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AÇÃO MONITÓRIA (Procedimento comum)

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AÇÃO MONITÓRIA
 Ação monitória é o instrumento processual colocado à disposição do credor de quantia certa, de coisa fungível ou de coisa móvel determinada, com crédito comprovado por documento escrito sem eficácia de título executivo, para que possa requerer em juízo a expedição de mandado de pagamento ou de entrega da coisa para a satisfação do seu direito
PREVISÃO:
Esta prevista no artigo 1102- A CPC/73
Art. 1.102.a - A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel.
O CPC veio regula-la em seus artigos 700 a 702:
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I – o pagamento de quantia em dinheiro;
II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
§ 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381.
§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I – a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II – o valor atual da coisa reclamada;
III – o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.
§ 3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º, incisos I a III.
§ 4º Além das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferida quando não atendido o disposto no § 2º deste artigo.
§ 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.
§ 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
§ 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.
A ação monitória como dita anteriormente é ação de conhecimento, sob um procedimento especial, que tem por finalidade a obtenção de um título executivo.
A verdade é que no dia a dia do advogado ela é utilizada para cobrar cheques ou outros títulos (nota promissória, duplicata, etc) prescritos. Mas só cabe se houver prova do negócio que gerou o título. Por exemplo, no caso de cheques, só se tiver um documento (contrato, etc) que diga por que aquele cheque foi dado (nota fiscal de compra, por exemplo, onde consta os dados do cheque).Interessante de se destacar que o referido documento não precisa, necessariamente, ser assinado pelo devedor (a exemplo de cheques e promissórias prescritos), podendo ser unilateral, emitido exclusivamente pelo credor.
O que é um título injuntivo?
Título injuntivo é aquele que não tem eficácia executiva.
Assim a ação monitória visa a dar tal eficácia a títulos e documentos que não a possuem. Este procedimento visa contornar a fase de cognição e também é permitir ao credor evitar a ação de cobrança, trazendo o devedor para o que pague o débito. A resposta dada em uma ação monitória não é a contestação, mas os embargos, segundo redação do artigo 702. Os embargos monitórios, ao contrário daquele previsto na ação executiva, independem de preparo. A ação monitória não é obrigatória é uma opção.
Hipóteses de cabimento:
O artigo 1102 trazia as seguintes  hipóteses:
a)   pagamento de soma em dinheiro,
b)   entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel.
O artigo 700 ampliou estas  duas hipóteses e trouxe uma terceira. Atenção: agora pode ação monitória de coisa infungível e de bem imóvel. Não havia sentindo em não incluir estas duas categorias. A terceira hipótese diz respeito ao adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer esta era uma reivindicação antiga da OAB e dos advogados.
A mesma ação, aliás, poderá ser objeto de nova espécie de embargos, ultimada a sentença de procedência e esta manejada na respectiva fase de cumprimento de sentença, com o réu apresentando impugnação a tal fase.
IMPORTANTE: Agora, cabe ação Monitória para todas as espécies de obrigação
2)   Trouxe um requisito de procedibilidade:
 Assim dispões o artigo 700 § 2º
§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I – a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II – o valor atual da coisa reclamada;
III – o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.
Acredito que esta exigência esta prevista para que se evite perda de tempo e faça economia processual, ora, se o individuo optou por este tipo de ação, que faça também o mínimo necessário, para garantir sua celeridade. Atenção dúvidas sobre o valor da causa: Inclusive o valor da causa é justamente o que ele trouxer neste pedido descrito no § 2º
3)  Procedimento:
Já tivemos oportunidade de dizer como deve ser instruída a inicial, observando o § 2.
Mas e se houver erro? E se não for o caso de monitória?
O § 5º é quem traz a resposta.
§ 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum
Se fizermos uma interpretação literal da lei, entenderemos que se houver erro, o juiz mandará corrigir e será adotado o procedimento comum. Bom isso parece ser um contrassenso, pois poderia o autor corrigir o erro e continuar com a monitória. Atento a isso foi formulado o enunciado 188 do Fórum Permanente de Processualistas civis. Enunciado 188 (art. 700, § 5º) Com a emenda da inicial, o juiz pode entender idônea a prova e admitir o seguimento da ação monitoria. (Grupo: Procedimentos Especiais)
4)  Citação:
O CPC/ 73 não trazia, mas o novo cpc esclarece que pode ser feita por qualquer dos meios permitidos para  o procedimento comum.
5)  Direito manifestamente evidente:
Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
Qual é a vantagem para o réu em pagar via ação monitória? Por que ela é tão efetiva?
Se ele cumprir estará isento do pagamento das custas processuais, cumprido o mandado no prazo. Tem que ser no prazo de quinze dias uteis. Muito importante isso.
O que acontece se não pagar no prazo ou não oferecer embargos?
Transformação daquele documento em título executivo judicial.
Art. 701
§ 2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702, observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
 Dessa decisão cabe ação rescisória. Importante
§ 3º É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a hipótese do § 2º.
A conversão em título executivo judicial, também ocorre se houver recusa aos embargos.
§ 8º Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, prosseguindo-se o processo em observância ao disposto no Título II do Livro I da Parte Especial, no que for cabível.
6)  Natureza autônoma
Havia uma divergência doutrinária sobre se esta ação era ou não autônoma, parece que o CPC 2015 resolveu esta questão ao dispor, que cabe apelação da decisão que acolhe ou rejeita os embargos.
Lembrando que a ação monitória esta instruída com prova escrita ou oral documentada, assim o foco dela é a defesa do réu, se não fizer, haverá conversão em título executivo judicial, se fizer e não for acolhido, também tem este efeito, o processo não acaba aqui, pois temos a fase executória, acaba o procedimento monitório. Assim como a única resistência que tem o réu são os embargos, da decisão que os acolhe ou rejeita cabe apelação.
§ 9º Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos.
7)  AÇÃO MONITÓRIA CONTRAA FAZENDA PÚBLICA
O CPC 2015 encampou a tese firmada na súmula 247 STJ.
Súmula 339
É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública.
Art. 700
§ 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
O procedimento é praticamente o mesmo contra qualquer devedor, exceto no caso de conversão imediata diante de inércia.
§ 4º Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos no art. 702, aplicar-se-á o disposto no art. 496[3], observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
Ai será o caso de remessa necessária.
8)  DA DEFESA DO RÉU:
Os Embargos Monitórios
A defesa na ação monitória continua sendo chamada de embargos – e nesse ponto segue a pecar pela nomenclatura, pois muito mais técnico seria chama-la de impugnação, eis que processada de forma incidente e não de forma autônoma, como ocorre com os embargos executivos previstos na lei adjetiva. Inobstante, o novo legislador deu cor e roupa de contestação aos ditos embargos, ao prever que eles “podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum”, mas evidente que limitado à produção da prova nessa ação. Alexandre Câmara e Alexandre Flexa entendem que apesar do nome não é embargos e sim uma contestação, sendo mera resposta do réu. Há de se lembrar de que é cabível reconvenção na ação monitória, o que não havia previsão no CPC/73. É causa de indeferimento liminar dos embargos o devedor não apontar o valor correto, quando alegar que o autor pleiteia valor superior ao efetivamente devido (art. 702. §§2º e 3º). Além de declinar do valor que entende devido, o devedor deverá juntar demonstrativo atualizado da dívida, mas – tal como já é – essa defesa independe de qualquer tipo de garantia, razão pela qual a lei deixa de lhe exigir que deposite a quantia apontada como correta. Cumpre destacar que o oferecimento dos embargos suspende a eficácia da ordem de cumprimento da obrigação perseguida, prevista no caput do art. 701. Na verdade, a oposição de embargos, recebidos pelo juízo, praticamente que ordinariza o procedimento injuntivo na medida em que a defesa cabível na espécie é a mesma do procedimento comum. E, cabe dizer, a sentença que decide os embargos, ataca o mérito da própria ação monitória.
Na prática, os embargos transformam a ação monitória em uma ação de rito ordinário com cognição sumária.
Litigância de má-fé
Também trazida como novidade pelo novo CPC, as penalidades por litigância de má-fé estão previstas nos parágrafos 10 e 11 do art. 702, para ambas as partes, conforme for o caso, no percentual de 10% sobre o valor da causa, em proveito da parte prejudicada.
9)  PARCELAMENTO:
701
§ 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916.
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.

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