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DIPu Aula 7

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DIPu Aula 7 
Causas de extinção ou de inexequibilidade 
1. Violação substancial. 
A CVDT dispõe no seu art. 60 que por violação substancial deve entender-se tanto o repúdio puro e simples do compromisso quanto a afronta a um dispositivo essencial para a consecução de seu objeto e finalidade.
A violação substancial de um tratado bilateral dá direito a outra parte de entendê-lo extinto, ou de suspender também ela seu fiel cumprimento, no todo ou parcialmente. 
Se o compromisso é coletivo, igual direito têm, em conjunto, os pactuantes não faltosos, e o tem também cada um deles nas suas relações com o Estado responsável pela violação.
2. A vontade comum (ab-rogação). 
Extingue-se um tratado por ab-rogação sempre que a vontade de terminá-lo é comum às partes por ele obrigadas, seja ela manifestada no momento da assinatura ou após o início de sua execução.
Por exemplo:
- Término do termo cronológico de vigência pactuado pelas partes no tratado; 
- Ocorrência de uma condição resolutiva prevista no tratado: ex. numero mínimo de partes.
- Advento de outro tratado que lhe sobrevenha sobre a mesma matéria e que reúna as mesmas partes.
3. A vontade unilateral (denúncia)
O Estado manifesta sua vontade de deixar de ser parte no acordo internacional pela denúncia. Aqui, só a participação do Estado denunciante se extingue.
O Estado retirante não previne seus pares de que vai denunciar, ele efetivamente denuncia o tratado, mas só se encontra desobrigado após o curso do período de pré-aviso. A CVDT estabelece como regra geral o pré-aviso de doze meses (art. 56§2).
A prática internacional mostra a denúncia como um ato retratável, se o tratado continua em vigor.
Denúncia parcial. Só é possível denúncia parcial se os dispositivos visados poderiam ter sido objeto de reservas e o tratado é aberto à adesão. 
4. Mudanças circunstanciais. 
a) A execução tornada impossível. A CVDT dá ao pactuante o direito de liberar-se do compromisso quando sua execução tenha resultado impossível, por força da extinção definitiva do respectivo objeto. Se o fato for temporário, só dará ensejo à suspensão do cumprimento do pacto.
No art. 61 §2°, a CVDT retira esse direito ao Estado que tenha, ele próprio, dado causa à impossibilidade, por ter violado alguma obrigação decorrente do tratado.
b)"Rebus sic stantibus“ (teoria da imprevisão). A CVDT dispõe que a mudança fundamental das circunstâncias pode ser invocada para que o pactuante se dispense de cumprir um tratado, presentes os seguintes requisitos:
1) Mudança de circunstâncias contemporâneas ao consentimento das partes que foram consideradas por elas, implícita ou explicitamente, como condição essencial para a celebração do tratado;
2) Essa mudança deve ter sido fundamental, levadas em conta sua dimensão e seu valor qualitativo;
3) Essa mudança deve, ademais, ser considerada imprevisível pelas partes no momento do consentimento. 
4) O Rebus sic stantibus deve ser invocado previamente ao descumprimento do tratado pela parte interessada em ver extinto ou suspenso tal tratado. Não vale, pois, invocá-lo depois de consumada a afronta ao compromisso.
5. Jus cogens 
A doutrina se divide quanto à existência do jus cogens. Mas a matéria está prevista na CVDT:
"Art. 53. É nulo o tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de direito internacional geral [...] uma norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por uma norma de direito internacional geral da mesma natureza".
"Art. 64. Se sobrevier uma nova norma imperativa de direito internacional geral, qualquer tratado existente em conflito com essa norma torna-se nulo e extingue-se."
Podem ser considerados como jus cogens: (i) o princípio pacta sunt servanda; (ii) a proibição do uso ou da ameaça do uso da força; (iii) a proibição de atos que infrinjam a soberania e a igualdade dos Estados; (iv) o princípio da autodeterminação dos povos; (v) o princípio da soberania sobre os recursos naturais; (vi) a proibição do tráfico de seres humanos; (vii) a proibição da pirataria; (viii) a proibição do genocídio; (ix) a proibição dos atos qualificados como crimes contra a humanidade; (x) e os princípios do direito humanitário codificados nas quatro Convenções de Genebra e na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948.

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