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Universidade Federal do Pará CURSO DE MEDICINA Módulo CARDIOVASCULAR Prof. Nilton A. Muto Glicosídeos Cardíacos (e outros agentes inotrópicos) e drogas usadas na Insuficiência Cardíaca Congestiva Insuficiência Cardíaca � Conceito “A ICC acontece quando o coração é incapaz de bombear o sangue em uma taxa proporcional às necessidades dos tecidos metabolizantes ou é capaz disso, apenas com uma pressão de enchimento elevada.” Débito Cardíaco inadequado para fornecer O2/nutrientes para os tecidos/órgãos Robbins - 7ª Ed. 2005 Insuficiência Cardíaca Mecanismos de compensação: � SNAS (baroceptores) - Aumento do tônus simpático pela diminuição da Pressão arterial e DC (indiretamente) � Sistema Renina- Angiotensina- Aldosterona � Hipertrofia Insuficiência Cardíaca � Epidemiologia – O maior problema de saúde dos EUA. Em torno de 5 milhões de pessoas tem ICC – 500.000 novos casos a cada ano – 300.000 pessoas morrem por ano devido a ICC ou devido a contribuição dessa patologia – 6% a 10% das pessoas com 65 anos ou mais possuem ICC American College of Cardiology/American Heart Association - Guidelines for the Evaluation and Management of Chronic Heart Failure in the Adult, 2001 Insuficiência Cardíaca � Origem – Problemas primários – miocardiopatias – Aterosclerose – Cardiopatia valvar – HAS – Eventos agudos (IAM) Harrison - 15ª Ed. 2002 Insuficiência Cardíaca � Causas precipitantes – Infecções – Anemia – Tireotoxicose (Síndroma clínica resultante de alterações fisiológicas, bioquímicas e clínicas motivadas pela exposição dos tecidos a concentrações elevadas de hormonas tiroideias ) – Gestação – Arritmias – Miocardites – Endocardite infecciosa – Excessos físicos, dietéticos, líquidos, ambientais e emocionais – HAS – IAM – Embolia Pulmonar Harrison - 15ª Ed. 2002 Fisiopatologia da ICC Desvendando o complexo mecanismo de falência da bomba vital... Insuficiência Cardíaca Visão Inotrópica Visão cardio – renal Visão neurocardio – humoral Visão inotrópica Sobrecarga de pressão Sobrecarga de pressão Sobrecarga de Pressão e/ou volume Sobrecarga de Pressão e/ou volume Disfunção regional com sobrecarga de volume Disfunção regional com sobrecarga de volume HIPERTENSÃO DOENÇA VALVAR INFARTO DO MIOCÁRDIO Alongamento das células Hipertrofia e/ou dilatação Trabalho cardíaco Estresse de parede Caracterizada por ↑↑↑↑ Tamanho e massa cardíacos ↑↑↑↑ Síntese de proteínas Proteínas anormais Fibrose Vasculatura inadequada Caracterizada por ↑↑↑↑ Tamanho e massa cardíacos ↑↑↑↑ Síntese de proteínas Proteínas anormais Fibrose Vasculatura inadequada Robbins - 7ª Ed. 2005 Visão inotrópica DISFUNÇÃO CARDÍACA Caracterizada por Insuficiência cardíaca congestiva (sistólica/diastólica) Arritmias Estimulação neuro-hormonal Caracterizada por Insuficiência cardíaca congestiva (sistólica/diastólica) Arritmias Estimulação neuro-hormonal NORMALDilatação Hipertrofia Robbins - 7ª Ed. 2005 Visão inotrópica • Pre-Carga ↑↑↑↑���� ↑↑↑↑ Volume sanguineo - Aldosterona (retenção de Na+ e água) • Pos-carga ↑↑↑↑���� ↑↑↑↑ RVP – Angiotensina II • Contratilidade Diminuida (longo Prazo) • Aumento da Frequencia Cardiaca • P/ reduzir a pre-carga���� Diuréticos - Para diminuir o volume sanguíneo • P/ redução da pos-carga���� Vasodilatadores - Diminuir a RVP • P/ aumentar a contrat. ���� Digitálicos (Digoxina) • P/ Diminuir a FC���� B-bloqueadores Visão cardio – renal A – Normal B – Lesão aguda, p. ex. IAM C – Estimulação simpática IC compensada Guyton - 10ª Ed. 2002D – Retenção de líquidos e recuperação miocárdica Visão cardio – renal IC descompensada A – F – Fases da evolução da descompensação cardíaca Guyton - 10ª Ed. 2002 Visão neurocardio – humoral � Tônus simpático – Aumento da freq. Cardíaca – Estímulo da secreção de renina – Down-regulation de receptores beta-adrenérgicos � Sist. Renina – Angiontensina Aldosterona – Vasoconstrictor poderoso – Aumento da aldosterona – Aumento da endotelina-1 (vasoconstrictor e estimula hipertrofia dos cardiomiócitos) – Sist. Renina Angiotensina tissular, age na remodelação ventricular – Aumenta a ação da ECA ���� Degrada bradicinina Penildon - 8ª Ed. 2010 Visão neurocardio – humoral � Vasopressina (pouco importante ) – Redução da supressão no centro vasomotor na ICC leva a secreção hipofisária de ADH, que tb é facilitada pelo aumento de catecolaminas e angiotensina II � Endotelina 1 – Diminuição na produção de NO � Citocinas – Aumento de TNF-alfa (aumento do tônus vascular e diminuição do NO) � PNA e PNC – Diminui a secreção de aldosterona, faz vasodilatação e promove natriurese. Na ICC seu efeito é minimizado Penildon - 8ª Ed. 2010 16 COMPLICAÇÕES Musculatura Esquelética → Fadiga (Metabolismo Anaeróbico) Fígado → Pressão Portal Pulmão → Edema → Congestão/Transudação Dispnéia → Ventilação Cianose → Captação 02 Cérebro → Hipóxia→ Fluxo Sanguíneo Insuficiência Cardíaca 17 Características: Sinais e sintomas de sobrecarga hídrica intravascular e intersticial → dispnéia, estertores crepitantes e edema. Manifestações de perfusão tissular inadequada → ↓ capacidade de exercício, disfunção renal e fadiga. Insuficiência Cardíaca 18 Classificação 1.1) Insuficiência cardíaca esquerda (ICE) - Forma mais comum - Principal sintoma → dispnéia 1.2) Insuficiência cardíaca direita (ICD) - Geralmente secundária a ICE - Pode ocorrer por doenças pulmonares 1.3) Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) (ICE + ICD = ICC) Insuficiência Cardíaca Farmacologia da ICC Tratando a falência da bomba vital... Farmacologia da ICC Agentes Inotrópicos Agentes Diuréticos Agentes Vasodilatadores Outros: β-bloqueadores ARAs Penildon - 8ª Ed. 2010 � Agentes Inotrópicos – Aumentam a contratilidade miocárdica Farmacologia da ICC Digitálicos – Glicosídeos esteróides cardioativos. Extraídos de plantas como Digitalis lanata – Ação – Inibe a Na+ – K+ – ATPase, impede a retirada do Na+, favorecendo indiretamente o acúmulo de Ca++ intracelular no miócito. Além disso promove alentecimento da condução átrio ventricular. – Na ICC, ajuda o enchimento ventricular, fortalece o coração e ajuda na inibição da fibrilação atrial – Ex. DIGOXINA Farmacologia da ICC � Não – Digitálicos Agonistas β-1 – Estimula os receptores β-1 adrenérgicos (prot. G – adenilil ciclase – AMPc – reações de fosforilação – chegada de Ca++ às proteínas contráteis – Ex. DOPAMINA E DOBUTAMINA � Inibidores de fosfodiesterase – Impedem que esta degrade o AMPc. Isso permite o aumento das ações do AMPc e potencializa a contratilidade – Ex. MILRINONA Farmacologia da ICC � Agentes Diuréticos Tiazídicos – Inibem a reabsorção de Na++ no túbulo contorcido distal (diurese leve) – Ex. CLOROTIAZIDA De Alça – Atuam na ramo ascendente da alça de Henle, age no trocador Na+/K+/2Cl-. São os diuréticos mais potentes, agem mesmo no rim comprometido. – Ex. FUROSEMIDA Poupadores de K+ – Ex. ESPIRONOLACTONA – É antagonista da aldosterona, bloqueando os receptores desta no túbulo contorcido distal, facilitando a excreção de NA+ e retenção de K+ Diuréticos Tiazídicos Clortalidona Hidroclorotiazida Indapamida Indapamida Alça Bumetamida Furosemida Piretanida Poupadores de potássio Amilorida Espironolactona Triantereno Osmotico Manitol Diuréticos Tiazídicos Clortalidona Hidroclorotiazida Indapamida Indapamida Alça Bumetamida Furosemida Piretanida Poupadores de potássio Amilorida Espironolactona TrianterenoOsmotico Manitol Farmacologia da ICC � Agentes Vasodilatadores Inibidores de ECA – São os mais importantes. Diminuem a produção de angiotensina II, evitando vasoconstricção arteriolar e venosa e sua ação tóxica e trófica no miocárdio. – Além disso reduz outras ações da angio. II : ativação simpática, liberação de ADH, produção de endotelina, inibição da produção de NO e inibidor de ativador de plasminogênio ( PAI-1 ) – Resultado – Aumenta a atividade parassimpática e diminui a trombogenicidade. Diminui a liberação de aldosterona e evita o remodelamento indesejável do miocárdio com deposição de colágeno I – Efeito colateral importante – Tosse – EX. CAPTOPRIL, ENALAPRIL Sistema Renina – Angiotensina - Aldosterona Renina Angiotensina I Angiotensinogênio Angiotensina II ECA Farmacologia da ICC � Nitratos – Ação vasodilatadora, reduz o acúmulo de sangue na circulação central. Alivia dispnéia � Antagonistas de canais de Ca++ – Ação vasodilatadora – Ex. NIFEDIPINA � Vasodilatadores arteriolares diretos – Ação vasodilatadora arteriolar, porém não venosa. Pode resultar em congestão central. – Ex. HIDRALAZINA Farmacologia da ICC � Outros Betabloqueadores – Reduz a freq. Cardíaca, controla a pressão arterial, inibe arritmias, diminui produção de renina, maior expressão de beta receptores, protege o miocárdio contra os efeitos tóxicos da ativação simpática exarcebada – Ex. METROPOLOL, PROPANOLOL – CARVENDILOL, grande promessa, brevemente em uso. Combina ações de betabloqueador com vasodilatação importante. Antagonistas de angiotensina II – Bloqueiam seletivamente os receptores AT1 de angiotensina II. Impedem as ações desta. Boa alternativa aos IECAS, quando houver tosse. – Ex. LOSARTAN Farmacologia da ICC Efeitos adversos � Aparecimento de arritmias (por isso usado somente em ultimo caso) � Com a diminuição dos Canais de Na+ disponíveis ���� Não ocorrera uma despolarização rápida e sincronizada no músculo cardíaco ���� Diminuindo a velocidade de propagação no Potencial de Ação ���� Dessincronização do ritmo cardíaco � O aumento do Ca2+ intracel. vai interferir com a fase 4 ���� Afetando a Despolarização espontânea (potencial repouso) ���� Inclinação da fase 4 e extra-sistoles. Por isso, a digoxina é prescrita com fármacos como a xilocaina e a lidocaína para prevenir as arritmias Farmacologia da ICC Referências Livros � Guyton, Arthur C.; HALL, John E., Fisiologia humana e mecanismos das doenças, 10ª Edição, Editora Guanabara Koogan, 2002 � Harrison, Medicina Interna, 15ª Edição, 2002 � Kelley, W.N., Tratado de Medicina Interna. vol. I, Edição 4ª, Guanabara Koogan, 1995 � Penildon S., Farmacologia, 8ª Edição, Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan, 2010 � Robbins & Cotran, Bases Patológicas das Doenças, 7ª Edição, editora Elsevier, 2005
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