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Peculato Trabalho de Penal

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DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
       
 Peculato
        Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
        Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
        § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
        Peculato culposo
        § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
        § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
A palavra peculato tem sua origem no Direito romano, onde a subtração de coisas pertencentes ao Estado, segundo Hungria, “chamava-se peculatos ou depeculatus, sendo este o nome juris oriundo do tempo anterior à introdução da moeda, quando os bois e carneiros (pecus), destinados aos sacrifícios, constituíam a riqueza pública por excelência”. 
O artigo 312 do Código Penal, inserido no capitulo I, correspondentes aos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral, prevê quatro modalidades do delito de peculato, a saber: a) peculato-apropriação (primeira parte do caput do artigo 312: b) peculato-desvio (segunda parte do caput do art. 312); peculato-furto (§ 1); e peculato culposo (§2).
Assim, nos termos da redação constante constantes do artigo 312, caput, do Código Penal, podemos destacar os seguintes elementos: a) a conduta de se apropriar o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, do qual tem a posse em razão do cargo; b) ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
A conduta núcleo, portanto, constante da primeira parte do art. 312 do Código Penal, é o verbo apropriar, que deve ser entendido no sentido de tomar como propriedade, tomar para si, apoderar-se indevidamente de dinheiro, valor ou qualquer ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse ou a detenção, em razão do cargo.
O objeto material da conduta do agente, de acordo com a redação típica, é o dinheiro (cédulas e moedas aceitas como pagamento), valor (tudo aquilo que pode ser convertido em dinheiro, vale dizer, todo documento ou papel de crédito que pode ser negociado, a exemplo das notas promissórias, ações, apólices etc) ou qualquer outro bem móvel.
O importante, para efeito de configuração do delito em estudo, é que o funcionário público tenha se apropriado do dinheiro, valor ou bem móvel, seja ele público ou partícula, que seja ele público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. O agente deverá ainda ocupar legalmente um cargo público, ou seja, ter sido nele investido corretamente, de acordo com as determinações legais, pois, caso contrário, não se configurará o delito em estudo. 
Segundo a classificação doutrinária é um crime próprio no que diz respeito ao sujeito ativo (somente o funcionário público pode praticá-lo) e comum quanto ao sujeito passivo (uma vez que não somente a Administração Pública pode figurar nessa condição, como qualquer pessoa que tenha sido prejudicada com o comportamento praticado pelo sujeito ativo). Compreendido como doloso e culposo como também comissivo. 
PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM 
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Apropriar-se (tomar algo corno propriedade sua ou apossar-se) de dinheiro (é a moeda corrente oficial destinada a proporcionar a sua troca por bens e serviços) ou qualquer utilidade (é qualquer vantagem ou lucro) que no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem.
Somente o funcionário público poderá ser o sujeito ativo, e o sujeito passivo é o Estado. Secundariamente a entidade de direito público ou o particular prejudicado. Objeto jurídico é a administração pública, levando em conta seu interesse patrimonial e moral. Objeto material pode ser dinheiro ou outra utilidade, o dolo é suficiente para configurar o crime de peculato-apropriação. É preciso destacar que o dolo é atual, ou seja, ocorre no momento da conduta "apropriar-se", inexistindo a figura por alguns apregoada do "dolo subsequente". Não existe a figura culposa. Elemento subjetivo do crime é o dolo. Crime próprio; material; de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo; plurissubsistente. Tentativa é admissível. Momento consumativo quando houver efetivo prejuízo material para o Estado.
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÃO
 ART. 313-A - “Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 1 2 (doze) anos e multa .
Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. Nas duas primeiras - inserir ou facilitar a inserção - visa-se o dado falso, que é a informação não correspondente à realidade. Tal conduta pode provocar, por exemplo: o pagamento de benefício previdenciário a pessoa inexistente. Nas duas últimas - alterar ou excluir - tem-se por fim o dado correto. Isto é, a informação verdadeira, que é modificada ou eliminada, fazendo com que possa haver algum prejuízo para a Administração. Exemplo disso seria eliminar a informação de que algum beneficiário faleceu, fazendo com que a aposentadoria continue a ser paga normalmente. A pena é, de reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
Para que ocorra a infração penal em estudo, o agente deve atuar com uma finalidade especial, entendida, pela maioria da doutrina, como um elemento subjetivo que transcende o dolo, a finalidade de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano.
È um crime próprio no que diz respeito ao sujeito ativo e comum quanto ao sujeito passivo; doloso; comissivo; formal; de forma livre; instantâneo, monossubjetivo; plurissubsistente. A Administração Pública é o bem juridicamente protegido pelo tipo penal que prevê o delito, o objeto material são os dados, falsos ou mesmo verdadeiros, constantes dos sistemas informatizados ou banco de dados. O dolo é o elemento subjetivo, e não admite modalidade culposa.
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES
Art. 313-B. “Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: 
Pena – detenção, de 3 ( três) meses a 2 (dois) anos, e multa .
Parágrafo único: As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.
 O delito de modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações foi inserido no Capitulo I do Titulo XI da Parte Especial do Código Penal pela Lei nº 9.983/2000, acrescentando o art. 313-B.
Nesse tipo penal, o funcionário modifica o funcionamento do sistema de informações ou do programa de informática, enquanto no tipo penal anterior a conduta recai sobre os dados constantes do sistema. É evidente que não há crime se o funcionário age com autorização ou mediante solicitação da autoridade competente.
O sujeito ativo é qualquer funcionário público. Ao contrário do dispositivo anterior, não é necessário que se trate de funcionário autorizado a trabalhar no sistema deinformações. O sujeito passivo é Estado e as pessoas que, eventualmente, sejam prejudicadas pela conduta. A consumação do crime ocorre no momento em que o agente modifica ou altera o sistema de informações ou o programa de informática.
O parágrafo único estabelece um aumento de um terço até a metade da pena se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração ou para o administrado. É possível a modalidade tentada. É uma ação penal pública incondicionada, de competência do Juizado Especial Criminal, exceto na forma agravada do parágrafo único, quando a pena máxima excede dois anos.
EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
O art. 314 do Código Penal prevê o delito de extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento. O crime consiste no extravio, na perda, na sonegação ou na inutilização do livro ou documento do qual se tenha a posse em razão do cargo. 
Extraviar livro oficial ou qualquer documento ou inutilizá-lo, total ou parcialmente. A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constituir crime mais grave. 
A lei pune três condutas:
 a) extraviar: fazer desaparecer, ocultar; 
b) sonegar: sinônimo de não apresentar, não exibir quando alguém o solicita;
 c) inutilizar: tornar imprestável. 
Nas três hipóteses, a conduta deve recair sobre livro	oficial, que é aquele pertencente à Administração Pública, ou sobre qualquer documento público ou particular que esteja sob a guarda da Administração. Nos termos da lei, o crime subsiste ainda que a conduta atinja parcialmente o livro ou o documento. É necessário que a conduta tenha sido dolosa. Não existe forma culposa.
Sujeito ativo é o funcionário, que só pode ser cometido pelo funcionário responsável pela guarda do livro ou documento. Sujeito passivo é o Estado e, eventualmente, o particular que tem documento sob a guarda da Administração.
 Com o extravio ou inutilização, ainda que parcial e independentemente de qualquer outro resultado. Já na modalidade sonegar, o crime se consuma no instante em que o agente deveria fazer a entrega e, intencionalmente, não o faz. No extravio e na sonegação, o crime é permanente.
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS
Art. 315. “Dar à s verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
 Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
O núcleo dar é utilizado pelo texto legal no sentido de empregar, canalizar, utilizar. A conduta do agente tem como objeto material as verbas ou rendas públicas. 
O art. 315 do Código Penal prevê uma infração penal ligada àqueles que empregam irregularmente verbas ou rendas públicas. 
É pressuposto desse crime a existência de uma lei regulamentando o emprego da verba ou renda pública e que o agente, dolosamente, as empregue de maneira contrária àquela descrita na lei. Nos termos do dispositivo, não basta o desrespeito a decretos ou outros atos administrativos. Para a caracterização do delito, é necessário o desrespeito aos termos de lei.
O sujeito ativo pode ser apenas o funcionário público que tem poder de disposição de verbas ou rendas públicas. Sujeito passivo O Estado e a entidade de direito público lesada pelo desvio. A consumação ocorre com o efetivo emprego irregular da verba ou renda pública, ainda que não haja prejuízo para o erário. Trata-se de crime formal. É possível a modalidade tentada, se houver mera indicação ou destinação irregular, cuja execução acaba sendo impedida, o crime considera-se tentado. É uma ação penal pública incondicionada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Greco, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial, vol. III – 13ª Ed. Niterói, RJ: Impetus, 2016.
Gonçalves, Victor Eduardo Rios Direito penal esquematizado: parte especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves. – São Paulo : Saraiva, 2011.
Nucci, Guilherme de Souza. Manual de direito penal : parte especial, 7ª ed. rev. atual. e ampl. - São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2011.

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