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Aula ITR 4 - Dir. Agrario

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DIREITO AGRÁRIO
4º PERÍODO 
DIREITO – IESA/CNEC
PROFESSOR: RÔMULO DA SILVA MENEZES
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL
Breve histórico
A tributação da terra somente se tornou existência legal depois que veio a República, na Constituição de 1891, estabelecendo sua competência estadual, estrutura que foi mantida até a Constituição de 1946. Com a EC 10/64, o já então chamado Imposto Territorial Rural passou a ser da competência da União, lançado e cobrado pelo hoje INCRA, cuja denominação na época era IBRA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária), nos termos dos arts. 49 e 50 do Estatuto da Terra e Decreto nº 59.792/65.
O módulo fiscal era, por essa legislação, o fator básico para o cálculo do imposto.
Atualmente, o ITR tem na Lei nº 9.393/96, sua base de competência e legalidade, e a sigla, embora tenha se mantido a mesma, retrata uma nova denominação de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural e não mais Imposto Territorial Rural. Essa nova lei revogou a de nº 8.847/94.
Com a EC nº 42/03, modificou-se o art. 153 da CF, para possibilitar que a fiscalização e a cobrança do ITR pudessem ser efetuadas no âmbito municipal, desde que não implicasse sua redução ou outra forma de renúncia fiscal. Em decorrência dessa alteração constitucional, foi aprovada a Lei nº 11.250/05, estabelecendo que a União, através da Secretaria da Receita Federal e os Municípios que assim viessem a optar, com o fim de delegar as atribuições de fiscalização, inclusive de lançamento dos créditos tributários e de cobrança do ITR, sem que com isso ficasse afastada a competência supletiva da União.
Através da Instrução Normativa SRF nº 643/06, a Secretaria da Receita Federal dispôs sobre o convênio a firmado com o Distrito Federal e os Municípios para a delegação das atribuições.
Fato gerador do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural
A Lei nº 9.393/96 no seu art. 1º, manteve o mesmo fato gerador para incidência do ITR estabelecido no Estatuto da Terra e na Lei nº 8.847/94. Por conseguinte, o fato jurídico tributário ensejador da incidência do imposto continuou sendo a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel rural.
No entanto a lei inovou quando estabeleceu expressamente que o imóvel rural, base para a incidência do imposto, não era aquele do conceito do art. 4º, inciso I, do Estatuto da Terra, que podia ser encontrado, inclusive, no perímetro urbano, porquanto a ênfase que se lhe dava era na forma de exploração agrária, e não na sua localização, para estabelecer que gerava imposto a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel rural por natureza, com a enfática conclusão de que ele deveria estar localizado fora da zona urbana do município.
Outra modificação importante da lei é a que estabeleceu o dia 1º de janeiro de cada ano como momento de incidência do fato gerador do imposto. Em outras palavras, não interessa para o fisco que a partir do dia 02 de janeiro até 31 de dezembro do mesmo exercício seja outro o proprietário, o titular do domínio útil ou possuidor do imóvel rural. O devedor do imposto é, inexoravelmente, aquele que pode ter sido proprietário, titular do domínio útil ou possuidor, por apenas um dia.
Não querendo deixar dúvidas, a nova lei tratou ainda de fixar o domicílio do contribuinte do ITR como sendo o do município de localização do imóvel, impedindo o foro de eleição. Tal determinação tem um cunho prático, como no caso de execução fiscal pelo imposto não pago a penhora ou arresto, se não incidir em dinheiro, deverá recair sobre o próprio imóvel (art. 18), tem-se claramente as razões de facilidade processual oriundas da fixação do domicílio do contribuinte no município de localização do imóvel.
Base de cálculo do ITR
Diferentemente do que estabelecia a Lei nº 6.874/94, a Lei nº 9393/96, embora mantendo como base de cálculo o mesmo V.T.N. – Valor da Terra Nua – da anterior, deslocou a sua valoração da Secretaria da Receita Federal, portanto, do fisco, para o próprio contribuinte. Essa mudança é radical e significa o retorno daquilo que já estabelecera o Estatuto da Terra em 1964. A centralização buscada na lei anterior para a fixação do V.T.N. resultou num estrondoso fracasso pelas irrealidades de mercado levantadas pelo órgão oficial na fixação do preço da terra, ensejando resistências fiscais e até de ordem política dos contribuintes, levando o Governo a suspender a cobrança do imposto até que se refizesse todos os cálculos.
Como a Secretaria da Receita Federal manteve o poder de aceitar ou não o ITR calculado pelo contribuinte, a apresentação anual do cadastro rural tornou-se regra imperativa como forma de confrontação de valores e para efeito de correção de ofício, prazo este reduzido para 60 dias no caso de alterações nos imóveis, como desmembramento, anexação, transmissão, por alienação da propriedade ou dos direitos a ela inerente, cessão de direitos e constituição de reserva ou usufruto. Essas informações cadastrais são transitadas através do DIAC – Documento de Informação e Atualização Cadastrais do ITR, para o caso das alterações acima citadas, e DIAT – Documento de Informação e Apuração do ITR, que como o próprio nome diz, serve para apurar o imposto devido.
Embora terra nua seja um conceito jurídico bem delimitado e de fácil compreensão, o legislador do ITR não quis deixar dúvida quando disse que, para valorar essa terra nua e estabelecer o V.T.N., o contribuinte não deve considerar as construções, instalações e benfeitorias, as culturas permanentes e temporárias, as pastagens cultivadas e melhoradas e as florestas plantadas, ou seja, tudo aquilo implementado pelo homem à terra e que contribuiu para aumentar o seu valor de mercado. (art. 10, § 1º, Lei 9.393/96)
O valor de mercado agora estabelecido significa que o imóvel rural sem benfeitorias será calculado respeitando as oscilações da oferta e procura.
Apuração do valor do ITR
Fixada a base de cálculo, há que se apurar o valor do ITR devido. A operação não é direta, como a multiplicação do valor total da terra nua por uma alíquota correspondente.
Ela será encontrada com a aplicação de um sistema de redução que considera o percentual entre a área aproveitável e a efetivamente utilizada. O resultado é o GU – Grau de Utilização.
Para uma melhor compreensão, é bom definir área aproveitável, que, segundo a lei, é a área possível de exploração no imóvel rural, excluídas aquelas (1) – ocupadas por benfeitorias úteis e necessárias; (2) – de preservação permanente, de reserva legal, de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas e as reflorestadas com essências nativas ou exóticas e (3) – as comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aquícola ou florestal. (art. 10, § 1º, IV, Lei nº 9.393/96)
Área efetivamente utilizada é aquela (1) – plantada com produtos vegetais e a de pastagens plantadas; (2) – a de pastagens naturais, observado o índice de lotação por zona de pecuária fixado pelo Poder Executivo (3) – a de exploração extrativa, observados o índice de rendimento por produto, fixado pelo Poder Executivo, e a legislação municipal; (4) – a de exploração de atividade granjeira e aquícola e (5) – sob processos técnicos de formação ou recuperação de pastagens. (art. 10, § 1º, V, Lei nº 9.393/96)
TABELA DE ALÍQUOTAS PARA CÁLCULO DO IMPOSTO (%)
 imóvel
(em hectares)
Não havendo qualquer área aproveitável, que é aquela passível de exploração agrícola, pecuária, granjeira, aquícola ou florestal, a alíquota do ITR sobre ela incidente é a menor na classificação das alíquotas. É como se o GU – Grau de Utilização – fosse superior a 80%.
A Lei nº 9.393/96 ainda fixou que em nenhum caso o valor do imposto devido será inferior a R$ 10,00. E que poderá ser pago à vista, no último dia para entrega do DIAT – Documento de Informação e Apuração do ITR – a ser fixado pela Receita Federal, ou em até 3 parcelas iguais, mensais e consecutivas, não podendo nenhuma delas ser inferiora R$ 50,00, sendo corrigidas pela taxa referencial do Sistema de Liquidação e de Custódia (SELIC), acrescidos de juros de 1% ao mês.
Administração do ITR
Com a Lei nº 11.250/05, que regulamentou o inciso III do § 4º do art. 153 da CF, alterado pela EC nº 42/03, possibilitou que a Secretaria da Receita Federal, através de convênio, pudesse delegar as atribuições de fiscalização, lançamento e cobrança do ITR ao Distrito Federal e aos Municípios, continuando o órgão federal, no entanto, com a competência supletiva.
Assim é que através da Instrução Normativa SRF nº 643, de 12/04/06, a Secretaria da Receita Federal dispôs sobre o convênio a firmado com o Distrito Federal e os Municípios para a delegação das atribuições, inclusive a de lançamento de créditos tributários, e de cobrança do ITR, inclusive, apresentando modelo de convênio a ser firmado entre as partes.
Imunidades do ITR
A CF no seu art. 153, § 4º, estabelece que o ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais quando o proprietário as explore, só ou com sua família, e desde que não possua outro imóvel quer seja ele rural ou urbano.
A Lei nº 9.393/96, regulamentando este dispositivo, no seu art. 2º, disse que são consideradas pequenas glebas os imóveis de área igual ou inferior ao rol ali estabelecidos.
Também na condição de imune do ITR estão as propriedades imobiliárias pertencentes aos Estados, Distrito Federal, aos Municípios, aos partidos políticos, às entidades sindicais dos trabalhadores, as instituições de educação e assistência social, nos termos do art. 150, inciso VI, CF.
Isenções do ITR
A lei, no seu art. 3º, enumera os casos de isenções do ITR.
Outro caso de isenção do ITR fixado pela lei está quando o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total observe os limites regionais acima especificados, desde que, cumulativamente, seja explorado só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiro e ainda que não possua imóvel urbano.
Execução fiscal
A execução fiscal é a forma judicial para a cobrança do ITR.
Conforme dispõe a Lei nº 11.250/05, mesmo havendo convênio expresso, não é o ente público Distrito Federal ou Município legitimado para a cobrança judicial. Apenas para a cobrança administrativa, no qual se incluiu o processo administrativo tributário.
Neste sentido, o art. 14 da IN SRF nº 643/06 é claro quando afirma que após a cobrança, se não houver a confirmação do pagamento por parte do sujeito passivo, a SRF encaminhará o débito à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa Da União.
Com força de liquidez e certeza, o débito constituído através da certidão de dívida ativa impõe a constrição judicial através da penhora. Uma vez, não incidindo a constrição judicial da penhora ou do arresto sobre dinheiro, deverá ela necessariamente incidir sobre o imóvel rural do devedor e, no caso de avaliação, esse valor será declarado pelo contribuinte.
É explicável a razão legal pela necessidade do Governo Federal de abrir mais um caminho para a obtenção de terras para a reforma agrária, pois o imóvel rural do devedor preferencialmente penhorado poderá ser adjudicado pela União diretamente em nome do INCRA. E em havendo saldo em favor do devedor, este será transformado em TDAs e assim depositado.
Defesa do contribuinte do ITR
Há duas formas de defesa ao contribuinte da pretensão de cobrança do ITR.
A primeira delas é a administrativa, e se oportuniza após a notificação de que a apuração do ITR por ele efetuada e conseqüente autolançamento foi glosada ou inaceita pela Secretaria da Receita Federal ou pelo órgão arrecadador do Distrito Federal ou do Município, quando houver delegação de lançamento e cobrança (Lei 11.250/05). É o chamado processo de reclamação do contribuinte, onde é necessário o contraditório, ampla defesa e a possibilidade de recurso, em respeito ao art. 5º, inciso LV, da CF.
A segunda forma de defesa é a judicial, e se opera através dos embargos a execução fiscal, onde o devedor pode discutir amplamente qualquer questão referente ao imposto, como, por exemplo, equívoco da Receita Federal ou do órgão do Distrito Federal e do Município, quando houver delegação, no apanhamento dos elementos da base de cálculo do tributo, a aplicação de alíquota errada, o lançamento de ofício defeituoso, ausência de notificação, erros na certidão da dívida ativa, e assim por adiante.
Poderão constituir ainda elementos de defesa a argüição da decadência e da prescrição, ambas em prazos estanques e de 5 anos.�
Efeitos colaterais do ITR
O legislador procurou atribuir outros efeitos ao ITR, buscando com isso abranger com maior eficácia sua execução.
O primeiro dos efeitos é também fiscal, porém ligado diretamente ao imposto de renda. Assim, no caso de custo de aquisição e valor de venda de imóvel rural, é o VTN o parâmetro para efeito de apuração do ganho de capital.
Outro efeito é que na concessão de incentivos fiscais e de crédito rural, em qualquer das modalidades, fica elas condicionadas à comprovação do recolhimento do ITR dos últimos 5 anos, ressalvados os casos em que a exigibilidade do imposto esteja suspensa ou em curso processo de execução fiscal. Ficam fora dessa exigência os empréstimos do PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.
O terceiro efeito previsto pelo legislados é de cunho registral. Portanto, somente com a comprovação do pagamento do ITR dos últimos cinco anos podem ser efetuados atos registrais previstos na Lei dos Registros Públicos que digam respeito ao imóvel rural. A lei atribui responsabilidade solidária pelo imposto e seus acréscimos aos serventuários do registro de imóveis que descumprirem essa determinação.
Por último no caso do imóvel rural ser desapropriado, o valor da terra nua previsto no art. 184 da CF e na LC 76/93, não poderá ser superior ao VTN declarado pelo contribuinte para efeito de apuração do ITR.
Fontes: http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/itr/2011/ManualdePreenchimentoDITR2011.pdf
BARROS, Wellington Pacheco. CURSO DE DIREITO AGRÁRIO, Vol. 1, 6ª Ed., Livraria do Advogado, 2009.
� Decadência: se o contribuinte não lançar o ITR no prazo estabelecido, caberá a Receita Federal ou os agentes delegados a fazer, em caso de inércia por parte destes, o silêncio flui em benefício do devedor a partir da inércia do fisco. Prescrição: ocorre quando sendo lançado o imposto pelo contribuinte, não é pago o valor devido e não lhe é cobrado judicialmente. Ambos no prazo de cinco anos.
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