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Exercício teoria do erro

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Exercício teoria do erro
Direito Penal II 
Com base nos conteúdos apresentados em sala de aula, em especial a "Teoria do erro" responda de forma fundamentada (doutrina e lei), as perguntas abaixo:
Mévio, lenhador, está trabalhando já há mais de 12 horas cortando árvores com seu afiado machado. Quando passa para a árvore seguinte, sofrendo uma ilusão de ótica pelo seu cansaço, confunde as pernas de seu amigo Lupércio com o tronco de uma árvore, desferindo contra ele vigoroso golpe de machado, lesionando-o. Neste caso, quais as consequências jurídico-penais da conduta de Mévio? Justifique, indicando o enquadramento legal. (Lesões corporais - art. 129)
As consequências jurídico-penais da conduta de Mévio se enquadram no resultado diverso do pretendido, conhecido como aberratio criminis ou aberratio delictio, espécie de crime aberrante, também ocorre no mecanismo de ação, na fase de execução do delito, quando o agente, pretendendo atingir um bem jurídico, adeje outro diverso. A Aberratio criminis também é uma modalidade de erro acidental e não exclui a tipicidade do fato. Vem prevista no art.74 do Código Penal. Enquanto na aberratio delictio o desvio recai sobre a pessoa vítima do crime, na aberratio criminis o desvio recai sobre o objeto jurídico do crime, ou seja, na primeira, embora errando no golpe, a ofensa continua a mesma, mudando apenas a gravidade da lesão; na segunda, existe um resultado de natureza diversa do pretendido, com a consequente mudança de título do crime. A solução é a seguinte: se ocorrer o resultado diverso do que foi querido pelo agente, responderá este por culpa, se o fato for previsto como crime culposo. Se ocorrer também o resultado previsto pelo agente, aplica-se a regra do concurso formal. Nesse caso, o Código Penal admite que se puna o resultado diverso do pretendido a título de culpa. Pode, então, ocorrer a seguinte hipótese exemplificativas O agente quer atingir uma coisa e atinge uma pessoa: responderá pelo resultado homicídio ou lesão corporal a título de culpa, porque essa modalidade de elemento subjetivo é prevista para esses delitos, onde se enquadra a conduta de Mévio. Lesões corporais, Art 129 do Código penal.
Magnus, policial, adultera, sem autorização legal, sinal identificador de um veículo automotor a fim de que seja utilizado em investigação criminal, pois imagina, por erro evitável, que nesta hipótese sua conduta seria lícita. Na responsabilização penal pelo crime de “adulteração de sinal identificador de veículo automotor", Magnus deverá ser punido na modalidade culposa do delito ou ter a pena reduzida? Justifique, indicando enquadramento legal.
A conduta de Magnus se enquadra no Erro determinado por terceiro Culposa, quando o terceiro age com culpa, induzindo o agente a incidir em erro por imprudência, negligência ou imperícia, onde segundo a regra expressa do art. 20, 2°, do Código Penal, “responde pelo crime o terceiro que determina o erro”. Onde seria evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência, caso que não ocorreu com Magnus.
Augustus, agride e provoca lesão corporal em Cassius, pois este segurava o pescoço de Maximus. Imaginava Augustus estar protegendo Maximus mas, por erro decorrente de sua imprudência, não percebeu que tudo se tratava de uma brincadeira. Neste caso, na responsabilização penal pelo crime de lesão corporal, Augustus deverá ter sua pena diminuída de um sexto a um terço?
A conduta de Maximus se enquadra na responsabilização de descriminantes putativas onde prescreve o art. 20, §1. º, do Código Penal: Art. 20. (...). § 1.º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Esse dispositivo trata das chamadas descriminantes putativas, também conhecidas por exigentes putativas ou causas putativas de exclusão da antijuridicidade. O agente incide em erro sobre situação de fato que, se existisse, tornaria legítima a ação (estado de necessidade putativo, legítima defesa putativa, estrito cumprimento de dever legal putativo e exercício regular de direito putativo). Essa hipótese é de erro de tipo, daí por que é denominado erro de tipo permissivo ou descriminante putativa. Cada causa de exclusão da antijuridicidade é mencionada no art. 23 do Código Penal e apresenta suas características próprias, demandando requisitos específicos para sua ocorrência. Assim, se o agente incide em erro sobre a situação de fato que autoriza a legítima defesa, o estado de necessidade, o estrito cumprimento de dever legal e o exercício regular de direito, estará isento de pena, pois se trata de descriminante putativa, tendo então sua pena reduzida.

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