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10 HC TEORIA

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PROCESSO PENAL III
HABEAS CORPUS
CONCEITO
O HC foi introduzido no sistema jurídico brasileiro em 1832,a a partir do modelo inglês. 
Em 1891 foi consagrado como instrumento processual fundamental na CF.
Atualmente está previsto no artigo 5º, inciso LXVIII da CF.
É considerado como ação autônoma de impugnação mandamental com status constitucional, apesar da equivocada organização topográfica prevista no Livro III, destinado às nulidades e aos recursos em geral, no CPP.
Trata-se de ação de procedimento sumário, pois a cognição é limitada, em fdace da impossibilidade de dilação probatória.
Jurisprudencialmente, existe a possibilidade de uma medida liminar, com natureza cautelar imediata, baseada na verossimilhança da ilegalidade do ato e no perigo do dano inerente à demora da prestação jurisdicional ordinária.
Quando se destina a atacar uma ilegalidade já consumada é chamado de habeas corpus liberatório, sendo possível, também, utilizar quando o ato ainda não haja sido praticado, em uma situação de iminência ou ameaça. Neste caso, é denominado habeas corpus preventivo.
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PROCESSO PENAL III
HABEAS CORPUS
CABIMENTO
O HC tem como fundamento as hipóteses dos artigos 647 e 648 do CPP.
Art. 647.  Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
Atualmente, o STF e o STJ já vem decidindo diversos casos em que é possível o uso do HC (writ) contra punições disciplinares.
Prevalece o entendimento (inclusive no STF) que o HC não terá seguimento quando a coação ilegal não afetar diretamente a liberdade de ir e vir.
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PROCESSO PENAL III
HABEAS CORPUS
CABIMENTO
Art. 648.  A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade
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HABEAS CORPUS
COMPETÊNCIA, LEGITIMIDADE E PROCEDIMENTO
O HC é postulado sempre a uma autoridade judiciária superior, com poder para desconstituir o ato coator tido como ilegal, além claro de observar o princípio da territorialidade.
Quanto a legitimidade o HC poderá ser interposto por qualquer pessoa, em seu próprio benefício ou de terceiro, independente de habilitação, capacidade política, civil, processual, sexo, idade, nacionalidade, e inclusive estado mental.
A petição deverá ser endereçada ao órgão superior àquele apontado como coator, indicando claramente:
1.- PACIENTE: quem sofre ou está na iminência de sofrer o ato coator
2.- IMPETRANTE: quando se tratar de outra pessoa que não o paciente
3.- AUTORIDADE COATORA: autoridade que determinou a prática do ato
4.- IMPETRADO: autoridade para quem é distribuído o HC (juiz ou tribunal)
5.- DETENTOR: pessoa que detém o paciente, quando diversa da autoridade coatora
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HABEAS CORPUS
COMPETÊNCIA, LEGITIMIDADE E PROCEDIMENTO
A petição deverá descrever a situação fática e apontar no que consiste a ilegalidade da coação, ou seja, os fundamentos jurídicos que amparam o HC, devendo ser instruída com cópia integral do processo ou, ao menos, das principais peças.
Recebido o HC, deverá a autoridade se manifestar sobre o pedido de liminar.
O pedido de informações está previsto no artigo 662 do CPP
Art. 662.  Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o, o presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informações por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a petição
O pedido de informações é um relato objetivo e circunstanciado do estado do processo, não devendo a autoridade coatora fazer uma “defesa” do seu ato, pois não existe contraditório, e tampouco o juiz é parte.
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HABEAS CORPUS
COMPETÊNCIA, LEGITIMIDADE E PROCEDIMENTO
Se negada a concessão da liminar no HC, sua tramitação costuma ser extremamente lenta, pois se aguardam informações, depois os autos vão ao MP e, como via de regra, as Câmaras Criminais reúnem-se apenas uma vez por semana.
A situação ainda foi agravada pela emissão da Súmula 691 do STF
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar
Portanto, negada uma liminar não cabe novo HC para outro Tribunal enquanto não for julgado o mérito no Tribunal de origem.
OBS: Ainda que haja alguma relativização da súmula 691, sua aplicação é a regra.
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