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CARBOIDRATOS Carboidratos são poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas que podem ser classificados como monossacarídeos, oligossacarídeos ou polissacarídeos. Tem como principais funções: Fonte energética; Polímeros insolúveis – elementos estruturais e protetores na membrana celular que servem como sinalização; Lubrificam junções esqueléticas; Participam do reconhecimento e adesão entre células (glicoálice); Polímeros covalentemente ligados a proteínas ou lipídios que agem como sinalizadores. Os carboidratos quando ingeridos, tem cerca de 5% que são digeridos já na saliva pela ação da alfa-amilase salivar. O restante desses polímeros são digeridos ao longo do TGI por ação de alfa-amilases pancreáticas, lactose, sacarose, maltose e alfa-dissacarídeos, essas quatro últimas presentes nos enterócitos, cuja principal função é quebrar esses polímeros em unidades mais simples ou monômeros. O transporte é feito por transportadores: TRANSPORTADOR GLUT1 GLUT2 GLUT3 GLUT4 TECIDO/FUNÇÃO Capilares cerebrais Atua em alta glicemia. Pâncreas – mediador de liberação de insulina. Intestino – absorve glicose da luz intestinal para corrente. Rins: reabsorção de glicose SNC em condições de baixa glicemia. Tecido muscular e adiposo. Fica armazenado em pool intracelular e é translocado para membrana por ação da INSULINA no período pós- prandial. O consumo de sal aumenta o transporte de glicose, porque o Na é utilizado no cotransporte da mesma. A glicose pode ir para diversas vias, pode ser armazenada em forma de glicogênio, pode sofrer glicólise (via de oxidação) e gerar piruvato (anaeróbio) ou lactato (anaeróbio). Bem com pode participar da síntese de polímeros estruturais ou oxidação pela via da pentose fosfato. Existem mecanismos onde precursores menores vão dar origem a glicose: gliconeogênese (piruvato e lactato) ou glicogenólise (quebra do glicogênio). Todos esses fatores ocorrem pelo estímulo hormonal. O pâncreas é um órgão endócrino responsável pela secreção de insulina, glucagon, somatostatina e polipetídeo pancreático. A insulina é produzida pelas células beta das ilhotas pancreáticas em resposta ao aumento dos níveis de glicemia e aminoácidos no período pós-prandial. A pró-insulina é a que fica armazenada e é liberada imediatamente após o estímulo, ela é clivada em insulina e polipeptídio C, esse polipeptídio C não é degradado e liberado diretamente na urina, por isso serve com parâmetro de funcionamento das células pancreáticas. A insulina se liga a seu receptor de superfície e faz com que através de vias de sinalização transloque o GLUT-4 para membrana afim de reduzir a glicemia, fazendo com que ocorra armazenamento da glicose e sua utilização na via glicolítica. Ela também estimula a glicogênio sintase em sua forma ativa (desfosforilada) a qual vai atuar formando glicogênio. Estimula a síntese das principais enzimas envolvidas na via da glicólise e reduz as enzimas da gliconeogênse. Glucagon: eleva os níveis de AMPc e cálcio estimulando a produção de glicose pelo fígado por meio da glicogenólise e da gliconeogênese. Baixos níveis de glicose no sangue estimulam sua liberação e a insulina inibe a secreção desse hormônio. Outros hormônios: AVALIAÇÃO DA GLICOSE Os testes necessitam ser feitos rapidamente utilizando plasma que seja mantido no gelo, tem que ser feito nas próximas horas mesmo que a amostra seja armazenada no freezer a 20°C (só o plasma). Se for sangue total tem que ser refrigerado com fluoreto de sódio, esse vai parar a via glicolítica por 48h. Amostras muito antigas tem com certeza níveis de glicose alterados, ficam menores. A velocidade de degradação é de 7mg/dL/hora a 4°C e a perda é de aproximadamente 2mg/dL/hora. Essa taxa de metabolismo aumenta se tiver contaminação bacteriana ou leucocitose. MÉTODO ENZIMÁTICO PARA DOSAR GLICOSE Pode utilizar três sistemas enzimáticos para quebrar a glicose e formar peróxido resultante da degradação enzimática, esse peróxido precipita com um cromóforo que vai alterar a cor da solução e permitir sua aferição por espectrofotometria. Também pode utilizar reações de quebra de glicose que vão emitir corrente elétrica que é proporcional a concentração de glicose ou um cromóforo que é medido por espectrofotômetro, onde essa corrente elétrica ocorre pela emissão de elétrons. O uso de vitamina C ou medicamentos que interfiram nas quantidades de peróxido vão interferir na quantidade de glicose na solução. DISPOSITIVO DE MONITORAMENTO DE GLICOSE NÃO SERVE COMO DIAGNÓSTICO. Mas é importante para o controle do diabético, ele faz a leitura proporcionalmente de 10-15% menor do que o total da glicose no plasma, serve como controle da doença, dessa forma o paciente consegue ajustar a quantidade de insulina ou do medicamento. Esse teste pode ter erros: o primeiro é a aplicação insuficiente de sangue, o paciente espreme esse sangue para poder colocar na fita. Também pode ser por fita fora da validade, armazenada em locais muito úmidos. Tudo isso tem que ser passado para o paciente na hora de dispensar esses produtos. Alguns dispositivos são alterados pelo uso de salicilato, acetominofeno, levodopa, ácido úrico, bilirrubina e lipídios, a DM é uma doença multifatorial que tem outras doenças envolvidas, como hipertenção DCV em que o paciente toma medicamentos como o salicilato. Então às vezes pode chegar na farmácia apavorado porque os níveis de glicose estão altos e quando vai ver não tá fazendo diagnóstico clínico, só está usando a dosagem e faz uso dos medicamentos e tem problema hepático, tem que saber o que vai interferir na leitura desse aparelho para fazer uma boa orientação farmacêutica. Os números relacionados a DM, ela sempre está aumentando mundialmente, tem níveis aumentados principalmente com a idade, em torno de 40 anos a DMT2, e o problema da diabetes, em manter os níveis de glicose alto é causar lesão aos tecidos e ter doenças renais decorrentes dessa doença, é a causa mais comum de amputação não traumática, cegueira, neuropatia diabética, aumento do risco de aterosclerose e CV e cerebrovascular, obesidade que leva a maior parte da população a óbito. O diagnóstico da DM se dá basicamente por três exames: Avaliação da glicose em jejum Glicemia após duas horas de TTG – teste funcional onde se dá glicose ao paciente e avalia o nível de glicose após duas oras Hemoglobina glicada – acaba sendo mais um teste de acompanhamento do que de diagnóstico. O paciente faz uma dosagem de glicose, alguns podem estar com glicose normal e outros um pouco acima, nesses que estão um pouco acima o clínico solicida um TTGpara ver se foi um valor exporadico ou vai solicitar um segundo teste em outro momento para ver se esse nível ainda está aumentado, se depois de certos cuidados ainda apresentar valores altos ele pode pedir um TTG e uma hemoglobina glicada para CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO. O individuo que tem uma glicose normal ele pode ter diabetes sim se ele apresentar aumento da glicemia após 2h de jejum, às vezes é uma pessoa que não tem os níveis aumentados normalmente, mas é submetido a um estímulo e acaba apresentando os níveis muito altos de glicose. Tem estabelecidos nos últimos anos o pré-diabético, ele não tem definido diabetes, mas ele está entrando na doença e talvez já tenha alguns mecanismos não tão bem regulados que podem levar a DM em 2 a 3 anos. Pré-diabetes designa condições nas quais a homeostase da glicose é anormal, mas os níveis de glicose no soro não são altos suficiente para ser classificadacomo diabetes. Este grupo inclui indivíduos com glicemia de jejum alterada e tolerância à glicose diminuída. Eles também apresentam risco aumentado para doenças cardiovascular e cerebrovascular. Isso é importante porque esse grupo na idade dos 30 já começa com colesterol aumentado, tem vida sedentária e começa a ter níveis de pré-diabetes. Antigamente estava tudo bem, melhorava a alimentação e os valores voltavam, mas hoje se a pessoa chegar na clínica e apresentar esses valores é considerado pré-diabético e é igualado a outros pacientes, não vai entrar necessariamente com farmacoterapia, mas vai alterar o estilo de vida (exercício físico + alimentação). TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA A GLICOSE O TTG ou TOTG é diagnóstico pra diabetes e funciona da seguinte forma: o indivíduo ingere 75g de glicose e vai medir os níveis a cada meia hora, o paciente está em jejum. Na curva normal como está em jejum tem um aumento rápido e vai reduzindo conforme o tempo, já num indivíduo com diabetes (curva de cima), ele vai aumentar mais do que o individuo normal e a queda não é abrupta como no individuo normal, ele mantém os níveis altos. Esse teste é um teste funcional para o fígado e pâncreas, ele pode avaliar o papel desses órgãos na atividade normal. Pode fazer essa curva para vários outros hormônios que interferem na glicose, por exemplo, hormônio de crescimento (estimula gliconeogênese, aumenta lipólise e estimula a glicogenólise, aumenta lipólise e antagoniza o uptake de glicose estimulado pela insulina). Para crianças se recomenda a dose de 1,75g glicose/kg. Os cuidados necessários a se ter com esse teste: Ingestão de pelo menos 150 g de carboidratos, nos 3 dias anteriores; hábitos alimentares normais. Falar pro paciente que ele vai ter que se alimentar normalmente e comer carboidratos todos os dias, porque o indivíduo pode não consumir carboidratos e isso causa alteração no teste; Atividades físicas normais; Durante o teste, não fumar e permanecer em repouso. Isso é muito difícil, principalmente com pacientes fumantes, pois eles não conseguem ficar 2h sem fumar; Não usar medicação que interfira no metabolismo dos carboidratos. Esse teste é bastante utilizado durante a gravidez porque ele vai avaliar a diabetes gestacional, que representa um grande perigo para as mães e afeta 18% das gestantes. Essas mulheres NÃO ERAM DIABÉTICAS, mas desenvolvem resistência a insulina durante a gravidez, essa mãe pode desenvolver diabetes, principalmente nos três primeiros anos. Não é um caso raro, por isso é muito importante que a gestante tome devidos cuidados DURANTE A GESTAÇÃO E ATÉ OS PRIMEIROS ANOS APÓS ELA. Os valores de insulina podem ficar 3x mais altos e o surgimento é por volta do 6º mês da gravidez. A insulina materna não atravessa a placenta, mas a glicose sim, então pode ter tanto o problema de diabetes para a mãe quanto pode alterar o metabolismo do bebê, que pode nascer obeso e pode responder de maneira inadequada podendo ter resistência a insulina, isso resulta em ganho excessivo de peso que atrapalha no parto bem como risco de hipoglicemia no neonato, está com indicie alto de glicose pelo aporte fornecido pela mãe, mas quando nasce não tem mais esse aporte, mas ele produz insulina alta e isso causa a hipoglicemia. O diagnóstico é a glicemia de jejum >100mg/dL mais de duas vezes e também pode fazer um TTG. HEMOGLOBINA GLICADA Utilizado na manutenção e controle da diabetes. A glicose penetra livremente nos eritrócitos e reage com a hemoglobina. Quanto maior for a taxa de glicemia, maior a fração de hemoglobina glicada. Indica o controle metabólico nos 120 dias precedentes ao teste, correspondendo ao tempo médio de vida dos eritrócitos. Isso é importante para não só ver um dia, no dia que foi feito o TTG ou a glicose de jejum, mas ver o histórico , como o individuo estava se comportando 120 dias antes, como estava controlando os níveis glicêmicos, se o medicamento que está tomando funciona mantendo os níveis glicêmicos. Não é indicado para pacientes com hemoglobinopatias, pois há redução na meia-vida das hemácias e do tempo de exposição da hemoglobina às variações da glicose. Então o individuo que tem animia falciforme, talessemia ou alguma alteração na estrutura das hemácias que levem a hemólise mais rapidamente do que os 120 dias não via tar um resultado normal, correndo o risco de ser interpretado de maneira herrada. Então tem que saber se o indivíduo tem alteração. Esse teste é feito numa coluna empregada de troca iônica, que separa a Hb glicada da não glicada, a glicose fornece uma carga da Hb glicada o que faz com que essa seja eluida primeiro do que a não glicada. É importante saber que vitaminas C, E, salicilatos vão interferir no teste, porque a Hb com salicilato vai fornecer salicilato que vai fornecer carga pra Hb e vai eluir JUNTO COM A Hb GLICADA e aumentar esses valores no teste. Ácido úrico faz a mesma coisa. FRUTOSAMINA O individuo que não tem como analisar a Hb glicada porque tem alguma alteração de hemólise, ou utiliza algum medicamento e esse pode utilizar como acompanhamento a frutosamina. Essa vai observar a quantidade das proteínas glicosiladas, é um teste que mede a glicosilação das proteínas plasmáticas, sendo a principal a albulina, que tem t ½ vida menor que a Hb (cerca de 20 dias), então fornece um parâmetro de tempo menor do que o da Hb. A grande vantagem é que não sofre interferência com a hemólise, mas tem tempo de observação menor. O controle da glicemia está relacionada com a prevenção ou um atraso na progressão das complicações microvasculares observadas nos pacientes com diabetes. A diminuição da glicemia quando tem um controle glicêmico adequado. Então o indivíduo é diabético, mas controla essa glicemia e pode reduzir de 50-70% as chances de retinopatias, neuropatias, nefropatias, doenças cardiovascular. A diabetes é classificada em dois tipos, que tem origens distintas, a tipo I na sua grande maioria está relacionada com a destruição das células beta-pancreaticas ou por produção de ab específicos contra essas células ou por ab contra proteínas que estão dentro das ilhotas ou por ab contra a própria insulina. A tipo II surge de alterações metabólicas que levam a resistência periférica a insulina. DMTI Então a tipo I é de 10-20% dos diabéticos, conhecida também com diabetes juvenil, que atinge indivíduos com menos de 20 anos de idade. A causa pode ser idiopática ou autoimune. Pode ser também por exposição a toxinas ou infecção viral que destroem as células betas. E ele tem uma deficiência absoluta da insulina pela destruição total das células. Nesse caso precisa através da dosagem da insulina ou níveis de peptídeo C para ver se as ilhotas pancreáticas realmente não estão conseguindo mais produzir realmente nenhuma insulina. Sintomas: Hiperglicemia Utilização aumentada de gorduras para a obtenção de energia Depleção das proteínas do organismo Cetoacidose Tem indivíduos que emagrecem rapidamente e tem um hálito cetonico, que se chama. Esse indivíduo tem hiperglicemia que leva a um dano tecidual através da glicação da proteína, leva a desidratação celular e uma sede excessiva e esse aumento causa uma diurese aumentada e o aumento da quantidade de urina – o controle de osmolaridade é feito pelos rins e acaba eliminando maior quantidade de urina e isso causa uma desidratação geral. Perda de peso excessiva e diurese aumentada são os sinais clínicos. A produção aumentada de corpos cetônicos devido a utilização de ácidos graxos ao invés da glicose, e começa a produzir muitos corpos cetonicos, essa produção aumentadagera aumento da liberação desses produtos de degradação que vão ser vistos no alo cetonico na urina. Os corpos cetonicos também causam desidratação celular e aumentam a acidose metabólica que quando não consegue ser corrigida pelos rins com produção de bicarbonato acaba sendo fatal, mantém uma faixa de 6,8 e 7,6 de cetoacidose. A perda de peso causa fome excessiva porque o cérebro acha que devemos nos alimentar devido a perda de ácido graxo e proteínas. Como já foi visto, se não tem insulina tem uma queda da produção de proteínas, causando a depleção de proteínas no organismo. DIMTII Compreende a maior porcentagem das pessoas hoje em dia, tem seu início na vida adulta, principalmente depois dos 40 anos. Desenvolve-se de modo gradual, sem sintomas óbvios. Nesse indivíduo a principal causa é a resistência a insulina, ela é produzida, mas ela não tem efeito nos tecidos, pode ser por fatores genéticos ou secundários como a obesidade. Fatores de risco: Excesso de peso (índice de massa corporal [IMC] ≥25 kg / m2) Sedentarismo História familiar de diabetes Idade avançada (≥45 anos) Doença do ovário policístico, os hormônios aumentados nessa doença interferem no metabolismo da glicose, aumentando os índices de glicemia; História de diabetes gestacional ou parto antes da diabetes de bebê pesando> 4 kg Hipertensão Doença vascular Dislipidemia (HDL-colesterol ≤35 mg / dl ) e / ou nível de triglicerídeos ≥250 mg / dL A1c ≥ 5,7% Esse indivíduo tem as ilhotas pancreáticas funcionando, só que a insulina tem resistência nos tecidos e não consegue baixar a glicemia. A hiperglicemia estimula ainda mais as células pancreáticas a secretarem insulina até ocorrer ou o esgotamento dessas células, então por isso que muitas vezes o indivíduo não utiliza a insulina, mas ao longo da vida ele acaba na insulina, pois o ciclo de resistência faz com que acabe produzindo ab contra as células ou contra a própria insulina e acaba no final não conseguindo produzir a quantidade de insulina suficiente e tendo que utilizar insulina externa. É um fator secundário a obesidade e vai levar a anomalia na sinalização ou ainda um menor número de receptores de insulina e levar a resistência da insulina. ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOS (EAS) Os rins filtram o volume do fluido extracelular através dos glomérulos renais em uma média de 16 vezes ao dia, sendo os néfrons renais a unidade fisiológica responsável pela regulação fina do volume de fluido do corpo e da quantidade de eletrólitos através dos processos de secreção e reabsorção de íons e água ao longo de sua estrutura. Esse controle fino pode sofrer desequilíbrio devido a doenças como hipertensão, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, síndrome nefrótica e cirrose, além de medicamentos que desregulem a osmolaridade ou secreção eletrolítica. Esse controle eletrolítico e da osmolaridade pode ser modulado quando desregulado pela ação de fármacos diuréticos ou agentes osmóticos. Também é conhecido que os rins são os órgãos mais vascularizados do corpo humano, cerca de 1200mL de sangue por minuto passam pelos rins, onde 180L são filtrados diariamente formando cerca de 1-2L de urina. Não é normal encontrar hemoglobina, proteínas e moléculas de alto peso molecular na urina, pois as mesmas não são filtradas pelos glomérulos, ou seja, se estiverem presentes é sinal de doença renal. O exame de EAS é importante, pois serve para estudo e diagnóstico de doenças renais do trato genito-urinário, para acompanhamento de outras doenças sistêmicas, triagem de doenças assintomáticas como diabetes, bilirrubinemias. Além de ser um exame simples, não invasivo e de baixo custo. Quando o paciente chega ao laboratório, deve ser entregado a ele um frasco plástico incolor, tipo cristal LACRADO, DESCARTÁVEL E ESTÉRIL, com capacidade para 100mL. Esses frascos são fornecidos pelo laboratório, bem como as informações corretas de como se fazer uma coleta de urina adequada para que o paciente faça o procedimento correto, mesmo porque o exame de coleta de urina é feito em casa na maioria das vezes. O EAS é realizado em três etapas que devem ser seguidas de acordo com a ordem: 1. Exame físico: cor, odor, aspecto, depósito, presença de espuma e densidade. 2. Exame químico. 3. Análise do sedimento. EXAME FÍSICO Cor da urina: a urina possui pigmentos naturais que são o urocromo (amarelo) a uroeritrina (vermelho) e a urobilina (laranja) que até esse ponto são consideradas normais. Essa coloração pode ser causada por alimentos, medicamentos, patologias e produtos metabólicos. O importante não é a definição da cor exata, mas sim a constatação de se a cor está normal ou anormal, com por exemplo nas urinas de cor marrom, laranja, rosa, vermelho opaco ou brilhante, preta, azul, verde, branca. Odor: não é um exame obrigatório, mas o normal é o “sui generis”, ou seja, um odor próprio de urina. Enquanto que o anormal pode ser um odor fétido devido a processo infeccioso e presença de pus, odor amonical devido a transformação de ureia em amônia por bactérias ou um cheiro mais frutado, mais adocicado, que indica presença de corpos cetônicos. Então tem laboratórios que adotam esse tipo de análise e outros não. Presença de espuma: é um teste obrigatório nos estados unidos e preconizado na NDR15268, a qual fala todas as etapas obrigatórias do teste no Brasil. Se agita a urina e forma espuma indica que tem presença de proteínas ou bilirrubina e isso será visto quando fizer a análise bioquímica, então esse teste serve como mais um indicativo de que tem proteínas ou bilirrubina na amostra. Em que caso isso é útil? Tem-se uma amostra com coloração avermelhada pode indicar duas coisas ou tem uma presença muito grande de bilirrubina ou hemácias na amostra, se agitar a amostra e formar espuma é porque tem bilirrubina, hemácias não formam espumas. No caso da urina com coloração normal, que não é excesso de bilirrubina e/ou hemácias e tem a formação de espuma, é indicativo da presença de proteínas como albumina, mas é necessário o exame químico depois. Aspecto e depósito: são duas variáveis necessariamente correlacionadas, NUNCA tem urina sem turbidez e, por exemplo, quando tem depósito abundante. Se a urina límpida tem pouco depósito e se está turva é sinal de muito depósito, sempre se opta por uma variável ou outra, não há análise de aspecto e depósito, mas sim de um deles. Geralmente não se usa pra depósito o termo nulo porque sempre existe algum depósito, se centrifugar a urina límpida que é pouco concentrada tem formação de pouco sedimento e coloca pouco, mas não nulo, porque sempre tem alguma coisa, como célula epitelial. Densidade: ela varia de um valor de referência bastante amplo considerando a amostra de urina. Não é considerado como patológico uma urina mais densa ou menos densa, patológico é ter uma urina com densidade sempre igual, então independente de quanta água beber não varia a densidade. O paciente que não consegue controlar o quanto de água elimina para ajustar isso ao estado de hidratação dele, isso se chama isostenúria, que é a incapacidade dos rins em ajustar a concentração da urina conforme o estado de hidratação. A densidade é avaliada por urinômetro, que funciona basicamente como o alcoômetro, mas tem suas limitações, como por exemplo, é necessária uma grande quantidade de amostra de urina, colocar numa proveta para poder girar o equipamento lá dentro e determinar a densidade. Hoje em dia se tem nas tiras reativas a determinação da densidade, logicamente esse é o método deescolha, até porque ele é bem fiel/reprodutivo. EXAME QUÍMICO Ele é feito através das fitas reativas, ode se coloca a amostra de urina num tubo mais comprido, mergulha a fita ali por 2-3 segundos, tira a fita escorrendo pela borda do frasco e de lado se tira o excesso de papel toalha (seca de ladinho kkkk), não pode sacudir, ou fazer movimentos bruscos porque isso propicia a mistura dos químicos na fita e vai alterar o resultado. E compara contra o próprio frasco o qual contém as escalas que diz o quanto se tem de glicose, proteína e o grau de intensidade das análises. As tiras reagentes servem para medir: bilirrubina, corpos cetônicos, densidade, glicose, Hb, leucócitos, nitrito, pH, proteínas e urobilinogênio. Existe uma série de recomendações com relação ao armazenamento dessas fitas, elas devem ser armazenadas em locais secos, tem que ser feito o controle de qualidade eventualmente, se são fitas não muito utilizadas tem que saber a quanto tempo aquele frasco está aberto, trocando o que tem dentro para manter o recipiente seco porque isso já pode alterar os químicos da fita. E SEMPRE ANTES DE MERGULHAR NA URINA COMPARA OS TONS DA FITA COM O PADRÃO para verificar se a fita teve alguma alteração de acordo com umidade, temperatura de armazenamento – isso em laboratórios que não fazem isso como rotina. A urina em temperatura ambiente! Muitas vezes as amostras são colocadas em geladeira e para fazer a análise tem que estar em temperatura ambiente. NUNCA FAZER O EXAME QUÍMICO DEPOIS QUE SEPARAR O SEDIMENTO porque se vai analisar na fita se tem hemoglobina, se tiver centrifugado para separar o sedimento vai favorecer o erro do teste da fita, pois pode ter hemácia preciptada, dando um resultado falso negativo na fita. Por isso que a ordem de realizar o exame de urina é primeiro o exame físico, depois o químico e só assim leva a amostra para centrifugação. pH: os rins tem papel fundamental na manutenção do pH plasmático através da eliminação de ácidos quando tiver em excesso no sangue e o pulmão eliminando mais rápido quando o sangue tiver muito alcalino. Normalmente o pH da urina é em torno de 5-6, podendo chegar entre 4-8. Existem alguns casos que não são necessariamente doenças onde se tem uma urina mais ácida, por exemplo, pacientes com DM descompensada, pacientes em dieta cetogênica (rica em proteínas), com isso tem mais produto de metabolismo nitrogenado. Podem causar alcalose na dieta pobre em proteínas, medicamentos antiácidos e presença de bactérias. Não é por si só indicativo de alguma patologia, mas sim uma observação na urina, que é importante quando for analisar o sedimento do paciente para poder classificar o que está vendo em termos de cristais, tem cristais que são mais característicos de urinas ácidas e outros de urinas básicas. Quantificação de proteínas: normalmente tem 10-150mg/dia de proteínas na urina, o que é muito pouco, e isso não é identificado pela fita, é uma quantidade tão baixa que não reage com as tiras reativas, então no paciente normal não se espera encontrar proteína na urina. O que isso indica, um valor aumentado de proteínas na urina? Significa que o paciente está com um dano no glomérulo, pois uma proteína que é uma molécula de alto peso molecular está passando, ou pior, está passando pelo glomérulo e não está sendo reabsorvido. Sendo assim, qualquer valor acima do de referência vai dar positivo na fita e isso já é considerado sinal de doença, provavelmente de doença renal, esse parâmetro é útil no controle da doença renal para saber quanto de proteína o paciente está eliminando na urina. A fita consegue quantificar porque o reagente vai reagir com as aminas das proteínas, mudando de cor. Proteínas <60kDa podem passar pelo glomérulo, como globulinas, mas são reabsorvidas. As > 60kDa nem passam pelo glomérulo e quando passam são reabsorvidas. Além da doença renal pode ter uma eliminação de proteínas na urina febres muito intensas, frio intenso e exercício intenso, onde tem degradação de massa muscular. Além da albumina podem serem encontradas outras gama globulinas. Glicose: em condições normais ela não é eliminada na urina, pode até ser filtrada pelo glomérulo, entretanto é reabsorvida para ser utilizada pelas células. Assim, se tem glicosúria (glicemia >180mg/dL) na urina é porque o paciente tem uma glicemia muito acima do normal, tanto é que ela chega a ser eliminada na urina. O princípio químico da reação de glicose se baseia no soro do paciente no laboratório, tem a glicose, glicose oxidase, é uma reação específica para glicose, se tiverem outros açúcares na urina não vai identificar com a tira reativa. Pacientes que tem eliminação de frutoses ou outros açúcares não terá a identificação. A amostra tem que ser refrigerada para parar as bactérias que consomem glicose, se não pode dar um falso-negativo. É muito comum em pacientes com DMTI e TII não tratados, bem como em gestantes e pacientes com doenças renais. Corpos cetônicos (ácido acetoacético, ácido hidroxibutírico e acetona): são originados do acúmulo de acetil-coA característico em pacientes diabéticos, mas também em casos de bulimia, gastroenterite, dieta pobre em carboidratos ou jejum prolongado. Não tem em pacientes normais, logo indica uma patologia. Geralmente isso acontece em pacientes diabéticos onde tem formação muito maior de corpos cetônicos do que os normais. Existem outras condições, mas isso é raro. Eles são responsáveis por conferir a urina odor frutados. A identificação é pela tira reativa, onde os vários reagentes vão dar um composto de cor púrpura. Bilirrubina: pode se identificar a presença de bilirrubina na urina. A hemácia quando fica velha é degradada a hemoglobina é reaproveitada, a protoporfirina é metabolizada gerando bilirrubina que vai circular no sangue sob a forma insolúvel no plasma transportada por albumina, essa é a indireta que vai para o fígado e é conjugada ficando mais solúvel, sendo a bilirrubina direta, essa que é eliminada na urina. Então sempre que tiver presença de bilirrubina na urina ela vai ser conjugada, pois a albumina ligada a bilirrubina não conjugada NÃO É FILTRADA. A bilirrubina conjugada depois de reabsorvida é eliminada nas fezes após metabolização, podendo se converter a urobilinogênio e esse também pode ser reabsorvido, logo em condições muito alta esse urobilinogênio pode também ser encontrado na urina. A presença de bilirrubina na urina SEMPRE INDICA PATAOLOGIA, podendo ser obstrução biliar, hepatite, hepatocarcinoma e cirrose hepática. A reação é a mesma que se emprega quando vai dosar no plasma do paciente, mas por tecnologia seca. Urobilinogênio: se tem aumento de bilirrubina pode ser porque teve aumento de degradação de hemácias, se vier acompanhado de um urobilinogênio normal ou baixo quer dizer que teve icterícia obstrutiva, ou seja, essa bilirrubina conjugada não está sendo liberada nas fezes e não está sendo transformada em urobilinogênio. Por isso seu aumento na urina, mas não chega a ter urobilinogênio aumentado, pois esse não está sendo liberado no intestino. O urobilinogênio é lábil, então a amostra tem que ser recém-coletada. Outra situação é onde se tem aumento do urobilinogênio e a bilirrubina normal significa que aconteceu uma hemólise intravascular, então o paciente teve uma degradação muito grande de hemácias que após a metabolização intensa deu um aumento muito grande do produto final. Hemoglobina: pode ter hemácias ou não. A presença de Hb na urina é # da presença de hemácias. Não deve utilizar o sobrenadante, SEMPRE O EXAME QUÍMICO DEVE SER FEITO NA AMOSTRA ANTES DE CENTRIFUGAR, para diferenciar setenho somente Hb ou se é Hb dentro da hemácia. Quando tem dano renal tem presença de hemácias na urina, tem uma célula que é muito grande passando pelo glomérulo. Na anemia hemolítica a hemólise acontece dentro do capilar e isso vai liberar Hb na urina e não a hemácia inteira, está associada a talassemias, anemia falciforme e outras causas de hemólise intravascular. Muitas vezes tem a hemólise dessa hemácia na urina, então tem presença de Hb e não tem hemácia, se isso acontecer e a amostra estiver armazenada há muito tempo tem que solicitar ao paciente uma nova amostra para confirmação, pois pode ser que esse longo período de armazenamento promoveu a hemólise da amostra. Nitrito: é muito útil no screen de pacientes assintomáticos, não tem desconforto ao urinar, não tem sinal de infecção urinária, mas no exame de rotina se vê reação positiva para nitrito e isso indica presença de bactéria na bexiga e/ou uretra porque existem bactérias que convertem nitratos (derivado do metabolismo das proteínas) da urina em nitritos e muitas vezes não causa sintoma de infecção urinaria, mas o paciente tem que ser tratado com antibiótico. É necessário para ter positivo para nitrito: A bactéria redutora de nitrito: E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Proteus, Staphylococcus, Pseudomonas. Tem que ter nitrato na amostra inicialmente, então se tem paciente que não consome proteína não vai ter nitrito na amostra dando um falso negativo, logo tem que saber qual é a condição do paciente. Se o paciente não coletou a primeira urina da manhã não deu tempo da bactéria ficar tempo suficiente na bexiga para fazer essa conversão de nitrato em nitrito, assim vai ter um resultado falso negativo. Paciente em uso de antibiótico e quimioterápico também vai dar falso positivo. Quando tem um paciente com infecção urinária assintomática, isso não chega se de muita coisa porque tem vários outros parâmetros a serem vistos, como bactéria na urina, positivo para esterases, leucócitos na urina. Esterase: ajuda a identificar um paciente com infecção urinária, por exemplo. É uma enzima característica de neutrófilos, não é normal encontrar na urina, se está presente significa que está tendo eliminação de leucócitos na urina. As vantagens dessa reação de esterase: É uma reação muito específica, muitas vezes olhando só o sedimento do paciente não é possível identificar os poucos leucócitos que se tem por campo, então o exame químico é mais sensível, detectam níveis inferiores a 25.000 leucócitos/mL. Funciona para esterases dentro ou fora da célula. Pode dar falso negativo em urinas hipotônicas ou com uso de antibiótico. Ácido ascórbico: existem muitas tiras que já vem uma região presente de ácido ascórbico. É importante identificar sua presença porque ele dá um resultado falso negativo de diversas outras regiões da tira como glicose, esterase, bilirrubina, nitrito, Hb. O paciente que faz uso de ácido ascórbico como suplemento vai apresentar alteração nesses parâmetros, então tem que pedir ao paciente que suspenda por 48h a medicação e colete outra amostra para refazer todos os testes e confirmar se o resultado negativo se dá ou não a presença de ácido ascórbico. ANÁLISE DE SEDIMENTO Depois da analise física e química, precisa analisar o sedimento para saber o que tem de células. O sedimento é qualquer partícula em suspensão na urina que quando centrifugada suspende. É analisado na maioria dos casos com microscopia de campo claro, mas também pode utilizar a microscopia de contraste de fases, o que é muito vantajoso porque todos os elementos em suspensão na urina possui uma refração muito pequena, podendo ser confundidos com gordura, por exemplo, e a de contraste propicia uma diferenciação melhor desse sedimento, se é uma célula que tem núcleo ou só uma gotícula de gordura que não tem nada dentro. Pode fazer uso de corantes para melhorar o diagnóstico. NBR15268 – não recomenda os métodos de coloração, mas esses ajudam no diagnóstico. Essa norma diz exatamente como se deve proceder para fazer o exame de urina. Após todos esses procedimentos até chegar a avaliação no microscópio será avaliados dez campos na lamínula, então tem hemácia, célula epitelial, cristal em cada campo e no fim existe uma escala com muitos elementos, pouco elementos. Na análise de sedimento é muito comum encontrar células epiteliais. Células epiteliais: As que são encontradas na urina podem ter origem diferente no trato urinário. Células escamosas são originarias da porção distal do epitélio uretral, mais inferiores do trato urinário. Tem núcleo pequeno e condensado e uma grande quantidade de citoplasma, são mais alongadas, quadradas ou retangulares. É muito comum de se encontrar em pequenas quantidades, mas se encontrada em quantidades muito grandes é sinal de erro de coleta, ou ele coletou o primeiro e/ou último jato juntos e acabou tendo uma quantidade maior de células epiteliais e isso dificulta a visualização de outros sedimentos. Células de transição são originadas do meio da uretra até o começo dos rins. É uma célula mais ovalada e o núcleo mais centralizado. Raras células são normais e o aumento pode ser indicativo de infecção urinária. Células epiteliais tubulares renais são eliminadas diretamente do rim. São menores então para diferenciá-las de um leucócito é muito difícil e sua presença SEMPRE INDICA UMA PATOLOGIA como necrose tubular aguda, infecções bacterianas, virais, inflamações e neoplasias, pacientes com rejeição do rim transplantado é muito comum. Diferenciar essas células é importante porque a presença de alguma delas não indica patologia, mas se for encontrada uma célula renal em grande quantidade indica uma lesão renal. Leucócitos: é fácil de identificar na urina. Até 5 por campo é considerado normal e mais que isso é considerado patológico. Quando tem a presença muito grande de leucócitos na urina isso reflete numa infecção do trato urinário superior, uma infecção renal, porque lá é muito mais vascularizado do que o trato urinário inferior, então é um indicativo, não é diagnóstico. Hemácias: até 2 hemácias por campo é considerado normal. Se tem uma hematúria mais intensa deixa a própria coloração da urina mais intensa e tem também a hematúria microscópica, essa não tem indícios na urina e só é observada ao microscópio. Geralmente se tem hemácias muito tempo na urina elas se rompe e como é uma célula sem núcleo fica muito difícil de diferenciá-la de uma gotícula de gordura, por isso que é importante a analise química de Hb, pois muitas vezes tem hemácias fantasmas que se romperam e não tem certeza se é hemácia ou não e com a presença de Hb na urina indica que o paciente teve hematúria. Se tiver presença de hemácias dismórficas cuja membrana já é disforme, isso pode indicar sangramento glomerular, essa hemácia se contorceu para passar pelo capilar do glomérulo e ficou com morfologia diferente, isso acontece após traumatismo por acidente de carro, briga. Novamente, se o paciente apresenta Hb e não tem hemácias é para considerar hemólise e solicitar nova amostra ao paciente. Cilindros: são formados por uma proteína chamada de Tamn-Horsfall que é eliminada diretamente no néfron, já na formação inicial da urina tem eliminação dessa proteína pelas próprias células renais, ou seja, são os únicos componentes do sedimento exclusivamente renal. Se tem hemácias na urina e não sabe se o paciente tem infecção do trato superior ou inferior, se tem hemácias associadas ao cilindro quer dizer que é do trato superior, pois junto nessas proteínas estarão as hemácias.A mesma coisa é se tiver cilindro leucocitário, leucócitos renais – infecção no trato superior urinário. Existe denominação diversa para esses cilindros dependendo do que estiver grudado nele. Cilindos hialinos: formados unicamente pela proteína. Se o paciente tem lesão renal sem hematúria, liberação de leucócitos. É normal um paciente apresentar esse cilindro em pequenas quantidades, mas quando aumentada pode indicar ICC, febre, desidratação, exposição ao frio e exercício intenso. Cilindros leucocitário: pode fazer coloração para confirmação de leucócitos. Cilindros eritrocitários. Cilindro granuloso: esses grânulos são restos de células que são degradadas nos rins. Cilindro epitelial: associado a ele tem muitas células epiteliais sugerindo um dano renal mais grave. Cilindro gorduroso. Ou seja, se tenho parâmetros químicos que indicam lesão associada à presença de cilindros quer dizer que essa lesão advém do trato urinário superior. Cristais: componente muito importante na urina são os sais onde qualquer desequilíbrio na urina pode fazer com que esses sais precipitem. Alteração do pH, temperatura químico vão precipitar esses sais na forma de cristais. Para sua detecção é importante medir o pH urinário antes de começar os testes justamente para saber qual sal que originou esse cristal precipitado. Eles podem ser ou não patogênicos, tendo menor significado clínico que os demais elementos. Cristais normais de urina normal ácida: Cristais amorfos: precipitam após muito tempo em pH ácido, é comum se pegarmos nossa urina e deixarmos muito tempo na geladeira após uma semana é possível a observação desses cristais, ou seja, não indica patologia. São uratos cristalinos formados por sódio, potássio, magnésio e cálcio. Uratos cristalinos: podem ser de sódio potássio e amônio. São esféricos e levemente marrom e são confundidos muitas vezes com uma célula, podendo ser diferenciado por mudança do pH da amostra e os cristais desaparecem – fazer esse procedimento toda vez que tiver dúvida. Cristais de ácido úrico: são os mais bonitos e podem ser em grande quantidade indicam patologia, pacientes com gota tem acúmulo de ácido úrico nas articulações e acaba sendo eliminado uma grande quantidade desse sal na urina. Pacientes em quimioterapia também tem grande presença desses cristais. Cristais de oxalato de cálcio: podem indicar doença renal em vários aspectos diferentes como intoxicação por etilenoglicol. Cristais de urina normal alcalina: Fosfatos cristalinos: parecem cristais fáceis de identificar apesar de variarem de tamanho. Fosfatos amorfos. Carbonato de cálcio. Biurato de amônio. Cristais de urina anormal: Cristais de cistina: indicam cálculo de cistina. No cálculo renal tem a formação desses cálculos ainda no néfron, por isso que tem tanta dor para eliminar. São os mais comuns na litíase. Cristais de leucina ou tirosina: são mais raros, tem aspecto incomum e são encontrados em pacientes com doenças hepáticas graves ou doenças inatas do metabolismo, onde se tem um acúmulo desses aminoácidos. Bactérias e leveduras: vai precisar fazer coloração para identificar se é gram positiva ou negativa ou simplesmente relata a quantidade de bactérias por campo que se encontrou. Isso sempre indica infecção urinária.
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