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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE AO 1° JEC. DA COMARCA DE NOVA IGUAÇU/RJ. PROCESSO Nº: (XXXX) Paula Oliveira, já devidamente qualificado nos autos da AÇÃO DE COBRANÇA, pelo rito especial, que lhe move Marcus Cavalcante, vem por seu advogado abaixo subscrito com endereço profissional na Rua …, nº…, bairro, cidade, oferecer a V. Exa. sua CONTESTAÇÃO Para expor e requerer o que segue: I. BREVE SÍNTESE DOS FATOS Marcos ingressou com ação de cobrança com a finalidade de obter êxito em cobrança do valor de R$ 1.600,00 relativos a cotas de condomínio e contas de gás do imóvel em que Paula reside, imóvel este, objeto de negócio de compra e venda realizada entre a ré e a autora e, com os débitos referentes aos meses de outubro a dezembro de 2016. II. DAS PRELIMINARES II.I DA INCOMPETÊNCIA Excelência, a presente ação não deveria ser proposta neste foro em que agora está, em virtude do que dispõe o art. 4°, I, da Lei 9.099/95, que reconhece o foro de domicilio do réu para julgar as causas previstas nesta lei. E amparada pelo art. 51, III da mesma lei, peço seja julgado extinto o processo, sem exame do mérito. II.II DA LITISPENDÊNCIA Consta no Juizado Especial Cível de Resende, processo movido contra a ré, com mesmo autor, mesmo pedido e mesma causa de pedir em andamento, pelo qual a ré fora intimada a comparecer em audiência para a mesma semana, fazendo clara, portanto, a existência da preliminar existente no art. 337, VI, §§ 1°, 2° e 3°, qual seja a de Litispendência, motivo pelo qual, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, com base no art. 51, caput, da Lei 9.099/95. III. DO MÉRITO Prevalecendo as preliminares, se faz necessário observar que a autora não faz jus aos débitos a ela imputados, a ré assinou contrato com Marcos referente ao imóvel em que reside, na data de 23 de setembro de 2016. Da cláusula n° 2 do Contrato e Compra e Venda, consta expresso que o imóvel objeto do contrato “está desocupado, livre e desembaraçado de quaisquer ônus real, pessoal ou fiscal, judicial ou extrajudicial, dívidas, arresto, sequestro, penhora, impostos, taxas, medidas cautelares, locação, comodato, ou restrições de qualquer natureza...”. O ITBI foi pago pela Ré no dia 02/01/2017 e o contrato registrado no RI em 16/01/2017. Em 17/01/2017 Marcos recebeu o valor de R$ 178. 000,00, quando Paula recebeu as chaves do imóvel. Paula e sua mãe mudaram-se para o imóvel no dia 24/01/2017. A transferência da conta do gás para o nome da Ré foi feita no dia 21/01/2017. Desde que recebeu a posse do imóvel Paula tem pago, em dia, todos os encargos condominiais e taxas referentes e ele. Não há qualquer débito, como comprova através de documentos. Vale ressaltar que o documento acostado pela autora como fundamento da ação é a comprovação do depósito de reserva, feito por Paula, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), datado de 23 de dezembro de 2016, no qual constam as seguintes observações: “a) O móvel será vendido inteiramente livre e desembaraçado de todos e quaisquer ônus judiciais, extrajudiciais, quite de impostos, taxas, luz, gás, água e IPTU. b) A posse do imóvel será dada no ato da apresentação do protocolo do registro de imóveis. ” Por fim, a ré aduz que a demora para a efetivação da compra deveu-se ao fato de que a documentação do imóvel não estava regularizada o que atrasou a conclusão do processo de financiamento. Isto exposto e amparada pelo art. 1.245, § 1°, do CC: Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. Bem como pela jurisprudência: TJ-RS - Apelação Cível AC 70042608455 RS (TJ-RS) Data de publicação: 03/06/2011 Ementa: AÇÃO DE COBRANÇA. ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA. AQUISIÇÃO, PELA CONSTRUTORA, DE IMÓVEL. DÉBITOS RELATIVOS AO FORNECIMENTO DE ÁGUA ANTERIORES À SUA POSSE. FUNDAMENTAÇÃO DO PLEITO EM DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE ÔNUS REAIS SOBRE O IMÓVEL VEICULADA PELOS VENDEDORES. CASO EM QUE, EFETIVAMENTE, INEXISTIA QUALQUER ÔNUS REAL SOBRE O BEM. DISPENSA DE APRESENTAÇÃO DE CERTIDÕES NEGATIVAS PELA COMPRADORA, QUE ASSUMIU O PAGAMENTO DE DÍVIDAS DE IPTU. CONCLUSÃO NO SENTIDO QUE TAMBÉM SE RESPONSABILIZOU PELO PAGAMENTO DE DÍVIDAS REFERENTE AO FORNECIMENTO DE ÁGUA. APELO DESPROVIDO. Requer seja julgado improcedente o pedido da Autora no que tange a ação de cobrança por ela movida. IV.DO PEDIDO CONTRAPOSTO A autora demanda por dívida inexistente, eis que a Ré cumpriu fielmente todas as obrigações contratuais. De tal modo, nos termos do artigo 940 do Código Civil requer seja condenada a pagar à Ré o valor demandado. V. DOS PEDIDOS Por todo o exposto, o réu, com o devido acatamento e respeito, desde logo, requer: 1. Sejam acolhidas as preliminares, extinguindo-se o processo sem exame de mérito; 2. No mérito, seja julgado improcedente o pedido autoral; 3. Seja julgado procedente o pedido contraposto, com a condenação da autora ao pagamento de R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais) à Ré. VI. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do art. 32 da Lei 9.099/95, em especial documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do autor. Nestes termos, pede e espera deferimento. Rio de Janeiro, 06 de junho de 2017. NAYARA VASCONCELOS OAB/RJ Nº XX.XXX-X
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