ou seja, o civil, o 
administrativo, o trabalhista etc. 
 
(TIPICIDADE CONGLOBANTE) RESUMO: 
Pode-se, assim, afirmar que a tipicidade legal consiste apenas no 
enquadramento formal da conduta no tipo, o que é insuficiente para a 
existência do fato típico. A tipicidade conglobante exige que a conduta 
seja anormal perante o ordenamento como um todo. 
O nome tipicidade conglobante decorre da necessidade de que a conduta 
seja contrária ao ordenamento jurídico em geral (conglobado) e não apenas 
ao ordenamento penal. 
 
VALORAÇÃO PARALELA NA ESFERA DO PROFANO 
Podemos dizer que o profano aquele não conhecedor da ciência do direito, 
cujas concepções do que seja legal e ilegal são diretamente influenciadas 
pela classe social, pelos valores morais e culturais, pela crença religiosa etc. 
Tal indivíduo desconhece a ilicitude de alguns tipos normativos, podendo vir 
a praticar fato típico, ilícito, mas não culpável. A esse comportamento 
denominamos de valoração paralela na esfera do profano. Conclui que 
valoração paralela na esfera do profano seria a valoração feita pelo juiz a 
respeito da configuração ou não de erro de proibição no caso concreto, ou 
seja, deve o juiz analisar se a percepção equivocada do agente sobre a 
licitude da sua conduta se deu em virtude do meio em que vive. 
 
TEORIA DA CEGUEIRA DELIBERADA 
Trata-se de um critério de identificação de condutas dolosas eventuais que 
tem por parâmetro uma situação de cegueira deliberada em que se coloca o 
agente a fim de não visualizar uma conduta ilícita que acaba por lhe 
alcançar juridicamente, vindo a obter, em virtude desta condição, 
determinada vantagem. A definição do informativo 677 do stf é, 
literalmente, a situação “em que o agente fingiria não perceber determinada 
situação de ilicitude para, a partir daí, alcançar a vantagem prometida” 
 
ESTUPRO BILATERAL 
Seria a situação em que dois indivíduos menores de 14 anos praticam, 
deliberadamente, atos sexuais, o que caracterizaria estupro de um contra o 
outro. 
 
SÍNDROME DE ESTOCOLMO 
Trata-se de estado psicológico em que a vítima de sequestro cria laços de 
afinidade com o criminoso. 
 
DIREITO PENAL DEMAGOGO 
É um direito penal que quer fazer políticas publicas, esquecendo-se da 
necessária intervenção mínima. Rogério Sanches fala da incriminação da 
mendicância. 
 
TEORIA CIBERNÉTICA 
Essa teoria leva em conta o controle da vontade, presente tanto nos crimes 
dolosos quanto culposos. Buscava compatibilizar o finalismo penal com os 
crimes culposos. 
Apenas intentava, com a nova denominação, abranger o conceito de 
direção, posto que a ação cibernética compreenderia, claramente, o dolo e a 
culpa, e suas finalidades juridicamente relevantes. 
Destarte, por ter sido consagrada no âmbito jurídico e mostrar-se mais 
pertinente ao estudo do direito penal, manteve-se a denominação finalismo 
penal. 
 
ANTECIPAÇAO BIOCIBERNÉTICA 
A teoria finalista aceita a conduta como ação humana dirigida a um 
determinado fim. Conduta requer vontade, consciência e finalidade. Atos 
sem estes elementos não podem ser considerados condutas penalmente 
relevantes. Toda a ação humana é eivada da capacidade de ação final, ou 
seja, a capacidade de ação se limita à parte do curso causal hipotético que 
diz respeito à sua capacidade de antecipação das consequências causais. A 
possibilidade de realizar uma ação determinada requer o conhecimento (ou 
a possibilidade de conhecimento) da realização fática, o que zaffaroni 
denominou de “antecipação biocibernética”. Exemplificando, a conduta de 
efetuar o disparo de arma de fogo em direção a uma determinada pessoa 
está contaminada pela antecipação mental das consequências deste ato 
(ferimento por munição de arma de fogo). Está contida na conduta, 
também, a previsão do resultado morte da vítima. Ocorre que, caso a mãe 
da vítima venha a morrer ao ter notícia da trágica morte de seu filho, não 
podemos atribuir essa morte ao agente, uma vez que extrapolou o limite do 
curso causal hipotético, está fora do domínio do fato. 
Esta capacidade de ação final existe tanto na conduta comissiva quanto na 
omissiva, ocorre que na primeira essa possibilidade é desenvolvida, 
enquanto na segunda não o é, embora devesse ter sido. Emerge desta 
contraposição o chamado princípio da inversão – o estabelecido para a ação 
deve ser invertido para a omissão. Isso significa que em lugar de comissão, 
deve ser mencionado no caso de omissão, o não fazer o que deveria ser 
feito. Melhor explicando, a omissão finalista é não-ação com capacidade e 
dever de ação concreta. 
 
TEORIA DO CENÁRIO DA BOMBA RELÓGIO 
O cenário da bomba-relógio é um “exercício mental” hipotético destinado a 
questionar a proibição absoluta da tortura. Pode ser formulado da seguinte 
forma: “suponha que alguém envolvido em um ataque terrorista iminente, 
que matará muitas pessoas, foi capturado pelas autoridades e que só se for 
torturado revelará as informações necessárias para impedir o atentado. Ele 
deve ser torturado? De acordo com essa teoria é possível relativizar o 
direito a não tortura visando com isto evitar um mal maior, isto é, essa 
teoria norte americana "teoria do cenário da bomba relógio" vem para 
"justificar" e argumentar que todos os direitos são relativos, inclusive, esse 
de vedação à tortura. É uma teoria norte americana que fala sobre a 
relativização dos direitos fundamentais, pois esses direitos tem como uma 
de suas características a relatividade, ou seja, não são absolutos, porém 
parte da doutrina acreditam que alguns desses direitos são totalmente 
absolutos, como o caso do direito à tortura e tratamento desumano ou 
degradante, previsto no artigo 5º, inciso iii da cf. Em resumo, é teoria que 
procura legitimar os atos de tortura, colocando em causa a universalidade e 
incondicionalidade dos direitos humanos. 
 
SÍNDROME DA MULHER DE POTIFAR 
Entende-se, portanto, a síndrome da mulher de potifar, como 
figura criminológica da mulher que, sendo rejeitada, imputa falsamente - 
contra quem a rejeitou - conduta criminosa, relacionada a dignidade sexual. 
 
"THREE STRIKES LAWS" (TRÊS GOLPES) 
Inicialmente, cabe destacar que a expressão "three strikes laws" vem 
do baseball, que é um jogo bastante popular nos estados unidos. Esse jogo 
tem uma regra básica que estabelece que um rebatedor tem apenas 03 
(três) tentativas para rebater a bola, sob pena de ser eliminado do jogo. 
Cada uma das chances perdidas é chamada de "strike". Sendo assim, as leis 
denominadas "three strikes laws" punem, de forma especialmente severa, o 
criminoso condenado pela terceira vez, deixando-o, literalmente, fora do 
convívio social por um longo lapso temporal. Na verdade, o pressuposto 
dessas normas éde que esses indivíduos não seriam passíveis de 
reabilitação. 
Dessa forma, as "three strikes laws" partem da idéia de que o criminoso 
que obteve mais de 02 (duas) condenações criminais é irrecuperável e deve 
ser afastado definitivamente do convívio social ou neutralizado por um 
longo período de encarceramento (prisão perpétua com possibilidade de 
livramento condicional após o cumprimento de uma pena mínima de 25 
anos de reclusão). Sendo assim; tendo em vista a simplicidade das leis 
chamadas de "three strikes laws"; e considerando o anseio da população 
norte-americana por punições mais severas aos criminosos reincidentes, 
tais leis foram aprovadas com relativa facilidade em diversos estados norte-
americanos, entre os quais, destacam-se a califórnia (1994); arkansas, 
geórgia, maryland, montana, new jersey, new méxico, north carolina, 
pensilvânia, carolina do sul, utah, vermont, wisconsin (1995)e flórida, 
tennessee e virginia (1996). 
 
DOLO DE TERCEIRO GRAU 
A existência do dolo direto de terceiro grau pressupõe a existência do 
dolo direto de segundo grau. Exemplo: sujeito coloca uma bomba no avião 
para matar seu inimigo (1o grau), com essa conduta mata o resto da 
tripulação (2o grau) e em razão disso uma grávida que estava na tripulação 
sofre um aborto (3o grau). A doutrina fala que é uma consequência 
necessária da consequência necessária, mas diz que o agente deve ter 
consciência sobre. Na real é só mais uma classificação inútil a ser 
perguntada. Na prática ou seria concurso formal ou preterdolo. 
 
PURGED TAINT EXCEPTION" (EXCEÇÃO DA MANCHA OU NÓDOA 
REMOVIDA) 
A exceção da “nódoa removida” (“purged taint exception”) — 
estabelece que uma prova, mesmo que proveniente de prova ilegal seja 
aceita sempre que apresentar autonomia suficiente para “dissipar a nódoa, 
o que pode ocorrer, por exemplo, por um ato independente praticado de 
livre vontade, uma confissão do arguido após uma detenção ilegal, sendo a 
confissão, portanto, um ato posterior dotado de autonomia em relação a 
detenção ilegal. 
 
LAVAGEM DE DINHEIRO - PLACEMENT E SMURFING 
(sinônimos: conversão, colocação, ocultação, introdução): PLACEMENT: 
consiste no afastamento, na separação física do dinheiro dos autores dos 
crimes antecedentes sem a ocultação da identidade dos titulares. Ocorre a 
separação do dinheiro da sua fonte ilegal. SMURFING: normalmente, 
movimenta-se o dinheiro em pequenas quantias para diluir ou fracionar as 
grandes somas (denominada de técnica smurfing). Exemplo: compra de 
vários bens imóveis e investimentos no mercado imobiliário com o dinheiro 
oriundo do tráfico de drogas. 
 
AVISO DE MIRANDA E DIREITO AO SILÊNCIO 
O "aviso de miranda", como ficaram conhecidos os chamados "miranda 
rights", de origem norte-americana, se correlaciona com o direito 
fundamental do acusado a permanecer em silêncio e não produzir prova 
contra si mesmo ("nemo tenetur se detegere "). Na década de 60, no caso 
miranda versus arizona, a suprema corte americana absolveu o acusado, 
que havia sido condenado com base em confissão obtida sem que tivesse 
sido informado de seu direito a ser assistido por um advogado e 
permanecer em silêncio. A partir de então, consolidou-se o dever dos 
agentes policiais, no ato da prisão, comunicar ao acusado sobre o seu 
direito de não responder e de ser assistido por um defensor, bem como que 
tudo que disser poderá ser usado contra si. Assim, se a prova for obtida 
sem observância desse direito fundamental, será considerada ilícita, 
devendo ser desentranhada dos autos. Aviso de miranda e direito ao 
silêncio: o princípio da não autoincriminação (também chamado por 
parcela da doutrina brasileira de direito ao silêncio em sentido amplo) 
possui status supralegal (convenção americana de direitos humanos) e 
também constitucional (exatamente na interpretação macro que se confere 
ao direito ao silêncio), consoante se afere da redação dos dispositivos legais 
a seguir declinados (cadh e cf/88, respectivamente): 
Artigo 8º – garantias judiciais 
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua 
inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o 
processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes 
garantias mínimas: 
G) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a 
confessar-se culpada; 
Art. 5º todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: lxiii – o preso será informado de seus 
direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada 
a assistência da família e de advogado; 
O direito a não autoincriminação funciona como verdadeira cláusula de 
exceção ao postulado da liberdade probatória reinante no processo penal 
brasileiro, uma vez que não poderá ser superado em detrimento desta 
última. Em sua essência, podemos destacar como direito a ele correlatos 
a (1) ausência de dever de colaboração com a investigação ou instrução 
processual penal; (2) direito de não declarar contra si mesmo;(3) direito 
de não confessar e (4) direito de não falar à verdade (que se distingue do 
“direito de mentir”!). 
Analisando o texto constitucional especialmente no que se refere aos 
reflexos no sistema probatório penal, percebe-se que o artigo 5º, lxiii reza 
que o preso deve ser informado de seus direitos, consubstanciando tal 
dispositivo em verdadeiro direito fundamental de advertência (atenção 
à expressão em provas de concurso público)! 
Em relação a essa advertência, cumpre registrar que no direito norte 
americano ela é chamada de “aviso de miranda” (miranda warnings). Lá, 
o policial que efetua a prisão do cidadão tem o dever (obrigação funcional e 
requisito para o regular aprisionamento) de ler todos os direitos dele, sob 
pena de prejuízo à colheita de eventual material probatório. De acordo com 
a suprema corte dos eua, a mera ausência dessa formalidade seria 
suficiente para inquinar de vício (nulidade) as declarações exaradas pelo 
preso, mormente quanto à confissão, bem como as provas daí decorrentes 
(ou derivadas). 
Exemplo de previsão legal expressa do direito à comunicação do preso 
sobre (todos) os seus direitos está previsto na lei de prisão temporária (lei 
7.960/89), senão vejamos: 
Art. 2°§ 6° efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso 
dos direitos previstos no art. 5° da constituição federal. 
Apesar do texto constitucional somente fazer expressa referência ao direito 
do preso, prevalece o entendimento de que essa garantia magna se estende 
para qualquer cidadão em relação ao qual possam recair suspeitas da 
prática ou envolvimento em algum delito. Dessa maneira, tais pessoas terão 
sempre o direito fundamental de serem advertidas quanto aos direitos delas 
(direito a não autoincriminação e ao silêncio), sob pena de ilicitude das 
declarações por ela exaradas e das provas daí decorrentes. 
Lapidar o julgamento do stf em que se concluiu pela ilicitude de 
gravações clandestinas conversa firmada entre policiais e presos, 
sem o conhecimento dos últimos, tendo como um dos fundamentos 
exatamente a não observância do dever constitucional de 
advertência (direito ao silêncio – hc 80.949/rj). A advertência quanto 
ao nemo tenetur se detegere é de rigor! 
 
MODELO NEGATIVO DE AÇÃO 
Define a ação como a evitável não evitação do resultado na posição de 
garantidor, compreensível como omissão da contra direção mandada pelo 
ordenamento jurídico, em que o autor realiza o que não deve realizar (ação)ou não realiza o que deve realizar (omissão de ação). O fundamento do 
modelo negativo da ação é o princípio da evitabilidade do tipo de injusto. 
Esta teoria conceitua o comportamento como acessível à direção de 
vontade, definível como ‘evitável não evitação’ do resultado na posição de 
garantidor; omissão da contra direção mandada, em que o autor realiza o 
que não deve ou não realiza o que deve realizar. 
 
INFRAÇÃO BAGATELAR IMPRÓPRIA 
É a que nasce relevante para o direito penal (porque há relevante desvalor 
da conduta bem como desvalor do resultado), mas depois se verifica que a 
incidência de qualquer pena no caso concreto apresenta-se totalmente 
desnecessária (princípio da desnecessidade da pena conjugado com o 
princípio da irrelevância penal do fato). Sintetizando: o princípio da 
insignificância está para a infração bagatelar própria assim como o da 
irrelevância penal do fato está para a infração bagatelar imprópria. Cada 
princípio tem seu específico âmbito de incidência. 
O fundamento da desnecessidade da pena (leia-se: da sua dispensa) reside 
em múltiplos fatores: ínfimo desvalor da culpabilidade, ausência de 
antecedentes criminais, reparação dos danos, reconhecimento da culpa, 
colaboração com a justiça, o fato de o agente ter sido processado, o fato de 
ter sido preso ou ter ficado preso por um período etc. Tudo deve ser 
analisado pelo juiz em cada caso concreto. Lógico que todos esses fatores 
não precisam concorrer (todos) conjugadamente. Cada caso é um caso. 
Fundamental é o juiz analisar detidamente as circunstâncias do fato 
concreto (concomitantes e posteriores) assim como seu autor. 
 
TEORIA DO ESBOÇO DO RESULTADO 
Teoria do esboço do resultado - nos casos de homicídio em que a morte se 
dá em local diverso do ato praticado por circunstâncias não relacionadas ao 
crime, vale a teoria do local onde o resultado se projetou: recebe tiros em 
franco da rocha e é levada ao hc de sp onde morre, o julgamento será em 
franco da rocha. 
 
SOCIEDADE DE RISCO E DIREITO PENAL 
A sociedade de risco é uma configuração de uma nova realidade, causando 
um grande impacto na esfera penal. Com o advento dos meios tecnológicos 
e avanços científicos, ou seja, com a modernidade da sociedade 
possibilitou-se a pratica de novas condutas, que antes eram tidas como 
impossíveis. Esta sociedade é complexa, visto que os danos decorrentes 
são invisíveis, ou seja, de difícil identificação, por conseguinte há uma maior 
dificuldade para punir tais delitos. Para esta última característica é possível 
exemplificar com o atual crime de lavagem de dinheiro, pois como o 
dinheiro torna-se "lícito" é complexo identificar de onde surgiu a ilicitude. 
A sociedade de risco também é caracterizada pela propagação 
da insegurança, devido, principalmente, aos meios de comunicação e a 
reiteração e dramatização dos fatos ocorridos, ou seja, é possível verificar 
que na sociedade de risco os indivíduos experimentam mais intensidade na 
dimensão subjetiva dos riscos do que em sua dimensão objetiva. 
Os sujeitos passivos, presentes nesta sociedade acabam por reduzir o risco 
presumido e sobrevalorizam a segurança. 
Outro importante detalhe a ser mencionado é que no cenário dominado 
pelos avanços tecnológicos e científicos novos riscos são gerados, mas 
esses riscos não aparecem assim imediatamente (como nos crimes do 
direito penal clássico), eles prolongam-se no tempo. Portanto pode-se 
concluir que na área do direito penal, verifica-se uma tendência expansiva 
com aparição de novos interesses e um aumento de valores de alguns 
interesses que existiam anteriormente. A causa de surgimento desses novos 
interesses são diversos e comportam a conformação de novas realidades 
como o aparecimento de novos riscos: a institucionalização da insegurança 
a difusão da sensação de insegurança entre outros. 
A sociedade de risco é um ambiente fértil para a proliferação dos crimes 
econômicos (crimes de colarinho branco). Existe uma consciência comum 
na sociedade de que se trata de crimes praticados por pessoas ricas e 
poderosas, contudo o doutrinador sutherland nega essa ideia. Segundo ele, 
essas teorias eram insuficientes para explicar o fenômeno criminal pois as 
estatísticas não eram confiáveis, existia uma incapacidade de explicar essa 
teoria. A partir da verificação desse erro, ele procurou então uma teoria 
capaz de explicar toda essa nova criminalidade. 
Teoria da associação diferencial tanto a motivação para a pratica do ato, 
quanto o conhecimento das formas de cometimento desse ato são frutos de 
um aprendizado decorrente do processo de comunicação no interior de 
certos grupos sociais. Portanto a aprendizagem efetiva dos valores criminais 
seria o elemento comum entre todas as formas de crimes praticados por 
qualquer agente. Quando valores dominantes no grupo são propícios ao 
cometimento de uma infração, independentemente de sua classe social, se 
irá violar a lei. Portanto pode-se concluir que a definição "white collar" é 
focado nas características do agente e não do ato por ele praticado. 
Desta forma, é possível analisar uma expansão do direito penal, pois o 
direito penal clássico é usado apenas para os crimes de dano, no qual há 
uma lesão ao bem jurídico individual. A atual sociedade de risco faz emergir 
uma direito penal que tutela bens supra individuais cujos crimes prolongam-
se no tempo vindo os resultados a concretizarem-se de 
forma fragmentada e há preocupação com o perigo. Portanto pode-se 
verificar a expansão do direito penal tem como principal causa o surgimento 
de novos bens jurídicos, e aparecimento de novos riscos entre outros. A 
forma do direito penal clássico não corresponde mais a toda a realidade, a 
punição de um crime praticado de autor individual praticado contra vítima 
específica não pode ser aplicada da mesma maneira a um crime fraudulento 
por exemplo. 
Por mais que a nova criminalidade apresente características que a tornem 
dignas de tratamento penal não há como justificar a aplicação do direito 
penal clássico em condutas com as quais ele não está dialogando. 
Tal sociedade, portanto, aumenta o poder punitivo do estado, impõe leis 
mais rígidas e vê o direito penal como solução para seus problemas. 
Neste ponto é possível fazer uma crítica, devido a " ultima ratio".ou seja, 
antes o direito penal só deveria ser usado quando não fosse possível utilizar 
nenhuma outra esfera de proteção, ou quando todas já tivessem esgotadas. 
Atualmente, ele passou a ser " prima ratio", sendo utilizado em casos que a 
esfera administrativa, por exemplo, poderia resolver. Ademais, a nova 
modalidade do direito penal confronta com os principais princípios basilares 
do direito penal, como a taxatividade, a ofensividade e a culpabilidade. 
Então, por que utilizar o direito penal que necessita de tais princípios se é 
possível utilizar outro direito que não tem como base os referidos pilares? 
Houve, por conseguinte, um descrédito das outras esferas de proteção. 
Os crimes econômicos se enquadram nesta sociedade, pois provocam danos 
não-individalizáveis, irreparáveis e cuja percepção social é diferenciada. 
Não negamos a possibilidade de uma intervenção criminal mediante o 
emprego de crimes de perigo, de leis penais em branco e até uma 
flexibilização de garantias, mas deve-se colocá-la em prática de maneira 
cautelosa levando em conta o respeito à dignidade humana. 
 
OUTRO CONCEITO DE SOCIEDADE DO RISCO E DIREITO PENAL 
A sociedade do risco é expressão atribuída ao alemão ulrich beck, como 
refere silva sánchez, lembrando o penalista espanhol que tais riscos 
derivam das aplicações técnicas dos avanços na indústria, na biologia, nagenética, na energia nuclear, na informática, nas comunicações, etc. O 
crime moderno consubstancia-se pelo vazamento de usinas nucleares ou 
fábricas de produtos químicos, derramamento de petróleo ou ácidos nos rios 
e mares, vendas de objetos com defeito de fabricação, pirataria em 
geral, lavagem de dinheiro, corrupção administrativa, degradação do meio 
ambiente. De tudo isso se conclui que existe uma nova demanda de 
modelos e formas de operar o direito penal. O catálogo conceitual clássico 
desta ciência não consegue mais responder aos anseios desta sociedade de 
risco, pois o direito penal sofre um processo de adaptação e mutação para 
se enquadrar nesta nova realidade. 
Contudo, a resposta do estado tem sido a da concepção de um direito penal 
cada vez mais punitivo, preventivo e hipertrofiado. Um destes efeitos 
traduz-se na abundante utilização de tipos penais de perigo abstrato, em 
contraposição aos de lesão e perigo concreto, paradigmas do direito penal 
clássico. 
Essa técnica legislativa e político-criminal das últimas décadas, mormente 
das duas últimas, quando a sociedade global tomou consciência dos riscos e 
ameaças que caracterizam o processo de evolução da tecnologia, suscita 
não só conflitos com princípios fundamentais da ciência penal, senão 
também sérios e graves problemas de legitimação do ius puniendi, de sua 
fundamentação e de seus limites, já que a criminalização com uso do 
modelo dos tipos de perigo abstrato trata-se de flagrante antecipação da 
punição criminal. 
 
Vislumbra-se, então, que tentando dar uma solução para esta crise da 
sociedade, o direito penal é chamado “em primeira-mão”, e levado a 
trabalhar cada vez mais com os crimes de perigo abstrato, que abrangem 
em muitas vezes, situações prévias ao crime. No entanto, este alargamento 
do uso de tipos preventivos constitui-se em notória contradição aos 
princípios do direito penal liberal que primam sempre pela punição do 
resultado efetivamente lesivo ao bem jurídico tutelado. 
Nesta nova sociedade caracterizada acima como uma sociedade do risco, 
inicia-se a formação de um direito penal hipertrofiado, prevencionista e 
expansivo, sendo que este carácter de expansão explica-se pela acolhida de 
novos bens jurídicos, tais como meio ambiente, saúde pública, mercado de 
capitais, tributos, relações de consumo, pelo adiantamento das barreiras 
entre o comportamento impune e o punível e pela redução das exigências 
para a reprovabilidade da ação humana, o que se expressa na mudança de 
paradigma que vai da lesão do bem jurídico para a perigosidade da ação em 
si mesma, já que, muitas vezes, o núcleo do dano causado talvez não possa 
ser atribuído a alguém, todavia, acaba-se adoptando a postura de 
considerar tais casos como resultantes de falta de cuidado, havendo um 
incremento na tipificação dos crimes de perigo, crimes comissivos por 
omissão, não-distinção ente autoria e participação, inversão da carga de 
prova, além da substituição do modelo clássico de justiça, pela justiça 
negociada. 
Veja-se, então, que para responder a esta sociedade insegura, o direito 
penal é adaptado à ótica da sociedade do risco, recebendo uma função de 
eminente instrumento de prevenção. 
Assim, o direito penal oriundo da sociedade do risco pretende a minimização 
do risco e a produção de segurança. Trata-se da ideia de prevenção, de 
proteção dos bens jurídicos através de uma orientação pelo risco. 
 
LAVAGEM DE DINHEIRO: KNOW YOUR CUSTOMER 
Trata-se de políticas com o fulcro de conhecer o cliente (know your 
customer, ou kyc), desenvolvendo-se assim, ações de prevenção e combate 
à lavagem de dinheiro e ao terrorismo internacional. De acordo com este 
conceito, a identificação do cliente deve ser satisfatoriamente estabelecida 
antes da concretização da operação. Caso o possível cliente se recuse a 
fornecer as informações requeridas, a instituição financeira não deve aceitá-
lo como cliente. Os melhores documentos para identificação são aqueles 
cuja obtenção, de maneira lícita, seja difícil. Portanto, compete às 
instituições estabelecer um processo conheça seu cliente adequado às 
características e especificidades dos negócios que administram. Tal 
processo visa a prevenir que o cliente utilize as instituições para atividades 
ilegais ou impróprias. 
LAVAGEM: TEORIA DA EVITAÇÃO DA CONSCIÊNCIA (TEORIA DA 
CEGUEIRA DELIBERADA ) 
Em tema de lavagem de capitais, sobretudo em razão da constante 
profissionalização desta prática, deve-se admitir a teoria da cegueira 
deliberada , também chamada da evitação consciente ou das instruções do 
avestruz com o intuito de demonstrar o elemento subjetivo do delito de 
lavagem de capitais. Assim, se demonstrado que o agente possuía elevado 
grau de conhecimento da probabilidade de que os bens, direitos ou valores 
eram provenientes de infração penal e que colocou barreiras ao 
conhecimento desta ilicitude, deve responder pelo delito, pois se colocou em 
posição de indiferença em relação ao bem jurídico. Assim, quem renuncia a 
adquirir um conhecimento deve responder como se possuísse tal 
conhecimento, pois demonstra o mesmo grau de indiferença em relação ao 
bem jurídico no dolo eventual. 
Deste modo, atua dolosamente aquele que preenche o tipo objetivo 
ignorando algumas peculiaridades do caso concreto, por ter se 
colocado voluntariamente numa posição de alienação diante de situações 
suspeitas, procurando não se aprofundar no conhecimento das 
circunstâncias objetivas. (exemplo: visa a referida teoria imputar o agente o 
comportamento de lavagem de capitais a título de dolo eventual, pois 
aquele que não busca saber a origem do dinheiro assume o risco de 
praticar o delito). 
 
TEORIA DE LEVAR A SÉRIO 
A e B pretendem roubar C. Para tanto, decidem impossibilitar a resistência 
da vítima amarrando seu pescoço com um cinto de couro para que venha a 
desmaiar. Observando que haveria um grave risco de a vítima vir a óbito, 
passam a um plano alternativo que é aplicar um golpe na cabeça de c com 
um saco de areia, provocando a inconsciência da vítima. O plano é 
inviabilizado, pois o saco de areia se rompe. Os agentes, que tinham plena 
consciência do risco de morte da vítima caso executassem o plano original, 
voltam a ele e amarram o pescoço da vítima com o cinto. Ao tentar 
reanimar C, A e B verificam que o risco se produziu e o resultado morte, de 
fato, ocorreu. Discutiu-se se a conduta seria culposa ou dolosa por dolo 
eventual. O critério de resolução do caso, conhecido como teoria (ou 
critério) do levar a sério, leva a conclusão de que ao retomar o plano inicial 
os agentes assumiram o risco e não se importaram com sua ocorrência, 
conduzindo à condenação e prescindindo-se do aspecto de agrado: 
resultado: dolo eventual. 
Utiliza-se, para a diferenciação o critério de levar a sério. Assim, “se os 
autores executam o plano, apesar de levarem a sério a possibilidade do 
resultado típico, então se conformam com (ou aceitam) sua eventual 
produção, decidindo-se pela possível lesão do bem jurídico, que marca o 
dolo”. Se, no entanto, confiam na evitação do resultado representado, tem-
se mera culpa consciente. Tal diferenciação é de extrema importância para 
a tipificação dos crimes de lavagem de dinheiro, pois é o que limita sua 
aplicação quando o agente operador do ativos não tinha plena consciência 
de que estes eram oriundos de crimes antecedentes. Nestes casos, como 
não há crimes culposos expressamente previsto na lei 9.613/98, somente 
caberia o dolo eventual. Cabe, portanto, averiguar, a luz da sistemática 
brasileira, se tal aplicação é possível deste critério. 
 
TEORIA DAOBJETIVAÇÃO DA VONTADE DE EVITAÇÃO DO 
RESULTADO” - ARMIN KAUFMANN (TEORIA DA NÃO COMPROVADA 
VONTADE DE EVITAÇÃO DO RESULTADO) 
A teoria da não-comprovada vontade de evitação do resultado (também 
conhecida como teoria da objetivação da vontade de evitação do resultado), 
desenvolvida por armin kaufmann em bases finalistas, coloca o dolo 
eventual e a imprudência consciente na dependência da ativação de contra-
fatores para evitar o resultado representado como possível: imprudência 
consciente se o autor ativa contra fatores, dolo eventual se não ativa contra 
fatores para evitação do resultado. 
Segundo aníbal bruno, ela foi desenvolvida por armin kaufmann, com base 
no finalismo, e estabelece a diferença entre o dolo eventual e a culpa 
consciente verificando se teria ocorrido ou não a “ativação de contra fatores 
para evitar o resultado”. Ela exige a previsão do resultado como possível e 
a ausência de atitudes no sentido de evitá-lo. No caso da culpa consciente, 
o autor toma medidas (ativa contra fatores) no sentido de evitar o resultado 
e na hipótese do dolo eventual, esses “contra fatores” não são ativados. 
 
CLICHÊ FÔNICO 
O clichê fônico gíria utilizada pela polícia, é o chamado reconhecimento pela 
voz, é baseado nas particularidades da voz humana, seja no modo de falar, 
na pronúncia de certas consoantes e vogais, ou nos sotaques regional. De 
difícil frequência e deve-se tomar muito cuidado com tal reconhecimento. 
Por vezes, a voz humana tem alguma particular característica, seja no 
modo de falar, na pronúncia de certas consoantes, ou com forte dialeto 
regional. São elementos que podem levar ao chamado ‘clichê fônico'. O art. 
226 do cpp estatui regras específicas a respeito do reconhecimento de 
pessoa. Mutatis mutandis, sendo o caso de reconhecimento auditivo, 
cautelas não menores devem ser observadas, pois, se o olho humano está 
sujeito a equívocos, com muito maior razão o ouvido. 
 
 
TEORIA PESSOAL DA AÇÃO 
Na qual a ação é vista como manifestação de personalidade. Excluem-se, 
então, todos os fenômenos somáticos-corporais insuscetíveis de controle do 
ego e, portanto, não-dominados ou não-domináveis pela vontade humana. 
 
STALKING 
É uma forma de violência na qual o sujeito ativo invade a esfera de 
privacidade do sujeito passivo, repetindo incessantemente a mesma ação 
por maneiras e atos variados, empregando táticas e meios diversos: 
telefonemas em seu aparelho celular, residencial ou de ocupação, 
mensagens amorosas, telegramas, ramalhetes de flores, presentes não 
solicitados, assinaturas de revistas indesejáveis, mensagens em faixas 
amarradas, pregadas ou fixadas nas proximidades da residência da vítima, 
permanência na saída de sua escola ou trabalho, espera da sua passagem 
em determinado lugar, frequência constante no mesmo local de lazer, 
supermercados, lojas, etc”. 
Nessa perspectiva, faz-se oportuno destacar o escólio de damásio de jesus 
ao apontar a existência de características peculiares ao fenômeno 
do stalking, a saber: incursão na esfera de intimidade e privacidade da 
vítima; reiteração de ações; prejuízo à higidez psicológica e emocional do 
sujeito passivo; ofensa à sua idoneidade moral; modificação do seu estilo 
de vida; e imposição de limitações à liberdade de ir e vir. 
No stalking o sofrimento do perseguido é apenas um meio para que o 
perseguidor alcance seus desígnios não tolerados ou consentidos pela 
vítima, como, por exemplo, a reconciliação forçada de um relacionamento 
amoroso. 
No ordenamento jurídico pátrio, o tipo penal que mais guarda relação com 
o stalking é a contravenção penal de perturbação da tranquilidade, prevista 
no artigo 65 da lei de contravenções penais. Contudo, dependendo da 
dimensão e extensão da gravidade dos fatos, outras contravenções podem 
ser praticadas como desdobramento do iter criminis, a exemplo da 
perturbação do trabalho ou do sossego alheios , importunação ofensiva ao 
pudor e vias de fato. 
A diversidade de condutas que encerra o fenômeno de stalking, muitas 
vezes o agente se excede e passa a encetar ações mais gravosas que 
paulatinamente atingem bens juridicamente protegidos mais relevantes, o 
que pode redundar na tipificação dos crimes de constrangimento ilegal (art. 
146, cp), de ameaça (art. 147, cp), lesões corporais (art. 129, cp), dentre 
outros. Infere-se, pois, que o stalking pode acarretar consequências no 
âmbito penal e na seara cível, com o dever de indenizar o ofendido pela 
prática do ato ilícito em face do dano moral sofrido e até mesmo dano 
material. 
A violação da intimidade, o constrangimento e os males causados pelo ex-
parceiro caracteriza o que, hodiernamente, convencionou-se conceituar 
como stalking, que se encontra tipificado como contravenção penal na 
legislação extravagante. Esse tipo de assédio não se restringe às relações 
afetivas rompidas, mas pode ser encontrada no ambiente de trabalho e nos 
mais diversos locais em que haja interação social, como, por exemplo, nas 
instituições de ensino. 
 
TEORIA DA ANOMIA 
É considerada uma teoria funcional, vez que a sua análise é constituída a 
partir de fenômenos empíricos. A anomia é vislumbrada a partir do 
sentimento de esvaziamento das normas por parte de uma coletividade, 
que não mais reconhece a legitimidade do ordenamento jurídico a ela 
imposto, vez que as normas que o compõe não satisfazem as expectativas 
sociais. 
A lesão à expectativa da sociedade justifica e legitima, no ponto de vista 
dos “justiceiros”, a prática de atos ilegais que visam recuperar a ordem, 
outrora perdida. Exemplo: os linchamentos, então, induzem a 
desmistificação do crime, confirmando a ideia de que sempre haverá 
conflitos sociais. 
A partir de uma análise funcional, a anomia trata o crime como algo natural 
em uma coletividade, não como uma anomalia. Ademais, a anomia 
constitui-se a partir de um estado de desorganização. Dessa forma, o 
sentimento de esvaziamento das normas leva os indivíduos a cometerem 
crimes. No caso em tela, a insatisfação com a aplicabilidade das normas 
penais favorece o sentimento de desordem e a conseqüente atuação dos 
linchadores, que visam à efetivação da justiça. 
A teoria da anomia analisa o fato social, do individuo que, a partir da sua 
insatisfação com o modelo social se revolta e comete os atos criminosos a 
fim de encontrar sua satisfação. 
 
A TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL 
 
Formulada por edwin h. Sutherland, baseia-se na teoria da desorganização 
social acerca do comportamento criminal. Segundo sutherland, “a função 
social do crime é de mostrar as fraquezas da desorganização social. Ao 
mesmo tempo que a dor revela que o corpo vai mal, o crime revela um vício 
da estrutura social, sobretudo quando ele tende a predominar. O crime é 
um sintoma da desorganização social e pode sem dúvida ser reduzido em 
proporções consideráveis, simplesmente por uma reforma da estrutura 
social.” 
Assim, para sutherland, “a conduta criminal sistemática é conseqüência 
imediata da associação diferencial em uma determinada situação na qual 
existem conflitos culturais e, em ultima instância, uma desorganização 
social.” 
Essa teoria é uma concepção sociológica do comportamento criminal, 
mediante um processo no qual o indivíduo se torna criminoso em contato 
com outras pessoas do mesmo meio, interpretando a lei de maneira 
favorável. Outrossim, não devemos comparar esse processo ao de imitação, 
da teoria de gabriel tarde. 
Essa teoria é chamada de associação diferencial, pelo fato de que os 
princípios do processo pelo qual se desenvolve o comportamento criminoso 
são os mesmos do processo através do qual se desenvolveo 
comportamento legal, sendo uma associação com pessoas que se 
empenham no comportamento criminoso sistemático, tudo num processo de 
aprendizagem (learning process) onde a conduta criminal é algo que se 
aprende. 
 
INTERCEPTAÇÃO DE PROSPECÇÃO 
É aquela realizada por meras conjecturas para descobrir se uma pessoa 
qualquer está envolvida em alguma infração penal. A interceptação 
telefônica é um procedimento caracteristicamente ‘pós-delitual’ e não ‘pré-
delitual’” . Não existe interceptação para “sondar”, ou como geralmente se 
diz, por interceptação por prospecção, isto é, para se descobrir se uma 
pessoa está ou não envolvida em algum crime. Se houver a liberação da 
interceptação por prospecção, todos nós estaríamos sujeitos a ser 
interceptados, sem que houvesse qualquer motivo para tal, adentrando 
assim os interceptadores, na intimidade, o que seria assim, contrário ao 
estabelecido por lei. Assim, não existe interceptação telefonica pré-delitual, 
fundada em mera conjectura ou periculosidade (de uma situação ou de uma 
pessoa), não é possível interceptação telefonica para verificar se uma 
determinada pessoa, contra a qual inexiste qualquer indício, está ou não 
cometendo algum crime, é absolutamente proibida à chamada 
"interceptação de prospecção", desconectada da realização de um fato 
delituoso, sobre o qual ainda não se conta com indícios suficientes. No 
nosso ordenamento, em suma, só se admite interceptação pós-delitual, e a 
finalidade última dessa medida cautelar tem que ser uma investigação 
criminal ou instrução penal.

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