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Percepção e tomada de decisão individual Márcia Gabriele França Percepção Processo pelo qual os indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais com a finalidade de dar sentido ao seu ambiente. O que uma pessoa percebe pode ser substancialmente diferente da realidade objetiva. O comportamento das pessoas baseia-se em sua percepção da realidade, não na realidade em si. Fatores no Perceptor Fatores no Alvo da percepção Fatores no Contexto da situação Fatores que influenciam a percepção Atitudes Personalidade Motivações Interesses Experiência Expectativas Fatores no perceptor (características pessoais) Novidade Movimento Sons Tamanho Cenário Proximidade Semelhança Fatores no alvo Momento Ambiente de trabalho Ambiente social Fatores na situação (Contexto) Teoria da atribuição: Tentativa de determinar se o comportamento de um indivíduo tem causa interna ou externa. Interna: comportamentos vistos como sob controle do indivíduo. Externa: comportamento provocado por uma situação enfrentada pelo indivíduo. Percepção de pessoas: fazendo julgamentos sobre os outros A classificação em interna ou externa depende de 3 fatores: Diferenciação Refere-se a questão de o indivíduo mostrar ou não comportamentos diferentes em situações diversas. Ex: indivíduo que chega atrasado, mas já é visto como “folgado”. Comportamento usual Causa interna Comportamento não usual Causa externa Consenso Há consenso quando todas as pessoas que enfrentam determinada situação respondem de modo semelhante. Ex: Todos os funcionários que fazem o mesmo trajeto se atrasaram x Apenas um se atrasou. Consenso alto Causa externa Consenso baixo Causa interna 3. Consistência O perceptor busca consistência nas ações de uma pessoa. Ex: O funcionário raramente atrasa ou sempre atrasa? Quanto mais consistente o comportamento, mais inclinado fica o perceptor a atribui-lo causas internas. Ocorre quando, ao julgarmos o comportamento dos outros, subestimamos a influência dos fatores externos e superestimamos a dos fatores internos. Ex: Gestor percebe o baixo desempenho dos vendedores como resultante de preguiça e não do lançamento de um produto concorrente. Erro fundamental de atribuição: Viés de autoconveniência: Tendência dos indivíduos de atribuir o próprio sucesso a fatores internos e os fracassos a fatores externos. Simplificações nos julgamentos de outras pessoas: Percepção seletiva: Não podemos observar tudo que se passa a nossa volta. Tendência que as pessoas têm de interpretar seletivamente o que veem, com base nos próprios interesses, experiências e atitudes. No processo de simplificação, podemos cometer erros. Efeito halo Tendência de formar uma impressão geral de alguém com base em uma única característica. Um único traço influencia a percepção geral da pessoa. Simplificações nos julgamentos de outras pessoas: Efeito de contraste: Tendência de comparar as características de uma pessoa com as das outras. Estereotipagem: Julgamento de uma pessoa com base na percepção do grupo ao qual ela pertence. Baseamo-nos em generalizações porque elas nos ajudam a tomar decisões, simplificam um mundo complexo. Ex: Não passar em uma entrevista por dizer o endereço, localizado em uma favela. Entrevista de seleção e avaliação de desempenho: Estão sujeitos a erros de percepção. Expectativas sobre o desempenho: O comportamento das pessoas é determinado pelas expectativas dos outros. Profecia autorrealizável: situação em que uma percepção distorcida de uma pessoa faz com que o comportamento de outra seja coerente com essa percepção. Aplicações nas organizações A forma como as pessoas tomam decisões e a qualidade de suas escolhas depende muito de suas percepções. A tomada de decisão ocorre em reação a um problema. Problema: uma discrepância entre o estado atual de coisas e o estado desejado. Admitir a existência de um problema e necessidade ou não de se tomar uma decisão depende da percepção da pessoa. A ligação entre a percepção e a tomada de decisão individual Definir o problema Identificar os critérios para decisão Atribuir pesos específicos para cada um desses critérios Desenvolver alternativas Avaliar as alternativas Escolher a melhor alternativa Excesso de informações na atualidade dificulta o uso desse modelo. Modelo racional de tomada de decisão Processo de tomar decisões construindo modelos simplificados que extraem os aspectos essenciais dos problemas sem capturar toda a sua complexidade. As pessoas se satisfazem, isto é, buscam soluções que sejam satisfatórias e não ótimas. Temos uma capacidade limitada de processamento de informações. Racionalidade limitada Processo cognitivo inconsciente apoiado nas experiências vividas. Apoia-se em associações holísticas ou conexões difusas entre informações divergentes. É rápida e tem um grande componente afetivo. A intuição é uma forma altamente complexa de raciocínio, baseada em anos de experiência e aprendizado. Deve ser complementada com evidências e bom senso. Tomada de decisão intuitiva Excesso de confiança Ancoragem: Tendência de ancorar o julgamento em uma informação inicial, o que dificulta o ajuste diante de informações posteriores. Nossa mente tende a dar uma informação desproporcional a primeira informação que recebe. Ex: Comunicação do salário pretendido durante uma entrevista de emprego. Erros e vieses na tomada de decisão Evidência confirmadora: Tendência a buscar informações que corroborem escolhas anteriores e descartar as que contestem julgamentos prévios. Tendemos a aceitar prontamente as informações que confirmam nossos pontos de vista preconcebidos e somos críticos ou céticos com àquelas que os contrariam. Erros e vieses na tomada de decisão Viés de disponibilidade: Tendência de julgar as coisas com base nas informações mais facilmente disponíveis. Ex: Executivo que faz uma avaliação anual supervalorizando os comportamentos mais recentes dos funcionários em detrimento daqueles antigos. Erros e vieses na tomada de decisão Escalada de comprometimento: Apego a uma decisão anterior, mesmo quando fica claro que ela foi um erro. Ex: casar com alguém porque o relacionamento é longo, embora esteja claro que não está dando certo. Erro de aleatoriedade Tendência individual de acreditar que se pode prever o resultado de eventos aleatórios. Criação de sentido para eventos aleatórios. Superstições. Erros e vieses na tomada de decisão Aversão ao risco Tendência a preferir um ganho certo de uma quantidade moderada a um resultado mais arriscado, mesmo que este tenha uma compensação mais alta. Ex: Gestores que correm o risco de ser demitidos têm especial aversão ao risco. Compreensão tardia Tendência a achar que sabíamos antecipadamente o resultado de um evento depois de ele ter ocorrido. Reduz nossa capacidade de aprender com o passado. Acreditamos que somos melhores do que realmente somos em fazer previsões. Erros e vieses na tomada de decisão Diferenças individuais: Personalidade Gênero: As mulheres ruminam mais do que os homens. Habilidade mental: Uma vez avisados sobre os erros de tomada de decisão, pessoas mais inteligentes aprendem com rapidez a evitá-los. Influências na tomada de decisões: diferenças individuais e restrições organizacionais Restrições organizacionais: Avaliação de desempenho: o modo como os administradores tomam decisões é fortemente influenciado pelos critérios por meio dos quais eles são avaliados. Sistemas de recompensa: sugerem quais decisões são preferíveis. Ex: Se a empresa recompensa aversão ao risco, os administradores tendem a tomar mais decisões conservadoras. Influências na tomada de decisões: diferenças individuais e restrições organizacionais Restrições organizacionais: Regulamentações formais: são regras e políticas para programar as decisões e padronizar o comportamento dos seus membros. Limites de tempo: Decisões importante possuem prazos. Precedentes históricos: As decisões individuais são como trechos de um fluxo histórico de decisões. Utilitarismo: As decisões corretas são aquelas tomadas no sentido de proporcionar maior utilidade para o maior número de pessoas. Direitos: Tomar decisões que respeitem os direitos e liberdades individuais , de acordo com o que prescreve a lei. Justiça: Estabelecer e fazer cumprir regras justas e imparciais. Três critérios éticos para o processo decisório Habilidade de criar ideia novas e uteis, diferentes daquilo que já foi feito e apropriadas para o problema. Modelo de criatividade de três componentes: a criatividade requer perícia, motivação pela tarefa e pensamento criativo. Perícia: O potencial da criatividade é maximizado quando a pessoa tem as habilidades, os conhecimentos e o domínio relativos a sua área de atuação. A criatividade na tomada de decisões Pensamento criativo: características de personalidade associadas à criatividade e à habilidade de usar analogias, bem como ao talento de o que é familiar sob uma nova perspectiva. Motivação intrínseca pela tarefa: Interesse e identificação com o trabalho criativo. Referências ROBBINS, S; JUDGE, T; SOBRAL, F. ercepção e tomada de decisão individual. In: ROBBINS, S; JUDGE, T; SOBRAL, F. Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. Próximo texto ROBBINS, S; JUDGE, T; SOBRAL, F. Conceitos básicos de motivação. In: ROBBINS, S; JUDGE, T; SOBRAL, F. Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
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