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Legislação e Ética 
Comunicação 
ÉTICA – vem grego “ethos” (“costume”, “modo de ser”, “caráter”, “hábito”, “morada”) (Sanchez, p. 14)
Algumas definições para o sentido original do termo: 
Ramo da filosofia que procura “explicar a moral efetiva”, determinando sua origem, seus efeitos, os critérios de sua escolha, enfim, as diversas razões, consequências e significados da moral = “teorização ou ciência da moral”. (Sanchez, 1993, p. 12-13) 
Para alguns, é sinônimo de moral, sendo apenas o nome que os romanos deram para o termo grego ethos. (Marcondes, p. 9)
Tradicionalmente, a ética é entendida como um estudo, uma reflexão - científica, filosófica e eventualmente até teológica - sobre os costumes ou sobre as ações. 
É a investigação a respeito das noções de bem e mal, de justo e injusto, do conjunto de valores que os homens admitem por tradição, por hábito ou pela adesão a um conjunto de crenças. 
É a ciência de princípios que fundamenta a vida moral, que determina a respeito das noções de felicidade, virtude. 
É a ciência, a teoria dos fundamentos, dos princípios, da reflexão, com resultados práticos. 
É a sistematização das bases do fato moral e a determinação das diretrizes e princípios abstratos da moralidade, de acordo com uma conceituação qualitativa de valores. 
É o ramo da filosofia que estuda as origens, as conseqüências e as causas da moral aceita por uma sociedade/indivíduo (com o objetivo implícito de investigar se tal moral está ou não trazendo/alimentando algum tipo de sofrimento/desprazer a quem a adota e aos OUTROS que de alguma forma interagem com os atos guiados por tal moral).
* Este ramo da filosofia surge em Atenas, quando Sócrates começou a utilizar método de questionar estes valores morais. Perguntas que ele fazia: O que é coragem? O que é bondade? Atenienses respondiam que são virtudes. Mas Sócrates repetia: Que é virtude? O objetivo é sair do conhecimento irrefletido, imposto por autoridades, por exemplo, para chegar à verdade, ou a outra forma de verdade, para chegar ao que é justo – daí o caráter de bem comum, de busca do que é menos nefasto para os outros, a sociedade, do sentido atual de ética. (Chauí, p. 339-340) (Valls, p. 17 ]
- Três tipos de conceitos para ética 
1) “Sentido reflexivo/filosófico” - neste sentido, a ética é vista como uma teoria, que estuda problemas teóricos, embora seu ponto de partida sejam problemas práticos do dia a dia (p. e. se fulana devia ou não fazer aborto). Ou seja, a reflexão não seria específica sobre o problema prático – aborto - mas sim, mais generalista, isto é, em vez de culminar numa resposta – princípio ético – para a ação de fulana, culminaria numa reflexão mais geral, conceitual como sobre “o que é a vida”,, a qual, logicamentente, não deixaria de influir na solução do problema prático. 
	
2) “Sentido básico ou descritivo” (seria sinônimo de moral) – “Conjunto de costumes, hábitos e práticas de um povo (…) que definem, ainda que muitas vezes de modo implícito e informal, a maneira correta ou adequada de comportamento naquela sociedade”. 
Ex.: “As pessoas desta sociedade costumam delatar os traidores, mesmo que sejam seus amigos”. 
3) “Sentido prescritivo ou normativo” – “conjunto de preceitos que estabelece e justifica valores e deveres, desde os mais genéricos, tais como as éticas cristã ou estóica, até os mais específicos, como o código de ética de uma categoria profissional”. 
Ex.: Norma - “Os interesses da pátria devem ser postos acima dos da amizade”.	
* Sentido cotidiano do termo ÉTICA, ligado ao senso comum 
Conjunto de princípios que estabelecem e justificam valores e deveres, desde os mais genéricos (como “o que é o amor) “até os mais específicos, como o código de ética de uma categoria profissional”. 
Ou
Conjunto de princípios que define o “que é certo ou errado, bom ou mau, permitido ou proibido” (o DEVER), adotados a partir da reflexão sobre a moral vigente e guiados pela busca do “bem comum”, ou seja, pela reflexão sobre as consequências boas ou más desta moral para as pessoas que com ela convivem. 
* Sentido proposto para o termo ética 
É a reflexão a respeito dos valores que sustentam as relações humanas e que forjam os princípios e orientam as ações do indivíduo em sociedade. Ou seja, refletir, questionar, já é estar no domínio da ética. 
 
 
MORAL – vem latim “mos”, “moris”, “moralis” (costumes) 
- Conjunto de normas de uma sociedade, grupo ou indivíduo que regulamenta o que é bom ou mau, adequado ou não no comportamento humano referente a atos/decisões morais, ou seja, a atos/decisões que implicam em possíveis consequências (boas ou más) a outras pessoas além da que os executa. 
• ATO ou PROBLEMA MORAL = “Problemas ou atos cuja solução/execução não concerne somente à pessoa que os propõe, mas também a outra ou a outras pessoas que sofrerão as consequências da sua decisão e da sua ação”. 
• ATO OU PROBLEMA não moral: ato cuja execução/solução não implica em consequências para outras pessoas além da que o executa. 
Ex: comer, escovar os dentes, tomar banho, amarrar os tênis etc. 
* ASSIM: 
• Valor Não Moral = qualificação atribuída a atos, objetos, referente não ao caráter bom ou mau das conseqüências que eles trarão para as pessoas envolvidas, mas a outras propriedades dos mesmos. 
EX. de valores não morais: Beleza (valor estético); Utilidade (valor prático); Caro/barato etc. 
[ “A faca é útil para o cozinheiro, a faca é de prata, cara”.] 
• Valor Moral = qualificação atribuída a atos, objetos, decisões referente às consequências boas ou más que eles trarão às pessoas que cercam aquela que os executa/utiliza.
EX. de valores morais: Justiça; Injustiça; Bondade; Maldade; Honestidade; Desonestidade; Coragem; Covardia; Amizade; Amor; Egoísmo; Ódio; Fidelidade; Piedade; Orgulho; Felicidade; Tristeza; Liberdade; Opressão; Sinceridade; Falsidade … 
[ “A forma como o assassinato foi cometido - faca - foi um ato de ódio e totalmente injusto”. ] 
ÉTICA X MORAL X DEONTOLOGIA
Ética = está mais ligada a valores, à reflexão a respeito dos princípios que orientam as ações em sociedade. A ética lida com valores, muitas vezes conflitantes, numa busca por tentar resolver as questões da existência.
Moral = mais ligada a comportamentos, mais condicionada a determinada época, momento histórico, cultura ou comunidade. 
Deontologia = vem do grego deontos, que significa o que deve ser, isto é, a cristalização provisória do mundo moral, validade pela reflexão ética em normas sociais concretas (leis, códigos etc). 
PARA REFLEXÂO: Analisar se realmente a conduta de povos que acham correto mutilação de mulheres tem a ver como ética ou com moral. . 
• Condições consideradas fundamentais para julgar uma ação como antiética 
- Liberdade: não estar submetido a poderes externos ou internos que o obriguem à ação.
EX: Um segurança ou gerente de um banco desliga o alarme porque um assaltante está com uma arma apontada para sua cabeça ou porque está mantendo sua família refém. 
- Consciência / Conhecimento: não pode ignorar “nem as circunstâncias nem as conseqüências da sua ação”. Ter capacidade e obrigação de possuir a informação que lhe seria fundamental para agir eticamente. 
EX: Uma pessoa oferece a um visita um chá com açúcar comum porque não sabia que ela era diabética. 
- Responsabilidade: ser capaz de refletir sobre a sua responsabilidade/parcela de responsabilidade ou culpa na ação, ou seja, sobre as causas e consequências de sua ação para si mesmo e para os outros. 
EX: Um cleptomaníaco, uma pessoa com determinados problemas mentais ou uma criança pode não ser responsável, em algum momento, por seus atos. 
* Faltando alguma condição = ATO AMORAL [não pode ser julgado como ético ou antiético porque indivíduo é desprovido de alguma condição fundamental para o julgamento ou para a ação ética. ] 
• QUESTÃO:
Há momentos em que o jornalista nãopossui estas condições fundamentais, podendo eximir-se do julgamento ético de suas ações? Mesmo diante de determinadas condições, é possível agir de outra forma? 
LEMBRANDO:
Classificação dos atos humanos 
- Ato não moral: atos que, em geral, não demandam uma reflexão sobre os valores morais, pois, comumente, não parecem trazer fontes de prazer/desprazer para o indivíduo isolado ou à coletividade. Ex.: situações padrão, normais, cotidianas de escovar os dentes, dormir, comer, tomar banho etc.
- Ato moral: de acordo com as normas vigentes na sociedade relacionadas aos valores morais.
- Ato imoral: em desacordo com as normas vigentes na sociedade relacionadas aos valores morais.
- Ato amoral: ato que não pode ser julgado como ético ou antiético porque indivíduo é desprovido de algum elemento fundamental para a ocorrência do ato moral. (Liberdade, Consciência / Conhecimento, Responsabilidade)
ASSIM, SE: 
Postura ética = é a reflexão sobre se moral adotada está ou não trazendo/alimentando algum tipo de sofrimento/desprazer a quem a adota e aos OUTROS que de alguma forma interagem com os atos guiados por tal moral. 
Códigos de ética = lista de normas de conduta entendidas como aquelas que devem ser seguidas, por serem julgadas como que menos trazem/alimentam algum tipo de sofrimento/desprazer a quem a adota e aos OUTROS que de alguma forma interagem com tais condutas. 
Ações éticas ou morais = aparentam ser as que menos trazem/alimentam algum tipo de sofrimento/desprazer a quem interage com elas. Nota-se que, no dia a dia, ações éticas e morais acabam sendo vistas como sinônimos e, da mesma forma, ações antiéticas ou imorais. 
Ao se pensar em ética sempre está em jogo a preocupação se as normas de conduta adotadas por alguém não estão trazendo/alimentando sofrimento/desprazer nos OUTROS que cercam este alguém.
ENTÃO: Uma matéria jornalística antiética é ato “imoral”, e não “não moral” ou “amoral”. Não pode ser classificado como “não moral” porque fazer jornalismo demanda, sim, a reflexão sobre valores morais (será que esse conteúdo jornalístico assim abordado promove ou desfavorece justiça, amizade, raiva?), e nem “amoral”, já que, no geral, os jornalistas possuem todas as condições e elementos fundamentais para que sejam sujeitos éticos, devendo, sim, primar pela ética em sua profissão. 
IMPORTANTE:
A ética se preocupa com as formas humanas de resolver as contradições entre necessidade e possibilidade, entre tempo e eternidade, entre individual e social, entre o econômico e o moral, entre o corporal e o psíquico, entre o natural e o cultural, entre inteligência e vontade, entre objetividade e subjetividade ... Essas contradições não são todas do mesmo tipo, mas brotam do fato de que o homem é um ser sintético e complexo, ou, dito mais exatamente, o homem não é o que apenas é: ele precisa torna-se um homem, realizando em sua vida a síntese das contradições que o constituem inicialmente. 
A ética sempre tentou resolver as questões da existência. Os grandes pensadores éticos sempre buscaram formulações que explicassem, a partir de alguns princípios mais universais, tanto a igualdade do gênero humano quanto as próprias variações.
 Ética existe porque existe o outro, porque o homem faz e pensa no que faz, porque somos seres de relação e isto implica sempre numa decisão, num posicionamento. Mesmo quando achamos não estar pensando em ética, estamos refletindo, estamos tomando decisões que são sempre éticas. 
Falar de ética significa falar de liberdade. Num primeiro momento, a ética nos lembra as normas e a responsabilidade. Mas não faz sentido falar de norma ou responsabilidade se não partimos do pressuposto de que o homem é realmente livre, ou pode sê-lo. Pois a norma nos diz como devemos agir. E se devemos agir de tal modo é porque (ao menos teoricamente) também podemos não agir deste modo. 
Questionar já é ético: é não aceitar como natural aquilo que, na verdade, é social, é histórico ... Quando o ser humano começa a colocar em questão, já está no domínio da ética. 
Cada período enfatiza valores diferentes. Mas, por mais que variem os enfoques filosóficos ou mesmo as condições históricas, algumas noções, ainda que bastante abstratas, permanecem firmes e consistentes na ética. Uma delas é a questão da distinção entre o bem e o mal. Agir eticamente seria agir de acordo com o bem. A maneira como se definirá este bem é um segundo problema. Mas a opção entre o bem e o mal, distinção levantada já há alguns milênios, parece continuar válida. 
Uma boa teoria ética deveria atender à pretensão de universalidade, ainda que simultaneamente fosse capaz de explicar as variações de comportamento, características das diferentes formulações culturais e históricas.
Os homens discutirão sempre sobre os atos particulares, isto é, sobre as ações concretas de cada um. Mas é importante notar que o julgamento concreto de cada ação exige e coloca em cena exatamente todos os pressupostos éticos que uma pessoa preza. A ética é, portanto, uma ciência também prática, que trata, portanto de reflexões teóricas que se expressam na prática, no cotidiano das decisões e ações, e não apenas no discurso. 
PRESSUPOSTOS PARA SE (RE)PENSAR A QUESTÃO ÉTICA
Ética e lei não são a mesma coisa. 
É preciso distinguir ética (mais ligada a valores) de moral (mais ligada a comportamentos). 
Ética não é relativa, ou seja, ética não é um “gosto”. 
Ética é uma construção, uma conquista humana. 
Ética pressupõe uma caminhada, que parte da reflexão, passa pela compreensão, pelo questionamento, pela desnaturalização (desalienação) e pela possível transformação da realidade. 
Ética pressupõe exemplo, contágio, convivência. 
Ética pressupõe liberdade, responsabilidade. 
Ética pressupõe escolha – muitas vezes entre valores conflitantes – e cobra um posicionamento do homem diante da existência. 
Valores sociais e valores individuais não devem ser necessariamente opostos. 
Ética existe porque existe o outro e porque não estamos sozinhos no mundo e que o ser humano é, por definição, um ser social. Ou seja, que ser humano = ser (indivíduo) social (sociedade/comunidade). 
_____________________________________________________________________________________________
Ser humano
 de
 SER na RELAÇÃO
 em
_____________________________________________________________________________________________ 
Ética 
valores ====== princípios ======== ações 
TEXTOS PARA SE PENSAR A QUESTÃO ÉTICA
	
A essência da liberdade
 “Quando eu vivia em um dos campos de concentração da Alemanha nazista, pude observar que alguns dos prisioneiros andavam de barraca em barraca, consolando outros, distribuindo suas últimas fatias de pão. Podem ter sido poucos, mas me ensinaram uma lição que jamais esqueci: tudo pode ser tirado de um homem, menos última de suas liberdades – escolher de que maneira vai agir diante das circunstâncias de seu destino”. 
Viktor Frankl 
	
Começando onde devia ter começado
“Quando eu era jovem e minha imaginação não tinha limites, sonhava mudar o mundo. Quando fiquei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não mudaria: então restringi um pouco minhas ambições e resolvi mudar apenas meu país. Mas o país também me parecia imutável. No ocaso da vida, em uma última de desesperada tentativa, quis mudar minha família, mas eles não se interessavam nem um pouco, dizendo que eu sempre repeti os mesmo erros. Em meu leito de morte, enfim descobri: se eu tivesse começado por corrigir meus erros e mudar a mim mesmo, meu exemplo poderia transformar minha família. O exemplo de minha família talvez contagiasse a vizinhança, e assim eu teria sido capaz de melhorar meu bairro, minha cidade, o país,e – quem sabe? – mudar o mundo”. 
Palavras escritas no túmulo de um bispo anglicano 
	O novo 
“O novo acontece mesmo contra a nossa vontade ou a de outrem. Ele irrompe para o bem e para o mal. Ele constrói, ele é vida. Quem inventar a nova política estará inventando o novo mundo. Inventar é possível, mas muito difícil. Fácil e repetir, fácil é aceitar. Fácil é seguir receitas. É se conformar. Fácil não é vencer, é ser derrotado”. 
Betinho
A ÉTICA NA HISTÓRIA 
A ética de outros tempos – O pensamento dos filósofos
1) Período grego / Ética grega – de 640 a. C. até século V
a) Período Épico Grego
 - Homens buscavam explicações para a natureza ao seu redor e para sua própria natureza nos deuses, nos mitos. 
b) Período pré-socrático
- Compreende desde o mestre da primeira escola filosófica conhecida, a Escola de Mileto, na Ásia Menor, do sábio Tales de Mileto até Sócrates. Desta época também é Pitágoras
- Os pensadores se preocuparam em determinar um princípio para a natureza sem recorrer a divindades ou artifícios, dentro da própria natureza. Mas, na tentativa de responder suas interrogações sobre a existência e sobre o cosmos, o homem ainda mistura ciência matemática com obscuros preceitos religiosos. 
c) Período Grego Clássico
- Razão universalista e unificadora = ética racionalista
- O bem é objetivo, racional e almeja a perfeição
- Ética das virtudes, em que ser virtuoso é obedecer às leis da polis grega.
- A reflexão grega neste campo surgiu como uma pesquisa sobre a natureza do bem moral, na busca de um princípio absoluto de conduta. 
- Coletividade (social/ comunidade) predomina sobre o indivíduo. 
• Sócrates / Ética socrática – racionalista 
- Para ser feliz (“felicidade da alma” = bem), o homem deve procurar ao máximo conhecer-se a si mesmo, já que “o saber fundamental [ou o sentido da existência] é o saber a respeito do homem” (ética racionalista). 
- O “certo” e a “virtude” são o “conhecimento”. O “errado” e o “vício” são a “ignorância”. Isso pressupõe que o erro não é voluntário, mas sim por falta de conhecimento, o que valoriza o papel da educação para a conduta ética. 
- Foi chamado de o fundador da moral (tida aqui como sinônimo de ética)
- Sócrates obedecia às leis da polis (cidade-estado), mas queria compreender a justiça das leis e as questionava em seus diálogos, procurando fundamentar racionalmente a validade das leis. Ele ousava perguntar se estas leis eram justas. Ele tentava compreender a justiça das leis. 
* CURIOSIDADES: 
- Não há nenhuma obra de Sócrates em nenhuma biblioteca. Há quem diga que ele foi invenção de Platão.
- Foi condenado a beber veneno, pois o conservadorismo grego não podia suportar este tipo de questionamento, uma vez que as leis existiam para serem obedecidas, não justificadas. 
• Platão / Ética platônica – idealista 
 - Para alcançar a “Idéia do Bem” (sentido da vida e consequente bem-estar almejado), o homem deve “purificar-se ou libertar-se da matéria, uma vez que as paixões, o apego, por objetos e pessoas (“necessidades corporais” ou “apetite”) não levam ao bem supremo. Para conseguir isso, o homem deve ter “prudência” (virtude que aguça a razão), ser forte ou motivado (virtude que se refere à “vontade”, ao “ânimo”, que, junto com o “apetite” e a “razão” compõem a alma), e ter “temperança”, para não se lançar às suas necessidades corporais. A virtude, portanto, é a liberação, a purificação das paixões, está em trocar os prazeres, os valores individuais, instáveis, por uma moeda que possui um valor universal, que é o pensamento. A virtude tem o sentido de elevação da alma para o conhecimento das formas eternas. Os homens deveriam procurar a contemplação das ideias, principalmente a ideia do bem. A ideia é a essência. - Platão é, portanto, um representante do idealismo. Pois considera a ideia como princípio de realidade e de ser. 
- A verdade é eterna, única, objetiva e imutável e objetiva o bem.
- O homem só se realiza na comunidade e, portanto, deve ser um bom cidadão, ou seja, ter sentido de coletividade.
- Para ser feliz o homem deveria buscar o “Sumo Bem” (Bem Supremo) que não consiste nos prazeres terrenos, mas sim, na razão, na “contemplação das idéias” e na busca / adesão ao divino (crença na imortalidade da alma, “Deus é a medida de todas as coisas”). Como o sábio exerce esta razão, ele seria aquele que mais “busca assemelhar-se a Deus” Para garantir este foco na “razão” e na “adesão ao divino”, o homem deve buscar 4 virtudes fundamentais: 1) Justiça; 2) Prudência ou sabedoria (razão); 3) Fortaleza (para resistir aos prazeres terrenos e se dedicar ao espiritual e ao conhecimento); 4) Temperança (auto-controle e equilíbrio). 
• Aristóteles / Ética aristotélica – equilíbrio / finalista 
- Ética finalista – visa os fins que devem ser alcançados para que o homem atinja a felicidade) 
- Aristóteles escreve o primeiro tratado profundo sobre o tema, “Ética a Nicômaco”, que funda as bases da ética como a conhecemos hoje. 
- Para ele, o ser não deve buscar um bem supremo, mas sim vários bens, que variam de ser para ser, bens estes como a “amizade, saúde e até alguma riqueza”. “Sem um certo conjunto de tais bens, não há felicidade humana”, mas há sim uma “escala de bens”, ou seja, “uns melhores do que outros”. Os melhores bens que o sujeito deve atingir são a “razão”, o “pensamento”, pois é ela que caracteriza, diferencia a raça humana. Ou seja, entre as partes do ser categorizadas por Aristóteles como “viver”, “sentir” e “razão”, é esta última a mais importante. 
- O melhor conhecimento que o ser humano deve atingir é sobre Deus, o motor primeiro, que move as substâncias. - Para atingir a felicidade por intermédio da razão, “Como o corpo é sujeito às paixões, a alma deve desenvolver hábitos bons [esforço voluntário], uma vez que a virtude é sempre uma força adquirida, um hábito, que não brota espontaneamente da natureza”. - O homem deve ser “prudente e sensato”. 
• Ética dos sofistas – relativista / subjevista 
- O homem não deve crer que haja “verdades e normas universalmente válidas”, deve compreender que “tudo é relativo ao sujeito” – “relativismo” ou “subjetivismo”. Ou seja, para eles, o critério de verdade – e de bem – é subjetivo. O homem é a medida de todas as coisas e a verdade depende do sentimento, da capacidade de convencimento e da argumentação (retórica). 
- São sofistas pensadores como Protágoras e Gorgius. 
• Ética dos ESTÓICOS e EPICURISTAS – conformação / apatia; prazer, mas há vários tipos de prazer e nem todos são bons 
- Estóicos - O homem deve viver da maneira mais natural possível para não correr o risco de sofrer ao desejar o que não pode ter. 
- Epicuristas - A “vida devia ser voltada para o prazer: para o sentir-se bem”.
 - “Tudo o que dá prazer é bom”, mas como, “certos prazeres em demasia fazem mal”, o homem deve exercer “uma certa economia dos prazeres, uma certa moderação ou temperança”. 
IDADE MÉDIA CRISTÃ / Ética cristã medieval – do século IV ao século XVI
- No Cristianismo, os ideais éticos se identificam com os religiosos. O homem viveria para conhecer, amar e servir a Deus, diretamente e em seus irmãos. O ideal ético, portanto, está ligado à espiritualidade, a uma vida de amor e fraternidade. 
- Ética das virtudes, mas ser virtuoso, agora, é obedecer às leis de Deus. A virtude é um dom de Deus e por Ele determinado. 
- Deus manda amar o próximo com a si mesmo, ser bondoso, caridoso, solidário, fraterno. São estes os princípios que conduzem ao bem. E o homem deve seguir os princípios de Deus para obter a salvação no outro mundo. 
- Praticamente todo “o pensamento ético que conhecemos [desta época medieval] está, portanto, todo ele ligado à religião, à interpretação da Bíblia e à teologia”. “O homem deve ter “uma vida espiritual, isto é, de acordo com o espírito, vida de amor e fraternidade”, amar uns aos outros. (Valls, p. 44-45)
• SantoAgostinho 
- Se inspira em Platão, mas cria um dualismo ainda maior ao separar corpo e alma. 
- Para ele, a verdade, como forma de perfeição, deriva da própria perfeição – Deus – embora possa se manifestar pela via das coisas imperfeitas – o homem. A verdade está em Deus e crer na existência de Deus é mais uma questão de fé. 
- O conceito mais importante em St. Agostinho é o da espiritualidade (fé e caridade).
- Para ele, a alma é eterna, espiritual e individual. 
• São Tomás de Aquino 
- Abre caminho para o Racionalismo, estabelecendo uma relação entre fé e entendimento (razão), pois, para ele, a existência de Deus pode ser comprovada racionalmente. Para São Tomás de Aquino, é impossível não existir Deus (motor primeiro). 
* PARA SABER
- A sociedade muda suas condições econômico-sociais, com o aparecimento especificamente da “propriedade privada” e da “divisão de classes”. Isso se deu com “o aumento geral da produtividade do trabalho (em conseqüência do desenvolvimento da criação de gado, da agricultura e dos trabalhos manuais), bem como o aparecimento de novas forças de trabalho (pela transformação dos prisioneiros de guerra em escravos). Isso porque tais cenários levaram à formação de um excedente de produção (bens), que permitiu com que a distribuição dos bens fosse desigual (quem tinha mais dinheiro comprava mais) e ainda porque a sociedade passou a ser dividida por dois grandes grupos: primeiro o dos “homens livres” e o dos “escravos”. Depois, o da aristocracia e dos servos. 
- Assim, nas sociedades medievais (Idade Média / Trevas-Obscurantismo), havia duas morais/éticas. A ética na Sociedade Escravagista era dividida em “Moral/ética dos homens livres” e “Moral/Ética dos escravos”. E na Sociedade Feudal, dividia-se em “Moral/ética da aristocracia” e “Moral/Ética dos servos”.
• Sociedade escravagista
 “Existiam duas morais: uma, dominante, dos homens livres – a única considerada como verdadeira -; e outra, dos escravos”, que só rejeitava aquela na medida em que os escravos iam adquirindo consciência de sua liberdade ou do seu direito a ela. 
	Moral dos homens livres - acatada pelos grandes filósofos da época como Aristóteles, Sócrates e Platão. Aristóteles, por exemplo, dizia que a distinção entre homens livres e escravos é “natural”, “justa” e “útil”: 
- O homem deve se conformar com sua condição de escravo, já que esta divisão – homens livres e escravos – é algo “natural”, “útil” e “justo”. 
- O homem deve entender como virtudes mais importantes as “virtudes cívicas” (políticas, ligadas ao coletivo), ou seja, a “fidelidade e amor à pátria, valor na guerra, dedicação aos negócios públicos acima dos particulares etc.”. 
	Moral dos escravos: 
- O homem deve ter “espírito de sacrifício, solidariedade, disciplina, lealdade aos chefes” para conseguir ganhar as insurreições fundamentais para a conquista da liberdade. 
• Sociedade feudal 
Nos séculos V-VI predomina uma “sociedade feudal” / “feudalismo”, com a divisão da sociedade em “senhores feudais”, “servos” e “homens livres” (que viviam nas cidades atuando como artesãos, comerciantes). A hierarquia era bem estratificada: um senhor subordina-se a outro, todos estes, ao rei ou imperador, e a sociedade como um todo à Igreja-Deus. Dada esta complexidade, havia uma “pluralidade de códigos morais” . 
Moral dominante – da “aristocracia feudal” (a classe social dominante) 
- “Um nobre devia exaltar o ócio, a guerra, desprezar o trabalho físico e “tinha o dever de exercitar-se nas virtudes cavalheirescas: montar a cavalo, nadar, atirar flechas, esgrimir, jogar xadrez” e tinha até mesmo o “‘direito de pernada’”, ou seja, de dormir com a futura esposa de um servo, violentá-la e até mesmo impedir o casamento. 
Moral dos servos 
- O homem deve ter amor ao trabalho, “solidariedade com os companheiros da mesma sorte” e acreditar que a vida feliz não está aqui na terra e sim após a morte, junto a Deus, portanto, devem cultivar uma vida religiosa. ]
________________________________________________________________________________________________________________________
Transição para a Modernidade 
Renascimento – entre os séculos XV e XVIII
A história da ética complica-se a partir do Renascimento, um período de transição para a Modernidade. Período de grandes conflitos intelectuais e políticos (entre platônicos e aristotélicos; entre humanistas ateus e humanistas cristãos; entre a Igreja e o Estado; entre academias leigas e universidades religiosas; entre concepções geocêntricas e heliocêntricas) e momento de indefinição teórica, com os renascentistas não tendo ainda encontrado modos de pensar, conceitos e discussões que tivessem abandonado definitivamente o terreno das polêmicas medievais. 
Novos problemas são apresentados ao indivíduo e à sociedade a partir, em especial, do século XVII. A indefinição e os conflitos teriam feita da Renascença um período de crise. Crise da consciência, com a descoberta do universo infinito. Crise religiosa, com a Reforma Protestante, que abala a ideia de unidade européia como unidade político-religiosa, criando uma infinidade de interpretações par a Sagrada Escritura. Crise política, com a queda do Sacro Império Romano destroçado pelos reinos modernos independentes e pelas cidades burguesas do capitalismo em expansão. O resultado desta onda de crises é uma atitude polêmica perante a tradição e um a espécie de ceticismo filosófico. 
Com o desenvolvimento cada vez maior de ciências como a Medicina, a Astronomia, novas teorias sobre a natureza humana, a sociedade, a política, a teologia, passa-se a considerar que os fenômenos naturais podem e devem ser explicados por eles mesmos, sem recorrer à contínua intervenção divina e sem submetê-los a dogmas cristãos. Surge o chamado Humanismo (que é a extrema valorização da capacidade da razão humana para conhecer e transformar a realidade, a confiança na ciência e na prática em oposição ao saber contemplativo), que se desenvolve durante a Renascença. Em contraposição à perspectiva medieval, que tinha Deus como centro do conhecimento e da política, os humanistas procuram organizar o saber, a moral e a política tomando como centro o homem racional. 
Com o desenvolvimento do Renascimento, a chegada da Idade Moderna, o advento da imprensa, o re-estudo do mundo antigo, a difusão da cultura (da Idade Média, quase todos os letrados ou simplesmente alfabetizados eram do clero), o enriquecimento de uma nova classe (a burguesia) e o fortalecimento dos Estados nacionais, surgem, naturalmente, novos estudos da moral, tanto sobre os aspectos individuais quanto sobre os sociais e estatais. 
A burguesia, que começava a crescer e a impor-se em busca de uma hegemonia, acentua outros aspectos da ética: o ideal seria viver de acordo com a própria liberdade pessoal. As mudanças de normas nas relações entre pessoas e nações conduzem a reformulações radicais das teorias éticas. Surgem diversos sistemas que, mesmo apoiando-se em noções tradicionais, aspiravam mudar as bases da reflexão ético-filosófica, introduzindo a noção de sentimento moral, de vida moral. É nesta fase que surgem as grandes obras de Maquiavel, Rosseau, Spinoza e Kant. O que a ética desenvolve principalmente é a preocupação com a autonomia moral do indivíduo, que procura agir de acordo com sua razão. 
3) MODERNIDADE / ÉTica moderna – entre séculos XVI e XIX
- O contexto deste período é o da Revolução Científica (século XVII), da Revolução Francesa (século XVIII), da Revolução Industrial (séculos XVII e XVIII), que irão instaurar novos paradigmas e conceitos como o racionalismo, o cientificismo e o capitalismo. 
- A Modernidade se firma na esteira do Iluminismo (da Luzes, do homem iluminado por sua razão e sua ciência) e é marcada por um movimento filosófico que muda os critérios de conhecimento. Deixa de lado a fé e abraça a razão. O homem crê que não precisa de intermediários como a Igreja para atingir o conhecimento de sie do mundo. Ou seja, ao separar o conhecimento da religião, no século XVIII, o Iluminismo inaugurou uma releitura da ética, estabelecendo criticas que voltaram a centralizar o foco na razão, apostando na autonomia humana e na crença otimista no progresso.
- A ética na Modernidade é, portanto, racionalista, mas a razão que a caracteriza não é mais a razão universalista do período clássico, mas uma razão explicativa e científica. Ou seja, embora a razão caracterize o homem desde a Grécia antiga, a razão moderna é explicativa, fruto do racionalismo, do humanismo, do cientificismo. É o momento em que o homem acreditou ser possível emancipar-se e dominar a natureza (a sua própria e a natureza ao seu redor) e determinar seu destino. 
- A Modernidade caracteriza-se também pela exacerbação da separação entre natureza e cultura, corpo e mente, já presente desde Platão, passando por Aristóteles, pela Idade Média, por Descartes, chegando a Kant. 
- Para Kant, um dos principais pensadores da Modernidade, o homem é o centro do mundo, deve guiar-se por si mesmo, por sua razão, e não por um deus, mas há princípios universais a serem seguidos. 
- Com o Renascimento e o Iluminismo, a burguesia que começava a crescer e a impor-se, em busca de uma hegemonia, acentua outros aspectos da ética: o ideal seria viver de acordo com a própria liberdade pessoal. O grande pensador da burguesia, Kant, identifica o ideal ético ao ideal da autonomia individual, mas sempre contraditório, pois ligado a um dever ser universal. O individual passa a predominar sobre o coletivo. 
- A ética deixa então de ser das virtudes e passa a ser deontológica, ou seja, marcada pelo dever ser, pelas obrigações, pelas normas, leis e regras. É a ÉTICA DOS DEVERES, que passa a vigorar com a filosofia de Kant. 
- É também o momento em que a imprensa periódica se firma. A invenção da imprensa se dá no século XV (1443), mas, no Brasil, a Imprensa Régia chega apenas em 1808, com a corte portuguesa, 365 anos depois da invenção de Gutenberg. 
- A Idade Moderna foi a época da formação e consolidação dos Estados Nacionais europeus, precedendo a Revolução Francesa e Industrial, quando a separação entre Estado e igreja tornou-se definitiva, com a preponderância do antropocentrismo e a aceleração do avanço da Ciência. Foi também um período de transição para a Idade Contemporânea, registrando contradições em várias esferas. 
• Descartes
- Achava que a razão dava conta do objeto em si, do real. A razão é o que há de melhor a ser partilhado e é o indivíduo que vai usar bem ou mal a razão. É preciso, pois, um método para ensiná-lo a usá-la bem. Para ele, a verdade tem que ser formal, para que todos possam estar de acordo. O pensamento de Descartes funda o Iluminismo. 
• Maquiavel
- Defende uma teoria elaborada a partir do realismo político e distingue ética de política
• Francis Bacon
- Apregoa a ideia do conhecimento como síntese entre observação, experimentação e razão teórica.
• Rosseau
- Defende o ideal de uma vida melhor graças ao retorno às condições naturais, anteriores à civilização.
• Thomas Hobbes
- Tem uma teoria fundamentada no egoísmo e nas elaborações acerca da origem e das formas de soberania política a partir das ideias de direito natural e direito civil. 
• Voltaire
- Aponta para a relatividade dos sistemas morais, para a impossibilidade de uma moral universal. No entanto, mesmo para este defensor implacável dos direitos do homem, não se pode fazer o que bem se entende. 
• Spinoza (de 1632 a 1677) 
- Cria a ética não normativa, é um revolucionário da ética. Nesta época, havia uma contradição grande entre razão e paixão (que tinha então conotação de passividade). Spinoza, ao contrário, positiva a paixão como autonomia, ao afirmar que ela é da nossa natureza, nem boa nem má. 
• Kant (de 1724 a 1804) - É tido como o “grande pensador da burguesia”.
 - Repele toda ética dos bens e das virtudes e defende uma concepção racionalista.
- Coloca a consciência moral do indivíduo no centro de toda preocupação ética. É o primeiro a colocar como construção humana a maneira como as coisas existem e funcionam no mundo.
- Ele busca descobrir em cada homem sua natureza fundamentalmente igual, porém, livre. Mas a natureza humana, para ele, é acima de tudo racional. 
- Para Kant, “o ideal seria viver de acordo com a própria liberdade pessoal”. Ele defende ideais de “liberdade, igualdade, fraternidade”; ideal ético da burguesia que estava buscando hegemonia 
- O homem deve ser “racional, autônomo [“autonomia individual”], auto-determinado, aquele que age segundo a razão e a liberdade, eis o critério da moralidade”. (Valls, p. 45)
- Kant (autor de “Crítica da razão prática”) buscava uma ética de validade universal, que se apoiasse apenas na igualdade fundamental entre os homens. 
- Ele acredita que a razão só dá conta do objeto do conhecimento. E separa o “objeto em si” do objeto do conhecimento. Abre mão da pretensão de saber tudo e se contenta com o que é possível saber. Já que não é possível conhecer o que é, o objeto em si, é preciso usar a razão para conhecer o que é possível. Cabe à razão estabelecer o que é possível conhecer do mundo. 
- Trata-se de uma filosofia não transcedental, porque busca encontrar no homem [e não em Deus] as condições de possibilidade do conhecimento verdadeiro e do agir livre. 
- Coloca em cena o “dever”, a “obrigação moral”, que não deve vir de fora, do exterior, mas sim da reflexão do indivíduo a partir do “imperativo categórico”, ou seja, da imposição das normas a si mesmo. Para ele, é preciso agir de tal maneira que possas ao mesmo tempo querer que a máxima da tua vontade se torne lei universal. Este é o “formalismo kantiano”, é a moral do imperativo categórico, da razão universal. É preciso atingir uma moral igual para todos, uma moral racional, única possível para todo e qualquer ser racional. O indivíduio deve agir de tal forma que aquilo que ele faz possa ser elevado à categoria de universal. 
- Críticas a esta lei de Kant: impossível refletir antes de todas as ações ou elevar uma ação à condição universal, pois há circunstâncias e especificidades que poderiam fazer com que dado princípio que um povo não seguiria, por exemplo, outro seguisse sim. 
4) CONTEMPORANEIDADE / Ética contemporânea – Segunda metade do século XIX e século XX
- Momento de quebra de conceitos, referências e paradigmas, motivada pelo questionamento de pilares nos quais a ética sempre se sustentou, como as noções tradicionais de verdade, conhecimento, sujeito, valores. Instala-se uma espécie de vazio ético. 
- A ética é reduzida a algo privado (“Cada um tem a sua”), levando a um relativismo ético. 
- O sujeito racional é influenciado por forças sociais, econômicas, linguísticas, pelo inconsciente, pelo subconsciente e não há princípio universal. 
 • Hegel (século XX) 
- Acredita na universalidade abstrata, mas liga a ética à história e à política, na medida em que o agir ético do homem, para ele, precisa concretizar-se dentro de uma determinada sociedade política e de um determinado momento histórico variável, dentro dos quais a liberdade se daria numa e existência concreta, organizando-se num Estado. Ou seja, o ideal ético para Hegel determina que o homem deve ser livre num Estado livre, que “preservasse os direitos dos homens e lhes cobrasse seus deveres, onde a consciência moral e as leis do direito não estivessem nem separadas e nem em contradição”. (Valls, p. 45)
- Hegel mostra que a liberdade não pode ser apenas exterior, nem apenas interior, e que ela se desenvolve na consciência e nas estruturas. Para ele, a liberdade se realiza eticamente dentro das instituições históricas e sociais (família, sociedade civil e estado). - Ele defende que “O Estado é a realidade efetiva da ideia da ética”. 
 • Marx – século XX 
- Introduz na ética a noção de produção, mais valia, capital, exploração do homem pelo homem. Ao contrário do que dizia Hegel (queo real é ideal), diz que o real é material. Inverte a dialética de Hegel e instaura os conceitos de materialismo histórico (tipo de análise) e materialismo dialético (método de compreensão a partir das oposições rico/pobre e das diferenças). Relaciona todo comportamento humano à economia e acentua as relações econômicas que sempre interferem sobre o agir ético. 
- O que deve guiar o homem é uma “moral revolucionária”. O homem deve buscar “a construção de um mundo mais humano”, por meio da “justiça econômica”. 
- O homem deve dominar a natureza, mas não deve ocorrer “’a dominação do homem pelo homem’”. – contradição, já que esta última dominação é uma conseqüência inevitável da primeira, uma vez que o homem também faz parte desta natureza. 
• Nietzsche 
- É quem desvincula totalmente a ética da religião, quebra com a questão da moral clássica e questiona de onde vem a definição do bem e do mal. Questiona os fundamentos da moral e a transforma num problema. Os conceitos clássicos de virtude, definidos segundo a moral socrática ou segundo a moral cristã, serão questionados de maneira radical.
- Para ele, a ética seria o centro, a justificativa e a fundamentação das ações humanas, constituindo o elemento que torna possível a convivência, estabelecendo padrões de comportamentos que reprimem a natureza. 
- Diz que não temos verdade.
- Decreta a morte de Deus: “Deus está morto”. 
• Sartre
- Defende o existencialismo – privilegiando “o aspecto pessoal ou personalista da ética”. Para ele, o homem deve ser livre, e autêntico, ter opções de escolha. Ele acredita que toda relação é conflito e só há angústia porque existe liberdade.
• Kierkgard 
- Também é existencialista e enfatiza a particularidade. Acredita que a liberdade deve consistir antes na opção voluntária pelo bem, consciente da possibilidade de preferir o mal. E é dessa liberdade que decorre a angústia humana – “o que angustia é a possibilidade”. Vai contra Kant e Hegel ao dizer que se pode sistematizar tudo, menos o humano. 
• Freud 
- Introduz na ética conceitos de inconsciente, subconsciente, id (instinto), ego (consciência), superego (normas, leis, moral, ética) e diz que a moral é sempre social.
- Defende que a moralidade de um ato depende do olhar do outro.
• Lacan 
- Defende que as coisas, o inconsciente, só existem na linguagem.
• Wittgeinstein
- Prega a filosofia analítica e também defende que a compreensão do mundo se dá pela linguagem. 
- Pensa a lógica do formalismo, que vai resultar depois no estruturalismo e na linguística. 
• Deleuze 
- Diz que não temos garantia de identidade, que toda subjetividade é uma constituição do sistema. 
• Foucault 
- Defensor da ética estruturalista, reage ao que chama de idealismo, existencialismo. Interpreta o fato em termos de estrutura e sistema. Diz que não existe sujeito, existe estrutura, sistema como um conjunto de elementos. 
- Inclui na reflexão questões de poder, que se sobrepõem à individualidade. 
- Decreta a morte do homem: “O homem está morto”.
 
A ética de hoje 
a) Princípios gerais 
- Vazio ético / Visão “apocalíptica” / Niilismo / Hedonismo (busca pelo prazer a qualquer preço)
- Ética pragmatista (“se é útil é bom”) / individualista (egoísta) 
- Relativismo ético (“cada um tem a sua ética”)
 
- Theodor Adorno: “a ética foi reduzida a algo privado” – mau sinal, se o lema da ética é o “bem comum” - “Numa formulação da grande filosofia, poderíamos dizer que o lema máximo da ética é o bem comum. E se hoje a ética ficou reduzida ao particular, ao privado, isto é um mau sinal”. (Valls, p. 70) ] 
1) “há uma ausência quase total de reflexões e pesquisas sobre as conseqüências negativas desses caminhos [automação, robotização], que podem colocar em xeque o futuro do próprio capitalismo”. 
2) Isso porque há um “estado de vazio ético, no qual as referências tradicionais desaparecem e os fundamemtos ontológicos, metafísicos e religiosos da ética se perderam. Quais os critérios atuais para definir se uma lei é justa? Jacqueline Russ alerta: ‘No momento em que as ações do homem se revelam grávidas de perigos e riscos diversos, estamos precisamente mergulhados nesse niilismo’. (p. 10) Esse mesmo niilismo, fenômeno espiritual ligado à morte de Deus, origina a crise atual da ética e – ao mesmo tempo – gesta os novos valores da pós-modernidade [ex.: individualismo, egoísmo, narcisismo etc.]. É a partir da morte das ideologias, das grandes narrativas totalizadoras e dos sistemas unitários que se impõe reencontrar o ‘dever-ser’. Em meio à incerteza e à deslegitimação, urge encetar uma nova busca axiológica”. (Valls, p. 77)
	“ausência de valores éticos ou agências regulatórias que definam limites e rumos poderão estar incubando novos deuses que conduzirão a humanidade a sua redenção ou serpentes que ameaçarão sua própria sobrevivência”. 
Lawrence C. Smith, da Universidade de Montreal e um dos precursores da técnica que criou a ovelha Dolly, declarou seu entusiasmo a favor da clonagem de seres humanos. Embora admitindo que muitos clones nascerão com anomalias cardíacas, pulmonares e imunológicas, saiu-se com um alarmante ‘é errando que se aprende’ 
3) “Descentralização e fragmentação são os novos valores”. [Descentralização = não é mais o homem que escolhe por si só – mídia bombardeia / Fragmentação = sem referenciais predominantes e sim múltiplos modelos de identidade bombardeando-o] 
Ou seja
= Individualismo / utilitarismo / pragmatismo / hedonismo/ niilismo (Valls)
Ética pragmatista / egoísta – (“Se é útil é bom”) – originária nos EUA. 
 “Bom é o que ajuda o meu progresso (econômico, principalmente) e o meu sucesso pessoal no mundo (carreira, amizades úteis)”
Ética pragmatista - estuda o que é mais ou menos útil para o homem, entendendo utilidade como a “possibilidade de criar um futuro melhor [progresso], contendo mais daquilo que consideramos bom e menos do que consideramos ruim”(querem “‘ultrapassar a metafísica’”). “Os pragmatistas tentam resolver essa questão afirmando que a utilidade é a meta da investigação, não a verdade.” 
Mas “Será que esses conceitos dos filósofos pragmatistas podem nos fazer prescindir da ideia de que desenvolvimentos científicos ou políticos requerem ‘fundamentações filosóficas’ para evitar que se tornem perversos?” 
• Utilitarismo - “bem é o que traz vantagens para muitos”. 
• Pragmatismo (desdobramento do “utilitarismo”) 
“deixam-se de lado as questões teóricas de fundo, apelando-se para os resultados práticos, muitas vezes imediatos” (ligado à lógica de funcionamento dos EUA e demais países de língua inglesa). 
• Individualismo (desdobramento do “utilitarismo”, ligado às “formas gregas do hedonismo, ou busca do prazer terreno”) 
“bom é o que ajuda o meu progresso (econômico, principalmente) e o meu sucesso pessoal no mundo (carreira, amizades úteis etc.)” 
• Positivismo lógico - (ignora questões fundamentais da ética e se preocupa com a “linguagem moral”. Analisa os “discursos” 
Ex. de análise de discursos - “Crítica da ideologia” por intermédio da análise dos discursos para descobrir interesses reais por trás dos mesmos. 
= O que mais deve importar para o homem é o progresso. 
“Posições de cautela com relação a alimentos transgênicos, objeções éticas quanto aos imensos riscos da manipulação genética e reações contra o desemprego gerado pela automação radical, tudo é encarado sistematicamente como posição reacionária de quem não quer o progresso”. (Dupas, p. 61) 
= O homem deve se importar apenas com seus interesses privados e imediatos e não com o coletivo - individualismo. (Valls) 
- Individualismo (desdobramento do “utilitarismo”, ligado às “formas gregas do hedonismo, ou busca do prazer terreno”) 
“bom é o que ajuda o meu progresso (econômico, principalmente) e o meu sucesso pessoal no mundo (carreira, amizades úteis etc.)” . Iluminismo contribuindo com esta ética individualista.“Vitória do indivíduo sobre o conjunto”. 
“Restaram as formas contemporâneas de individualismo, privilegiando o indivíduo, valor supremo que aliena o coletivo” (…) “era dos homens ‘vazios’, voltados às escolhas privadas”. 
	“As reações contrárias da comunidade científica [contra consequências ruins da clonagem, acidentes em laboratório matando animais, enfim a abusos em prol da ciência], no entanto, continuaram tímidas, boa parte dela preocupada com suas verbas, seu prestígio e empregos. Apenas algumas vozes se manifestaram, normalmente de especialistas em ética na ciência” 
“A tecnologia pode e deve se submeter a uma ética que seja libertadora a fim de contemplar o bem-estar de toda a sociedade, presente e futura, e não apenas colocar-se a serviço de minorias ou atender a necessidades imediatas”. 
	“O sujeito deve voltar-se “para o gozo a curto prazo e a qualquer preço, reduzindo a importância dada àquilo que toma tempo e a aceitação dos sacrifícios que isso impõe”. 
É por isso que 
“A perversão [ter prazer intensamente e o tempo todo, e envolvendo sempre ser visto, performance] não é mais um desvio, como na modernidade, mas a regra”. Por isso é que as grandes doenças da modernidade estão ligadas a esta performance – depressão, pânico. – e que há um grande mercado de medicamentos e drogas com tanta demanda. 
= Novos valores – velocidade, lógica e razão 
“Perseverança, domínio de si, curiosidade, flexibilidade e improvisação, valores que os antigos ensinavam às crianças pelos ritos, são substituídos por “efêmero, o novo e as modas, a mudança e a precariedade, a rapidez e a intensidade, a descontinuidade e o imediato”. 
= O homem deve se guiar pela “lógica da competição exacerbada”. [Dupas ]
= O homem deve conferir total autonomia às tecnologias, à ciência – da informação, de automação etc. – ou seja, não deve refreá-las em função de um ideal ético. 
= Homem é meio e não fim - exploração
“O indivíduo ocidental pós-moderno tende a (…) nas palavras de Desmond, alienar-se ‘das fontes metafísicas mais profundas de sua própria energia do ser, concentrado no ‘eu’ como um vazio insaciável de apetite calculador, pressentindo o outro como uma ameaça sempre possível a sua própria autonomia afirmada em alta voz. (…) tendência a objetivar todo o ser, o ethos capitalista que vê a terra meramente como uma coisa que possui valor de uso, um recurso a ser explorado para fins lucrativos, a burocratização da vida cotidiana e o achatamento dos santuários de intimidade produzido por uma mentalidade empresarial desenfreada’”. 
= Orientação exclusiva pelo valor econômico. 
 “O capitalismo global apossou-se por completo dos destinos da tecnologia, libertando-a de amarras metafísicas [éticas] e orientado-a única e exclusiva para a criação de valor econômico”. 
= O que importa é a aparência.
 “A dominação do econômico sobre o social operou sucessivas degradações, primeiro de ’ser’ para o ‘ter’, em seguida do ‘ter’ para o ‘parecer-ter’. Às atuais massas excluídas resta apenas o ‘identificar-se-com-quem-parece-ser-ou-ter’ através do espetáculo à distância, um virtual feito real pelas mídias globais.” 
= O homem deve se encaixar às regras das estruturas – influência das estruturas (meios de comunicação etc.) - “regressão do sujeito”.
- “A maioria dos países ricos atuais se caracteriza por uma ética que em muitos casos lembra a busca grega do prazer, porém , nem sempre com moderação. O prazer, depois do século XIX, época da grande acumulação capitalista, reduziu-se bastante, de fato, à posse material de bens, ou à propriedade do capital. Em nome da defesa do capital, ou, mais modestamente, em nome da defesa da propriedade particular, muito sangue já foi derramado e muita injustiça cometida”. 
- “Na massificação atual, a maioria hoje talvez já não se comporte mais eticamente, pois não vive imoral, mas amoralmente. Os meios de comunicação de massa, as ideologias, os aparatos econômicos e do Estado, já não permitem mais a existência de sujeitos livres, de cidadãos conscientes e participantes, de consciências com capacidade julgadora. Seria o fim do indivíduo?” Ou “a massificação, a indústria cultural, a ditadura dos meios de comunicação e mesmo as ditaduras políticas são fenômenos que têm de ser analisados também nesta perspectiva, para sabermos até que ponto o homem de hoje ainda pode escolher entre o bem e o mal”, ou “nosso mundo individualista não estaria acabando exatamente com a individualidade [liberdade], estrutura básica de um agir moral?” 
CRISE ÉTICA 
Como resultado deste pensamento, instaura-se uma crise da ética, um vazio ético, cujas consequências vivemos hoje. Valores éticos vão se tornando, nestes últimos 200 anos, sempre mais um assunto particular, e os assuntos gerais vão sendo deixados de lado ou dominados pelo discurso da ideologia. Este vazio ético é ocupado por duas instâncias sociais que passam a dominar a existência: o mercado e a mídia. 
O século XX, centralizado na sociedade de consumo e no individualismo, desvirtuou o caminho da preocupação com a coletividade no mundo Ocidental capitalista, inaugurando a crise da ética em sentido amplo. A preocupação com o outro foi substituída pelo egoísmo focado apenas no “eu” em detrimento do “nós”, com um ambiente de permanente competição. 
A despeito de alguns pensadores terem tentado retomar antigos modelos de pensamento, agregando elementos desenvolvidos posteriormente, a tendência à normatização de comportamentos, diferenciada entre grupos, é que prevalece no século XXI. Simultaneamente, a ética profissional passou a dominar o cenário globalizado, igualmente contextualizada em um sentido extremamente especifico. A ética passa a ser um termo comum na boca de todos, mas esvaziada de sentido reflexivo e concreto. O grande problema é que a ética tem como prerrogativa justamente repensar posturas, valores e ações. 
A reflexão ético-social do nosso século nos coloca diante de uma outra observação importante: será que a massificação (realizada pela mídia, pelas ideologias, pelos aparatos econômicos e do Estado, pelo mercado) permite a existência de sujeitos livres, de cidadãos conscientes e participantes, de consciências com capacidade julgadora para se comportar eticamente? O desejo de enxergar uma luz no fim do túnel – que também pode ser apenas mais fogo – faz acreditar que os seres humanos estão mais conscientes de que não são espectadores, e sim atores; de que não estão na plateia, e sim no palco da existência. O bem e o mal, de fato, não existem apenas nas consciências individuais, mas também nas estruturas institucionalizadas de um sistema. Mas um sistema feito por nós. 
Dilemas éticos da época atual: 
- Violência
- Corrupção / política 
- Armas de destruição 
- Bioética - Terapia / manipulação genética (clonagem) / Alimentos transgênicos / Animais saturados de hormônios e antibióticos que afetam os homens / Prolongamento da vida / Eutanásia 
- Ecologia (reunião de Kioto. Rio+20) / Esgotamento de reservas naturais 
- Mídia e ideologia (endeusando avanços científicos etc.) / Mídia / indústria cultural X liberdade de pensamento [“A camuflagem dos riscos, alguns deles enormes, é feita com competência pelas mídias globais que deificam as conquistas científicas como libertadoras do destino da humanidade, impedindo julgamentos e escolhas”. (Dupas, p. 17) 
- Desemprego / exclusão gerada pela automação radical e desigualdade social da sociedade de consumo
- Novas tecnologias de informação e novas sociabilidades 
- Aborto / Sexualidade (fidelidade, homossexualismo etc.) 
Fontes:
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. SP: Ática. 1995.
FITTIPALDI, Maristela. Ética no jornalismo: o desafio do cotidiano. ECO/UFRJ. Dissertação de Mestrado, 1998.
MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia. SP: Martins Fontes, 1994.
VAZQUEZ, Sanchez, Adolfo. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
VALLS, ÀLVARO. O que é ética. Coleção Primeiros Passos. SP:Brasiliense, 1986. 
Ética no Jornalismo 
Principais críticas contra o JORNALISMO (em geral)
Parcialidade
Superficialidade e sensacionalismo 
Invasão de privacidade 
Controle das empresas jornalísticas / matérias por anunciantes 
Monopólio de empresas jornalísticas, comprometendo diversidade de ideias 
Falta de exatidão (informações erradas)
Persuasão oculta (jornalismo e ideologia)	
Relações obscuras com as fontes (trocas de favores, jabás, presentes, relações pessoais ou comerciais) 
Manipulação das informações
Espetacularização da notícia (quando o valor de entretenimento da notícia se sobrepõe ao valor informativo, com dramatização exagerada da informação) 
Jornalismo declaratório (substituição da apuração dos fatos pela reprodução de declarações das fontes, ou seja, o jornalista se abstém de suas funções básicas: apurar, avaliar, confirmar, checar e contextualizar, em troca da mera coleta de declarações acriticamente. 
FUNÇÔES DO JORNALISMO
• Informar 
• Formar (educar)
Principais leis e códigos importantes para o JORNALISTA
Constituição
Declaração dos Direitos Humanos
Código Penal (crimes contra a honra – injúria,calúnia, difamação etc.)
Código Civil
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros (Fenaj) 
Código de Ética e Autorregulamentação da Associação Nacional do Jornais (ANJ)
Decreto-Lei No 910 (duração/condições trab. em empresas jornalísticas)
 Decreto-Lei Nº 7.037 (sobre remuneração)
Decreto-Lei Nº 1.177 (sobre o registro profissional) * 
Decreto-Lei Nº 53.263 (aprova regulamento sobre o registro profissional) * 
Decreto-Lei Nº 972 (sobre o registro profissional) * 
Decreto-Lei Nº 83.284 (1979, sobre o registro profissional) * 
Direito Autoral
Emenda Constitucional nº 36 de 2002 (Participação de Pessoas Jurídicas em Empresas de Mídia) 
* As leis e os códigos não podem ... CENSURAR previamente
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS “Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras”. Art.19º
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. (Art.5º – IX / Lei Dir. Autorais; Lei Proteção de Cultivares; Lei de Proteção da Propriedade Intelectual de Programa de Computador e sua comercialização no país) 
* A responsabilidade social do jornalista 
O papel social do jornalista = a expectativa sobre o profissional de imprensa, cuja matéria- prima é a informação de interesse público e cuja principal moeda de troca é a credibilidade. .
Informação = bem simbólico, público e social, inerente e necessário à condição humana.
Função social do jornalista = mediar simbolicamente informações de interesse público; buscar e prezar a verdade (factual) e cobrar que os atores sociais exerçam seus papéis. 
Veículos de comunicação = instituições sociais, voltadas para o interesse público e que prestam serviço de natureza social. 
DILEMAS ÉTICOS 
Interesse público x Interesse do público
Interesse público x interesses particulares 
Liberdade de imprensa X liberdade de empresa
Direito social à informação X Direito à privacidade 
Público x Privado 
* Critérios para julgar o que é ético em comunicação (antes de pensar nos artigos de leis e códigos da área)
Basear-se nas possíveis violações aos direitos humanos fundamentais - universais (Documentos normativos centrais - “Declaração Universal dos Direitos Humanos” e “Constituição”)
Atentar para os principais dilemas éticos da sociedade contemporânea. 
Basear-se nas possíveis consequências negativas trazidas para o maior número de pessoas do público-alvo). 
Avaliar se informação é de interesse público. Lembrar que informação de interesse público = informação de interesse social e da comunidade e que ajude o indivíduo a se conhecer e a se compreender melhor, bem como a compreender, conhecer e se posicionar em relação à realidade que o cerca e ao comportamento dos homens em sociedade. 
Se for de interesse público, avaliar se não fere o direito à privacidade e outros direitos fundamentais do ser humano. 
* Condições de produção do discurso jornalístico 
Muitas pautas, baixos salários, pressa, pressão pelo furo, monopólio dos meios de comunicação, lidar com discurso alheio, reapresentação da realidade. 
* Desafios do jornalismo 
Estabelecer novos pressupostos para a reflexão ética.
Assumir um permanente compromisso técnico e ético com a rigorosa apuração dos fatos e sua correta divulgação.
Ter consciência crítica dos meios, dos processos e do sistema (estrutura) 
Reconhecer que a questão ética está em todas as etapas do “fazer jornalístico” - da pauta à edição. 
Ter humildade e rigor na busca da verdade. Ou seja, reconhecer a dificuldade em ser imparcial e objetivo para poder buscar uma atitude objetiva em relação aos fatos.
Contextualizar as informações, os fatos e as fontes, apurar com rigor e cruzar dados. 
Apoiar instrumentos de crítica de mídia. 
Enfrentar os desafios de ser humano, sobretudo de ser jornalista. .
QUESTÔES ÉTICAS NO JORNALISMO
1) Contextos em que o JORNALISMO é anti-ético por “FALTA DE EXATIDÃO / DADOS INCORRETOS”
Informações incorretas sobre fatos devido à falta de maior apuração/comprovação de dados coletados (por pressa, negligência etc.)
Invenção intencional de um fato.
Ética no JORNALISMO - tema “FALTA DE EXATIDÃO / DADOS INCORRETOS” 
Exemplos de casos anti-éticos
O caso “Escola Base – jornais brasileiros” – 
“Tudo começou quando ‘duas mães de alunos dessa escola queixaram-se na delegacia do bairro do Cambuci de que seus filhos de quatro e cinco anos estavam sendo molestados sexualmente na escola, e talvez, levados numa Kombi para orgias num motel, onde seriam fotografados e filmados’. O delegado ‘x’, não só acolheu a denúncia como alardeou junto à imprensa antecipando uma condenação dos donos da Escola Base, que só no final do inquérito, dez anos depois – nova coincidência com o caso do filme - foram declarados inocentes”. 
O caso “Janet Cooke – Washinton Post” 
“Menino de 8 anos, viciado em heroína, que recebia doses periódicas do amante da mãe” (invenção de dados) 
Artigos de leis / códigos referentes ao tema “falta de exatidão / dados incorretos”
Código de ética dos jornalistas (1985) – Art. 2º - “A divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação pública, independentemente da natureza de sua propriedade”. 
Código de ética dos jornalistas – Art. 3º “A informação divulgada pelos meios de comunicação pública se pautará pela real ocorrência dos fatos e terá por finalidade o interesse social e coletivo”. 
Código de ética dos jornalistas – Art. 7º - “O compromisso social do jornalista é com a verdade dos fatos e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação”. 
Código de ética dos jornalistas – Art. 14º - “O jornalista deve: a) Ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, todas as pessoas objeto de acusações não comprovadas, feitas por terceiros e não suficientemente demonstradas ou verificadas”. 
Código de ética dos jornalistas – Art. 15º “O jornalista deve permitir o direito de resposta às pessoas envolvidas ou mencionadas em sua matéria quando ficar demonstrada a existência de equívocos ou incorreções”. 
Declaração U. D. H. (1947) – Art. 18º - “Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”. 
Declaração U. D. H. (1947)– Art.19º - “Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras”.
2) SOBRE JORNALISMO E “INVASÃO À PRIVACIDADE”
Questões centrais para discutir o tema: Até que ponto a vida privada/particular de uma pessoa pública é um fato jornalístico? Todas as pessoas públicas têm o mesmo status diante da mídia? 
O ideal para evitar polêmica seria consultar o noticiado sobre a matéria elaborada a seu respeito para que ela só seja publicada mediante sua autorização. Mas a proposta tem problemas: Se o direito à intimidade for absoluto”, torna-se praticamente impossível exercer o jornalismo (seria preciso consultar não só celebridades, mas diversas pessoas “anônimas” – mendigos, militantes etc. – cujas notícias às vezes poderiam desagradá-los). E ENTÃO? 
Quando JORNALISMO é anti-ético por “INVASÃO À PRIVACIDADE”
- Quando divulga fatos da vida privada de uma pessoa pública referentes a situações que não têm NADA a ver com o desempenho/função/cargo que conferiu a tal pessoa sua “fama”.
* Caso anti-ético ou não? - “Crítica à vida sexual de políticos” / imparcialidade? 
- Quando divulga fatos da vida privada de uma pessoa pública referentes a situações que de algum modo tenham a ver com o desempenho/função/cargo que conferiu a ela a sua “fama”, mas que, no entanto, são entendidos por tal pessoa como extremamente íntimos e sigilosos (a divulgação causa mal-estar à pessoa envolvida). 
* Caso antí-ético ou não? - “Capa Veja Cazuza – 26/04/1989” - 
* Caso “Celebridades” – Moscovis
“Invasão à privacidade?”
Título:
“Cazuza. Uma vítima da Aids agoniza em praça pública”.
Veja – Edição de 26/04/1989
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Repercussão do caso “Capa Veja Cazuza 1989”
Carta-resposta (trechos) direcionada à Veja (de autoria da pessoa noticiada)
“Veja, a agonia de uma revista. (...) Tristeza por ver essa revista ceder à tentação de descer ao sensacionalismo, para me sentenciar à morte em troca da venda de alguns exemplares a mais. (...)Mesmo não sendo jornalista, entendo que a afirmação de que sou agonizante devia estar fundamentada em declarações dos médicos que me assistem, únicos, segundo entendo, a conhecerem meu estado clínico e, portanto, em condições de se manifestarem a respeito. A Veja não cumpriu esse dever e, com arrogância, assume o papel de juiz do meu destino. Esta é a razão da minha revolta”. (Karam, p. 80)
Argumentos de defesa da Veja e de outras fontes
“Se o direito à intimidade for absoluto”, torna-se praticamente impossível exercer o jornalismo”. 
A invasão à privacidade é permitida quando o fato divulgado/investigado é favorável à pessoa referente à notícia 
Nada foi mentira. Tudo era verdade e todos já sabiam do estado do cantor. 
Artigos de leis / códigos referentes ao tema “invasão à privacidade”
Os Princípios Internacionais da Ética Profissional dos Jornalistas Princípio IV - “Parte integrante das normas profissionais do jornalista é o respeito do direito do indivíduo à vida privada e à dignidade humana, de acordo com os estipulantes do Direito internacional e nacional, relativos à proteção dos direitos e da reputação das pessoas, proibindo-se o libelo, a calúnia, a maledicência e a difamação”. 
Código de ética dos jornalistas / Seção II (“Da conduta profissional do jornalista”) / Art. 9 – “É dever do jornalista: (...) g) respeitar a privacidade do cidadão”. 
Constituição Brasileira / Art. 5º / Seção X – “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. 
Outras questões...
Indenizações milionárias a artistas (EUA) devido a matérias jornalísticas resultantes do que se julgou “invasão à privacidade”. 
Leitura labial em evento público (como jogos COPA) é “invasão à privacidade”? 
3) SOBRE “IMPARCIALIDADE X PARCIALIDADE” NO JORNALISMO
Imparcialidade = o veículo / jornalista não defende uma opinião/posição relacionada ao fato noticiado, relata-os da forma mais neutra que consegue, deixando que o leitor tire a conclusão.
A maioria do “jornalismo hegemônico” ou “grande imprensa” se diz imparcial (Veja, Rede Globo, Folha de São Paulo etc.)
Quando JORNALISMO é anti-ético por “NÃO SER IMPARCIAL” 
- Quando veículo/jornalista “substitui informação por opinião” e se classifica ou é visto como base para formação de opinião no público. 
* Caso capas Veja (matérias “Capas da Veja”)
O discurso publicitário da Veja
“Assine a mais lida e comentada revista brasileira e entenda melhor todos os fatos da semana, no Brasil e no mundo. (...) Informação confiável e imparcial. (descrição da revista no site www.assineabril.com.br)
Veja: Imparcial e Apartidária”. (slogan da revista na década de 1990)
- Quando veículo/jornalista “descontextualiza” (intencionalmente não ouve o outro lado) para privilegiar uma opinião. 
- Quando veículo/jornalista “oculta informação” para privilegiar uma opinião. 
Caso Diretas-Já (imprensa camuflando mobilizações) 
Caso Edição do debate Lula X Collor no Jornal Nacional, em 89 (matéria “Lula Editado”) 
 Caso Impeachment Collor, em 92 
“Substituindo informação por opinião”
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Em setembro de 1994, a revista Exame fez um a Na capa, Veja escreve: “Por que FHC é melhor” 
reportagem de 14 páginas com o título:
“Nunca foi tão fácil fazer a opção certa”. 
Artigos de leis / códigos referentes ao tema “parcialidade” (mesmo que tema “dados incorretos”)
Código de ética dos jornalistas (1985) – Art. 2º - “A divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação pública, independentemente da natureza de sua propriedade”. 
Código de ética dos jornalistas – Art. 3º - “A informação divulgada pelos meios de comunicação pública se pautará pela real ocorrência dos fatos e terá por finalidade o interesse social e coletivo”. 
Código de ética dos jornalistas – Art. 7º- “O compromisso social do jornalista é com a verdade dos fatos e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação”. 
Código de ética dos jornalistas – Art. 14º - “O jornalista deve: a) Ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, todas as pessoas objeto de acusações não comprovadas, feitas por terceiros e não suficientemente demonstradas ou verificadas”. 
4) SOBRE “SENSACIONALISMO” NO JORNALISMO
Sensacionalismo = é um certo tipo de jornalismo que apela às sensações do público (medo, raiva, entusiasmo etc.) visando angariar mais audiência, entre outras coisas, e que, ao mesmo tempo, apresenta as informações sem contextualizá-las (sem ouvir “os outros lados envolvidos”). Ocorre direto na ficção (filmes, novelas, literatura etc.), mas no jornalismo agride a ética.
Por que e sensacionalismo no jornalismo é anti-ético?
- Porque dificulta o senso crítico do público e, consequentemente, a assimilação da informação mais verdadeira e a formação da opinião mais justa. 
EXEMPLOS DE “SENSACIONALISMO” NO JORNALISMO
Jornais populares diversos 
Revistas de celebridades.
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Sites importantes
www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/ (programa TV também)
• CDC – Código de Defesa do Consumidor (http://www.mj.gov.br/DPDC/servicos/legislacao/cdc.htm)
• www.advogado.adv.br/artigos/1000/barroso/caldifminjuria.htm
• www.espacoacademico.com.br (o caso “Escola Base”)
• www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/ (programa TV também)
• www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/ (artigo “Leitura labial não é invasão de privacidade”)
• http://www.canaldaimprensa.com.br (“O que é sensacionalismo”; “Lula editado”, “Sensacionalismo maior que a poeira”, “O grande pecado da imprensa”, entre outras matérias)
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