Toxoplasmose

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CURSO DE BIOMEDICINA
 
TOXOPLASMOSE
RECIFE
2014
TOXOPLASMOSE
		
Trabalho solicitado pelo professor Armando Marsden, do departamento de Micologia, e apresentado como requisito parcial para a aprovação na disciplina Introdução a Ciência Biomédica do curso de Biomedicina da Universidade Federal de Pernambuco.
RECIFE
2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................3
1 Toxoplasmose....................................................................................................4
1.1 Transmissão................................................................................................................4
1.2 Morfologia e Formas evolutivas.................................................................................4
1.3 Ciclo biológico.............................................................................................................4
1.4 Formas Clínicas............................................................................................................5
1.5 Medidas Profiláticas...................................................................................................5
1.6 Diagnóstico e Tratamento..........................................................................................6
2	CONCLUSÃO.........................................................................................................7
3	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................8
	
INTRODUÇÃO
A Toxoplasmose é uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, faz parte da ordem Eucoccidida, e da família Sarcocystidae. O micro-organismo responsável pela doença é uma parasita intracelular obrigatório de felinos e outros vertebrados, incluindo o homem. É uma doença de distribuição mundial, e praticamente todos os mamíferos e aves são susceptíveis, sendo o gato o hospedeiro definitivo. Esta protozoonose pode ou não atuar sem que haja qualquer tipo de manifestação clínica, como na maioria dos casos, mas que pode levar a cegueira. Se houver sintomas, ainda assim é de difícil diagnóstico, pois os poucos sinais indicativos podem assemelhar-se a outras doenças, como a mononucleose.
Toxoplasmose
Transmissão
As formas atualmente conhecidas como modo de transmissão se dá por meio da participação de felinos, que podem conter o parasita em suas fezes, e que são disseminados mecanicamente por meio de insetos que por sua vez entram em contato com o alimento.
Dessa forma podendo haver a ingestão de cistos, oocistos ou taquizoítos, que são formas de evolução do parasita. Podendo está presente em água ou alimentos contaminados.
Ingestão de leite contaminado, através da deposição de taquizoítos na mucosa vaginal, é uma forma de se adquirir a doença; Porém ocorre principalmente através da ingestão de carne crua, ou mal cozida; pode haver também contaminação por descuido na manipulação de excrementos de gatos.
Outras formas transmissão também podem se dá através de transplante de órgãos infectados; transfusão sanguínea; de forma congênita ou transplacentária, que é passado através da mãe no período gestacional; ou até mesmo acidentes de laboratório.
1.2	Morfologia e Formas evolutivas
Na fase aguda da doença, encontramos os Taquizoítos, forma móvel do parasita e que possui rápida multiplicação. Nessa forma de evolução do parasita encontramos vacúolo citoplasmático
Os Bradizoítos podem ser encontrados nos tecidos, quando a doença está em sua fase crônica, essa forma do parasita possui multiplicação lenta, e apresenta resistência ao suco gástrico.
As formas de resistência do parasita são os Cistos e Oocisto. Quando o parasita se encontra no intestino de felídeos jovens, se apresenta sob a forma de Oocistos. 
Nos Oocistos infectantes, podemos observar a presença de dois esporocistos e oito esporozoítos. Oocistos maduros podem permanecer infectantes no solo úmido e sombreado de doze a dezoito meses.
E quanto à patogenia, varia de caso para caso, isso porque está relacionada com a cepa do parasita, resistência do indivíduo, e o modo que se adquire a doença.
1.3	Ciclo biológico
A Toxoplasmose é uma doença que apresenta um ciclo heteroxênico, isto é, composta por duas fases, o gato atua nessa doença como hospedeiro completo por abrigar as duas fases: Assexuada e Coccidiana do ciclo biológico.
Considera-se fase Assexuada, quando o parasita encontra-se nos linfonodos e tecidos do hospedeiro, e fase Coccidiana, quando se encontra no epitélio intestinal de gatos jovens não imunes.
 
1.4 	Formas Clínicas
Em gestantes no primeiro trimestre observa-se aborto; No segundo trimestre, aborto ou nascimento prematuro (criança sadia ou com anomalias). 
No terceiro trimestre, criança normal ou danos, podendo ser observados dias, semanas ou meses após o parto, podendo haver comprometimento ganglionar, edema, lesões oculares (foco de roseta), ou hepatoesplenomegalia.
Também como forma de manifestação clínica, pode ocorrer a Tétrade de Sabin: Coriorretinite, calcificações cerebrais, retardamento psicomotor, alterações do volume craniano.
A Toxoplasmose Congênita ou Pré-natal é caracterizada por uma fase aguda, as Consequências à criança vão depender do grau de exposição, da virulência da cepa e do período da gestação. 	
Pode acarretar em abortamento, partos precoces ou apresentando algum tipo de anomalia. A Toxoplasmose Pós-natal, vão desde casos benignos podendo levar até a morte. A fase Ganglionar ou Febril Aguda é a mais frequente. 
A forma Cutânea ou Exantemática é caracterizada por lesões generalizadas na pele, e possui evolução rápida e fatal; E na forma Ocular observa-se a presença de retinocoroidite. 
A forma Generalizada é a condição mais rara da doença, possui evolução mortal, até mesmo em indivíduos com imunidade normal. Podendo ocorrer comprometimento do miocárdio, pulmonar, ocular e digestivo em indivíduos imunossuprimidos.
A forma Cérebro-espinhal ou meningoencefálica possui baixa frequência em imunocompetentes, porém com freqüência aumentada em indivíduos com alguma infecção latente, apresentando lesões focais múltiplas, cefaleia, febre, convulsões, letargia, delírio, coma e morte. 
1.5	Medidas Profiláticas
Algumas formas de se evitar a doença são: Atenção médico-veterinária a animais domésticos; controle da população de gatos de rua; remoção cuidadosa de fezes de gatos, com o uso de luvas e desinfecção de locais em que foram depositadas.
Não consumir carnes cruas ou mal cozidas, devendo ser submetida a um tratamento térmico de no mínimo 60°C por 20 minutos, garantindo que o calor penetre igualmente por todo o alimento; Higienização específica de frutas, verduras e legumes.
Lavar as mãos após contato com o solo; Lavar as mãos após o manuseio de carnes cruas; Não deixar comidas descobertas para evitar que insetos de disseminação da doença posem sobre o alimento.
1.5 Diagnóstico e Tratamento
É de difícil diagnóstico, porque os casos agudos podem levar rapidamente a morte, ou evoluir para forma crônica. E a fase crônica pode assemelhar-se a outras doenças como a mononucleose.
Na fase do diagnóstico laboratorial, a demonstração da presença do parasita pode ser feita de diversas formas.
As mais utilizadas são através do Exsudato, sangue, líquor, leite ou saliva, que após a centrifugaçãoe corado com um corante específico chamado de Giemsa, pode-se confirmar o diagnóstico.
Existem diversas reações que podem ser utilizadas para o diagnóstico sorológico como: A Reação de Sabin Feldman, (que atualmente está em desuso), IFI, na fase aguda deve-se fazer pesquisa de IgM, e na fase crônica IgG.
 	A Hemaglutinação Indireta é bastante sensível e simples de se realizar, porém é inadequado no diagnóstico precoce, e também não é capaz de detectar a Toxoplasmose congênita.
O exame ELISA, possui uma maior sensibilidade, porém é mais susceptível a ocorrência de Falso-positivos. O Imunoblot é ideal no diagnóstico de reativação da doença, por esse motivo não é usado para exames de rotina.
Outra forma de se obter a confirmação do diagnóstico é realizando uma biópsia de cortes histológicos corados por Hematoxilina e Eosina.
No caso da Toxoplasmose congênita pode-se realizar pesquisa de IgM e IgG que facilmente pode encontrar o parasita e em casos da Toxoplasmose Ocular, é realizado o exame de fundo de olho.
Quando ocorrem casos duvidosos, ainda pode ser realizada uma Tomografia computadorizada, e através de uma biópsia do cérebro, pode-se confirmar o diagnóstico.
O tratamento é feito apenas nos casos agudos, da toxoplasmose ocular e de indivíduos imunodeficientes, porque atualmente não existe tratamento eficaz na fase crônica contra as formas proliferativas.
Normalmente é ministrada uma associação de Pirimetamina juntamente com Sulfadiazina; e para Toxoplasmose Ocular, Antiinflamatório (Meticortem) juntamente com Antiparasitários. 
 
2	CONCLUSÃO
De acordo com trabalhos de outros autores, foi observado que a principal fonte de contaminação da Toxoplasmose está nos alimentos. Ainda que consideremos a forma resistente ao suco gástrico, constata-se que o indivíduo apresenta risco de desenvolver a doença, através da penetração do parasita na mucosa da boca ou faringe. Nos casos em que ocorre a contaminação humana, é improvável que tenha sido através de Oocistos, a exceção pessoas que criam gatos, ou tem contato direto com a terra. Por outro lado, os animais são mais susceptíveis a entrarem em contato, e posteriormente se contaminarem com Oocistos da Toxoplasmose, considerando o meio em que normalmente se encontram, e dessa forma, um indivíduo que consuma a carne de um animal contaminado, e que não tenha sido devidamente cozida é muito provável que desenvolva a doença. As informações obtidas através desse trabalho demonstram à necessidade do cozimento ou higienização adequado. Ressalta-se também a importância do diagnóstico precoce, podendo assim, evitar maiores complicações a saúde do indivíduo.
3	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
Bonametti, A. N. Surto de Toxoplasmose Aguda transmitida através da ingestão de carne crua de gado ovino. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v30n1/0655.pdf> Acesso em: 20 de dez. 2013.
 
Chiari, C. A. Toxoplasmose humana adquirida através da ingestão de leite de cabra. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/mioc/v79n3/vol79(f3)_063-066.pdf> Acesso em: 20 de dez. 2013.
Neves, D. P. Parasitologia humana. 11ª Edição, 163 p.
Spalding, S. M. Estudo prospectivo de gestantes e seus bebês com risco de transmissão de Toxoplasmose congênita em município do Rio Grande do Sul. <http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v36n4/16727.pdf> Acesso em: 20 de dez. 2013.