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Resumo BQM Clínica BL2

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CARBOIDRATOS 
Carboidratos são poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas que podem ser classificados como 
monossacarídeos, oligossacarídeos ou polissacarídeos. Tem como principais funções: 
Fonte energética; 
Polímeros insolúveis – elementos estruturais e protetores na membrana celular que servem 
como sinalização; 
Lubrificam junções esqueléticas; 
Participam do reconhecimento e adesão entre células (glicoálice); 
Polímeros covalentemente ligados a proteínas ou lipídios que agem como sinalizadores. 
Os carboidratos quando ingeridos, tem cerca de 5% que são digeridos já na saliva pela ação da 
alfa-amilase salivar. O restante desses polímeros são digeridos ao longo do TGI por ação de 
alfa-amilases pancreáticas, lactose, sacarose, maltose e alfa-dissacarídeos, essas quatro 
últimas presentes nos enterócitos, cuja principal função é quebrar esses polímeros em 
unidades mais simples ou monômeros. 
O transporte é feito por transportadores: 
TRANSPORTADOR GLUT1 GLUT2 GLUT3 GLUT4 
TECIDO/FUNÇÃO Capilares 
cerebrais 
Atua em alta 
glicemia. 
Pâncreas – 
mediador de 
liberação de 
insulina. 
Intestino – 
absorve glicose 
da luz intestinal 
para corrente. 
Rins: reabsorção 
de glicose 
SNC em 
condições de 
baixa glicemia. 
Tecido muscular 
e adiposo. 
Fica 
armazenado em 
pool intracelular 
e é translocado 
para membrana 
por ação da 
INSULINA no 
período pós-
prandial. 
 
O consumo de sal aumenta o transporte de glicose, porque o Na é utilizado no cotransporte da 
mesma. 
A glicose pode ir para diversas vias, pode ser armazenada em forma de glicogênio, pode sofrer 
glicólise (via de oxidação) e gerar piruvato (anaeróbio) ou lactato (anaeróbio). Bem com pode 
participar da síntese de polímeros estruturais ou oxidação pela via da pentose fosfato. 
Existem mecanismos onde precursores menores vão dar origem a glicose: gliconeogênese 
(piruvato e lactato) ou glicogenólise (quebra do glicogênio). 
Todos esses fatores ocorrem pelo estímulo hormonal. 
O pâncreas é um órgão endócrino responsável pela secreção de insulina, glucagon, 
somatostatina e polipetídeo pancreático. 
A insulina é produzida pelas células beta das ilhotas pancreáticas em resposta ao aumento dos 
níveis de glicemia e aminoácidos no período pós-prandial. A pró-insulina é a que fica 
armazenada e é liberada imediatamente após o estímulo, ela é clivada em insulina e 
polipeptídio C, esse polipeptídio C não é degradado e liberado diretamente na urina, por isso 
serve com parâmetro de funcionamento das 
células pancreáticas. 
A insulina se liga a seu receptor de superfície 
e faz com que através de vias de sinalização 
transloque o GLUT-4 para membrana afim de 
reduzir a glicemia, fazendo com que ocorra 
armazenamento da glicose e sua utilização na 
via glicolítica. Ela também estimula a 
glicogênio sintase em sua forma ativa 
(desfosforilada) a qual vai atuar formando 
glicogênio. Estimula a síntese das principais enzimas envolvidas na via da glicólise e reduz as 
enzimas da gliconeogênse. 
Glucagon: eleva os níveis de AMPc e cálcio 
estimulando a produção de glicose pelo fígado por 
meio da glicogenólise e da gliconeogênese. Baixos 
níveis de glicose no sangue estimulam 
sua liberação e a insulina inibe a secreção 
desse hormônio. 
 
 
Outros hormônios: 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA GLICOSE 
Os testes necessitam ser feitos rapidamente utilizando plasma que seja mantido no gelo, tem 
que ser feito nas próximas horas mesmo que a amostra seja armazenada no freezer a 20°C (só 
o plasma). Se for sangue total tem que ser refrigerado com fluoreto de sódio, esse vai parar a 
via glicolítica por 48h. Amostras muito antigas tem com certeza níveis de glicose alterados, 
ficam menores. 
A velocidade de degradação é de 7mg/dL/hora a 4°C e a perda é de aproximadamente 
2mg/dL/hora. Essa taxa de metabolismo aumenta se tiver contaminação bacteriana ou 
leucocitose. 
MÉTODO ENZIMÁTICO PARA DOSAR GLICOSE 
Pode utilizar três sistemas enzimáticos para quebrar a glicose e formar peróxido resultante da 
degradação enzimática, esse peróxido precipita com um cromóforo que vai alterar a cor da 
solução e permitir sua aferição por espectrofotometria. 
Também pode utilizar reações de quebra de glicose que vão emitir corrente elétrica que é 
proporcional a concentração de glicose ou um cromóforo que é medido por 
espectrofotômetro, onde essa corrente elétrica ocorre pela emissão de elétrons. 
O uso de vitamina C ou medicamentos que interfiram nas quantidades de peróxido vão 
interferir na quantidade de glicose na solução. 
DISPOSITIVO DE MONITORAMENTO DE GLICOSE 
NÃO SERVE COMO DIAGNÓSTICO. Mas é importante para o controle do diabético, ele faz a 
leitura proporcionalmente de 10-15% menor do que o total da glicose no plasma, serve como 
controle da doença, dessa forma o paciente consegue ajustar a quantidade de insulina ou do 
medicamento. 
Esse teste pode ter erros: o primeiro é a aplicação insuficiente de sangue, o paciente espreme 
esse sangue para poder colocar na fita. Também pode ser por fita fora da validade, 
armazenada em locais muito úmidos. Tudo isso tem que ser passado para o paciente na hora 
de dispensar esses produtos. Alguns dispositivos são alterados pelo uso de salicilato, 
acetominofeno, levodopa, ácido úrico, bilirrubina e lipídios, a DM é uma doença multifatorial 
que tem outras doenças envolvidas, como hipertenção DCV em que o paciente toma 
medicamentos como o salicilato. 
Então às vezes pode chegar na farmácia apavorado porque os níveis de glicose estão altos e 
quando vai ver não tá fazendo diagnóstico clínico, só está usando a dosagem e faz uso dos 
medicamentos e tem problema hepático, tem que saber o que vai interferir na leitura desse 
aparelho para fazer uma boa orientação farmacêutica. 
Os números relacionados a DM, ela sempre está aumentando mundialmente, tem níveis 
aumentados principalmente com a idade, em torno de 40 anos a DMT2, e o problema da 
diabetes, em manter os níveis de glicose alto é causar lesão aos tecidos e ter doenças renais 
decorrentes dessa doença, é a causa mais comum de amputação não traumática, cegueira, 
neuropatia diabética, aumento do risco de aterosclerose e CV e cerebrovascular, obesidade 
que leva a maior parte da população a óbito. 
O diagnóstico da DM se dá basicamente por três exames: 
Avaliação da glicose em jejum 
Glicemia após duas horas de TTG – teste funcional onde se dá glicose ao paciente e avalia o 
nível de glicose após duas oras 
Hemoglobina glicada – acaba sendo mais um teste de acompanhamento do que de 
diagnóstico. 
O paciente faz uma dosagem de glicose, alguns podem estar com glicose normal e outros um 
pouco acima, nesses que estão um pouco acima o clínico solicida um TTGpara ver se foi um 
valor exporadico ou vai solicitar um segundo teste em outro momento para ver se esse nível 
ainda está aumentado, se depois de certos cuidados ainda apresentar valores altos ele pode 
pedir um TTG e uma hemoglobina 
glicada para CONFIRMAÇÃO DO 
DIAGNÓSTICO. 
O individuo que tem uma glicose 
normal ele pode ter diabetes sim se 
ele apresentar aumento da glicemia 
após 2h de jejum, às vezes é uma 
pessoa que não tem os níveis aumentados normalmente, mas é submetido a um estímulo e 
acaba apresentando os níveis muito altos de glicose. 
Tem estabelecidos nos últimos anos o pré-diabético, ele não tem definido diabetes, mas ele 
está entrando na doença e talvez já tenha alguns mecanismos não tão bem regulados que 
podem levar a DM em 2 a 3 anos. Pré-diabetes designa condições nas quais a homeostase da 
glicose é anormal, mas os níveis de glicose no soro não são altos suficiente para ser classificadacomo diabetes. Este grupo inclui indivíduos com glicemia de jejum alterada e tolerância à 
glicose diminuída. Eles também apresentam risco aumentado para doenças cardiovascular e 
cerebrovascular. 
Isso é importante porque esse grupo na idade dos 30 já começa com colesterol aumentado, 
tem vida sedentária e começa a ter níveis de pré-diabetes. Antigamente estava tudo bem, 
melhorava a alimentação e os valores voltavam, mas hoje se a pessoa chegar na clínica e 
apresentar esses valores é considerado pré-diabético e é igualado a outros pacientes, não vai 
entrar necessariamente com farmacoterapia, mas vai alterar o estilo de vida (exercício físico + 
alimentação). 
TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA A GLICOSE 
O TTG ou TOTG é diagnóstico pra diabetes e 
funciona da seguinte forma: o indivíduo ingere 
75g de glicose e vai medir os níveis a cada meia 
hora, o paciente está em jejum. Na curva 
normal como está em jejum tem um aumento 
rápido e vai reduzindo conforme o tempo, já 
num indivíduo com diabetes (curva de cima), ele 
vai aumentar mais do que o individuo normal e 
a queda não é abrupta como no individuo 
normal, ele mantém os níveis altos. Esse teste é 
um teste funcional para o fígado e pâncreas, ele pode avaliar o papel desses órgãos na 
atividade normal. Pode fazer essa curva para vários outros hormônios que interferem na 
glicose, por exemplo, hormônio de crescimento (estimula gliconeogênese, aumenta lipólise e 
estimula a glicogenólise, aumenta lipólise e antagoniza o uptake de glicose estimulado pela 
insulina). 
Para crianças se recomenda a dose de 1,75g glicose/kg. 
Os cuidados necessários a se ter com esse teste: 
 Ingestão de pelo menos 150 g de carboidratos, nos 3 dias anteriores; hábitos 
alimentares normais. Falar pro paciente que ele vai ter que se alimentar normalmente 
e comer carboidratos todos os dias, porque o indivíduo pode não consumir 
carboidratos e isso causa alteração no teste; 
 Atividades físicas normais; 
 Durante o teste, não fumar e permanecer em repouso. Isso é muito difícil, 
principalmente com pacientes fumantes, pois eles não conseguem ficar 2h sem fumar; 
 Não usar medicação que interfira no metabolismo dos carboidratos. 
Esse teste é bastante utilizado durante a gravidez porque ele vai avaliar a diabetes gestacional, 
que representa um grande perigo para as mães e afeta 18% das gestantes. Essas mulheres 
NÃO ERAM DIABÉTICAS, mas desenvolvem resistência a insulina durante a gravidez, essa mãe 
pode desenvolver diabetes, principalmente nos três primeiros anos. Não é um caso raro, por 
isso é muito importante que a gestante tome devidos cuidados DURANTE A GESTAÇÃO E ATÉ 
OS PRIMEIROS ANOS APÓS ELA. Os valores de insulina podem ficar 3x mais altos e o 
surgimento é por volta do 6º mês da gravidez. A insulina materna não atravessa a placenta, 
mas a glicose sim, então pode ter tanto o problema de diabetes para a mãe quanto pode 
alterar o metabolismo do bebê, que pode nascer obeso e pode responder de maneira 
inadequada podendo ter resistência a insulina, isso resulta em ganho excessivo de peso que 
atrapalha no parto bem como risco de hipoglicemia no neonato, está com indicie alto de 
glicose pelo aporte fornecido pela mãe, mas quando nasce não tem mais esse aporte, mas ele 
produz insulina alta e isso causa a hipoglicemia. 
O diagnóstico é a glicemia de jejum >100mg/dL mais de duas vezes e também pode fazer um 
TTG. 
 
HEMOGLOBINA GLICADA 
Utilizado na manutenção e controle da diabetes. 
A glicose penetra livremente nos eritrócitos e reage com a hemoglobina. Quanto maior for a 
taxa de glicemia, maior a fração de hemoglobina glicada. 
Indica o controle metabólico nos 120 dias precedentes ao teste, correspondendo ao tempo 
médio de vida dos eritrócitos. Isso é importante para não só ver um dia, no dia que foi feito o 
TTG ou a glicose de jejum, mas ver o histórico , como o individuo estava se comportando 120 
dias antes, como estava controlando os níveis glicêmicos, se o medicamento que está 
tomando funciona mantendo os níveis glicêmicos. 
Não é indicado para pacientes com hemoglobinopatias, pois há redução na meia-vida das 
hemácias e do tempo de exposição da hemoglobina às variações da glicose. Então o individuo 
que tem animia falciforme, talessemia ou alguma alteração na estrutura das hemácias que 
levem a hemólise mais rapidamente do que os 120 dias não via tar um resultado normal, 
correndo o risco de ser interpretado de maneira herrada. Então tem que saber se o indivíduo 
tem alteração. 
Esse teste é feito numa coluna empregada de troca iônica, que separa a Hb glicada da não 
glicada, a glicose fornece uma carga da Hb glicada o que faz com que essa seja eluida primeiro 
do que a não glicada. 
É importante saber que vitaminas C, E, salicilatos vão interferir no teste, porque a Hb com 
salicilato vai fornecer salicilato que vai fornecer carga pra Hb e vai eluir JUNTO COM A Hb 
GLICADA e aumentar esses valores no teste. Ácido úrico faz a mesma coisa. 
FRUTOSAMINA 
O individuo que não tem como analisar a Hb glicada porque tem alguma alteração de 
hemólise, ou utiliza algum medicamento e esse pode utilizar como acompanhamento a 
frutosamina. 
Essa vai observar a quantidade das proteínas glicosiladas, é um teste que mede a glicosilação 
das proteínas plasmáticas, sendo a principal a albulina, que tem t ½ vida menor que a Hb 
(cerca de 20 dias), então fornece um parâmetro de tempo menor do que o da Hb. 
A grande vantagem é que não sofre interferência com a hemólise, mas tem tempo de 
observação menor. 
O controle da glicemia está relacionada com a prevenção ou um atraso na progressão das 
complicações microvasculares observadas nos pacientes com diabetes. 
A diminuição da glicemia quando tem um controle glicêmico adequado. Então o indivíduo é 
diabético, mas controla essa glicemia e pode reduzir de 50-70% as chances de retinopatias, 
neuropatias, nefropatias, doenças cardiovascular. 
 
A diabetes é classificada em dois tipos, que tem origens distintas, a tipo I na sua grande 
maioria está relacionada com a destruição das células beta-pancreaticas ou por produção de 
ab específicos contra essas células ou por ab contra proteínas que estão dentro das ilhotas ou 
por ab contra a própria insulina. A tipo II surge de alterações metabólicas que levam a 
resistência periférica a insulina. 
DMTI 
Então a tipo I é de 10-20% dos diabéticos, conhecida também com diabetes juvenil, que atinge 
indivíduos com menos de 20 anos de idade. A causa pode ser idiopática ou autoimune. 
Pode ser também por exposição a toxinas ou infecção viral que destroem as células betas. E 
ele tem uma deficiência absoluta da insulina pela destruição total das células. Nesse caso 
precisa através da dosagem da insulina ou níveis de peptídeo C para ver se as ilhotas 
pancreáticas realmente não estão conseguindo mais produzir realmente nenhuma insulina. 
Sintomas: 
 Hiperglicemia 
 Utilização aumentada de gorduras para a obtenção de energia 
 Depleção das proteínas do organismo 
 Cetoacidose 
Tem indivíduos que emagrecem rapidamente e tem um hálito cetonico, que se chama. Esse 
indivíduo tem hiperglicemia que leva a um dano tecidual através da glicação da proteína, leva 
a desidratação celular e uma sede excessiva e esse aumento causa uma diurese aumentada e o 
aumento da quantidade de urina – o controle de osmolaridade é feito pelos rins e acaba 
eliminando maior quantidade de urina e isso causa uma desidratação geral. Perda de peso 
excessiva e diurese aumentada são os sinais clínicos. 
A produção aumentada de corpos cetônicos devido a utilização de ácidos graxos ao invés da 
glicose, e começa a produzir muitos corpos cetonicos, essa produção aumentadagera 
aumento da liberação desses produtos de degradação que vão ser vistos no alo cetonico na 
urina. Os corpos cetonicos também causam desidratação celular e aumentam a acidose 
metabólica que quando não consegue ser corrigida pelos rins com produção de bicarbonato 
acaba sendo fatal, mantém uma faixa de 6,8 e 7,6 de cetoacidose. A perda de peso causa fome 
excessiva porque o cérebro acha que devemos nos alimentar devido a perda de ácido graxo e 
proteínas. 
Como já foi visto, se não tem insulina tem uma queda da produção de proteínas, causando a 
depleção de proteínas no organismo. 
DIMTII 
Compreende a maior porcentagem das pessoas hoje em dia, tem seu início na vida adulta, 
principalmente depois dos 40 anos. Desenvolve-se de modo gradual, sem sintomas óbvios. 
Nesse indivíduo a principal causa é a resistência a insulina, ela é produzida, mas ela não tem 
efeito nos tecidos, pode ser por fatores genéticos ou secundários como a obesidade. 
Fatores de risco: 
 Excesso de peso (índice de massa corporal [IMC] ≥25 kg / m2) 
 Sedentarismo 
 História familiar de diabetes 
 Idade avançada (≥45 anos) 
 Doença do ovário policístico, os hormônios aumentados nessa doença interferem no 
metabolismo da glicose, aumentando os índices de glicemia; 
 História de diabetes gestacional ou parto antes da diabetes de bebê pesando> 4 kg 
 Hipertensão 
 Doença vascular 
 Dislipidemia (HDL-colesterol ≤35 mg / dl ) e / ou nível de triglicerídeos ≥250 mg / dL 
 A1c ≥ 5,7% 
Esse indivíduo tem as ilhotas pancreáticas funcionando, só que a insulina tem resistência nos 
tecidos e não consegue baixar a glicemia. A hiperglicemia estimula ainda mais as células 
pancreáticas a secretarem insulina até ocorrer ou o esgotamento dessas células, então por isso 
que muitas vezes o indivíduo não utiliza a insulina, mas ao longo da vida ele acaba na insulina, 
pois o ciclo de resistência faz com que acabe produzindo ab contra as células ou contra a 
própria insulina e acaba no final não conseguindo produzir a quantidade de insulina suficiente 
e tendo que utilizar insulina externa. 
É um fator secundário a obesidade e vai levar a anomalia na sinalização ou ainda um menor 
número de receptores de insulina e levar a resistência da insulina. 
ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOS (EAS) 
Os rins filtram o volume do fluido extracelular através dos glomérulos renais em uma média de 
16 vezes ao dia, sendo os néfrons renais a unidade fisiológica responsável pela regulação fina 
do volume de fluido do corpo e da quantidade de eletrólitos através dos processos de secreção 
e reabsorção de íons e água ao longo de sua estrutura. Esse controle fino pode sofrer 
desequilíbrio devido a doenças como hipertensão, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, 
síndrome nefrótica e cirrose, além de medicamentos que desregulem a osmolaridade ou 
secreção eletrolítica. Esse controle 
eletrolítico e da osmolaridade pode 
ser modulado quando desregulado 
pela ação de fármacos diuréticos ou 
agentes osmóticos. 
Também é conhecido que os rins 
são os órgãos mais vascularizados 
do corpo humano, cerca de 1200mL 
de sangue por minuto passam pelos 
rins, onde 180L são filtrados 
diariamente formando cerca de 1-2L 
de urina. Não é normal encontrar 
hemoglobina, proteínas e moléculas de alto peso molecular na urina, pois as mesmas não são 
filtradas pelos glomérulos, ou seja, se estiverem presentes é sinal de doença renal. 
O exame de EAS é importante, pois serve para estudo e diagnóstico de doenças renais do trato 
genito-urinário, para acompanhamento de outras doenças sistêmicas, triagem de doenças 
assintomáticas como diabetes, bilirrubinemias. Além de ser um exame simples, não invasivo e 
de baixo custo. 
Quando o paciente chega ao laboratório, deve ser 
entregado a ele um frasco plástico incolor, tipo 
cristal LACRADO, DESCARTÁVEL E ESTÉRIL, com 
capacidade para 100mL. Esses frascos são 
fornecidos pelo laboratório, bem como as 
informações corretas de como se fazer uma 
coleta de urina adequada para que o paciente 
faça o procedimento correto, mesmo porque o 
exame de coleta de urina é feito em casa na 
maioria das vezes. 
O EAS é realizado em três etapas que devem ser seguidas de acordo com a ordem: 
1. Exame físico: cor, odor, aspecto, depósito, presença de espuma e densidade. 
2. Exame químico. 
3. Análise do sedimento. 
EXAME FÍSICO 
Cor da urina: a urina possui pigmentos naturais que são o urocromo (amarelo) a 
uroeritrina (vermelho) e a urobilina (laranja) que até esse ponto são consideradas 
normais. 
Essa coloração pode ser causada por alimentos, medicamentos, patologias e produtos 
metabólicos. O importante não é a 
definição da cor exata, mas sim a 
constatação de se a cor está normal 
ou anormal, com por exemplo nas 
urinas de cor marrom, laranja, rosa, 
vermelho opaco ou brilhante, preta, 
azul, verde, branca. 
 
Odor: não é um exame obrigatório, mas o normal é o “sui generis”, ou seja, um odor 
próprio de urina. Enquanto que o anormal pode ser um odor fétido devido a processo 
infeccioso e presença de pus, odor amonical devido a transformação de ureia em 
amônia por bactérias ou um cheiro mais frutado, mais adocicado, que indica presença 
de corpos cetônicos. Então tem laboratórios que adotam esse tipo de análise e outros 
não. 
Presença de espuma: é um teste obrigatório nos estados unidos e preconizado na 
NDR15268, a qual fala todas as etapas obrigatórias do teste no Brasil. Se agita a urina e 
forma espuma indica que tem presença de proteínas ou bilirrubina e isso será visto 
quando fizer a análise bioquímica, então esse teste serve como mais um indicativo de 
que tem proteínas ou bilirrubina na amostra. Em que caso isso é útil? Tem-se uma 
amostra com coloração avermelhada pode indicar duas coisas ou tem uma presença 
muito grande de bilirrubina ou hemácias na amostra, se agitar a amostra e formar 
espuma é porque tem bilirrubina, hemácias não formam espumas. No caso da urina 
com coloração normal, que não é excesso de bilirrubina e/ou hemácias e tem a 
formação de espuma, é indicativo da presença de proteínas como albumina, mas é 
necessário o exame químico depois. 
Aspecto e depósito: são duas variáveis necessariamente correlacionadas, NUNCA tem 
urina sem turbidez e, por exemplo, quando tem depósito abundante. Se a urina 
límpida tem pouco depósito e se está turva é sinal de muito depósito, sempre se opta 
por uma variável ou outra, não há análise de aspecto e depósito, mas sim de um deles. 
Geralmente não se usa 
pra depósito o termo 
nulo porque sempre 
existe algum depósito, 
se centrifugar a urina 
límpida que é pouco 
concentrada tem formação de pouco sedimento e coloca pouco, mas não nulo, porque 
sempre tem alguma coisa, como célula epitelial. 
Densidade: ela varia de um valor de referência bastante amplo considerando a 
amostra de urina. Não é considerado como patológico uma urina mais densa ou menos 
densa, patológico é ter uma urina com densidade sempre igual, então independente 
de quanta água beber não varia a densidade. O paciente que não consegue controlar o 
quanto de água elimina para ajustar isso ao estado de hidratação dele, isso se chama 
isostenúria, que é a incapacidade dos rins em ajustar a concentração da urina 
conforme o estado de hidratação. 
A densidade é avaliada por urinômetro, que funciona basicamente como o 
alcoômetro, mas tem suas limitações, como por exemplo, é necessária uma grande 
quantidade de amostra de urina, colocar numa proveta para poder girar o 
equipamento lá dentro e determinar a densidade. 
Hoje em dia se tem nas tiras reativas a determinação da densidade, logicamente esse é 
o método deescolha, até porque ele é bem fiel/reprodutivo. 
EXAME QUÍMICO 
Ele é feito através das fitas reativas, ode se coloca a amostra de urina num tubo mais 
comprido, mergulha a fita ali por 2-3 segundos, tira a fita escorrendo pela borda do 
frasco e de lado se tira o excesso de papel toalha (seca de ladinho kkkk), não pode 
sacudir, ou fazer movimentos bruscos porque isso propicia a mistura dos químicos na 
fita e vai alterar o resultado. E compara contra o próprio frasco o qual contém as 
escalas que diz o quanto se tem de glicose, proteína e o grau de intensidade das 
análises. 
As tiras reagentes servem para medir: bilirrubina, corpos cetônicos, densidade, glicose, 
Hb, leucócitos, nitrito, pH, proteínas e urobilinogênio. 
Existe uma série de recomendações com relação ao armazenamento dessas fitas, elas 
devem ser armazenadas em locais secos, tem que ser feito o controle de qualidade 
eventualmente, se são fitas não muito utilizadas tem que saber a quanto tempo aquele 
frasco está aberto, trocando o que tem dentro para manter o recipiente seco porque 
isso já pode alterar os químicos da fita. E SEMPRE ANTES DE MERGULHAR NA URINA 
COMPARA OS TONS DA FITA COM O PADRÃO para verificar se a fita teve alguma 
alteração de acordo com umidade, temperatura de armazenamento – isso em 
laboratórios que não fazem isso como rotina. 
A urina em temperatura ambiente! Muitas vezes as amostras são colocadas em 
geladeira e para fazer a análise tem que estar em temperatura ambiente. NUNCA 
FAZER O EXAME QUÍMICO DEPOIS QUE SEPARAR O SEDIMENTO porque se vai analisar 
na fita se tem hemoglobina, se tiver centrifugado para separar o sedimento vai 
favorecer o erro do teste da fita, pois pode ter hemácia preciptada, dando um 
resultado falso negativo na fita. Por isso que a ordem de realizar o exame de urina é 
primeiro o exame físico, depois o químico e só assim leva a amostra para 
centrifugação. 
pH: os rins tem papel fundamental na manutenção do pH plasmático através da 
eliminação de ácidos quando tiver em excesso no sangue e o pulmão eliminando mais 
rápido quando o sangue tiver muito alcalino. Normalmente o pH da urina é em torno 
de 5-6, podendo chegar entre 4-8. Existem alguns casos que não são necessariamente 
doenças onde se tem uma urina mais ácida, por exemplo, pacientes com DM 
descompensada, pacientes em dieta cetogênica (rica em proteínas), com isso tem mais 
produto de metabolismo nitrogenado. Podem causar alcalose na dieta pobre em 
proteínas, medicamentos antiácidos e presença de bactérias. Não é por si só indicativo 
de alguma patologia, mas sim uma observação na urina, que é importante quando for 
analisar o sedimento do paciente para poder classificar o que está vendo em termos 
de cristais, tem cristais que são mais característicos de urinas ácidas e outros de urinas 
básicas. 
Quantificação de proteínas: normalmente tem 10-150mg/dia de proteínas na urina, o 
que é muito pouco, e isso não é identificado pela fita, é uma quantidade tão baixa que 
não reage com as tiras reativas, então no paciente normal não se espera encontrar 
proteína na urina. O que isso indica, um valor aumentado de proteínas na urina? 
Significa que o paciente está 
com um dano no glomérulo, 
pois uma proteína que é uma 
molécula de alto peso 
molecular está passando, ou pior, está passando pelo glomérulo e não está sendo 
reabsorvido. Sendo assim, qualquer valor acima do de referência vai dar positivo na 
fita e isso já é considerado sinal de doença, provavelmente de doença renal, esse 
parâmetro é útil no controle da doença renal para saber quanto de proteína o paciente 
está eliminando na urina. 
A fita consegue quantificar porque o reagente vai reagir com as aminas das proteínas, 
mudando de cor. 
Proteínas <60kDa podem passar pelo glomérulo, como globulinas, mas são 
reabsorvidas. As > 60kDa nem passam pelo glomérulo e quando passam são 
reabsorvidas. 
Além da doença renal pode ter uma eliminação de proteínas na urina febres muito 
intensas, frio intenso e exercício intenso, onde tem degradação de massa muscular. 
Além da albumina podem serem encontradas outras gama globulinas. 
Glicose: em condições normais ela não é eliminada na urina, pode até ser filtrada pelo 
glomérulo, entretanto é reabsorvida para ser utilizada pelas células. Assim, se tem 
glicosúria (glicemia >180mg/dL) na urina é porque o paciente tem uma glicemia muito 
acima do normal, tanto é que ela chega a ser eliminada na urina. O princípio químico 
da reação de glicose se baseia no soro do paciente no laboratório, tem a glicose, 
glicose oxidase, é uma reação específica para glicose, se tiverem outros açúcares na 
urina não vai identificar com a tira reativa. Pacientes que tem eliminação de frutoses 
ou outros açúcares não terá a identificação. 
A amostra tem que ser refrigerada para parar as bactérias que consomem glicose, se 
não pode dar um falso-negativo. É muito comum em pacientes com DMTI e TII não 
tratados, bem como em gestantes e pacientes com doenças renais. 
Corpos cetônicos (ácido acetoacético, ácido hidroxibutírico e acetona): são originados 
do acúmulo de acetil-coA característico em pacientes diabéticos, mas também em 
casos de bulimia, gastroenterite, dieta pobre em carboidratos ou jejum prolongado. 
Não tem em pacientes normais, logo indica uma patologia. Geralmente isso acontece 
em pacientes diabéticos onde tem formação muito maior de corpos cetônicos do que 
os normais. Existem outras condições, mas isso é raro. Eles são responsáveis por 
conferir a urina odor frutados. A identificação é pela tira reativa, onde os vários 
reagentes vão dar um composto de cor púrpura. 
Bilirrubina: pode se identificar a presença de bilirrubina na urina. A hemácia quando 
fica velha é degradada a hemoglobina é reaproveitada, a protoporfirina é 
metabolizada gerando bilirrubina que vai circular no sangue sob a forma insolúvel no 
plasma transportada por albumina, essa é a indireta que vai para o fígado e é 
conjugada ficando mais solúvel, sendo a bilirrubina direta, essa que é eliminada na 
urina. Então sempre que tiver presença de bilirrubina na urina ela vai ser conjugada, 
pois a albumina ligada a bilirrubina não conjugada NÃO É FILTRADA. A bilirrubina 
conjugada depois de reabsorvida é eliminada nas fezes após metabolização, podendo 
se converter a urobilinogênio e esse também pode ser reabsorvido, logo em condições 
muito alta esse urobilinogênio pode também ser encontrado na urina. 
A presença de bilirrubina na urina SEMPRE INDICA PATAOLOGIA, podendo ser 
obstrução biliar, hepatite, hepatocarcinoma e cirrose hepática. 
A reação é a mesma que se emprega quando vai dosar no plasma do paciente, mas por 
tecnologia seca. 
Urobilinogênio: se tem aumento de bilirrubina pode ser porque teve aumento de 
degradação de hemácias, se vier acompanhado de um urobilinogênio normal ou baixo 
quer dizer que teve icterícia obstrutiva, ou seja, essa bilirrubina conjugada não está 
sendo liberada nas fezes e não está sendo transformada em urobilinogênio. Por isso 
seu aumento na urina, mas não chega a ter urobilinogênio aumentado, pois esse não 
está sendo liberado no intestino. O urobilinogênio é lábil, então a amostra tem que ser 
recém-coletada. 
Outra situação é onde se tem aumento do urobilinogênio e a bilirrubina normal 
significa que aconteceu uma hemólise intravascular, então o paciente teve uma 
degradação muito grande de hemácias que após a metabolização intensa deu um 
aumento muito grande do produto final. 
Hemoglobina: pode ter hemácias ou não. A presença de Hb na urina é # da presença 
de hemácias. 
Não deve utilizar o sobrenadante, SEMPRE O EXAME QUÍMICO DEVE SER FEITO NA 
AMOSTRA ANTES DE CENTRIFUGAR, para diferenciar setenho somente Hb ou se é Hb 
dentro da hemácia. 
Quando tem dano renal tem presença de hemácias na urina, tem uma célula que é 
muito grande passando pelo glomérulo. 
Na anemia hemolítica a hemólise acontece dentro do capilar e isso vai liberar Hb na 
urina e não a hemácia inteira, está associada a talassemias, anemia falciforme e outras 
causas de hemólise intravascular. 
Muitas vezes tem a hemólise dessa hemácia na urina, então tem presença de Hb e não 
tem hemácia, se isso acontecer e a amostra estiver armazenada há muito tempo tem 
que solicitar ao paciente uma nova amostra para confirmação, pois pode ser que esse 
longo período de armazenamento promoveu a hemólise da amostra. 
Nitrito: é muito útil no screen de pacientes assintomáticos, não tem desconforto ao 
urinar, não tem sinal de infecção urinária, mas no exame de rotina se vê reação 
positiva para nitrito e isso indica presença de bactéria na bexiga e/ou uretra porque 
existem bactérias que convertem nitratos (derivado do metabolismo das proteínas) da 
urina em nitritos e muitas vezes não causa sintoma de infecção urinaria, mas o 
paciente tem que ser tratado com antibiótico. 
É necessário para ter positivo para nitrito: 
 A bactéria redutora de nitrito: E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Proteus, 
Staphylococcus, Pseudomonas. 
 Tem que ter nitrato na amostra inicialmente, então se tem paciente que não 
consome proteína não vai ter nitrito na amostra dando um falso negativo, logo 
tem que saber qual é a condição do paciente. 
 Se o paciente não coletou a primeira urina da manhã não deu tempo da 
bactéria ficar tempo suficiente na bexiga para fazer essa conversão de nitrato 
em nitrito, assim vai ter um resultado falso negativo. 
 Paciente em uso de antibiótico e quimioterápico também vai dar falso positivo. 
Quando tem um paciente com infecção urinária assintomática, isso não chega se de 
muita coisa porque tem vários outros parâmetros a serem vistos, como bactéria na 
urina, positivo para esterases, leucócitos na urina. 
Esterase: ajuda a identificar um paciente com infecção urinária, por exemplo. 
É uma enzima característica de neutrófilos, não é normal encontrar na urina, se está 
presente significa que está tendo eliminação de leucócitos na urina. 
As vantagens dessa reação de esterase: 
 É uma reação muito específica, muitas vezes olhando só o sedimento do 
paciente não é possível identificar os poucos leucócitos que se tem por campo, 
então o exame químico é mais sensível, detectam níveis inferiores a 25.000 
leucócitos/mL. 
 Funciona para esterases dentro ou fora da célula. 
 Pode dar falso negativo em urinas hipotônicas ou com uso de antibiótico. 
Ácido ascórbico: existem muitas tiras que já vem uma região presente de ácido 
ascórbico. É importante identificar sua presença porque ele dá um resultado falso 
negativo de diversas outras regiões da tira como glicose, esterase, bilirrubina, nitrito, 
Hb. 
O paciente que faz uso de ácido ascórbico como suplemento vai apresentar alteração 
nesses parâmetros, então tem que pedir ao paciente que suspenda por 48h a 
medicação e colete outra amostra para refazer todos os testes e confirmar se o 
resultado negativo se dá ou não a presença de ácido ascórbico. 
ANÁLISE DE SEDIMENTO 
Depois da analise física e química, precisa analisar o sedimento para saber o que tem 
de células. 
O sedimento é qualquer partícula em suspensão na urina que quando centrifugada 
suspende. É analisado na maioria dos casos com microscopia de campo claro, mas 
também pode utilizar a microscopia de contraste de fases, o que é muito vantajoso 
porque todos os elementos em suspensão na urina possui uma refração muito 
pequena, podendo ser confundidos com gordura, por exemplo, e a de contraste 
propicia uma diferenciação melhor desse sedimento, se é uma célula que tem núcleo 
ou só uma gotícula de gordura que não tem nada dentro. Pode fazer uso de corantes 
para melhorar o diagnóstico. 
NBR15268 – não recomenda os métodos de coloração, mas esses ajudam no 
diagnóstico. Essa norma diz exatamente como se deve proceder para fazer o exame de 
urina. 
Após todos esses 
procedimentos até 
chegar a avaliação no 
microscópio será 
avaliados dez campos 
na lamínula, então 
tem hemácia, célula 
epitelial, cristal em 
cada campo e no fim 
existe uma escala com muitos elementos, pouco elementos. 
Na análise de sedimento é muito comum encontrar células epiteliais. 
Células epiteliais: As que são encontradas na urina podem ter origem diferente no 
trato urinário. 
 Células escamosas são originarias da porção distal do epitélio uretral, mais 
inferiores do trato urinário. Tem núcleo pequeno e condensado e uma grande 
quantidade de citoplasma, são mais alongadas, quadradas ou retangulares. É 
muito comum de se encontrar em pequenas quantidades, mas se encontrada 
em quantidades muito grandes é sinal de erro de coleta, ou ele coletou o 
primeiro e/ou último jato juntos e acabou tendo uma quantidade maior de 
células epiteliais e isso dificulta a visualização de outros sedimentos. 
 Células de transição são originadas do meio da uretra até o começo dos rins. É 
uma célula mais ovalada e o núcleo mais centralizado. Raras células são 
normais e o aumento pode ser indicativo de infecção urinária. 
 Células epiteliais tubulares renais são eliminadas diretamente do rim. São 
menores então para diferenciá-las de um leucócito é muito difícil e sua 
presença SEMPRE INDICA UMA PATOLOGIA como necrose tubular aguda, 
infecções bacterianas, virais, inflamações e neoplasias, pacientes com rejeição 
do rim transplantado é muito comum. 
Diferenciar essas células é importante porque a presença de alguma delas não indica 
patologia, mas se for encontrada uma célula renal em grande quantidade indica uma 
lesão renal. 
Leucócitos: é fácil de identificar na urina. Até 5 por campo é considerado normal e 
mais que isso é considerado patológico. 
Quando tem a presença muito grande de leucócitos na urina isso reflete numa 
infecção do trato urinário superior, uma infecção renal, porque lá é muito mais 
vascularizado do que o trato urinário inferior, então é um indicativo, não é diagnóstico. 
Hemácias: até 2 hemácias por campo é considerado normal. Se tem uma hematúria 
mais intensa deixa a própria coloração da urina mais intensa e tem também a 
hematúria microscópica, essa não tem indícios na urina e só é observada ao 
microscópio. 
Geralmente se tem hemácias muito tempo na urina elas se rompe e como é uma célula 
sem núcleo fica muito difícil de diferenciá-la de uma gotícula de gordura, por isso que 
é importante a analise química de Hb, pois muitas vezes tem hemácias fantasmas que 
se romperam e não tem certeza se é hemácia ou não e com a presença de Hb na urina 
indica que o paciente teve hematúria. 
Se tiver presença de hemácias dismórficas cuja membrana já é disforme, isso pode 
indicar sangramento glomerular, essa hemácia se contorceu para passar pelo capilar 
do glomérulo e ficou com morfologia diferente, isso acontece após traumatismo por 
acidente de carro, briga. 
Novamente, se o paciente apresenta Hb e não tem hemácias é para considerar 
hemólise e solicitar nova amostra ao paciente. 
Cilindros: são formados por uma proteína chamada de Tamn-Horsfall que é eliminada 
diretamente no néfron, já na formação inicial da urina tem eliminação dessa proteína 
pelas próprias células renais, ou seja, são os únicos componentes do sedimento 
exclusivamente renal. 
Se tem hemácias na urina e não sabe se o paciente tem infecção do trato superior ou 
inferior, se tem hemácias associadas ao cilindro quer dizer que é do trato superior, 
pois junto nessas proteínas estarão as hemácias.A mesma coisa é se tiver cilindro 
leucocitário, leucócitos renais – infecção no trato superior urinário. 
Existe denominação diversa para esses cilindros dependendo do que estiver grudado 
nele. 
 Cilindos hialinos: formados unicamente pela proteína. Se o paciente tem lesão 
renal sem hematúria, liberação de leucócitos. É normal um paciente apresentar 
esse cilindro em pequenas quantidades, mas quando aumentada pode indicar 
ICC, febre, desidratação, exposição ao frio e exercício intenso. 
 Cilindros leucocitário: pode fazer coloração para confirmação de leucócitos. 
 Cilindros eritrocitários. 
 Cilindro granuloso: esses grânulos são restos de células que são degradadas 
nos rins. 
 Cilindro epitelial: associado a ele tem muitas células epiteliais sugerindo um 
dano renal mais grave. 
 Cilindro gorduroso. 
Ou seja, se tenho parâmetros químicos que indicam lesão associada à presença de 
cilindros quer dizer que essa lesão advém do trato urinário superior. 
Cristais: componente muito importante na urina são os sais onde qualquer 
desequilíbrio na urina pode fazer com que esses sais precipitem. Alteração do pH, 
temperatura químico vão precipitar esses sais na forma de cristais. Para sua detecção é 
importante medir o pH urinário antes de começar os testes justamente para saber qual 
sal que originou esse cristal precipitado. 
Eles podem ser ou não patogênicos, tendo menor significado clínico que os demais 
elementos. 
Cristais normais de urina normal ácida: 
 Cristais amorfos: precipitam após muito tempo em pH ácido, é comum se 
pegarmos nossa urina e deixarmos muito tempo na geladeira após uma 
semana é possível a observação desses cristais, ou seja, não indica patologia. 
São uratos cristalinos formados por sódio, potássio, magnésio e cálcio. 
 Uratos cristalinos: podem ser de sódio potássio e amônio. São esféricos e 
levemente marrom e são confundidos muitas vezes com uma célula, podendo 
ser diferenciado por mudança do pH da amostra e os cristais desaparecem – 
fazer esse procedimento toda vez que tiver dúvida. 
 Cristais de ácido úrico: são os mais bonitos e podem ser em grande quantidade 
indicam patologia, pacientes com gota tem acúmulo de ácido úrico nas 
articulações e acaba sendo eliminado uma grande quantidade desse sal na 
urina. Pacientes em quimioterapia também tem grande presença desses 
cristais. 
 Cristais de oxalato de cálcio: podem indicar doença renal em vários aspectos 
diferentes como intoxicação por etilenoglicol. 
Cristais de urina normal alcalina: 
 Fosfatos cristalinos: parecem cristais fáceis de identificar apesar de variarem de 
tamanho. 
 Fosfatos amorfos. 
 Carbonato de cálcio. 
 Biurato de amônio. 
Cristais de urina anormal: 
 Cristais de cistina: indicam cálculo de cistina. No cálculo renal tem a formação 
desses cálculos ainda no néfron, por isso que tem tanta dor para eliminar. São 
os mais comuns na litíase. 
 Cristais de leucina ou tirosina: são mais raros, tem aspecto incomum e são 
encontrados em pacientes com doenças hepáticas graves ou doenças inatas do 
metabolismo, onde se tem um acúmulo desses aminoácidos. 
Bactérias e leveduras: vai precisar fazer coloração para identificar se é gram positiva 
ou negativa ou simplesmente relata a quantidade de bactérias por campo que se 
encontrou. Isso sempre indica infecção urinária.

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