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* * FACULDADE SANTA TEREZINHA – CEST CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO DAS COISAS Carga horária: 80 horas Professor: Francisco Eduardo Cavalcante de Freitas e-mail: franciscoeduardo.freitas@yahoo.com.br * * Previsão Legal: artigos 1.314 a 1.330 do CC/2002. Definição: Quando os direito elementares do proprietário (CC, art. 1.228) pertencerem a mais de um titular, existirá o condomínio ou domínio comum de um bem. Obs.: A cada condômino é assegurada uma quota ou fração ideal da coisa, e não uma parcela material desta; * * FORMAÇÃO DOS CONDOMÍNIOS: Quanto à origem: - convencional ou voluntário - eventual – vontade de terceiros (ex. doador, testador); - legal ou necessário – imposto pela lei (paredes, cercas, muros – art. 1.327); 2. Quanto a forma: - pro diviso – cada condômino encontra-se localizado em parte certa e determinada da coisa (edilício); - pro indiviso – comunhão de direito e de fato – não há localização em partes certas e determinadas. * * 3. Quanto ao Período: - Transitório (convencional ou eventual) que pode ser extinto a todo tempo pela vontade das partes; - Permanente – é o legal – enquanto persistir a situação (muros). 4. Quanto ao objeto: - Universal – abrande todos os bens; - Singular – incidente sobre coisa determinada; * * Natureza Jurídica – Grande controvérsia doutrinária; “Como o Direito brasileiro não agasalhou a tese de atribuição de personalidade jurídica aos condomínios, a esses entes suis generis a Lei Civil concede-lhe apenas personalidade judiciária e a plena capacidade processual (art. 12, IX, do CPC)”. Cristiano Chaves. * * Obs.: A Falta de personalidade jurídica impede a prática de determinado atos preciosos para a dinâmica do prédio e a conservação da coisa (aquisição de terreno vizinho). Enunciado nº 246 das Jornadas de Direito Civil da Justiça Federal: “Deve ser reconhecida a personalidade jurídica ao condomínio edilício.” * * Instituição – artigo 1.332, CC/2002: a) por destinação do proprietário do edifício – edifício já construído; b) por testamento; c) por incorporação – negócio jurídico de constituição da propriedade horizontal; * * CONSTITUIÇÃO DO CONDOMÍNIO: Artigo 1.333, CC/2002; Convenção do condomínio – documento escrito no qual se estipula, os direito e deveres de cada condômino, subscrita pelos titulares de no mínimo dois terços da frações ideais; A Convenção não pode sobrepor-se a lei; Entre seus subscritores é perfeita e eficaz, mas sua oponibilidade a terceiros começa a partir de seu registro no Cartório de Registro de Imóveis (p. único, art. 1.333, CC); * * I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; II - sua forma de administração; III - a competência das assembleias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações; IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - o regimento interno. * * Regulamento ou regimento interno – desempenha função complementar à convenção, contendo as orientações acerca do dia a dia da vida do condomínio. Segundo Caio Mário é ato meramente administrativo. Enunciado 248 do Conselho da Justiça Federal: “ O quorum para alteração do regimento interno do condomínio edilício pode ser livremente fixado na convenção.” * * a) contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; Obrigação propter rem – suportada por quem tiver a coisa em seu domínio (proprietário) - Artigo 1.345, CC/2002; Obs. Admite-se a ação contra o compromissário comprador desde que o fato tenha sido comunicado ao condomínio; (parágrafo segundo do artigo 1.334, CC/2002) * * b) Proibição de realizar obras que comprometam a segurança da edificação; Obras voluptuárias: necessidade do voto de dois terços dos condôminos (Inciso I, art. 1.341, CC/2002); Obras úteis: necessidade de aprovação pela maioria dos condôminos (inciso II, art. 1.341, CC/2002). * * c) Proibição de alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; Obs.: Há a possibilidade de pequenas alterações na fachada (janelas e sacadas, grades ou redes de proteção) d) dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. Obs.: animais – previsão na convenção – não podem prejudicar a segurança e o sossego; * * a) Usar, fruir e livremente dispor de suas unidades; b) Usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais copossuidores; c) Votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando adimplente (quite); * * ADMINISTRAÇÃO DO CONDOMÍNIO A Assembleia escolherá um SÍNDICO; SÍNDICO (art. 1347): Mandado máximo é de dois anos; (podendo renovar, por quantas vezes?) O CC não fala sobre o processo de eleição, cabendo a CONVENÇÃO DETALHAR; Se a Convenção não estabelecer o quórum, utiliza-se o do art. 1.352, maioria dos votos; Recomenda-se o quórum de dois terços; * * ATRIBUIÇÕES DO SÍNDICO – ART. 1.348, DO CC; Convocar Assembleia; Representar ativa e passivamente (judicial e administrativamente); Cumprir e fazer cumprir a convenção; Elaborar o Orçamento; Cobrar; Prestar Contas; Realizar o seguro da Edificação; * * DESTITUIÇÃO DO SÍNDICO: O Síndico deverá manter a confiança que lhe fora depositada pelo condomínio; Sua destituição poderá ser: A qualquer tempo; Deliberada pela maioria absoluta (metade mais um) dos membros da assembleia extraordinária – 1.349; A Assembleia extraordinária poderá ser convocada por um quarto dos condôminos; * * Obs.: O condomínio edilício tem como característica a indivisibilidade, já que é se sua própria essência; Pode extinguir-se: a) Pela destruição do imóvel (incêndio, terremoto); b) Pela Demolição voluntária do prédio; * * c) Pela desapropriação do edifício – neste caso a indenização será repartida na proporção do valor das unidades imobiliárias; d) Pela confusão – caso em que todas as unidades autônomas forem adquiras por uma só pesssoa; * * COBRANÇA DAS CONTRIBUIÇÕES CONDOMINIAIS NA LEI 13.105/2015. As contribuições condominiais passam a ter natureza de Título Extrajudicial, conforme art. 784, X: As taxas condominiais passam a gozar de três características, próprias dos títulos extrajudiciais: certeza, liquidez e exigibilidade. A partir do novo CPC o devedor de taxas condominiais não será mais citado para se defender do que é alegado na petição inicial, mas apenas para pagar o que estiver devendo, sob pena de já ter início o processo de execução. Caso não pague, o Condomínio já poderá utilizar-se dos meios de execução;
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