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DIPu Aula 5

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DIPU Aula 5
4. Reserva
Pela reserva um Estado pode excluir o efeito jurídico de certas disposições de um tratado multilateral em relação a ele. É a forma de tornar possível que um Estado assine um tratado mesmo não concordando com algumas de suas regras, geralmente regras menos importantes.
São raros os tratados que não disciplinam as hipóteses de reserva de parte de seu texto. No entanto, se isso ocorrer prevalecerá a disciplina da CVDT (art. 19): “a reserva é possível, desde que compatível com o objeto e a finalidade do tratado”.
Segunda parte da doutrina, alguns tratados multilaterais não comportariam reservas, em razão de sua relevante matéria. 
Cabe ao Executivo realizar as reservas, mas o Legislativo pode aprovar um tratado com restrições que serão transformadas em reservas pelo Executivo, no momento da ratificação. Pode ainda, o Legislativo fazer uma declaração de desabono às reservas feitas na assinatura, devendo o Executivo desfazer a reserva no momento da ratificação. 
	5. Efeito aparente sobre terceiros - A cláusula de nação mais favorecida 
	O Estado A celebra um tratado prometendo gravar os produtos originários do Estado B com uma alíquota privilegiada de imposto de importação. Fica estabelecido que, se no futuro, A vier a tributar com alíquota ainda mais baixa os produtos de outra nação qualquer, o B terá direito imediato a igual benefício.
6. Vícios do consentimento - Nulidade do Tratado 
Erro, dolo, corrupção, coação contra o representante e violação do direito interno sobre competência geram a anulabilidade do tratado, a pedido do Estado que agiu de boa-fé.
Os atos praticados de boa fé antes da anulação ter sido invocada, não serão tornados ilegais. Isso não se aplica à parte a que é imputado o dolo, a corrupção ou a coação. 
As disposições de um tratado nulo (coação do Estado) não têm eficácia jurídica. Se foram praticados atos em virtude desse tratado, as partes podem exigir a retroatividade dos efeitos para voltar à situação anterior ao tratado.
6.1 Desobediência das regras internas de competência (art. 46 CVDT)
Um Estado poderá anular um tratado que foi celebrado em violação de uma disposição de seu Direito interno sobre competência para concluir tratados. 
No entanto, ele não poderá, com base nessa violação, se eximir de sua responsabilidade pelos atos realizados durante a vigência do tratado que possam ter causado prejuízo a outros Estados ou OIs.
Ele só poderá se eximir dessa responsabilidade se a violação é manifesta e diz respeito a uma regra de seu direito interno de importância fundamental. Uma violação será manifesta caso seja objetivamente evidente, para qualquer Estado que age em conformidade com a prática normal e a boa-fé.
6.2 Erro. (Artigo 48 CVDT)
Um Estado pode invocar que seu consentimento é inválido porque se baseou em erro, se este erro se referir a um fato ou situação que constituía uma base essencial de seu consentimento em obrigar-se pelo tratado.
O dispositivo acima não se aplica se o Estado prejudicado contribuiu para o erro pela sua conduta. 
6.3 Dolo e Corrupção (art. 49 e 50 CVDT)
O Estado pode invocar que seu consentimento foi invalidado, se ele foi levado a concluir um tratado (i) pela conduta fraudulenta de outro Estado negociador, ou (ii) pela corrupção de seu representante por outro Estado.
6.4 Coação sobre o negociador ou o Estado. 
 
Nos termos do art. 51 e 52 da CVDT, a coação exercida sobre o negociador ou sobre o Estado, mediante ameaça ou uso da força tornam, respectivamente, o tratado anulável ou nulo.
Para os Alemães, o Tratado de Versalhes de 1919, imposto à Alemanha pelos vencedores da primeira grande guerra era nulo. Normalmente os vencidos não têm a mesma liberdade de negociar que os vencedores, mas há que se analisar no caso concreto se há coação.

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