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TRABALHO UM ESTUDO DE CASO DE UM ALUNO COM SÍNDROME TOURETTE EM PROCESSO DE INCLUSÃO NA REDE ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE RESENDE

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CAMPUS RESENDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UM ESTUDO DE CASO DE UM ALUNO COM SÍNDROME TOURETTE 
EM PROCESSO DE INCLUSÃO NA REDE ESTADUAL DO 
MUNICÍPIO DE RESENDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENDE / RJ 
2017 
 
 
 
2 
 
ALESSANDRA A PEREIRA TAMIOZZO 201101528001 
ALESSANDRA MARQUES DA SILVA COELHO 201502000776 
APARECIDA DA SILVA SOARES 20142296002 
DENISE EITEL SMART NOGUEIRA 201501386905 
FLÁVIA MARIA FERREIRA 201504747844 
JANICE APARECIDA FERREIRA DA SILVA 201501386948 
ROBERTA FABIANA DA SILVA CONCEIÇÃO 201502229871 
SIMONIA APARECIDA DA SILVA 201501257731 
 
 
 
 
 
 
 
UM ESTUDO DE CASO DE UM ALUNO COM SÍNDROME TOURETTE 
EM PROCESSO DE INCLUSÃO NA REDE ESTADUAL DO 
MUNICÍPIO DE RESENDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de pesquisa apresentado à 
disciplina de Psicologia do Pensamento e 
Linguagem para obtenção de nota parcial 
de AV2. 
 
 
Professora Orientadora: Iara Farias 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENDE / RJ 
2017 
 
 
 
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 04 
2 OBJETIVO ................................................................................................................. 08 
 2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 08 
 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 08 
3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 09 
 3.1 DEFINIÇÃO DE PROBLEMA ............................................................................. 09 
 3.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 10 
4 METODOLOGIA ........................................................................................................ 20 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 22 
 5.1 ENTREVISTAS ................................................................................................... 22 
5.2 QUESTIONÁRIO ................................................................................................. 28 
6 CONLUSÃO .............................................................................................................. 33 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 35 
8 ANEXOS .................................................................................................................... 39 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
Em nossa sociedade moderna competitiva e meticulosa, o conceito essencial 
para se ter uma perspectiva de futuro sócio-profissional de sucesso é bom 
desempenho escolar. A inquietação com este assunto deixou de demonstrar uma 
série de problemas de cunho exclusivamente familiar, tornando-se de âmbito social, 
envolvendo também em seu processo a sociedade em sua totalidade. Dessa 
maneira, o ingresso numa instituição escolar, compõe um dos eventos com maior 
importância no ciclo vital de individuo e é seguida, de um modo geral, da elaboração 
de formidáveis expectativas, por parte dos pais, dos professores e do próprio sujeito. 
(RAMALHO, MATEUS, SOUTO & MONTEIRO, 2008). 
Ramalho et. al (2008) apresentam : 
Todas as situações e comportamentos que apresentam 
características que não se assemelham aos modelos tidos 
como padronizados são vistos com mais atenção e são alvo de 
referencial de diferença. As crianças que apresentam 
comportamentos vistos como diferentes / desajustados, fora e 
dentro da sala de aula, são crianças em elevado risco de virem 
a manifestar um rendimento escolar inferior ao esperado. 
As crianças com Perturbação de Gilles de la Tourette 
(ST), quando entram formalmente na fase escolar, pela 
tipologia e sintomatologia desta perturbação, nomeadamente 
em termos posturais, que se traduz em dificuldades em 
permanecer sentado durante determinados períodos de tempo, 
em obedecer a regras e a padrões comportamentais 
adequados - o que acaba por resultar, normalmente, em 
dificuldades de relacionamento com os pares e com as figuras 
significativas - são crianças em elevado risco de virem a 
manifestar um rendimento escolar inferior ao esperado, daí que 
uma intervenção adequada tende a diminuir ou mesmo 
erradicar as problemáticas escolares associadas. 
 
Dessa forma, de acordo com Terra e Rondina (2014) “a Síndrome de Tourette 
(ST) pode gerar acentuado sofrimento em diversas áreas da vida do indivíduo. A 
literatura refere que a criança com ST pode apresentar dificuldades no 
relacionamento com educadores e colegas.” 
A perturbação Tourette é um distúrbio neuropsicológico crônico, que resulta 
de anomalias ao nível dos neurotransmissores cerebrais. É caracterizada por 
fenômenos compulsivos, que originam tiques motores e vocais e origina problemas a 
nível social, emocional e particularmente na adaptação e integração no meio 
escolar. (RAMALHO, MATEUS, SOUTO & MONTEIRO, 2008). 
 
 
 
5 
 
A ST foi descrita pela primeira vez, por Gaspard Itard em 1825 (LOUREIRO et 
al., 2005), médico francês a quem é atribuído o diagnóstico dos tiques. No entanto, 
apenas no ano de 1885 é que foi outorgado o nome de Síndrome de Gilles de la 
Tourette a esta patologia devido ao trabalho de Georges Gilles (BURSTEIN, 1992; 
LOUREIRO et al., 2005). 
Síndrome de Tourette (ST), desordem neurodesenvolvimental rara, 
caracterizada pela presença, há mais de um ano, de tiques motores e sonoros, 
simples e complexos, estereotipados, de intensidade, frequência e severidade 
variáveis, que comumente se desenvolvem durante a infância ou início da 
adolescência, e persistem por toda a vida (EDDY; RIZZO & CAVANNA, 2009). 
Os tiques costumam surgir na infância entre os 4 e os 6 anos de idade e 
tendem a agravar gradualmente, com pico freqüentemente em torno dos 10-12 anos 
(MCNAUGHT E MINK, 2011).Os tiques motores geralmente precedem o 
desenvolvimento de tiques vocais, e o aparecimento de tiques simples antecede 
geralmente o de tiques complexos (MCNAUGHT E MINK, 2011; CATH , HEDDERLY 
, LUDOLPH et al.,2011). 
A gravidade, freqüência e número de tiques podem flutuar durante a evolução 
clínica da ST. Os tiques tendem a ocorrer em surtos e variam em gravidade, em 
ciclos que podem ir de semanas a meses. Podem ocorrer durante o sono, embora 
com uma gravidade menor em relação ao período de vigília. São conhecidos fatores 
de agravamento de tiques, tais como ansiedade e fadiga, e fatores de alívio como 
tarefas que requerem concentração e habilidade motora, incluindo apresentações 
musicais e desportivas e/ou realização de exercício físico, que podem reduzir ou até 
mesmo suspender temporariamente os tiques (MCNAUGHT E MINK, 2011). 
Existe uma forte evidência do papel da genética no desenvolvimento da ST, 
mas as alterações genéticas exatas permanecem desconhecidas na maioria dos 
casos (SINGER, 2011). 
A investigação tem conduzido a algum progresso no entendimento de muitos 
aspectos da ST, no entanto estão ainda por esclarecer muitos dos mecanismos 
fisiopatológicos que lhe estão subjacentes. Por exemplo, com exceção de casos 
raros, a base genética permanece indefinida (JANKOVIC E KURLAN, 2011). As 
alterações anatômicas e neuronais subjacentes não estão devidamente 
esclarecidas, embora as evidências disponíveis sugiram a existência de alterações 
 
 
 
6 
 
na função dos circuitos fronto-subcorticais que envolvem os gânglios da base 
(MCNAUGHT EMINK, 2011). 
Segundo a Associação de Psiquiatria Americana (2002), esta perturbação tem 
como critérios de diagnóstico os seguintes: (1) em algum momento durante a 
doença estão presentes múltiplos tiques motores e um ou mais tiques vocais, ainda 
que não necessariamente de modo simultâneo; (2) os tiques ocorrem muitas vezes 
durante o dia (normalmente em acessos) quase todos os dias ou intermitentemente 
durante um período de mais de um ano e durante este período de tempo, nunca há 
um período livre de tiques superior a mais de três meses consecutivos; (3) o início é 
anterior aos 18 anos de idade e não é devida a efeitos fisiológicos diretos de uma 
substância (por exemplo, estimulantes) ou a um estado físico geral (por exemplo, 
doença de Hungtington ou encefalite pós-viral). 
Dados estatísticos internacionais mostram que esta síndrome é encontrada 
em vários países, independentemente de classe social ou de etnia, acometendo 
cerca de três a quatro vezes mais o sexo masculino, em relação ao sexo feminino. 
(TEIXEIRA ET. AL.2011). 
Os tiques podem ser classificados como simples (envolvimento de um grupo 
muscular que gera um movimento discreto ou um som não articulado) ou complexos 
(envolvimento de vários grupos musculares que geram movimentos ou 
verbalizações coordenadas). Os tiques simples podem ocorrer de forma rápida 
(tiques crônicos: pestanejar, abalos da cabeça, pescoço ou membros) ou lentamente 
(tiques distônicos e/ou tônicos: blefarospasmo, rotação cefálica, postura anômala 
sustentada do ombro ou tronco). Os tiques complexos incluem marcha bizarra, 
pontapear, saltar, rotação corporal, arranhar, copropraxia (produção de gestos 
obscenos), ecopraxia (imitação de gestos) (MCNAUGHT E MINK, 2011). As 
vocalizações variam desde simples ruídos até coprolalia (palavras obscenas), 
ecolalia (repetição de palavras), e palilalia (repetição de uma frase ou palavra com 
velocidade crescente). Muitos doentes também experienciam pensamentos e idéias 
bizarras, fixação de pensamento, ruminações mentais, e fantasias sexuais perversas 
(JANKOVIC E KURLAN, 2011). 
Em todo o caso, as alterações psiquiátricas são freqüentes na ST. Estudos de 
prevalência em várias populações demonstraram que cerca de 50-90% dos doentes 
desenvolvem graus variáveis de pelo menos uma perturbação psiquiátrica ou 
 
 
 
7 
 
comportamental. As alterações mais freqüentes são o Transtorno do Déficit de 
Atenção com Hiperatividade (TDAH) e sintomas obsessivos e/ou compulsivos (com 
ou sem critérios para Transtorno Obsessivo-Compulsivo). Outras alterações que 
podem ocorrer são: ansiedade, depressão, insônia, perturbações de personalidade, 
redução da capacidade de controle de impulsos, comportamentos de auto-agressão, 
dificuldades de aprendizagem, redução da função executiva, e outras alterações do 
comportamento (MCNAUGHT E MINK, 2011) 
De acordo com Oliveira & Massano (2012) o diagnóstico é feito com base 
numa observação clínica detalhada, que pode implicar alguma especialização, dada 
a complexidade e variedade dos sintomas potenciais. Não são necessárias 
geralmente investigações especializadas, pelo que o processo de diagnóstico 
acarreta baixo custo se conduzido por pessoas com experiência. A abordagem 
terapêutica é multifacetada e multidisciplinar e implica estratégias 
psicoeducacionais, psicoterapêuticas e farmacológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
2. OBJETIVO 
2.1 OBJETIVO GERAL 
O presente estudo visou conhecer quais são as perspectivas da mãe e do educador 
sobre um individuo com síndrome Tourette em processo de inclusão na rede 
estadual do município de Resende na modalidade de ensino regular. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
A. Apresentar as características e peculiaridades da Síndrome Tourette 
B. Analisar as dificuldades no processo de linguagem e aprendizagem no âmbito 
acadêmico 
C. Contribuir com estratégias de intervenção para o melhor desenvolvimento 
socioeducacional do sujeito portador da patologia no ensino regular 
D. Levantar as abordagens psicoterapêuticas mais utilizadas atualmente 
E. Fomentar um debate reflexivo sobre a síndrome num ambiente universitário 
F. Desenvolver uma visão crítica sobre o processo psicodiagnostico dos sujeitos 
com Síndrome de Tourette 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
3. JUSTIFICATIVA 
3.1 DEFINIÇÃO DE PROBLEMA 
A motivação desta pesquisa buscou promover um melhor conhecimento sobre 
esta síndrome, da sintomatologia associada e com isso a possibilidade de elaborar 
estratégias de intervenção psicoeducativas designadas aos diversos agentes do 
meio acadêmico e dos profissionais e estudantes de psicologia, podendo gerar uma 
integração escolar e social mais eficiente no processo da inclusão. A partir de um 
estudo de caso por meio de relatos da mãe e do educador, teremos como meta a 
investigação das percepções de quem atua diretamente com o sujeito portador desta 
síndrome e a dinâmica desta interação socioeducacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
3.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
3.2.1 Dificuldades na Linguagem e na Aprendizagem do portador de Síndrome 
Tourette em ambiente escolar de ensino regular 
A presença de uma criança com ST na sala de aula pode revelar-se 
desafiadora, mas também problemática para colegas e professores, decorrente dos 
fatos e atos dos sujeitos com esta perturbação serem involuntários, o que origina um 
menor controle perante os seus comportamentos e momentos de profunda explosão 
dos tiques (NIELSEN, 1999) determinando um acentuado comprometimento social e 
educativo (HOUNIE; PETRIBÚ, 1999, apud LOUREIRO, 2005). 
Vale salientar que a Síndrome Tourette está comumente associada a 
rebaixamento da auto-estima, comprometimento do rendimento escolar e presença 
de dificuldades nas relações sócio-afetivas e familiares (RASMUSSEN, SOLEIMANI 
&HODLEVSKYY, 2009). 
Ter uma deficiência não é algo fácil perante aos padrões da “normalidade” 
determinados pela sociedade, o problema em acolher o diferente e lidar com as 
diferenças é vestígios de uma história marcada de desafios e preconceitos. 
A humanidade tem toda uma história para comprovar 
como os caminhos das pessoas com deficiência têm sido 
permeados de obstáculos, riscos e limitações. Como tem sido 
difícil a sua sobrevivência, desenvolvimento e convivência 
social. (BERNARDINO; BOTTAMEDI, 2004, p. 27). 
 
Para Vygotsky (apud Rabelo, 1999, p.20) "uma criança portadora de um 
defeito não é simplesmente uma criança menos desenvolvida que as demais, 
apenas se desenvolvem de forma diferente". Ele revela o caráter mediador da 
constituição humana e marca a especificidade de nossa forma consciente de 
atuação no mundo. É a partir de outros homens, por meio da linguagem e dos 
instrumentos criados culturalmente, que nos construímos pessoa. Para ele, a 
formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor – 
ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Mas, o que 
interessa mesmo é a interação que cada pessoa estabelece com determinado 
ambiente, a chamada experiência pessoalmente significativa. 
Segundo Vygotsky (1984), o indivíduo é constituído socialmente: todas as 
suas funções psicológicas têm origem social. Suas interações com o meio são 
construídas a partir de sua inserção em um universo histórico-cultural. A família, 
escola, comunidade e seus elementos constituintes - pais, irmãos, professores, 
 
 
 
11 
 
colegas, amigos- fazem parte desse universo histórico-cultural e servem de elo 
intermediário entre o sujeito e o objeto de conhecimento. Esse conceito de 
constituição social da mente é formalmente explicitado por Vygotsky (1984): 
"Um processo interpessoal (entre pessoas) é 
transformado num processo intrapessoal (no interior da 
pessoa). Todas as funções no desenvolvimento da criança 
aparecem duas vezes: primeiro no nível social, e, depois, no 
nível individual; primeiro entre pessoas (interpsicológica) e, 
depois, no interior da criança (intrapsicológica). Isso se aplica 
igualmente para a atenção voluntária, para a memória lógica e 
para a formação de conceitos. Todas as funções superiores 
originam-se das relações reais entre indivíduos humanos". 
 
Costa (2006) chama a atenção para a importância das interações no 
aprendizado do indivíduo. Sendo assim, além de possibilitar ações, trocas entre o 
sujeito e o objeto de conhecimento, é fundamental possibilitar trocas entre os 
sujeitos, interações. Ressaltamos, aqui, tanto a relação adulto, educador/aluno, 
quanto a relação entre alunos. A qualidade das interações é essencial para todos, 
mas, sobretudo, para aquelas crianças com necessidades educativas especiais que 
passam pelo processo de inclusão. O desenvolvimento desse processo é constituído 
pelas formas de interação e pode produzir êxitos ou fracassos, dependendo da 
maneira como ela é conduzida. 
Quando retratarmos a aprendizagem do portador da Síndrome Tourette, 
podemos exemplificar problemas de escrita de acordo com Associação Brasileira de 
Tourette, tiques, e transtornos Obsessivos Compulsivo: “Uma percentagem 
significativa de crianças com a ST também possui problemas de integração visuo-
motora. Portanto, tarefas que exijam que esses alunos visualizem, processem e 
escrevam também prejudica a cópia do quadro negro ou de um livro, a execução de 
longas tarefas escritas e a apresentação de trabalhos escritos. Até mesmo crianças 
com a ST que não tenham problema algum para formar conceitos, podem ser 
incapazes de terminar um dever escrito por dificuldades visuo-motores. Algumas 
vezes, pode parecer que o aluno é preguiçoso ou “enrolador”, mas, na verdade, o 
esforço para colocar a tarefa no papel é massacrante para esses alunos.” 
Além dos problemas de escrita podemos também ressaltar nos portadores 
desta patologia, anormalidade na linguagem, conforme a Associação Brasileira de 
Tourette,tiques e transtornos Obsessivo-Compulsivo relata: ”Algumas crianças com 
a ST têm sintomas que afetam a linguagem. Há dois tipos de problemas: os que são 
 
 
 
12 
 
comuns a outras crianças e aqueles especificamente associados aos tiques da ST. 
Entre os problemas de linguagem característicos da criança com a ST encontra-se a 
repetição de suas próprias palavras ou de outra pessoa (ecolalia e / ou palilalia). 
Estes sintomas pode parecer gagueira, mas na verdade há omissão de palavras ou 
expressões. Outros alunos podem se aproveitar deste problema, sussurrando ou 
dizendo coisas inapropriadas de forma que a criança com a ST involuntariamente as 
repita (coprolalia) e “entre numa fria”. ” 
Arnellas (2002) percebe-se que há uma necessidade de propor uma 
abordagem da ST com a atenção voltada não apenas para os acometimentos 
motores, mas, sobretudo, que se preocupe com o touréttico como um ser bio-psico-
social. Tal abordagem deve ter em vista a língua, como sistema e como uma 
atividade social que remete à relação com o outro. Nesse contexto é crucial 
considerar questões prosódicas e de repetição, tendo em conta as atividades 
epilingüísticas e metalingüísticas que o sujeito produz e seu papel na construção do 
sentido. Faz-se necessário, então, atentar para as dificuldades lingüístico-
discursivas do touréttico, sejam elas causadas por uma fala demasiadamente rápida 
ou não, isto é, atentar para o uso da língua como atividade enunciativa, através de 
um processo de interação e perceber se as características enunciativas do touréttico 
podem ser associadas a um transtorno neurológico ou não. 
 Reinterpretar os aspectos verbais e não-verbais que ocorrem na ST, sem 
rotular o sujeito, bem como descrever e analisar sintomas é primordial, visto que a 
interatividade enunciativa não é constituída somente através da fala e da escrita – 
mas também da gestualidade, da percepção, da expressão facial, da atenção – e 
que a vida social do touréttico, muitas vezes, é prejudicada pela presença 
dos tiques. Para tanto se deve também ter em mente que nenhum sujeito é afásico 
ou normal em tempo integral. Já levando em consideração, assim, que as 
características lingüísticas que acompanham males neurológicos não podem ser 
analisadas isoladas das condições em que são produzidas, considerando que não 
há duas situações patológicas iguais quando relacionadas a distúrbios do SNC, 
assim como não há dois falantes normais iguais. (ARNELLAS, 2002). 
É no exercício da linguagem que a criança a desenvolve. As possibilidades de 
diálogo - entre adulto, educador/aluno, entre aluno e seus pares - é fator decisivo 
para o seu desenvolvimento lingüístico. Nos trabalhos dedicados ao ensino especial, 
 
 
 
13 
 
Vygotsky enfatiza que “... os instrumentos lingüísticos, qualquer que seja sua forma, 
determinam desenvolvimento. Todos os sistemas (Braille, Língua de Sinais, 
datilologia, etc.) são instrumentos embebidos na ação e dão origem a significados. 
Eles permitem a uma criança internalizar a linguagem e a desenvolver aquelas 
funções mentais superiores para as quais a linguagem serve como base”. 
(WERTSCH, 1990) 
De acordo Vygotsky (1979) a linguagem organiza o pensamento. Entretanto, 
tal função organizadora não exclui a comunicativa, pois é para se comunicar melhor, 
para interagir que o pensamento é organizado. Podemos verificar que, à medida que 
a criança se expressa e percebe que há um interlocutor procurando entender o que 
diz, sentirá a necessidade de se organizar, de deixar seu pensamento claro para que 
seja entendida. E quanto mais possibilidade tiver de interagir verbalmente com 
outros, mais possibilidade terá de desenvolver sua linguagem e organizar seu 
pensamento. 
O surgimento e desenvolvimento da linguagem implicam além da 
possibilidade de, a necessidade de se expressar, o que é provocado pelo 
enfrentamento de situações práticas, que impulsionem, motive o sujeito a 'falar'. Isto 
seria válido, tanto para o aprendizado de palavras quanto para a construção de 
enunciados. Neste sentido, linguagem e atividade prática estão intimamente 
relacionadas. Esta relação é assim expressa por Vygotsky (1984): 
“... o momento de maior significado no curso do 
desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas 
puramente humanas de inteligência prática e abstrata, 
acontece quando a fala e a atividade prática, então duas 
linhas completamente independentes de 
desenvolvimento, se convergem." 
 
Como ressalta Costa (2006) as colocações acima são de suma importância 
para a educação dos sujeitos com necessidades educativas especiais. Pois, se a 
linguagem pressupõe dialogia, e se há uma relação íntima entre linguagem e 
pensamento, entre linguagem e atividade prática, uma forma bastante profícua de os 
educadores promoverem o desenvolvimento cognitivo de seus alunos é criar 
situações práticas que os motivem a interagir e exercitar a linguagem. 
Paulo (2010) afirma que quando uma criança é diagnosticada a Síndrome de 
Tourette, é importante que a intervenção seja iniciada precocemente, visto que, 
muitas das suas manifestações são consideradas bizarras e disruptivas e, por essa 
 
 
 
14 
 
razão, pode confrontar-se, liminarmente, com um ambiente hostil à sua volta, 
podendovir a ser excluída de muitas atividades e do desenvolvimento de relações 
interpessoais. 
A crença nas possibilidades do indivíduo e no papel do aprendizado no 
desenvolvimento dessas possibilidades está bastante explícita nas obras de 
Vygostky (1989) dedicadas aos sujeitos com necessidades educativas especiais. 
Assim, ele diz que "Todas as crianças podem aprender a se desenvolver... As mais 
sérias deficiências podem ser compensadas com ensino apropriado, pois, o 
aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental". 
Nessa abordagem, a expectativa com relação às possibilidades de 
desenvolvimento de nossos sujeitos é bem diferente daquela dominante na 
sociedade de uma forma geral. Entretanto, não é qualquer ensino que promove o 
desenvolvimento. É necessário que o processo de ensino-aprendizagem seja 
adequadamente organizado. (COSTA, 2006) 
Ao se deparar com um aluno portador de ST na sala de aula Associação 
Brasileiro de Tourette, tiques, e transtornos Obsessivo Compulsivo argumentam que: 
“Para muitos alunos, o único aspecto da ST a se tornar evidente na sala de aula são 
os tiques. A reação do professor a estes cacoetes se reveste de uma grande 
importância. O professor e outros membros da equipe pedagógica são os adultos 
mais freqüentemente envolvidos com a vida de um aluno com a ST. Este 
envolvimento não só confere uma séria responsabilidade como também uma grande 
oportunidade para exercer um impacto positivo e duradouro no ajustamento da 
criança com a ST e na sua aceitação pelos colegas de turma.” 
 
3.2.2 Estratégias de intervenção para o melhor desenvolvimento do sujeito 
portador da Síndrome Tourette no ambiente acadêmico de ensino regular 
A síndrome de Tourette (ST) é uma patologia caracterizada pelo 
comprometimento psicológico e social dos acometidos, causando impacto na vida 
dos portadores e familiares (HOUNIE E PETRIBÚ, 1999). Ela é geralmente 
associada ainda a uma variedade de problemas comportamentais e emocionais 
(SINGER E MINZER, 2003). 
 
 
 
15 
 
Stern, Burza e Robertson (2004, p.18) apresentam-se reticentes na avaliação 
e intervenção adequadas “os maiores problemas são os atrasos no diagnóstico, por 
não haver médicos especialistas e um inadequado acompanhamento educativo”. 
Paulo (2010) ressalta que ter na sala um aluno com diagnóstico de Síndrome 
Tourette pode tornar-se um constrangimento para um professor que não sabe como 
lidar com esta patologia, na medida em que os atos do aluno são involuntários e 
requerem paciência e consideração pelo aluno. 
Costa (2006) afirma que são diversos os autores, sobretudo estrangeiros que, 
apresentam estratégias educativas, para melhor trabalhar com o aluno com ST, em 
sala de aula. Poderá ser necessário um apoio educacional especial, uma utilização 
mais acentuada do computador para os distúrbios de leitura e escrita, provas orais, 
prolongamento do tempo nos momentos de avaliação e acompanhamento por parte 
de um tutor. Em termos físicos, colocar o aluno no fundo da sala para não ser tão 
visível os tiques, deixá-lo sair da sala em momentos difíceis, são, sobretudo 
estratégias educativas assentes na compreensão e moderação dos professores e 
alunos. 
Ramalho et. al (2008) comentam que a escola deve propiciar o convívio com 
a diferença, em que a diferença seja percepcionada com algo natural (resultante da 
singularidade humana) e não como um rótulo negativista. Cada criança tem 
características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe 
são próprias e os sistemas e programas educativos devem ser planeados e 
implementados tendo em vista a vasta diversidade destas características e 
necessidades. 
Na visão de Ferreira (2005, p. 65), a inclusão escolar é justamente garantir o 
acesso e a permanência do aluno na escola, seguida “do mais pleno 
desenvolvimento escolar de todos os alunos, em um espaço de relações 
educacionais que valorize a diversidade como riqueza humana e cultural”. 
Para Mantoan (2003, p. 19) o mais relevante no conceito de inclusão escolar 
é que “todos os alunos, sem exceção, devem freqüentar as salas de aula do ensino 
regular”, e quando aborda a questão dos alunos que fracassam em suas salas de 
aula diz que “a inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional”, 
atingindo não somente os alunos com deficiência, mas todos os demais, com o 
objetivo de alcançarem sucesso em sua vida escolar. A inclusão de alunos que 
 
 
 
16 
 
apresentam, necessidades educacionais especiais vêm mobilizando a sociedade e 
toda comunidade escolar frente a este novo modelo de escola, onde todos os alunos 
devem estar incluídos nas salas de aulas, do ensino regular. 
Em toda a intervenção educativa é importante que sejam envolvidos os 
diversos agentes sócio-educativos, daí que para além do envolvimento dos 
professores e/ou educadores é também importante que existam campanhas de 
esclarecimento sobre a ST com os funcionários, outrora esquecidos, para que se 
possa desenvolver uma maior compreensão sobre a perturbação. Isto pode ser feito 
através de campanhas de sensibilização e de formação, em que é fundamental 
facultar informação, através, por exemplo, de textos informativos, documentários, 
contato com associações que dão visibilidade a esta perturbação e ações de 
formação globais (HOUNIE et al., 2006; MURRAY, 1978). Neste sentido, os autores 
CHOWDHURY e HEYMAN (2004) acentuam que é relevante instruir os professores 
e os funcionários, que contatam habitualmente com a criança/individuo, para a 
redução do desconforto físico e psicológico associado à ST, que facilitem a presença 
dos sujeitos neste contexto (CASTILLO; CASTILLO; SOUZA, 2006; HOUNIE et al., 
2006) e desenvolvam uma maior tolerância (HOUNIE et al., 2006). 
O outro agente de intervenção na ST é o papel dos pais/cuidadores, já que o 
envolvimento e a postura dos pais perante o tratamento/intervenção constituem um 
ponto fundamental para o sucesso de todo o terapêutico. Primeiramente, é 
importante promover nestes um maior conhecimento acerca da ST, ou seja, é 
importante orientar os pais/cuidadores sobre as características desta perturbação 
(sintomas e tratamento), educando e desmistificando a intencionalidade voluntária 
dos sintomas (tiques) e, também, sobre a melhor forma de lidar com esta 
perturbação, através do fornecimento de textos informativos, visualização de 
documentários, estabelecimento de contacto com associações ou pessoas que 
vivenciem a mesma problemática ou convidar técnicos com conhecimentos diretos 
sobre a perturbação para efetuaram esclarecimentos na consulta, etc.) (SILVA et al., 
2006b; HOUNIE et al., 2006; MERCADANTE et al., 2004, apud LOUREIRO et al., 
2005; MURRAY, 1978; PHEULA; ISOLAN, 2007). 
De acordo com HOUNIE et al. (2006, p. 94): "A união da família contra a 
adversidade e o auxílio mútuo nos momentos mais difíceis costumam ser 
determinantes de um melhor prognóstico". Aliás, os autores SILVA et al. (2006b) 
 
 
 
17 
 
também reforçam que: "... o simples interesse dos pais em aprender mais sobre os 
tiques e a ST já tem um efeito benéfico sobre os filhos/pacientes, pois mostra a 
intenção da família em colaborar para um objetivo comum." (p. 115). Isto mostra que 
os pais devem conhecer a perturbação de forma clara para auxiliarem o filho neste 
processo. 
É importante também fornecer estratégias terapêuticas aos pais para estes 
lidarem de forma funcional com a ST e com os tiques vocais e motores, 
nomeadamente através da utilização da técnica do esbatimento. O esbatimento 
consiste na passagem progressiva do controle de um comportamento das 
conseqüências para os estímulos antecedentes discriminativos(GONÇALVES, 
1999). Assim, é necessário identificar ou construir os sinais susceptíveis de anunciar 
a probabilidade da ocorrência do tique, permitindo que estes sinais (ações corporais 
ou verbais) sirvam de estímulo discriminativo para a realização do comportamento 
apropriado (realização de comportamentos competitivos ao tique). Tomando 
conhecimento desta técnica, os pais devem evitar efetuar punições em relação aos 
tiques do filho, pois contribuem para a sua baixa auto-estima e não ajudam à 
diminuição dos tiques. Este fato é abordado por SILVA et al. (2006b) ao salientarem 
que: "Não se pode punir uma pessoa doente pelos seus sintomas." (p. 116). 
Quando um aluno portador de ST apresenta problemas de linguagem, é 
necessário que sejam dadas diretrizes orais e escritas, passo a passo e, de 
preferência, mandá-lo repetir de seguida. É preciso cuidado para que nenhum aluno 
lhe sussurre palavras inapropriadas porque poderão o vir a ser repetidas, 
involuntariamente, pelo aluno e deixá-lo numa situação delicada. Acontece também 
que, muitos alunos, com a síndrome, não conseguem concluir os seus trabalhos 
porque não conseguem abandonar o ciclo vicioso de reescrever ou reler sempre as 
mesmas coisas, sendo possível propor uma pequena pausa ou sugerir-lhe outra 
atividade. Segundo Lefaivre e Yergeau (2005) para a leitura é preferível começar por 
uma visão geral, explorando fotos e legendas, antes de ler um texto, para facilitar a 
compreensão do conteúdo. O aluno pode também escrever um pequeno resumo no 
final de um texto ou capítulo. 
A escola é o reflexo da sociedade em geral e só uma escola que seja 
acolhedora seguindo uma orientação de inclusão e de não estigmatização, que 
 
 
 
18 
 
combata as ações discriminatórias pode originar sociedades abertas e 
interdependentes. (RAMALHO, MATEUS, SOUTO & MONTEIRO, 2008). 
 
3.2.3 Abordagens Psicoterapêuticas mais utilizadas atualmente 
Terra e Rondina (2014) retratam em seu artigo que dentre as abordagens 
psicoterápicas para a ST, destacam-se as terapias de enfoque comportamental e 
cognitivo-comportamental. Um conjunto de estratégias vem sendo utilizado com 
eficácia, tais como treinamento em reversão do hábito, exposição e prevenção de 
resposta, automonitoramento, terapia cognitivo-comportamental, treinamento em 
assertividade, manejo de contingências, treinamento em técnicas de redução da 
tensão e biofeedback, entre outras. 
O uso de uma terapia cognitiva-comportamental para tratar os tiques na 
síndrome de Tourette também pode ser eficaz e até mesmo superior ao 
medicamento em alguns casos. Um novo estudo realizado por pesquisadores do 
Centre de Pesquisa Fernand-Seguin do Hospital Louis-H. Lafontaine, afiliado à 
Universidade de Montreal, Canadá, observou que a terapia tem efeitos não só em 
tiques, pensamentos e comportamentos, mas também sobre a atividade do cérebro. 
Lavoie et. al. (2011), argumentam que a descoberta poderia ter um grande 
impacto sobre o tratamento desta doença. “Em alguns casos, medidas fisiológicas 
poderiam melhorar a terapia a fim de moldá-la conforme o tipo específico de 
paciente”. 
A originalidade dos resultados do estudo endossou a presença de uma 
mudança cerebral mensurável como resultado destas mudanças cognitivas e 
comportamentais. Enfim, a terapia permite uma reconstrução cognitiva e também 
uma mudança comportamental e fisiológica. O estudo é o primeiro a demonstrar os 
efeitos fisiológicos de uma terapia cognitiva-comportamental em pacientes com a 
síndrome Tourette. 
As intervenções podem melhorar a identificação dos fatores ambientais que 
afetam a severidade dos tiques, além de fornecer suporte para o manejo de 
sintomas comportamentais. Estratégias utilizadas no âmbito da Terapia Ocupacional 
também podem contribuir, a exemplo, do emprego de técnicas de relaxamento, que 
podem permitir maior conhecimento, por parte do indivíduo, de seu corpo e também 
a distinção entre o corpo contraído e relaxado, o que minimiza a frequência e a 
 
 
 
19 
 
intensidade dos tiques. O funcionamento acadêmico e ocupacional de indivíduos 
com ST pode sofrer prejuízos em decorrência da rejeição social e/ou da ansiedade 
em experimentar os tiques em situações sociais. Educadores podem se deparar com 
dificuldades no atendimento ao portador do problema, o que pode se refletir em seu 
ajustamento psicossocial. Assim, é essencial que educadores, funcionários e alunos 
recebam esclarecimentos sobre a ST. (TERRA E RONDINA, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
4. METODOLOGIA 
Este estudo versou em uma pesquisa de caráter exploratório, com reprodução 
metodológica sob a configuração de um estudo de caso de indivíduo com ST. Esse 
modelo admite delinear aspectos da dinâmica do individuo no processo de inclusão 
no âmbito sócio-acadêmico de ensino regular, tendo como preceito as perspectivas 
da mãe e dos educadores no desempenho acadêmico e suas dificuldades. 
4.1 PARTICIPANTES 
• O parâmetro empregado para a seleção do sujeito focal teve como critério a 
escolha de um portador da ST no processo de inclusão na modalidade de ensino 
regular da rede estadual do município de Resende. O individuo escolhido, D. tem 
22 anos de idade, é do sexo masculino e foi diagnosticado com ST. 
• Os sujeitos das entrevistas: a mãe foi codificada como M1 e a educadora foi 
codificada como P1. 
• Os sujeitos do questionário: Foram 50 indivíduos com faixa etária 18 a 60 anos, 
de ambos os sexos, com a escolaridade variando do Ensino Fundamental 
Completo a Pós-Graduação; 
4.2 INSTRUMENTOS 
• Entrevista semi-estruturada; 
• Questionário com cinco (5) perguntas fechadas com respostas pré-determinadas, 
sim ou não; 
• Materiais Científicos: artigo científico (Pepsic;Scielo) livros, revistas e publicação 
de sites. 
• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); 
4.3 PROCEDIMENTOS 
Primeiramente realizamos uma entrevista com a mãe do portador de Síndrome de 
Tourette (ST). Após a entrevista com a mãe realizarmos uma visita a Escola 
Estadual de ensino regular em que o individuo se encontra matriculado. Foi 
solicitada a participação voluntária de um educador, que atua diretamente junto o D. 
A entrevista com a educadora foi realizada na escola, após as aulas. Para 
levantamento das percepções da mãe e da educadora, realizarmos entrevistas semi-
 
 
 
21 
 
estruturadas. As entrevistas partiram de um roteiro pré-estruturado, flexível, de modo 
a permitir uma conversação continua entre os pesquisadores e os entrevistados. 
Solicitamos aos participantes para que os mesmos relatassem livremente sobre 
determinados temas como: comportamento, linguagem, aprendizagem, 
comunicação, rendimento escolar, rotina acadêmica, interação social, dificuldades 
enfrentadas no cotidiano, possíveis preconceitos na esfera acadêmica entre outros 
aspectos. Foram extraídos os trechos mais significativo-relevantes dos relatos. Em 
seguida, os trechos foram agrupados em “tópicos”. Os tópicos delimitaram-se ao 
tema relacionado aos objetivos da pesquisa. Por meio dessa análise, construíram-se 
categorias direcionadas a promover uma descrição compreensiva da dinâmica de 
interação escolar do sujeito, sob a óptica da mãe e da educadora. Elaboramos em 
paralelo as entrevistas, um questionário com perguntas fechadas pré-determinadas 
– sim ou não – auto aplicado. Aplicamos em 50 pessoas com a faixa etária de 18 a 
60 anos, de ambos os sexos e com a escolaridade variando de Ensino Fundamental 
Completo a Pós-Graduação com a finalidade de conhecer quantas pessoas 
desconhecem esta patologiaem nossa sociedade. Todos participantes, tanto das 
entrevistas quantos dos questionários assinaram um Termo de Consentimento Livre 
e Esclarecido (TCLE). Os depoimentos foram analisados segundo o referencial de 
análise de conteúdo. Levantamos em concomitância as entrevistas e o questionário, 
uma análise de artigos científicos, livros, revistas e materiais científicos diversos 
relacionados ao tema. Em síntese, as análises de dados foram realizadas a partir 
das perspectivas qualitativas e quantitativas, utilizando raciocínio analítico e / ou 
estatístico sobre as possíveis respostas e entrevistas dos sujeitos que participaram 
da pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
5.1 ENTREVISTAS 
Foram analisados os relatos da mãe e da educadora: mãe (M1) e docente (P1). As 
categorias mais significativas dos relatos da mãe foram: a) descobrimento da síndrome; 
b) dificuldades enfrentadas por ter um filho com ST; c) fase escolar / aprendizagem; d) 
inclusão no ensino regular. No que tange as categorias mais relevantes dos relatos da 
educadora entrevistada foram os seguintes tópicos: a) conhecimento sobre a Síndrome 
Tourette (os comportamentos e/ou os sintomas) / reação ao descobrir que lecionaria 
para uma pessoa com ST; b) dificuldades ao lecionar para um aluno com ST; c) a 
interação de D. com os demais alunos e com outros professores; d) aprendizado e 
desempenho escolar de D.; e) o acolhimento do aluno com ST com o todo corpo 
docente da escola; f) treinamento e / ou capacitação dos educadores e a infra-estrutura 
da escola para com pessoas com esta patologia; 
5.1.2 ENTREVISTA COM A MÃE 
A descoberta da síndrome Tourette 
Quando questionada pelo descobrimento da síndrome ST em seu filho M1 
apresentou extrema sensibilidade em seu relato inicial: 
“Aos cinco anos ele não falava, levei vários médicos, mas 
ninguém sabia dizer o que ele tinha. Alguns diziam que ele 
tinha um atraso na fala. Aos sete anos veio aparecer os tiques. 
Eu fiquei em pânico, houve muita angústia. Demorei algum 
tempo para aceitar. Quanto à família ninguém disse nada.” 
 
Podemos ressaltar pela fala de M1 que a mesma vivenciou uma decepção 
causada pela perda do filho idealizado, que vem juntamente com angústia, emoções 
dolorosas, sentimentos negativos, como raiva, revolta, desapontamento, incerteza, 
depressão, que afetaram o relacionamento entre os membros da família. 
 
Dificuldades enfrentadas por ter um filho com ST 
Quando interrogada pelas dificuldades enfrentadas M1 descreveu de forma 
sucinta as dificuldades enfrentadas com seu filho: 
“Todas as dificuldades que uma mãe enfrenta com filho 
especial. Principalmente a rejeição é mais cruel.” 
 
Segundo o relato podemos destacar que para conviver com a Tourette existem 
momentos de muita luta e que primeiramente é necessário aceitar as limitações, 
 
 
 
23 
 
pois cada ser humano tem seu modo de ser, e nem sempre os filhos são perfeitos 
como os pais desejam. A Síndrome de Tourette influência em vários aspectos que 
envolvem a relação da família cotidiana. É necessário buscar caminhos para ajudar 
os filhos a viverem melhor com essa nova companheira. 
Fase escolar / Aprendizagem 
 Segundo a concepção da mãe o processo de aprendizagem foi difícil, D. não 
foi acolhido de forma integral e adequada nas instituições acadêmicas que foi 
matriculado ao longo da vida: 
“Na fase escolar, a aprendizagem dele foi muito difícil. Não teve 
um propício acolhimento por parte da gestão da escola 
(direção), mas sim por parte de alguns professores. O 
preconceito é muito grande, não só com o meu, mas com todos 
os especiais, são degenerativos os olhares!” 
 
 Quando o sujeito com ST está no processo de aprendizagem é fundamental 
em que a instituição possa lhe oferecer todos os recursos necessários, como 
podemos analisar pelo relato D. vivenciou passagens por escolas que não tinha 
nenhuma infra-estrutura para acolhê-lo de forma apropriada,com dignidade e 
cidadania por parte de todos envolvidos no processo de aprendizagem de uma 
pessoa necessidade especial. 
 
Inclusão no ensino regular 
 No que tange a inclusão do seu filho D. no ensino regular , M1 explicou de 
forma enfática como foi o contato com as instituições ao tentá-lo matriculá-lo : 
“Tive dificuldades na inclusão do meu filho no ensino regular, 
em várias escolas disseram que não havia um preparo por 
parte dos professores, ou seja, da equipe da escola, Você não 
imagina o tamanho do meu sofrimento em saber que meu filho 
não tem tanta importância no meio social!” 
 
 De acordo com Terra e Rondina (2014) os educadores devem receber 
esclarecimentos sobre a ST para que evitem promover a estigmatização e facilitem a 
integração da criança. Programas educativos podem contribuir para prevenir atitudes 
discriminatórias, promover a aceitação da diversidade e para que seja evitada a 
atribuição de “rótulos”. 
 
 
 
 
 
24 
 
5.1.3 ENTREVISTA COM A EDUCADORA 
Conhecimento sobre a ST / Reação ao lecionar para um aluno com ST 
 Iniciamos a entrevista com o docente (P1) com os seguintes 
questionamentos: conhecimento sobre a Síndrome Tourette e reação ao saber que 
lecionaria para um aluno com tal perturbação neurológica: 
“Não conhecia e nem tinha ouvido falar e não sabia nada sobre 
os comportamentos e /ou sintomas de alguém ou indivíduos 
que tivesse essa síndrome. Não é do conhecimento da unidade 
nenhum outro caso desta síndrome na unidade escolar. Não há 
registro até o momento.Na sala de aula, qualquer situação que 
difere do coletivo ela é desafiadora. Seja esta síndrome ou 
outra ou mesmo que não seja síndrome... desafia o professor 
para tentar buscar recursos... Ajudar para tratar este aluno na 
maneira que ele precisa ser tratado... Muitas das vezes 
angustia o professor, por desconhecimento dos universos que 
estão presentes dentro da sala de aula.” 
 
 Percebemos através do discurso do docente que o primeiro contato dela com 
à ST foi com o nosso sujeito focal. Relatou que até momento antes da chegada de 
D. à instituição acadêmica, a docente não tinha tido nenhum contato com ninguém 
esta síndrome e nem conhecimento que a mesma existia e muito menos portadores 
desta patologia em nossa sociedade municipal.Declarou também como são as 
percepções dos professores/educadores frente algum discente com necessidades 
especiais,trazendo à tona os anseios e possíveis dificuldades por parte do corpo 
docente em lecionar para pessoas com necessidades especiais. 
Dificuldades ao lecionar para com individuo com ST 
 Dando continuidade à entrevista, levantamos as percepções das possíveis 
dificuldades no processo de aprendizagem no ponto de vista da educadora com 
alunos que deparam necessidades especiais: 
“Não há dificuldades, só é importante considerar que todo 
aluno laudado é preciso passar por orientação de como deve 
ser realizado este trabalho: se há necessidade de flexibilização 
de currículo para este aluno, se este aluno consegue 
acompanhar a proposta da turma mesmo em ritmo mais lento... 
Não há dificuldades de trabalho com aluno, mas sim uma 
necessidade de acompanhamento, de retorno tendo em vista 
uma vez que o aluno é empenhado e comprometido, ele 
precisa também do retorno do acompanhamento do professor. 
Uma vez que o professor não realiza este acompanhamento, 
não esta junto ao aluno, não dando retorno as atividades que 
se realiza... pode ocasionar uma frustração e com isso um 
desinteresse na realização das atividades. Então esse um 
 
 
 
25 
 
cuidado que precisa ser e ter na relação de realização de 
atividades em sala de aula com um aluno com síndrome.” 
 
 Analisando aconcepção da docente, verificamos no que refere ao processo 
de aprendizagem aos alunos com necessidade especiais, não há a presença de 
dificuldades, entretanto por parte do corpo docente, o acompanhamento deverá ser 
mais minucioso, o feedback ao alunos sobre as tarefas e/ou atividades faz com que 
o encoraje e empodere em seu próprio desenvolvimento e evolução escolar, 
ocasionando assim um bom desempenho acadêmico. 
Interação com os outros educadores e com demais colegas 
 No que diz respeito à interação de D. com outros educadores, a docente P1 
explanou a seguinte resposta: 
 “Todo aluno com alguma necessidade especial é um desafio e 
 grandes partes dos colegas se sentem inseguros pela 
 formação, pela vivencia, e também pensam que vai dispersar 
 mais energia, mas tempo de conhecimento, mas tempo de 
 preparação para as atividades. Qualquer aluno independente 
 de sua síndrome.” 
 
 Segundo Silva (2012) as escolas geralmente não possuem um ambiente 
favorável a inclusão, os profissionais reclamam das salas de aula superlotadas, 
materiais didáticos escassos, móveis inadequados, pouco espaço para recreação e 
ausência de recursos tecnológicos. Percebe-se que os professores não se sentem 
seguros para desenvolver um bom trabalho, que cada dia é um desafio a ser 
vencido. Vale ressaltar que todos estes entraves são elementos que promovem ou 
atrapalham a motivação e a dedicação dos educadores. 
 No que se refere à interação com seus pares D. reage da seguinte maneira , 
de acordo com a perspectiva de P1: 
 “O que é possível perceber nas interações com os 
 colegas, essas interações acontece a partir do desejo dele e 
 não do desejo do outro, esta interação acontece a partir do 
 momento que há interesse da parte dele e que aja essa troca.É 
 um aluno bastante observador, observa bem os 
 comportamentos,..tem avaliação critica em relação aos 
 comportamentos dos colegas....e nem se isenta em responder 
 perguntas ... mas estas interações acontece sempre a partir do 
 desejo dele.” 
 
 
 
 
26 
 
 A presença de crianças com ST pode ser um desafio para alunos e 
professores, devido aos comportamentos involuntários do sujeito. A ST pode levar 
ao comprometimento social e educativo do portador (RAMALHO ET AL. 2008). 
 
Aprendizado e desempenho escolar 
 Em se tratando de processo de aprendizagem e desempenho escolar, P1 
descreve as seguintes percepções: 
 
“É aluno atento, um pouco questionador, alias bastante 
questionador, inquieto, ele é bastante interessado. E perceptivo o 
comprometimento dele nas atividades da escola, tem sempre 
interesse em participar e não deixar as atividades por fazer. Existe 
sim uma questão cognitiva mais lenta do que a totalidade da 
turma. Tem aprendizagem, interage bem com o professor ,não 
apresentar nenhuma dificuldade no entendimento do que o 
professor fala,compreende bem as orientações, é interessado em 
participar e em responder.” 
 
 Podemos apreender que é possível que a lentidão cognitiva relatada pela P1 
sobre D..possa ser o mesmo observa constantemente a questão antes de resolvê-la 
e por isso acaba perdendo tempo. Ou também que D. esteja verificando fixamente, 
relendo ou reescrevendo várias vezes, contando repetidas vezes, repetindo algo que 
acabou de ouvir, contando números devido às possíveis interrupções originadas dos 
tiques motores e /ou vocais durante a realização das tarefas propostas pelos 
docentes. 
 
Acolhimento pelo todo corpo docente da escola 
 Verificando as perspectivas de P1 no tocante ao acolhimento por parte de 
todos os funcionários da escola para com o nosso sujeito, observamos que apesar 
da falta de preparo, há receptividade por todos envolvidos no meio acadêmico da 
instituição: 
“Na escola não há um preparo muito grande para com os alunos 
especiais, contudo, apesar de não haver esse preparo,somos são 
receptivos aos alunos que chegam, há tratamento de forma 
respeitosa e sem nenhum processo de exclusão no sentido do não 
acolhimento.” 
 
 Devemos compreender que todos os colaboradores de uma escola 
constituem-se de um agente-educativo, e os mesmos fazem parte do processo de 
aprendizagem do aluno. E tratando-se de um aluno com necessidade especial, os 
 
 
 
27 
 
funcionários deverão ter a conscientização aprofundada sobre a Síndrome de 
Tourette para que possam ao realizar um acolhimento satisfatório e benéfico para 
com D. 
 
Treinamento e / ou capacitação dos educadores e a infra-estrutura da escola 
 para com pessoas com esta patologia 
 
 Rematando a entrevista com a docente P1, solicitamos que a mesma 
relatasse se há treinamento e / ou capacitação para os professores sobre esta 
Síndrome e se na escola há infra-estrutura (recursos) para atender os alunos com tal 
patologia: 
“A capacitação principalmente na rede pública é muito singular, 
muito vezes nem acontece, e quando acontece são as síndromes 
mais comuns como: Autismo, Síndrome Down, fica muito com 
naquela relação do professor se sentir desafiado a tratar daquele 
caso, e com isso buscar a sua formação sobre aquela síndrome e 
com melhor atender o aluno. A capacitação na rede publica quase 
inexistente. A infra-estrutura de toda escola, em especial às 
publicas são muito ineficiente para acolhimento de alunos 
especiais, isso de qualquer natureza.Uma ou outra que, por 
exemplo, uma deficiência física ainda tem preocupação em relação 
à adaptação, de acesso, e mesmo assim não são todas as 
unidades, agora quando se trata de uma síndrome, de algo mais 
especifico que dependa de um pouco mais de estrutura, de 
formação ou conhecimento é bastante frágil esta estrutura da 
escola.” 
 
 De acordo com Bueno (1999), “dentro das atuais condições da educação 
brasileira, não há como incluir crianças com necessidades educativas especiais no 
ensino regular sem apoio especializado, que ofereça aos professores dessas 
classes, orientação e assistência”. Assim a educação inclusiva é aquela que 
proporciona um ensino apropriado às diferenças e às necessidades de cada aluno e 
não deve ser vista lateralmente ou isolada, mas, como parte do sistema regular. 
Para tanto, o quesito imprescindível para a concretização deste conceito é a 
formação adequada e contínua do professor (SANT’ANA, 2005; GLAT & 
FERNANDES, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
5.2 QUESTIONÁRIO 
 Em concomitância as entrevistas, aplicamos ainda um questionário com 
perguntas fechadas pré-determinadas – sim ou não – auto aplicado. Os sujeitos 
escolhidos para responder o questionário foram 50 pessoas com a faixa etária de 18 
a 60 anos, de ambos os sexos e com a escolaridade variando de Ensino 
Fundamental Completo a Pós-Graduação. As perguntas do questionário tinham as 
seguintes finalidades: a) conhecimento sobre Síndrome Tourette; b) sintomas ou 
comportamentos da Síndrome Tourette; c) pessoa conhecida portadora da Síndrome 
Tourette; d) conhecimento sobre alguma instituição que acolhe e realiza tratamento 
para pessoas com a Síndrome Tourette em nossa cidade; e) a inclusão 
social/acadêmica de pessoas com Necessidades Especiais em Ensino Regular; 
 
5.2.1 Conhecimento sobre Síndrome Tourette 
 Percebemos através do questionário que 68% dos sujeitos entrevistados 
disseram que desconheciam a ST. Já 32% afirmaram que conheciam sobre a 
patologia. 
 
 
 Muitas pessoas que responderam não, disseram que a primeira vez que tinha 
escutado sobre esta síndrome foi através do nosso questionário. Como relatamos ao 
longo do estudo, a ST é ainda uma síndrome bastante desconhecida em nossa 
 
 
 
29 
 
sociedade em comparação, por exemplo, com Síndrome Down e Síndrome Espectro 
Autismo. 
 
5.2.2 Sintomas ou comportamentosda Síndrome Tourette 
 No questionamento sobre sintomas ou comportamentos da ST, grande partes 
dos entrevistados informaram que não tinham ciência dos sintomas ou 
comportamentos, tendo cerca 82% de respostas negativas a esta pergunta. 
Somente 12% dos participantes responderam que conheciam os comportamentos e 
sintomas característicos desta patologia. 
 
 
 
 Após a resposta ao questionamento sobre conhecimentos e sintomas, os 
pesquisadores explicavam os principais sintomas e comportamentos, muitos dos 
que responderam ao questionário, ficaram admirados por confundirem os tiques, 
como sendo tiques/cacoetes voluntários e não tinham conhecimento que pessoas 
com tal patologia apresentam tiques involuntários, independentes de serem 
controlados. E quando retratávamos o tique vocal, acreditavam que eram cagueira, 
as vocalizações dos portadores ST. 
 
 
 
 
 
30 
 
5.2.3 Pessoa conhecida portadora da Síndrome Tourette 
 Constatamos diante do questionário aplicado que 16% dos entrevistados 
conheciam alguém com essa patologia, entretanto 84% disseram que desconheciam 
alguma pessoa com a Síndrome Tourette. 
 
 
 
 Podemos também analisar que devida à falta de conhecimento e convivência 
com portadores de ST por grande parte da população, faz que possível ainda haja 
muito preconceito e exclusão dos indivíduos que são acometidos por tal patologia. , 
 Ramalho et. al (2008) argumentam que há necessidade de sensibilizar os 
vários agentes educativos e toda a comunidade em geral para que tenham um 
conhecimento aprofundado sobre esta perturbação. Pensa-se que só desta forma é 
que se poderá ajudar todos os níveis da pessoa que tem ST, uma vez que um 
melhor conhecimento da ST constitui uma base de apoio e uma fonte de suporte ao 
nível do controle do comportamento. 
 
5.2.4 Conhecimento sobre alguma instituição que acolhe e realiza tratamento 
para pessoas com a Síndrome Tourette em nossa cidade 
 Verificamos com decorrer do questionário que 98% dos sujeitos entrevistados 
disseram que desconheciam alguma instituição que acolhe e realiza tratamento para 
as pessoas com a ST em nossa cidade. Já 2% afirmaram que conheciam pelo 
 
 
 
31 
 
menos uma instituição que acolhe a realiza tratamentos em pessoas com essa 
patologia. 
 
 
 Conforme as pessoas foram respondendo à pesquisa constatamos que faltam 
instituições e organizações em nossa sociedade para acolher e realizar tratamentos 
sobre a ST. A falta de disseminação sobre a síndrome Tourette e a falta de espaços 
para discutir e auxiliar os indivíduos portadores juntamente com os pais e até 
professores, psicólogos e a sociedade em sua totalidade, pode resultar em uma 
sociedade com uma cultura estimagtizante com tal patologia ainda pouco conhecida 
em nossa comunidade, fazendo-se necessárias campanhas de conscientização 
sobre esta perturbação e construção de estabelecimentos para atendimentos sobre 
a síndrome. 
5.2.5 Inclusão social/acadêmica de pessoas com Necessidades Especiais em 
Ensino Regular 
 Perfazendo as perguntas do questionário, quando se trata de inclusão social 
acadêmica de pessoas com necessidades especiais em ensino regular, 
averiguamos que 6% das pessoas entrevistadas disseram que são contra a inclusão 
social, e que após responderem o questionário e descobrirem o que significa o 
processo de inclusão e o que é ST, justificaram dizendo que se soubesse teriam 
respondido sim para a inclusão. E como logo abaixo no gráfico, quase todas as 
pessoas da amostragem, mais precisamente 94% disseram sim, caracterizando 
 
 
 
32 
 
assim a favor da inclusão social acadêmica de pessoas com necessidades especiais 
em ensino regular. Vale ressaltar que se os 6% dos entrevistados tivessem 
conhecimento sobre o que é o processo de inclusão quando foram perguntados, 
antes da explicação do que seria tal processo, a nossa pergunta chegaria aos 100% 
da nossa amostragem a favor da inclusão. Todavia os dados permaneceram com as 
respostas obtidas no primeiro momento ao questionamento. 
 
 
 
 
 Podemos dizer que é através da inclusão socioacadêmica das pessoas com 
necessidades especiais em ensino regular que nós tidos como “normais” que 
aprendemos e experienciamos a diversidade nos primórdios do nosso 
desenvolvimento. Segundo Bereta (2014) aceitar e aprender a conviver com a 
diversidade é o primeiro passo para a criação de uma escola de qualidade para 
todos. Esses fatos reforçam a percepção de que as políticas de inclusão devem ser 
adotadas, permitindo que uma parcela de alunos anteriormente excluída das 
demais, possa a partir daí fazer parte das escolas comuns ou regulares. De forma 
geral todos os alunos podem se beneficiar muito com as metodologias de inclusão, 
pois o processo estimula a compreensão e aceitação das diferenças e a construção 
de uma sociedade solidária. A escola passa a ser um lugar de aprendizagem para 
todos. 
 
 
 
 
33 
 
6. CONCLUSÃO 
 Em vista dos argumentos apresentados podemos concluir que este estudo de 
caso do sujeito com ST designou-se a fornecer uma exploração inicial sobre o 
assunto, retratando relatos da mãe e da educadora que atuam juntas ao sujeito com 
a ST na rotina acadêmica. Averiguo-se que houve carência de informação prévia 
sobre a ST, por parte da educadora e até por parte dos outros educadores da 
instituição. Como descrita anteriormente, a ST é vista como uma patologia que 
origina possíveis problemas de integração e por vezes dificuldades em adaptação 
dos indivíduos acometidos pela perturbação nos vários contextos. É importante 
observar que os professores são um ponto crucial na intervenção desta patologia. 
Estes, ao não condenarem e censurarem determinados comportamentos estarão 
seguramente a aliviando o esforço manifestado pelos alunos com ST, e com isso a 
intervenção terá mais expectativa de êxito quanto maior for o vínculo da família na 
escola. Em meio aos resultados deparados, entende-se que os docentes apesarem 
da compreensão da legítima necessidade da formação, também ratificam elementos 
proeminentes para a eficácia da aprendizagem, como espaço físico, recurso 
pedagógico e interação família e escola. Todas as discussões foram alicerçadas de 
acordo com a teoria, fazendo a comparação das percepções da professora com as 
possibilidades teóricas e os suportes oferecidos pelas políticas públicas. Finalizamos 
esta pesquisa almejando que este estudo vá ao encontro aos profissionais que ainda 
não acordaram com desejo de fazer parte do trabalho com pessoas com 
necessidades educacionais especiais, sendo objeto de estímulo, e assim, sentir-se 
estimulados a ingressarem para esse pequeno grupo de profissionais corajosos e 
dedicados, porém com objetivos definidos e propositadamente comuns, a de fazer a 
diferença na vida destas pessoas. Faz-se necessário enxergar as diferenças entre 
as coisas e pessoas e entender a beleza nas diferenças, pois estas que estão cada 
vez mais presentes em nosso É indispensável alterar as escolas para que as 
mesmas se tornem ambientes apropriados para acolher todos os tipos de crianças e 
/ ou jovens. Vale destacar que as secretarias de educação deverão oferecer cursos 
e capacitações, e a realização de um trabalho em parceria com a área da saúde e 
serviço social, visando uma equipe multidisciplinar para tratamento desta patologia e 
outras mais existentes. E com isso findamos o estudo dizendo que a concepção a 
favor da inclusão vem de dentro de cada pessoa, mas na escola pode e deve 
 
 
 
34 
 
estimular a comunidade escolar a aceitar e a encarar o medo da inclusão. Assim 
poderão compreender que todos só têma obter benefícios e jamais perdas ao 
conviver com alguém com alguma deficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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39 
 
8. ANEXOS 
8.1 ROTEIROS DAS ENTREVISTAS 
8.1.1 ENTREVISTA COM MÃE 
1 – Quando e como foi que você descobriu que seu filho tem a Síndrome Tourette? 
2 - Qual foi a sua reação de saber que seu filho possui a Síndrome Tourette? 
3 – Quais foram às maiores dificuldades que você enfrentou em ter um filho com 
 necessidade especial? 
4 – Durante o desenvolvimento do seu filho, você teve que ir ao médico e outros 
 especialistas para conhecer mais sobre esta Síndrome. Pode relatar sobre quais 
 especialistas você consultou para chegar até o diagnostico e possíveis tratamentos? 
5 – Na fase escolar, como se deu para a aprendizagem dele? 
6 – Teve algum acolhimento por parte da Escola em ter o seu filho no corpo discente 
 da instituição? 
7 – Você teve dificuldades na inclusão do seu filho no Ensino Regular? 
8 – Você conhece alguma pessoa com esta Síndrome Tourette que não seja seu 
 filho? 
8.1.2 ENTREVISTA COM EDUCADORA 
1 – Antes de receber um aluno Síndrome Tourette em sua sala, você conhecia esta 
Síndrome? 
2 - Qual foi a sua reação em saber que dentro de sua sala de aula teria um aluno 
com a necessidade especial, mas particularmente com esta Síndrome? 
3 – Você possui algum treinamento ou capacitação em acolher um aluno com ST? 
4 – Você tem dificuldades em lidar com um aluno que possui a Síndrome Tourette? 
5 – Em sua percepção, como os outros colegas reagem com ele em sala de aula e 
no espaço social / lazer da escola? 
6 – Como é o aluno D. em sala de aula? 
7 – D. possui dificuldades de aprendizagem ou linguagem nas aulas ou / e nas 
interações com seus pares? 
8 – Como é o acolhimento dos alunos com necessidades especiais por parte de 
todos os colaboradores da Escola? 
9 – Na Escola há infra-estrutura para acolher e realizar de forma plena a 
aprendizagem de alunos com Síndrome Tourette? 
10 – Na Escola há outro alunos com a Síndrome Tourette além de D.? 
 
 
 
40 
 
8.2 ROTEIRO DO QUESTIONÁRIO 
 1 – Você já ouviu falar sobre a Síndrome Tourette? 
( )SIM ( )NÃO 
2 – Você sabe me dizer quais são sintomas ou comportamentos de pessoas com a 
Síndrome Tourette? 
( )SIM ( )NÃO 
3 – Você conhece alguma pessoa com esta Síndrome Tourette? 
( )SIM ( )NÃO 
4 – Você sabe de alguma Instituição que acolhe e realiza tratamento para pessoas 
com a Síndrome Tourette em nossa cidade? 
( )SIM ( )NÃO 
5 – Você é a favor da inclusão social/acadêmica de pessoas com Necessidades 
Especiais em Ensino Regular? 
( )SIM ( )NÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
8.3 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
Prezado (a) participante: 
Sou estudante do curso de graduação de Psicologia na Universidade Estácio 
de Sá – Unesa, Campus Resende. Estou realizando uma pesquisa sob supervisão 
da professora Iara Farias, cujo objetivo desta pesquisa é para saber quantas 
pessoas em nossa sociedade conhecem sobre a Síndrome Tourette ,os principais 
sintomas ou comportamentos, alguém conhecido que tem a patologia, conhecimento 
de alguma instituição que acolhe e realiza tratamento para pessoas com a 
Síndrome Tourette em nossa cidade e se é a favor da inclusão social/acadêmica de 
pessoas com Necessidades Especiais em Ensino Regular. 
Sua participação envolve responder a um Questionário de Múltipla Escola 
com perguntas fechadas – sim ou não. 
A participação nesse estudo é voluntária e se você decidir não participar ou 
quiser desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-
lo. Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será mantida no 
mais rigoroso sigilo. Serão omitidas todas as informações que permitam identificá-
lo(a). Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você estará 
contribuindo para a compreensão do fenômeno estudado e para a produção de 
conhecimento científico. 
Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pelo(s) 
pesquisador (es) Flávia Ferreira - 981404028 ou pela entidade responsável – 
Universidade Estácio de Sá – Campus Resende, fone 4003 - 6767. 
Atenciosamente 
____________________________ 
Nome e assinatura do(a) estudante 
 Matrícula: 
____________________________ 
Local e data 
 ____________________________________________________________ 
 Nome e assinatura do(a) professor(a) supervisor(a)/orientador(a) 
 Matrícula: 
 
Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido uma cópia 
deste termo de consentimento. 
 
_____________________________ 
Nome e assinatura do participante 
______________________________ 
Local e data

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