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UNIDADE 5

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Universidade Presbiteriana Mackenzie
Faculdade de Direito
Direitos Humanos e Cidadania
Unidade 5
DESAFIOS DOS DIREITOS HUMANOS NA ORDEM INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEA
Prof. Dr. Antônio Ernani Pedroso Calhao
	Objetivos 
Tecer o estado dos direitos humanos na ordem 	contemporânea 
 Flávia Piovesan – Direitos Humanos e Justiça Internacional, 	Saraiva, 2ª edição, 2011
 7 desafios centrais à implementação dos direitos humanos na ordem contemporânea
1.Universalismo vs relativismo cultural
2. Estado laico vs fundamentalismos religiosos
3. Direito ao desenvolvimento vs assimetrias globais
4.Proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais vs. dilemas da globalização econômica
5. Respeito à diversidade vs intolerância
6. Combate ao terrorismo vs preservação de direitos e liberdades públicas
7. Direito da força vs força do direito: desafios da justiça internacional
1. UNIVERSALISMO VS. RELATIVISMO CULTURAL
O primeiro desafio: a própria fundamentação dos direitos humanos.
Por que temos direitos? 	
As normas de direitos humanos podem ter um sentido universal ou são culturalmente relativas?
Para os universalistas
Os DH decorrem da dignidade da pessoa humana.
Qualidade intrínseca à condição humana.
Defende-se o “mínimo ético irredutível” (ainda que se possa discutir o alcance desse mínimo e dos direitos nele compreendidos).
Na crítica dos relativistas, os universalistas invocam a visão hegemônica da cultura eurocêntrica ocidental. 
Praticam o canibalismo cultural.
Os universalistas dizem que os relativistas, em nome da cultura acobertam 
graves violações a direitos humanos.
Concepção multicultural de direitos humanos
Boaventura de Souza Santos. Diálogo entre culturas. Deve-se pensar os Direitos Humanos em uma visão cosmopolita: 
1- São distintas e incompletas a visão de dignidade humana;
II- O universalismo pode ser o ponto de chegada, mas nunca o ponto de partida. (J.H.Flores). 
III- Sem negar as diferenças construir uma síntese universal das diferentes opções relativas a direitos ou 
Universalismo de confluência
ESTADO LAICO é garantia essencial para o exercício dos direitos humanos, essencialmente nos campos da sexualidade e da reprodução.
Confundir Estado com religião leva a adoção oficial de dogmas incontestáveis e moral única;
GRUPOS RELIGIOSOS tem direito de constituir suas identidades, mas não de pretender hegemonizar a cultura de um Estado laico.
A ordem jurídica de um Estado Democrático de Direito não pode se converter na voz de qualquer religião.
2. LAICIDADE ESTATAL vs. 
FUNDAMENTALISMOS RELIGIOSO
Separação entre Estado e religião: 
TODAS as religiões merecem igual consideração e respeito;
RELIGIÃO OFICIAL NÃO EXISTE 
DEVER DO ESTADO é garantir condições de igual liberdade religiosa 
ESTADO LAICO
ADPF 54 / DF - DISTRITO FEDERAL 
ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO
Julgamento:  12/04/2012           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno
REQTE.(S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA SAÚDE - CNTS
ADV.(A/S) : LUÍS ROBERTO BARROSO
INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICA
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
ESTADO – LAICIDADE. O Brasil é uma república laica, surgindo absolutamente neutro quanto às religiões. Considerações. FETO ANENCÉFALO – INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ – MULHER – LIBERDADE SEXUAL E REPRODUTIVA – SAÚDE – DIGNIDADE – AUTODETERMINAÇÃO – DIREITOS FUNDAMENTAIS – CRIME – INEXISTÊNCIA. Mostra-se inconstitucional interpretação de a interrupção da gravidez de feto anencéfalo ser conduta tipificada nos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código Penal
 Duas ESTRATÉGIAS
1. Reforçar o princípio da laicidade estatal, com ênfase na Declaração sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação com base em Intolerância Religiosa;
II. Fortalecer leituras e interpretações progressistas no campo religioso, de modo a respeitar os direitos humanos.
Direito ao desenvolvimento é um 
direito humano de terceira dimensão e, portanto, possui foco direto no ser humano, na pessoa, 
sob o ponto de vista individual ou coletivo (povos, coletividades regionais internas, grupos vulneráveis, minorias), e está vinculado a uma melhoria qualitativa das condições de vida
Aprovado por 146 países, 1 voto contrário dos EUA e 8 abstenções.
3. Direito ao desenvolvimento vs. assimetrias globais
O direito ao desenvolvimento compreende 3 dimensões:
Participação
Necessidades básicas de justiça social
Adoção de programas e políticas nacionais e cooperação internacional
Artigo 1
1. O direito ao desenvolvimento é um direito humano inalienável em virtude do qual toda pessoa humana e todos os povos estão habilitados a participar do desenvolvimento econômico, social, cultural e político, a ele contribuir e dele desfrutar, no qual todos os direitos humanos e liberdades fundamentais possam ser plenamente realizados.
2. O direito humano ao desenvolvimento também implica a plena realização do direito dos povos de autodeterminação que inclui, sujeito às disposições relevantes de ambos os Pactos Internacionais sobre Direitos Humanos, o exercício de seu direito inalienável de soberania plena sobre todas as suas riquezas e recursos naturais.
1986. ONU – Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento
4. Proteção dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais vs. Dilemas da globalização econômica
Relacionado com o Direito ao Desenvolvimento
Principal enfoque: temerária flexibilização dos direitos sociais.
GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA: exclusão social, agravando desigualdades sociais e aprofundado as marcas da pobreza.
REDEFINIR O PAPEL DO ESTADO: sob o impacto da globalização econômica.
6. Combate ao terrorismo vs. Preservação de direitos e 
liberdades públicas
Cenário do pós-11 de setembro – RISCO: a luta contra o terror comprometa o aparato civilizatório de direitos, liberdades e garantias, sob o clamor de segurança máxima
7. Direito da força vs. Força do direito: desafios da justiça internacional
Fortalecimento da justiça internacional.
Poder Judiciário: última e decisiva palavra.
Norberto Bobbio: “a garantia dos direitos no plano internacional só será implementada quando uma jurisdição internacional se impuser concretamente sobre as jurisdições nacionais, deixando de operar dentro dos Estados, mas contra os Estados e em defesa dos cidadãos”
Cortes internacionais 
Sistema de direitos legais, envolve direitos e obrigações juridicamente relevantes.
Cortes capazes de proferir decisões obrigatórias e vinculantes.
Persuadir os Estados a cumprir as obrigações concernentes aos DH.

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