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AULAS FAUSTINI 1° bim

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1 
 
25-01-2016 
PENAL 
 
 CRIME: 
- Fato típico - Teoria Finalista. 
- Ilícito - Teoria Finalista. 
- Culpável. 
 
 FATO TÍPICO: 
- Conduta: omissiva ou comissiva (voluntária). 
- Resultado: há crime sem resultado (naturalístico). 
- Nexo casual: decorre da conduta (Art. 13, CP). 
- Tipicidade: subsunção da conduta. 
 
 CULPABILIDADE: 
- Imputabilidade: menor de 18 anos. 
- Potencial Ilicitude: doença mental – retardo. 
- Exig. Conduta Diversa: coação moral. 
 
 
26-01-2016 
SANÇÃO PENAL 
 
 
1. I - Noção – Teoria da Coerção Penal 
 
 Ilícito Penal (André Estefam): É o ato punido por força de prévia definição 
legal, com pena ou medida de segurança. Nota-se, portanto, que o conceito de 
ilícito penal é definido de maneira extrínseca, isto é, levando-se em conta suas 
consequências. 
 
 Norma jurídica: Preceito – Sanção 
 
 Medida coativa: Somente na área penal. Imposta pelo Estado. 
 
 Sanção voltada a todos os cidadãos: “Erga omnes”. Consequência do ilícito 
penal. Forma preventiva, intimidadora. 
 
 Pena: Perda de um bem jurídico imposta ao autor do ilícito (consequência do 
crime: Bettior). 
 
2 
 
 Caráter predominantemente sancionador do Direito Penal: Não cria ilícitos, 
associa uma sanção penal a um ilícito pré-existente. 
 Espécies de sanção penal: 
 
1. Pena: Pressuposto: Culpabilidade (reprovabilidade da conduta) 
 
Obs. Imputável ou semi-imputável (Art. 26, § único, CP). 
Obs. Pena reduzida de 1 a 2/3. 
 
2. Medida de segurança: Pressuposto: Periculosidade (probabilidade de 
reincidência). 
 
 Obs. Inimputável (Art. 26, Caput, CP) ou semi-imputável (Art. 98, CP). 
 
 Pena cominada: Prevista no eu, pena abstrata. 
 Pena aplicada: Aplicada pelo juiz no caso concreto, individualização da pena. 
 
 Obs. Só se pode sofrer pena OU medida de segurança. NUNCA ambos. 
 
 Princípio da intervenção mínima 
 
 Noção (Luiz Luisi): Precetua este princípio que só se legitima a criminalização 
de um fato se o mesmo constitui meio necessário para a proteção de um 
determinado bem jurídico. Se outras formas de sanção se revelam suficientes 
p/ a tutela desse bem a criminalização é incorreta. Tal princípio deve servir de 
diretriz ao legislador como também ao hermeneuta, haja esta que o Direito 
Penal deve circunscrever-se à proteção dos bens jurídicos fundamentais ao 
convívio social do homem. 
 
 Caráter subsidiário do Direito Penal: Em decorrência de seu caráter 
sancionador. 
 
 Inflação legislativa (Francisco Carnelutti): 
 
Ex: Art. 49, Lei 9.605/96 (Crimes ambientais). 
 
 Estado constitucional de direito – Ferrajoli: Princípio da dignidade humana. 
 
 
01-02-2016 
DAS PENAS 
 
1. Conceito (Soler): Pena é a sanção aflitiva imposta pelo Estado através da ação 
penal ao autor de uma infração como retribuição de seu ato ilícito, consistente 
na diminuição de um bem jurídico, e cujo fim é evitar novos delitos. 
3 
 
 
2. Finalidade (três teorias): 
a) Teoria absoluta (“vingança”): A pena é um mal justo em retribuição a um mal 
injusto, cometido pelo delinquente. De acordo com esta teoria, a pena não 
possui qualquer finalidade prática, no sentido de recuperação social do 
apenado. Visa uma satisfação ética-moral, imanente ao ser humano. 
 
b) Teoria relativa ou utilitária: A razão da pena é a segurança social, isto é, a 
prevenção do crime. Segundo esta teoria, há na pena, duas espécies de 
prevenção: a geral, representada pela pena em abstrato, dirigindo-se a toda 
coletividade como forma de intimidação, trata-se da função simbólica do 
Direito Penal. Há também a prevenção especial, que atua diretamente sob a 
pessoa que infringiu a lei penal, fazendo-o através da expiação da pena, refletir 
sobre o mal causado, inibindo-o através do sofrimento inerente à pena, a 
cometer novos delitos. Portanto para esta teoria, a legitimidade da pena está 
na prevenção. 
 
c) Teoria mista ou unitária: A pena tem caráter retributivo-preventivo. 
Retributivo em razão de ser a consequência do crime, preventivo porque possui 
caráter de intimidação geral, embora o cumprimento da pena possua uma 
função ressocializadora ou de reeducação do sentenciado. 
 
3. Princípios e classificação: 
 
 PRINCÍPIOS: 
 
a) Legalidade: Não há pena sem lei que a preveja. “Nulla poena sine lege”. 
Art. 5º, XXXIX, CF. 
Art. 1º, CP. 
 
b) Personalidade: Art. 5º, XLV, 1ª Parte, CF. 
“Nenhuma pena passará da pessoa do condenado”. 
 
Exceção: Pena de perda de bens. Art. 5º, XLVI, b, CF. 
 
 
 Efeitos secundários da pena privativa de liberdade: Auxílio Reclusão > Instituto 
da previdência social (para tentar amenizar os efeitos secundários). 
Ex: Família dependia financeiramente do marido para se alimentar, marido era 
o “chefe da família”, exercia trabalho formal, em dia com a previdência, sendo 
assim, a família tem direito ao auxílio reclusão, que ACABA quando o preso 
passa para o regime semiaberto. 
 
c) Proporcionalidade ou individualização: 
 
 A pena deve graduar-se de acordo com a relevância: 
 
4 
 
1. Do bem jurídico tutelado pela norma; 
2. Personalidade do agente infrator; 
 Aspectos da individualização: Art. 68, CP. 
 
1. Legislativo 
2. Judicial 
3. Executório 
 
d) Inderrogabilidade penal ou inevitabilidade: Prega que aquele que pratica o 
crime deve ter certeza de sua punição. 
 
e) Humanização: 
 
 Princípio da dignidade da pessoa, Art. 1º, III, CF. 
 
 A pena não pode importar na violação da integridade física e moral do 
condenado (Art. 5º, XLIX, CF). 
 
 Vedação das penas cruéis, de caráter perpétuo, banimento, trabalhos forçados. 
 
 E a pena de morte? Art. 84, XIX, CF 
 
 
02-02-2016 
- CLASSIFICAÇÃO: 
 
A – Com relação ao bem jurídico atingido: 
a) Corporais: são aquelas que atingem a integridade física do condenado. Ex.: 
Mutilações, morte, marca de ferro em brasa etc. Estas penas foram abolidas, na 
maioria das nações civilizadas, porém ainda são aplicadas em alguns países, 
como Irã, Arábia Saudita e alguns Estados dos EUA. 
 
b) Privativa de liberdade: é a mais comum. Atinge o direito de ir e vir do 
condenado, importando uma espécie de prisão. 
Pode ser: 
1) Perpétua: não admitida no Brasil. 
2) Temporária: 
Art. 75 CP ( 30 anos) – tempo máximo do crime. 
Art. 101 CP (5 anos) – tempo máximo contravenção penal. 
 
PARA CRIME: Reclusão ou detenção. 
PARA CONTRAVENÇÂO: Prisão Simples 
5 
 
 
c) Restritivas de liberdade: é a que limita o poder de locomoção do condenado, 
porém sem submetê-lo à prisão. 
- Banimento: perda dos direitos políticos e de habitar um país. 
- Degredo ou confinamento: fixação de residência em local determinado na 
sentença condenatória por determinado tempo de onde não poderá sair. 
- Desterro: saída obrigatória de seu domicilio ou do domicilio da vitima por 
tempo determinado. 
 
OBSERVAÇÃO: 
1. A CF proíbe a pena de banimento – ART. 5º, XLVII, “d”. 
Mas e com relação ao degredo (confinamento) e o desterro, seriam admitidas 
em nosso ordenamento jurídico? 
- MIRABETE: todas as penas restritivas de liberdade são inconstitucionais. 
 
- ZAFFAROMI – PIERAMGELI: Veda apenas o banimento. 
 
2. LEI 6.815-80 (Estatuto do Estrangeiro): 
- Expulsão: ato administrativo fundado no direito de defesa da soberania 
nacional, tomado pelo poder público para retirar do território nacional o que se 
mostra prejudicial aos interesses do país. 
- Deportação: aplicável nos casos de entrada ou estada irregular de 
estrangeiro, se este não se retirar voluntariamente do território nacional no 
prazo fixado pela polícia federal. 
- Extradição: ato de entrega de um indivíduo homiziado em um país 
estrangeiroao governo de outro país, a pedido desse, para ser julgado ou 
cumprir a pena que lhe foi imposta. É um ato administrativo próprio do direito 
internacional, que tem como fundamento o direito penal, mas não é pena. 
 
d) Pena pecuniária: é aquela que atinge o patrimônio do sentenciado, pode ser a 
pena de multa, que consiste no pagamento em dinheiro ao fundo penitenciário 
nacional (FUNPEN) e o confisco, que consiste na perda de bens e valores lícitos 
do condenado. 
- Multa: aplicada na sentença para ser paga pelo condenado. 
- Confisco: diferente do artigo 91, II, CP, que é o confisco dos instrumentos e 
proveitos do crime, ou seja, são os efeito secundários da sentença 
condenatória, não tem natureza jurídica de pena. 
 
e) Penas restritivas de direitos: ART. 43, CP: é a que suprime ou restringe alguns 
direitos do condenado, diversos da liberdade. O CP enumera as penas 
restritivas de direitos no artigo 43. Exemplo: suspensão do direito de dirigir 
6 
 
veículo automotor, suspensão do direito de exercer cargo ou função de 
atividade publica etc. 
 
 
B – Quanto à aplicabilidade: 
a) Únicas: quando prevista uma única espécie de pena para o crime: Art. 121, CP. 
b) Conjuntas: quando previstas duas ou mais penas para o mesmo crime: Art. 155, 
CP. 
c) Paralelas: quando previstas duas ou mais penas da mesma espécie 
alternativamente para o mesmo crime: Art. 235, Parag. 1º, CP. 
d) Alternativas: quando previstas duas ou mais penas de espécies diferentes 
alternativamente: Art. 233, CP. 
 
 
C – Quanto ao local de execução: (PROF. Damásio) 
a) Institucionais: que se cumprem em estabelecimentos especialmente 
destinados a execução penal. Exemplo: Pena privativa de liberdade. 
b) Semi-institucionais: quando se cumprem a pena parcialmente em 
estabelecimentos institucionais. Exemplo: Limitação de fim de semana. 
c) Não institucionais: quando a pena é executada em liberdade, sem vinculação 
com estabelecimentos penais. Exemplo: Pena de morte. 
 
 
15-02-2016 
PENAS PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS 
 
- Reforma Penal: Lei 7209-84 
- Art. 32, CP. 
Penas: 
 - Privativa de liberdade 
 - Rest. de direitos 
 - Multa 
- Legislação extravagante é passível ainda haver penas acessórias. Ex.: Art. 12 LCP 
 
7 
 
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE: ART. 33 E SEGUINTES 
 
I. CONCEITO: é aquela que restringe o direito de ir e vir do condenado, 
infringindo-lhe um determinado tipo de prisão. 
 
II. ASPECTOS HISTÓRICOS: 
- Cárcere era na antiguidade utilizado como forma de detenção para 
assegurar a execução da pena. 
- Influência do direito canônico. 
- Até 1ª metade do século XVI, a pena que vigorava era a corporal. 
- Surgimento das prisões 1552, são as “houses of correction.” 
- No Brasil a pena de prisão surgiu em 1830 (fim da aplicação das 
ordenações do reino). 
 
III. SISTEMAS PENITENCIARIOS: 
A) Sistema de Filadélfia ou Belga: adotado inicialmente na Pensilvânia e também 
aplicado na Bélgica, caracteriza-se por ser um sistema absolutamente celular, 
ou seja, em que o sentenciado permanece fechado na cela, sem sair, salvo em 
casos esporádicos para passeios em pátios fechados e circulares. Não há 
trabalho ou visita, estimula-se a religiosidade e a disciplina. 
B) Sistema de Auburh ou Alburniand (Silent System): o sentenciado permanece 
em isolamento durante o período noturno, e durante o dia trabalha 
juntamente com os outros presos. Porém, apesar do trabalho em comum este 
é feito em absoluto silêncio, o que originou a denominação Silent System. Sua 
origem é a penitenciaria de Auburh, no estado de Nova York, construída em 
1918. 
C) Sistema Inglês ou Progressivo: considerado mais brando, surgiu no século XIX. 
Neste há um período inicial de isolamento denominado período de prova, 
depois, observando o aproveitamento e o comportamento do preso, este passa 
a trabalhar em comum com os demais presos, e finalmente é posto em 
liberdade sob fiscalização. Observa-se que há etapas no cumprimento da pena 
até se alcançar a liberdade. 
8 
 
D) Sistema Irlandês: derivação do sistema inglês. Neste, antes da liberdade sob 
fiscalização há um período de trabalho em colônia penal agrícola. 
- BRASIL: Art. 33, parágrafo 2º, CP 
 Art. 112 Lei de Execução Penal: 7210-84 
 
IV. ESPÉCIES DE PENA OU DE LIBERDADE: 
A) Reclusão: se aplica a crime. 
B) Detenção: se aplica a crime. 
C) Prisão simples: se aplica a contravenção penal. 
 
- Há distinção entre reclusão e detenção? Em controvérsia, que a tendência 
moderna é abolir a diversidade de penas privativas de liberdade, contudo, a 
reforma de 1984, manteve está dicotomia que obedece a todo um sistema no 
ordenamento jurídico penal, que não se resume a uma simples divisão 
terminológica, assim a diferença entre uma e outra espécie de prisão é menos 
formal e mais relacionada as conseqüências dela decorrente. 
 
- CONSEQUÊNCIAS DECORRENTES DESTA DICOTOMIA: 
A) REGIME PRISIONAL: a pena de reclusão pode ser cumprida nos 3 regimes 
prisionais (fechado, semi-aberto e aberto). A detenção por sua vez, só pode ser 
cumprida no regime semi-aberto e aberto. 
B) MEDIDA DE SEGURANÇA: ao inimputável que pratica crime cuja pena cominada 
é reclusão, a medida de segurança cabível é a detentiva (internação em hospital de 
custodia e tratamento psiquiátrico), já o crime apenado com detenção, poderá ser 
fixada a medida de segurança restritiva (tratamento ambulatorial), fundamento 
legal: art. 97 do CP. 
C) INCAPACIDADE PARA EXERCICIO DO PÁTRIO PODER: tutela ou curatela. Nos 
termos do artigo 92, II, CP, aquele que pratica crime doloso apenado com reclusão 
contra filho curatelado ou tutelado poderá sofrer um efeito secundário da 
condenação a perda do pátrio poder do direito de tutela e de curatela. 
D) PRIORIDADE NA ORDEM DE EXECUÇÃO: nos termos do artigo 69 e 76 do CP. 
Executa-se primeiro a pena de reclusão e depois a de detenção. 
9 
 
16-02-2016 
REGIMES PENITENCIÁRIOS: ART. 33, CAPUT, CP 
 
1. REGIME FECHADO: pena cumprida em estabelecimento penal de segurança 
máxima (penitenciária, penas mais longas) ou média (penas mais curtas). 
2. REGIME SEMIABERTO: a pena é executada em colônia penal agrícola, industrial 
ou estabelecimento similar (Em SP, são os ITA). 
3. REGIME ABERTO: a pena é executada em casa de albergado (estabelecimento 
público mantido pelo poder executivo, passa o dia fora e volta a noite) ou 
estabelecimento adequado 
OBS: 
A) PRISÃO DOMICILIAR – ART. 117 – LEP 
- ART. 146 LEP: Tornozeleira e pulseira dotadas de localizador: começou ser 
admitida em 2010. 
- Forma excepcional de cumprimento da pena no regime aberto. EX.: Mulher 
grávida. 
- Se transformou em regra, pois não tem casa de albergado. 
B) REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD) – ART. 52 – LEP 
- Seria um novo regime prisional? Não, segundo a doutrina é uma forma 
disciplinar excepcional de cumprimento da pena no regime fechado, destinados 
aos casos taxativamente (restritiva) previstos na LEP. 
- Constitucionalidade? Argumenta-se esta questão, pois alguns doutrinadores 
diziam que este regime violava o princípio da humanização, porém o STF e STJ 
alegam que obedece ao princípio da proporcionalidade e da razoabilidade, 
portanto é um regime constitucional. 
- Determina que o preso seja transferido para um presídio de segurança 
máxima. Quem determina é o juiz de execução penal. 
 
V. FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL – ART. 33, PARAGRAFO 3º, CP 
- CRITÉRIOS: Fixado pelo Juiz do Conhecimento. 
A) Circunstâncias judiciais – Art. 59, CP. 
10 
 
B) Quantidade e Qualidade da pena. 
C) Reincidência – Art. 63, CP (Só existe quando praticacrime e possui outro com 
trânsito em julgado.) 
 
- DISPOSIÇÕES LEGAIS PARA FIXAÇÃO (REGRAS): 
A) PENA DE RECLUSÃO: 
I. Réu reincidente ou cuja pena seja superior a 8 anos: regime fechado obrigatório. 
II. Réu não reincidente, cuja condenação seja superior a 4 anos e não exceda a 8 
anos: poderá ser fixado o regime semiaberto. 
III. Réu não reincidente, condenado a pena igual ou inferior a 4 anos: poderá desde o 
início cumprir no regime aberto. 
OBS: 
1. REGIME + GRAVOSO SERIA PASSÍVEL? 
- Sim, mas para isso tem que fundamentar a sua decisão nas circunstâncias 
judiciais, se forem todas favoráveis a regra pode ser imposta. 
- Súmulas 718 e 719 do STF. 
2. CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS (tráfico, tortura e terrorismo): 
- Art. 2º, parágrafo 1º, Lei 8.072-90 
- Cumpre-se inicialmente em regime fechado. 
 
B) PENA DE DETENÇÃO: 
I. Condenado reincidente ou cuja pena for superior a 4 anos: deve iniciar 
cumprimento no regime semiaberto. 
II. Condenado não reincidente e pena igual ou inferior a 4 anos: poderá iniciar o 
cumprimento no regime aberto. 
OBS: 
1. REGIME + RIGOROSO? 
- Sim, mas para isso tem que fundamentar a sua decisão nas circunstâncias 
judiciais, se forem todas favoráveis a regra pode ser imposta. 
11 
 
C) PRISÃO SIMPLES 
- Art. 6º LCP. 
- Regime aberto ou semiaberto. 
- Não admite regressão para o fechado. 
- Estabelecimento penal especial ou seção separada em presídio comum. 
 
 
22-02-2016 
CONTINUAÇÃO 
 
- NO CASO DO RÉU SER CONDENADO EM 2 CRIMES, UM APENADO COM RECLUSÃO E 
OUTRO COM DETENÇÃO? Artigo 111, LEP. O réu irá cumprir um e depois o outro. 
- NO CASO DO JUIZ SENTENCIANTE NÃO FIXAR O REGIME PRISIONAL? Cabe embargos 
de declaração. 
 
- REGRAS: 
A) REGIME FECHADO: ARTIGO 34, CP. O preso trabalha em oficinas dentro do próprio 
presídio ou em obras públicas. 
B) REGIME SEMIABERTO: ARTIGO 35, CP. Colônia penal agrícola, pode cursar curso 
superior e trabalhar fora. 
C) REGIME ABERTO: ARTIGO 36, CP. Rotina normal durante o dia e se recolher a noite 
em casa de albergado. 
*REGIME ESPECIAL: ARTIGO 37, CP. ARTIGO 82, LEP. ARTIGO 5º, L, CF. Mulher, idosos 
(mais de 60 anos). 
 
DIREITO PENITENCIÁRIO DE EXECUÇÃO PENAL 
 
1. Noção e conceito: tem por objeto de estudo as normas disciplinadoras da 
execução da pena e outras medidas de proteção social que lhe salva guarda dos 
12 
 
direitos da pessoa que entrou em conflito com a sociedade compreende 
também os fundamentos constitucionais da execução da pena. 
2. Princípio da jurisdicionalidade da execução penal: junção do principio da 
legalidade e proteção judiciária. Exige o controle judiciário da legalidade 
residual do condenado, e que toda questão relacionada a execução da pena, 
para serem inibidos, demandam a intervenção jurisdicional. 
3. Execução provisória: réu que foi preso preventivamente (fechado) e é 
condenado a pena menor, pode recorrer no regime em que foi condenado. 
- SÚMULA 716, STF. 
4. Exame criminológico: examina o perfil do preso. 
- Noção: Principio da personalidade e individualização. 
- Regime fechado: 
 - Obrigatório. 
- Regime semiaberto: 
 - Facultativo: MIRABETE. 
 - Obrigatório: C.R. BITTENCOURT. 
 
 
23-02-2016 
PROGRESSÃO E REGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL 
 
- SISTEMA PROGRESSIVO: 
 - Art. 112 e 118, LEP. 
 - Art. 33, parágrafo 3º, CP. 
 
- PROGRESSÃO – ART. 112, LEP: 
 - REQUISITOS: 
13 
 
1. SUBJETIVO: bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do instituto 
penitenciário (LEI 10.792-03). 
*DIFERENÇA DE MÉRITO – até 2003 para haver a progressão de regime deveria ter 
mérito. 
 
2. OBJETIVO: cumprimento de uma parcela da pena no mínimo 1/6 da pena. 
OBS: 
A) DEVE SER A PENA APLICADA OU O RESTANTE DA PENA A CUMPRIR? A lei não 
esclarece quanto ele deve cumprir nas operações posteriores (reincidência), 
porém a jurisprudência entende que é o restante da pena, baseada no artigo 
111 da LEP e artigo 113 do CP. (PENA CUMPRIDA É PENA EXTINTA). 
B) COMETIMENTO DE FALTA GRAVE INTERROMPE O LAPSO PARA PROGRESSÃO: 
começa uma nova contagem para progressão. 
C) TEMPO REMIDO É COMPUTADO PARA FINS DE PROGRESSÃO (ART. 128, LEP): 
é considerada como pena cumprida. 
D) IMPOSSIBILIDADE DE PROGRESSÃO POR SALTOS: não se admite que o 
sentenciado passe direto do regime fechado para o aberto. 
E) CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS: 
- Habeas Corpus nº 82.959 STF. 
- LEI 11.464-07 (Março), nova redação ao artigo 2º, parágrafo 1º, LEI 8.072-90 
- 2/5 se primário. 
- 3/5 se reincidente. 
CONFLITO DA LEI PENAL NO TEMPO? Não tem retroatividade. Quem praticou o 
crime até março 2007 aplica-se a LEP, quem praticou depois de março de 2007 
aplica-se a lei nova. 
F) ARTIGO 33, PARÁGRAFO 4º, CP (CRIMES CONTRA A ADM. PÚBLICA): é 
necessário que o sentenciado comprove que reparou o dano ou que restituiu a 
coisa com os devidos acréscimos legais. 
G) ART. 114, LEP – REGIME ABERTO 
- Aptidão para o trabalho. 
- Autodisciplina. 
14 
 
29-02-2016 
- REGRESSÃO – ART. 118, LEP: 
 - OCORRE A REGRESSÃO: 
1. Sentenciado pratica fato definido como crime doloso ou falta grave (artigo 50, LEP), 
é necessário antes da regressão a oitiva do sentenciado (artigo 118, parágrafo 2º, LEP). 
2. Sentenciado sofre condenação por crime anterior, cujo o total da pena em execução 
torna incabível a manutenção do regime prisional. 
*OBS: 
A) A pratica de crime culposo ou contravenção por si só não autoriza a regressão 
de regime. 
B) Basta só a pratica de crime doloso ou falta grave. Isto é constitucional? A 
doutrina diz que é necessária a condenação definitiva, em razão do princípio da 
presunção da inocência, portanto é preciso esperar o transito em julgado. 
 
 - NO CASO DO REGIME ABERTO, TAMBÉM IMPORTA EM REGRESSÃO: 
1. Frustrar os fins da execução penal, pode acontecer, por exemplo, no caso de 
abandono do emprego, demissão por justa causa, desobediência as condições do 
regime aberto. 
2. Não pagar, podendo, a pena de multa cumulativamente imposta. 
* A regressão é determinada por sentença judicial e pode ser impugnada por agravo 
de execução (artigo 197 LEP). 
 
DIREITOS E TRABALHOS DO PRESO – ART. 38-39 CP E 41 LEP 
 
- ARTIGO 1º, III, CF (Princípio da dignidade da pessoa humana); 
A) OS DIREITOS POLÍTICOS – ART. 15, III, CF: Suspensão até a extinção da pena. 
- “Sursis” (suspensão condicional da pena privativa de liberdade), Liberdade 
Condicional e Regime Aberto. (Os direitos políticos permanecem suspensos em todos 
os casos acima). 
- Qualquer condenação penal definitiva. 
15 
 
- Perda do mandato eletivo automático e imediato (Alexandre Morais). 
 
*Exceção: Art. 55, VI, parágrafo 2º, CF: 
 - Deputados federais: só perde o mandato se houver pedido pela respectiva casa. 
 - Senadores: só perde o mandato se houver pedido pela respectiva casa. 
 - Deputados estaduais e distritais: Principio da Simetria (Art. 27, parágrafo 1º e 
artigo 32, parágrafo 3º da CF): só perde o mandato se houver pedido pela respectiva 
casa. 
- Governador, Prefeito e Vereador - Perda do mandato eletivo – art. 92, I, CP (crime 
contra a ADM. PÚBLICA). 
 
B) COMUNICAÇÃO COM O MUNDO EXTERIOR: 
- Censura das correspondências – artigo 5º, XII, CF – inviolabilidade das 
correspondências: Quando houver suspeita do que o preso está planejando é possível 
a censura (abrir tanto a carta que ele manda como aquela que ele recebe). 
 
C) TRABALHO DO PRESO: DIREITO E DEVER – ART. 31, 39 e 50, VI, LEP: 
- O preso deverá cumprir as determinações (trabalho) que lhe foram impostas durante 
a pena e se não cumprirserá considerada falta grave. É um dever, porém também um 
direito do preso, pois ele também possui vantagens ao trabalhar. 
 
D) TRABALHO EXTERNO – 36 E 37 LEP: 
- Requisitos (artigo 37, LEP): 
 1. Aptidão, disciplina e responsabilidade. 
 2. Cumprimento de mais de 1/6 da pena. 
*OBS: Independe de autorização judicial. Quem determina é o DIRETOR do presídio. 
- REGIME FECHADO: somente serviço e obras públicas (administração direta ou 
indireta) com vigilância direta e escolta. 
16 
 
- REGIME SEMIABERTO: também em obras particulares e serviços autônomos, sem 
vigilância direta. 
- Limite 10% de presos por obra (Art. 36, parágrafo 1º, LEP). 
- Garante-se os benefícios da previdência social (Art. 43, LOPS). 
- Não sujeitos as normas da CLT e sim pelas normas de direito público (Art. 28 
- Condenado por crime político e preso provisório não tem que trabalhar (Art. 31, 
parágrafo único, LEP). 
 
 
01-03-2016 
REMISSÃO – ART. 126 A 129 LEP 
A) Conceito: Remir significa em sede de execução penal resgatar, abater, 
descontar pelo trabalho ou pelo estudo parte do tempo de pena a cumprir. 
- Lei 7.210-84. 
- Lei 12. 433-11 atual redação artigos 126 a 129 da LEP. 
B) Remição pelo trabalho: 
- Regime fechado e semiaberto. 
- Cálculo: 03 dias de trabalho, desde que trabalhe pelo menos 06h por dia = 1 
dia da pena. 
- Necessária uma declaração do autor dada pelo presídio detalhando os dias e 
horários que o preso trabalhou. 
C) Remição pelo estudo: 
- Regimes fechado, semiaberto, aberto e livramento condicional. 
- Prisão cautelar – art. 126, parágrafo 7º, LEP. 
- Cálculo: 12 horas de freqüência escolar dividido em três dias abate um dia da 
pena. 
- Pode ser na forma presencial ou por metodologia à distância. 
- Deverão ser certificados pela autoridade educacional a freqüência e o 
aproveitamento. 
17 
 
- Bônus conclusão: + 1/3 na conclusão do curso fundamental, médio ou 
superior (art. 126, parágrafo 5º, LEP). 
D) Acumulação da remição pelo trabalho e estudo – art. 26, parágrafo 3º, LEP: 
- Deverá haver compatibilidade de horários. 
E) Efeitos – art. 128, LEP: 
- Computados para todos os efeitos legais. 
F) Concessão da remição: 
- Art.126, parágrafo 8º, LEP. 
- Art. 129, parágrafo 2º, LEP. 
G) Perda de tempo remido – art. 127, LEP: 
- Cometimento ou falta grave: poderá revogar até 1/3 do tempo remido. 
Observação do artigo 57, LEP. 
H) Abrangência: 
- Todo e qualquer crime. 
I) Falta de trabalho ao preso (doutrinária): 
- Não se conta como remição o período que o preso espera vaga. 
J) Acidente de trabalho – art. 126, parágrafo 4º, LEP: 
- O período que o preso ficar parado conta como dia trabalhado. 
K) Retroatividade da Lei 12.433-11: Beneficiar o réu. 
 
 
07-03-2016 
AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA 
 
SUBDIVIDE-SE EM: 
 
a) PERMISSÃO DE SAÍDA: artigo 120 – 121 LEP. 
- Caráter Humanitário. (Falecimento de parente ou doença grave e o preso 
submetido a tratamento médico). 
- Aplicável aos presos do regime fechado, semiaberto e provisórios. 
18 
 
- Acompanhamento de escolta (vigilância direta). 
- Competência do diretor do presídio autorizar. 
- Prazo: Art. 121, LEP. 
 
b) SAÍDA TEMPORÁRIA: artigo 122 – 125 LEP. 
- Benefício da execução penal. 
Casos: 
I- visita à família; 
II – frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 
segundo grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; 
III – participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio 
social. 
 
- Requisitos (artigo 123 LEP): 
a) Comportamento adequado. 
b) Cumprimento de 1/6 da pena se primário e 1/4 se reincidente. 
*OBS: Súmula 40 STJ. 
c) Compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
* Deverá ter uma decisão judicial, após manifestação do MP. Esta decisão pode ser 
impugnada através de agravo de execução. 
 
*OBS: 
1. Art. 122, parágrafo único, LEP. Possibilidade de uso de vigilância indireta 
(monitoramento eletrônico). 
 
2. Não se aplica ao preso em regime fechado. 
E no regime aberto? Sim. 
E o preso provisório? Não. 
 
3. Competência: juízo da execução penal. 
4. Art. 124, LEP. Prazo não superior a 7 dias e poderá ocorrer no máximo 5 vezes ao 
ano. *Salvo para freqüência a cursos (124, parágrafo único, LEP). 
5. Revogação automática (Art. 125, LEP). 
- Prática de crime doloso. 
- Falta grave. 
- Descumprimento das condições impostas. 
- Revelar baixo aproveitamento no curso. 
 
SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL – ARTIGO 41, CP. 
- Abatimento na pena. 
19 
 
- Art. 183, LEP – Conversão da pena em Medida de Segurança. 
 
 
08-03-2016 
DETRAÇÃO PENAL – ARTIGO 42, CP 
- O que se entender por prisão provisória? É aquela anterior ao trânsito em julgado da 
sentença condenatória, possuindo natureza processual cautelar. Ex.: Prisão em 
flagrante, prisão preventiva, prisão temporária, prisão por pronúncia, prisão 
decorrente de sentença condenatória recorrível. 
- E prisão administrativa? 
 - Art. 5º, LXI, CF. 
 - Foi revogada: TOURINHO FILHO. 
 - Ainda é possível se decretada pela autoridade judiciária: MIRABETE. 
- Internação em hospital comum? Também se admite a detração, desde que essa 
internação tenha fins de tratamento. 
- E a prisão civil? Admite-se a detração, pois ambas tem o mesmo objetivo, que é 
compelir a pessoa cumprindo a obrigação. 
 
PRISÃO: 
 - PENAL: 
 - Pena. 
 - Prisão preventiva. 
 - CIVIL (EM SENTIDO AMPLO): 
 - ADMINISTRATIVA: Ex.: Depositário infiel de Fazenda Pública. 
 - CIVIL (EM SENTIDO ESTRITO): Ex.: Pensão alimentícia. 
 
- Seria possível com relação à pena restritiva de direitos? Sim, admite-se a detração. 
20 
 
- E com relação à pena de multa? Não se admite a detração, pois a pena de multa é 
obrigação de pagar em dinheiro, não sendo possível analisar o tempo necessário. 
- É necessário nexo de causalidade entre a prisão provisória e a pena privativa de 
liberdade? 
1. POSIÇÃO RESTRITIVA (DAMÁSIO): Só de admite a detração penal sem nexo de 
causalidade entre prisão provisória e a pena, quando houver ao menos conexão 
ou continência entre os crimes diversos reunidos em um só processo ou em 
processos distintos. 
2. POSIÇÃO LIBERAL (MIRABETE, ANDRÉ ESTEFAM): Para esta não é necessária 
que a prisão provisória se refira ao mesmo processo, nem ao mesmo fato 
criminoso, desde que a prisão a ser descontada seja por crime cometido 
anteriormente. FUNGIBILIDADE da prisão. ADOTADA PELA JURISPRUDÊNCIA 
MAJORTITÁRIA. 
 
- Como se procede no caso de medida de segurança? É realizada a detração 
calculando-se pelo período mínimo do exame de cessação da periculosidade, que é 
fixado na sentença. 
-Detração na contagem, do prazo prescricional? (Artigo 113, CP). *Tabela de 
prescrição: 109, CP. 
- COMPETÊNCIA: 
 - Juízo da EXECUÇÃO PENAL: Art. 66, III, c, LEP. 
 
 
14-03-2016 
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
I. Considerações preliminares: 
- Pessoas presas no Brasil: 715 mil (2014). 
- 3º lugar no ranking dos países (1º EUA, 2º CHINA). 
- Prisão faliu (Paulo José da Costa Jr.). 
- 80% de reincidência. 
- Regras de Tóquio (8º Congresso da ONU em 1990). 
21 
 
 
- ALTERNATIVAS PENAIS: meios que se vale o legislador, a fim de evitar a prisão 
processual cautelar e a pena privativa de liberdade. 
a) Medidas alternativas: constituem toda e qualquer medida penal ou processual que 
venha a impedir a imposição da pena privativa de liberdade, tais como, reparação do 
dano, exigência de representação do ofendido para determinados crimes, transação 
penal, suspensão do processo. Não se trata de penas, mas de institutos queimpedem 
a percepção penal, a prisão provisória e a execução da pena privativa de liberdade. 
1. Consensuais: quando depende da aquiescência (aceitação) do acusado. 
2. Não consensuais: são medidas aplicadas independentemente da vontade do 
acusado, de ofício pelo juiz. Exemplo, a suspensão condicional da pena, o perdão 
judicial. 
 
b) Penas alternativas: constitui toda medida sancionatória oferecida pela legislação 
penal que evite a imposição da pena privativa de liberdade. Ao contrário das medidas 
alternativas, constituem verdadeiras penas, compreende no nosso ordenamento 
jurídico a pena de multa e as penas restritivas de direitos. Sanção penal. 
1. Consensuais: quando decorrente de transação penal. 
2. Não consensuais: quando aplicada sem aquiescência do acusado e insede de 
sentença condenatória. 
 - DIRETAS: quando prevista no próprio tipo penal incriminador, sem necessidade de 
condenação anterior a pena privativa de liberdade, exemplo artigo 292 do CTB 
(suspensão da habilitação). 
 - SUBSTITUTIVAS: quando o juiz primeiro fixa a pena privativa de liberdade e depois 
a substitui por uma pena alternativa, desde que presente os requisitos legais. 
 
II. CONCEITO E ESPÉCIES: Penas restritivas de direitos constituem a sanção 
imposta em substituição a pena privativa de liberdade consistente na 
supressão ou diminuição temporária de um ou mais direitos do condenado. 
Em nosso código penal foram previstas inicialmente na reforma de 1984 e 
ampliadas pela Lei 9.714-98 que conferiu a atual redação ao artigo 43 e 
seguintes do CP. 
- Art. 43, CP: Penas alternativas não consensuais substitutivas. 
22 
 
- Natureza jurídica: A crítica do Prof. Damásio é de que a denominação 
correta para essas penas seria “Penas Alternativas”, sofrendo variações na 
natureza jurídica de cada uma delas: 
I- prestação pecuniária – não tem natureza de restrição de direito, mas sim tem 
natureza patrimonial; 
II- perda de bens e valores – não tem a natureza de restrição de direito, mas sim tem 
também natureza patrimonial; 
III- prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas – não tem natureza 
jurídica de privativa de liberdade (que importa prisão), mas sim tem natureza restritiva 
de liberdade (apenas restringe à liberdade); 
IV- interdição temporária de direitos – é considerada pela doutrina verdadeiramente 
de natureza restritiva de direito (ex. pode um profissional ser impedido de exercer sua 
profissão por determinado temo; impedimento de frequentar determinados lugares, 
etc.); 
V- limitação de fim de semana – Não é restritiva de direito, mas sim restritiva de 
liberdade. 
- Classificação: 
a) GENÉRICAS: substitui a pena privativa de liberdade em qualquer crime satisfeitos os 
requisitos legais, são as penas de prestação de serviços a comunidade, limitação de fim 
de semana, prestação pecuniária e a perda de bens e valores. 
b) ESPECÍFICAS: só substitui as penas privativas de liberdade imposta pela prática de 
determinados crimes. São as interdições temporárias de direito, salvo a pena de 
permissão de freqüentar determinados lugares, que é genérica. Exemplo, a interdição 
do exercício de profissão só é pode ser aplicada se o crime praticado for inerente à sua 
profissão. 
 
III. CARACTERÍSTICAS: 
- Norma incriminadora: 
 - Preceito primário e preceito secundário: 
- Penas restritivas de direitos: 
a) AUTONOMIA: não podem ser cumuladas com as penas privativas de liberdade, não 
dependendo para sua execução da pena privativa substituída como ocorria antes de 
1984 com as penas acessórias. 
b) SUBSTITUTIVIDADE: o Magistrado na sentença condenatória quando a 
individualização da pena fixa inicialmente a pena privativa de liberdade e depois na 
mesma sentença a substitui pela pena alternativa e suficiente e adequada para o caso, 
23 
 
cuja duração será a mesma da pena privativa de liberdade se compatível com a sua 
natureza. 
 - Obrigatória? Presente os requisitos legais é um direito do réu a substituição. 
c) EXECUÇÃO CONDICIONAL: as penas restritivas de direito são aplicadas sobre 
condição de o condenado satisfazer a restrição imposta, assim frustrando a execução 
injustificadamente opera-se a conversão da pena restritiva em privativa de liberdade. 
 
 
15-03-2016 
CONTINUAÇÃO 
IV. REQUISITOS E PRESSUPOSTOS: artigo 44, CP. 
1. Objetivos: São aqueles que não dizem diz respeito às circunstâncias 
pessoais do agente (condenado); 
a) Quantidade da pena privativa de liberdade aplicada: 
- Crimes dolosos: menor ou igual a 4 anos. 
- Crimes culposos: independe da pena. 
*Legislador enfatizou o desvalor da conduta. 
- E no caso de Concurso de Crimes? Concurso Material (soma-se as 
penas, se for superior a 4 anos não pode haver a substituição), 
Formal (acrescenta um percentual à pena mais grave, se for superior 
a 4 anos não pode haver a substituição) e Crime Continuado 
(também aumenta um percentual à pena mais grave, se for superior 
a 4 anos não pode haver a substituição). Portanto, para substituição 
se considera a pena resultante do respectivo concurso. 
 
b) Natureza da infração penal: 
- Não pode ser o crime praticado com violência ou grave ameaça à 
pessoa. 
*OBS: 
I. Violência dolosa. 
24 
 
II. E no caso de violência presumida? Divergência na doutrina. O 
Prof. Damásio entende que pode haver a substituição porque o 
legislador queria constar apenas a violência real. É o entendimento 
que prevalece na doutrina, inclusive no STJ. O Prof. Fernando Capez 
entende que não pode haver substituição da pena porque a 
violência ficta, não obstante ser uma violência imprópria, é uma 
violência. 
III. Crimes de menor potencial ofensivo. EX.: 147, 146, CP e 21 LCP. 
Transação Penal: artigo 76 Lei 9.099-95. Se é admitida a transação 
penal nesses tipos de crimes, conclui-se que pode ser aplicada 
também a substituição da Pena Privativa de Liberdade por Pena 
Restritivas de direito. 
2. Subjetivos: São aqueles que dizem respeito às circunstâncias pessoais do 
agente (condenado). Para que seja possível a substituição da pena. 
a) Não ser reincidente em crime doloso: 
- Ver artigo 63 e 64 CP. 
- A vedação é absoluta? 
 - Artigo 44, parágrafo 3º, CP 
 - NÃO, porque o juiz deverá observar o crime praticado 
anteriormente para verificar se a substituição por pena restritiva de 
direito é socialmente recomendável para o réu. É a corrente 
predominante: Damásio, Luiz Flávio Gomes, Cesar R. Bittencourt. 
 - SIM, quando a condenação anterior for crime culposo, 
determinando a reincidência, poderá o juiz operar a substituição, 
desde que socialmente recomendável: Mirabete e Capez. 
- E no caso de reincidente pelo mesmo crime? A vedação é absoluta, 
ou seja, não pode haver a substituição da pena privativa de 
liberdade pela pena restritiva de direitos em caso de reincidência no 
mesmo crime. 
 
b) Prognose de suficiência da substituição: 
- “Conveniência da substituição”. (Mirabete) 
- Critérios no artigo 59, CP. 
25 
 
- Preocupação do legislador coma finalidade preventiva especial da 
pena. Para o réu não praticar mais o crime. 
 
 
21-03-2016 
CONTINUAÇÃO 
- As penas restritivas de direitos são absolutamente incompatíveis com os delitos 
previstos na Lei 8.072-90? 
* Regime inicialmente fechado. 
* Insuficiência como resposta penal. 
* Princípio da especialidade. 
* Princípio da individualização das penas. 
* Art. 44, Lei 11.343-06 (Tráfico de drogas). 
 
V. Regras para substituição: 
a) Pena privativa de liberdade igual ou inferior a 1 ano, tanto nos crimes 
dolosos ou culposos, permite-se a substituição por uma pena restritiva de 
direito ou uma penade multa a critério do juiz. Note-se que a multa 
substitutiva não exclui a pena de multa também prevista para o crime. 
b) Pena que supera o limite de 1 ano, a substituição só pode ocorrer por 
uma pena de multa cumulada com uma pena restritiva de direitos ou por 
duas restritivas de direitos cumuladas e exeqüíveis simultaneamente. 
c) A pena consistente em prestação de serviço à comunidade só pode ser 
aplicada em substituição a condenação a pena privativa de liberdade 
superior a 6 meses (Art. 46, CP). 
 
VI. Conversão: 
a) Conceito jurídico: É a substituição de uma sanção por outra, pena ou 
medida de segurança, no curso da execução. Há pois alteração na execução 
que pode ser favorável ou desfavorável ao condenado, transformando-se a 
26 
 
pena privativa imposta em outra ou em medida de de segurança, ou uma 
destas em outra espécie. (MIRABETE). 
 - É um Incidente próprio da execução penal: São todas as questões 
jurídicas surgidas durante a execução que por decisão judicial pode 
determinar a alteração, redução ou extinção da pena, não se consideram 
incidentes da execução a progressão de regime, o livramento condicional 
ou a suspensão condicional da pena, isto porque estes eventos são 
decorrentes da normal execução da pena privativa de liberdade. 
b) Hipóteses: 
 I. Conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos – 
Art. 180 da LEP. 
 Requisitos: 
 a) O condenado esteja cumprindo a pena privativa de liberdade em 
regime aberto. 
 b) Tenha sido cumprido pelo menos 1/4 da pena. 
 c) Os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem se a 
conversão é recomendável. 
 d) A pena não seja superior a 2 anos. 
 
 II. Conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade – 
Art. 44, parágrafo 4º e 5º do CP. 
 - Obrigatória: o juiz é obrigado a converter. O MP ou o juiz de ofício 
postula, porém é dada a oportunidade do sentenciado se defender. A 
decisão que determina ou nega a conversão, cabe agravo de execução e em 
caso de arbitrariedade cabe Habeas Corpus. 
 a) O sentenciado descumpre injustificadamente a restrição imposta. 
 b) O sentenciado registra nova condenação irrecorrível a pena 
privativa de liberdade, não tendo sido esta suspensa ou a outra pena 
restritiva de direitos cuja execução é incompatível com a anterior. 
 - Facultativa: a conversão fica a critério do juiz. 
 a) Se ocorre nova condenação definitiva a pena privativa de liberdade, 
sendo esta suspensa (Sursis) ou a outra pena restritiva de direitos cuja 
27 
 
execução é compatível com a pena anterior. Nesse caso poderá o juiz 
manter a pena restritiva de direito sem determinar a conversão, sempre de 
forma fundamentada em todas as hipóteses. 
 
*OBS: 
a) Não importa a data do cometimento do crime motivador da conversão. 
b) Vedação de conversão no caso de aplicação de pena restritiva de direitos 
em sede de transação penal. 
c) Não se admite no caso do artigo 28 da Lei 11.343-06 
 
VII. Detração da pena privativa de liberdade após a conversão – Artigo 44, 
parágrafo 4º, 2ª parte, CP. 
- Saldo mínimo de 30 dias de privativa de liberdade (detenção ou reclusão). 
 
 
22-03-2016 
CONTINUAÇÃO 
VIII. Espécies de penas restritivas de direitos: 
 
1. Prestação pecuniária (art. 45, parágrafo 1º) e prestação “Inominada” 
(art. 45, parágrafo 2º): 
A) Prestação pecuniária: 
 - Pagamento em dinheiro. 
 - Valor: 1 salário mínimo a 360 salários mínimos. 
 - Destinação: vítima ou dependentes. 
 * Excepcionalmente: entidades públicas ou privadas com 
destinação social. 
 - Caráter também indenizatório (reparatório). 
28 
 
 - O montante será abatido da indenização cível se coincidente os 
beneficiários. 
 - É diferente da PENA DE MULTA. Na pena de multa o valor pago é 
destinado ao Fundo Penitenciário Nacional – FUPEN, a multa é fixada 
entre o mínimo de 10 dias-multa e o máximo de 360 dias-multa, cada 
dia-multa poderá ter o valor mínimo de 1/30 de salário mínimo e 
máximo de 5 salários mínimos e por fim o valor pago a titulo de pena de 
multa em hipótese alguma será abatido do montante do valor 
reparatório cível. Sendo que também não comporta conversão em pena 
privativa de liberdade. 
 
B) Prestação Inominada: nome dado pelo Professor Damásio: 
 - Beneficiário? Aquele que vai receber a prestação. 
 - Prestação de outra natureza em substituição da pena pecuniária se 
houver concordância do beneficiário. (Ex.: Obrigação de dar coisa certa 
[cesta básica] ou obrigação de fazer [pintura de muro pixado]). 
 *OBS: 
 - a) Inconstitucionalidade: 
 - Na doutrina diz que é inconstitucional, pois alega que não há 
crime sem lei anterior que o defina, conforme figurado no artigo 1º do 
CP e no artigo 5º, XXXIX da CF. 
 - ART. 17, Lei 11.340-06 (Lei Maria da Penha): proíbe a 
substituição da pena privativa de liberdade por cesta básica ou pena 
pecuniária. 
 
2. Pena de perda de bens e valores (Art. 45, parágrafo 3º, CP): 
- Limite: valor do prejuízo ou provento do crime, o que for maior. 
(Limitado ao prejuízo causado a vítima). 
- Transmissibilidade – artigo 5º, XLV, CF: passa para os herdeiros na 
medida da força da herança. 
- É diferente de CONFISCO – artigo 91, II, “b”, CP. Portanto, provento do 
crime, se não tiver vítima específica, perde para a União. 
29 
 
28-03-2016 
CONTINUAÇÃO 
3. Prestação de serviço à comunidade (Art. 46, CP): trabalho gratuito que 
o sentenciado deve prestar na entidade social ou filantrópica indicada 
pelo juízo da execução penal (não é o da condenação), que, se possível, 
será a atividade a ser desenvolvida compatível com a aptidão do 
condenado. 
- Requisito específico. 
- Prestação de trabalho gratuito. 
- Rol de entidades exemplificativo: 
 - Entidades assistenciais; 
 - Hospitais; 
 - Escolas; 
 - Orfanatos etc. 
- Relação 1 dia de pena privativa = 1 hora de serviço 
 - EX.: 8 meses = 240 horas de serviço 
- Prazo para cumprimento: mesma duração da pena privativa 
substituída. 
 - Exceção: artigo 46, parágrafo 4º do CP: se for superior a 1 ano, pode 
ser cumprida na metade do tempo. (Ex.: Se for 2 anos, pode cumprir em 
1 ano). 
- Órgão de fiscalização e orientação ao condenado: artigo 79, LEP: 
 - Patronato público ou privado. (Ex.: Central de Penas Alternativas). 
 
4. Interdição temporária de direitos: 
- Restritiva de direito específica: aplicada a determinados crimes em 
determinadas circunstâncias. 
- Possui grande alcance preventivo especial: incide na situação que 
oportunizou o crime, que levou a pessoa a cometer o crime. 
30 
 
- Modalidades: artigo 47, CP, incisos: 
 - I. Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública 
(artigo 327, CP), bem como de mandato eletivo; 
 *OBS: A interdição temporária é diferente da pena de perda de 
cargo. Cumprida a suspensão temporária o funcionário público ou 
aquele que tem mandato eletivo retorna ao cargo. Aplicada a pena 
privativa de liberdade igual ou superior a 1 ano o juiz pode na sentença 
decretar a perda da função pública, além da pena privativa de 
liberdade. Se em razão de eventual processo administrativo o 
funcionário público for demitido, depois de cumprida a interdição 
temporária ele não poderá retornar ao cargo. 
 - II. Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que 
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder 
público; 
 *PROFISSÃO – É o trabalhoremunerado predominantemente 
intelectual (ex. médico, advogado, etc.). 
 *OFÍCIO – É o trabalho remunerado predominantemente manual 
ou mecânico (ex. eletricista, mecânico, etc.). 
 *ATIVIDADE – É qualquer outro trabalho, remunerado ou não. 
 - III. Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículos. 
É uma pena substitutiva, é diferente da pena aplicada pelo Código de 
Trânsito. 
 *OBS: Se hoje todos os crimes culposos de trânsito estão previstos 
no Código de Trânsito, estariam revogados os Art. 47, III e Art. 57 do 
CP? Como aplicar a interdição temporária de suspensão da habilitação? 
Há duas correntes doutrinárias: 
 a) Flávio Augusto Monteiro de Barros e Fernando Capez – 
Entendem que houve a revogação, porque os crimes culposos de 
trânsito estão previsto no Código de Trânsito e lá já há a previsão de 
suspensão de forma cumulativa; 
 b) Mirabete e a maioria da jurisprudência – Entendem que não 
houve a revogação, porque essa suspensão ainda é possível em 
determinadas hipóteses, ou seja, é possível a aplicação do Código Penal 
quando se tratar de crime de trânsito culposo cometido na condução de 
veículo de tração animal (carroça) ou humana (bicicleta) porque o 
31 
 
Código de Trânsito se aplica somente nos crimes cometidos na 
condução de veículos automotores. Portanto, se alguém comete um 
crime conduzindo uma bicicleta, por exemplo, responderá nos termos 
do Código Penal, podendo aí sofrer uma pena de interdição temporária 
de suspensão da habilitação ou dirigir veículo. 
 - IV. Proibição de frequentar determinados lugares. É genérica 
porque pode ser aplicada a qualquer crime. A doutrina prega que essa 
modalidade deve ser reservada somente aos casos em que o local do 
crime tiver exercido influência na prática do delito. Exemplo, o crime foi 
praticado no estádio de futebol em razão de briga de torcidas; 
 - V. Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame 
públicos. 
 
5. Limitação de fim de semana (Art. 43, VI e 48 do CP): Consiste na 
obrigação de permanecer aos sábados e domingos por 5 horas diárias 
em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. Durante a 
permanência poderão ser ministrados aos condenados cursos e 
palestras e atribuídas atividades comunicativas. 
- Conhecida também como arresto de fim de semana. 
- Dia, local, horário para cumprimento determinado pelo juízo da 
execução penal: Art. 151, LEP. 
- Admite cumprimento na própria residência, face a falta de local 
adequado? Como na maioria das Comarcas não existe casa de 
albergado ou estabelecimento adequado, a execução da Pena de 
Limitação de Fim de Semana torna-se difícil, portanto é preciso aplicar-
se outra pena. 
 
 
29-03-2016 
PENA DE MULTA – ARTIGO 49 do CP 
1. CONCEITO: Obrigação imposta ao condenado de pagar ao fundo penitenciário 
nacional (LC 79-94) determinada a soma em dinheiro em face do delito 
praticado. 
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2. CLASSIFICAÇÃO: 
a) PENA DE MULTA PRINCIPAL - Quando prevista isoladamente na norma penal 
incriminadora. No Código Penal não há nenhum crime cuja pena única seja a 
pena de multa, essa possibilidade só existe em caso de contravenção penal. 
b) PENA DE MULTA ALTERNATIVA - É quando o preceito secundário da norma 
estabelece a aplicação da Pena Privativa de Liberdade ou Multa. 
c) PENA DE MULTA CUMULATIVA - É aquela em que a Pena de Multa pode ser 
aplicada cumulativamente com outra pena (ex. o juiz pode aplicar a Pena 
Privativa de Liberdade e a Pena de Multa). 
d) PENA DE MULTA SUBSTITUTIVA (OU VICARIANTE)- Quando a Pena de Multa 
substitui a Pena Privativa de Liberdade. Tem as mesmas características da Pena 
Restritiva de Direitos. 
 
3. FIXAÇÃO: Hoje, salvo algumas previsões em leis extravagantes que ainda fixam 
o valor da multa (o que inviabiliza a aplicação), nosso Código Penal, com uma 
única exceção (Art.244, CP, que fixa multa em salários mínimos para crime de 
abandono material) adota a sistemática de dias-multa (Sistema Escandinavo), 
devendo todos os passos serem fundamentados pelo juiz. O calculo será feito 
da seguinte forma: 
- 1º: FIXADO A QUANTIDADE DE DIAS-MULTA - É estabelecido um Mínimo de 
10 dias-multa e máximo 360 dias-multa. 
- 2º: FIXADO O VALOR DE CADA DIA-MULTA - Cada dia-multa terá o valor 
mínimo de 1/30 do salário mínimo e o máximo de 5 salários mínimos. 
 
4. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DOS DIAS-MULTA: 
- 1º: FIXADA A PENA BASE - Para fixar a Pena base são consideradas as 
circunstâncias judiciais do Art. 59 do CP, ou seja, devem ser observadas a 
culpabilidade, os antecedentes (se é primário, reincidente), a conduta social, a 
personalidade do agente, as circunstâncias e conseqüências do crime e o 
comportamento da vítima; 
- 2º: AGRAVANTES (61 e 62 do CP) E ATENUANTES (65 e 66 do CP) - É 
verificada se existe alguma agravante ou atenuante em relação ao crime 
praticado. 
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- 3º: CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA - É verificada se existe 
causa de aumento ou diminuição da pena. As causas de aumento e diminuição 
de pena possibilitam que a pena seja reduzida a quem do mínimo ou 
aumentada além do máximo. 
 
5. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DO VALOR: 
- É considerada apenas a situação econômica do réu para a aplicação do valor 
da Multa. Por exemplo, se o réu for rico o juiz fixa o valor do dia-multa em 5 
salários mínimos, e se o réu for pobre o juiz fixa o dia-multa em 1/30 do salário 
mínimo. Por isso é que no indiciamento do réu é verificada a sua capacidade e 
condição econômica/financeira. O Art. 60, § 1° do CP autoriza a ser triplicado o 
valor da pena de multa se o valor fixado no máximo não for suficiente para 
reprimir o crime. 
 
6. DO PAGAMENTO: 
- 10 dias após transitado em julgado a sentença condenatória, podendo haver 
recurso e podendo o juiz, a seu critério, parcelar o pagamento. Também, pode 
ser descontado no salário do réu, desde que não ultrapasse a 1/4 dos 
vencimentos e não inferior a 1/10, assim como não pode causar nenhum 
prejuízo à subsistência à família. 
- Correção monetária da pena multa: Havia divergências na doutrina. Uma 
corrente minoritária entendia que não havia necessidade da correção 
monetária da pena de multa porque ela não tinha natureza de dívida, enquanto 
a maioria da doutrina entendia haver, sim, a necessidade da pena de multa ser 
corrigida monetariamente. Por isso, hoje está pacificado o entendimento no 
sentido de que há a necessidade da correção monetária da pena de multa. 
- A partir de quando deve ser corrigida monetariamente a pena de multa? 
Hoje a posição predominante na jurisprudência e na doutrina, até em razão da 
interpretação da Súmula 43 do STJ, se entendendo o crime que gerou a pena 
de multa como um ato ilícito, a correção monetária deve ocorrer a partir da 
data do fato, ou seja, a partir da data do cometimento do crime. 
- Parcelamento da pena de multa: É possível o parcelamento, porém, a lei não 
estabelece número mínimo e nem número máximo de parcelas. Por isso, 
através de interpretação do Art. 169, § 1° da LEP (lei 7210/84), se sustenta que 
fica a critério do juiz (tanto da execução penal como da condenação-antes do 
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trânsito em julgado) a fixação do número de parcelas, mas sempre levando em 
consideração a situação econômica/financeira do sentenciado. 
 
 
04-04-2016 
CONTINUAÇÃO 
1. Pagamento da multa: 
- Art. 50, CP. 
- 10 dias após o trânsito em julgado. 
 
2. Correção monetária: 
- Art. 49, parágrafo 2º, CP. 
- Dívida de valor da Fazenda Pública. 
- Súmula 43 STJ: Data do ato ilícito. 
 
3. Parcelamento: 
- Art. 50, CP e 169, parágrafo 1º, LEP.- Quantas parcelas? Fica a critério do juiz. Não é previsto em lei. 
 
4. Cobrança mediante desconto no salário ou vencimento: 
- Art. 169, LEP. 
- Não poderá superar 1/4 da remuneração, nem inferior a 1/10. 
- Não poderá incidir sobre os recursos indispensáveis a subsistência do 
condenado e seus familiares. 
 
5. Lei 9.268-96 – Atual redação ao artigo 51 do CP: 
- Vedação conversão de multa em prisão. 
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- Revogação artigo 85 da Lei 9.00-95, artigo 182 da LEP e artigo 9º da LCP. 
- Causas suspensivas e interruptivas da prescrição – CTN e Lei 6.830-80. 
- Procedimento execução Lei 6.830-80. 
- Legitimidade ativa? A questão hoje é muito dividida, não há posição 
pacificada. No Estado de São Paulo, o Ministério Público, na maioria das 
Comarcas, vem encaminhando para a Fazenda Pública a execução da Pena de 
Multa, mas em outros estados é o próprio Ministério público que executa a 
pena. 
 - Fazenda Pública: Prof. Damásio e Fernando Capez. (Predominante na 
jurisprudência). 
 - Ministério Público: Professores Mirabete, Flávio Augusto Monteiro de 
Barros e Sergio Roberto Bittencourt. 
 
IV. SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA MULTA – ARTIGO 52 DO CP: 
 - Doença mental superveniente. 
 
V. MULTA SUBSTITUTIVA (VICARIANTE): 
 - Art. 44, parágrafo 2º do CP. 
 - Art. 60, parágrafo 2º do CP. 
 - Mirabete ocorreu a revogação do Art. 60, § 2° porque a hipótese do Art. 44, § 2° é 
mais abrangente, permite a substituição quando a pena for igual ou inferior a um ano, 
portanto vai compreender as hipóteses previstas no Art. 60, § 2°. Já o Prof. Flávio 
Augusto de Barros defende que não ocorreu a revogação porque para o Art. 60, § 2° 
não se exige o requisito do inciso I do Art. 44. Esta é a opinião que o Prof. Entende ser 
a mais correta, ou seja, continua em vigor o Art. 60, § haja vista que é possível, 
também, a substituição nos crimes praticados com violência ou grave ameaça contra a 
pessoa, desde que a pena seja inferior a 6 meses e estejam presentes os requisitos do 
Art. 44, II e III. 
 *OBS: 
A) Artigo 17 da Lei 11.340-05: não se admite a substituição por pena de multa quando 
há violência domestica contra mulher (Lei Maria da Penha). 
B) Cumulatividade das multas: 
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 -PROFS. DAMÁSIO E ALBERTO SILVA FRANCO - Se a pena privativa de liberdade é 
substituída por uma pena de multa é porque a pena substitutiva por si só é suficiente 
como resposta penal, não havendo razão para outra multa. 
 -PROFS. ALEXANDRE DE MORAES E VITOR EDUARDO DIAS GONÇALVES - Entendem 
que as duas multas são exigíveis. Uma como substitutiva da pena privativa de 
liberdade e a outra por expressa previsão legal, ou seja, o legislador quis fazer constar 
as duas penas. Também, desconsiderar a outra pena de multa seria uma afronta ao 
Princípio da Legalidade. Esta é a posição predominante. 
C) Critérios para substituição: 
 - PROF. FLÁVIO AUGUSTO MONTEITO DE BARROS - Entende que para definir a 
Pena de Multa que substituirá a Pena Privativa de Liberdade deve ser aplicado o 
Sistema Trifásico (Circunstâncias Judiciais, Agravantes, Atenuantes e Causas de 
Aumento e Diminuição de Pena). Por exemplo: se o juiz aplicou uma pena de 8 meses 
em um Furto Tentado, para a aplicação da Pena de Multa Vicariante também deve 
considerar a Tentativa, então a pena diminui 1/3. 
 - PROFS. MIRABETE E FERNANDO CAPEZ - A Pena de Multa substitutiva deve levar 
em consideração somente a situação financeira do réu, pouco importando as 
circunstâncias do crime. É a posição dominante hoje.

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