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RESUMO DIREITO PENAL III

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Roubo Majorado
O §2º do art. 157 estabelece as seguintes causas especiais de aumento de pena inerentes ao roubo: 
§2º. A pena aumenta-se de um terço até metade:
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vitima está em serviço do transporte de valores e o agente conhece tal circunstância;
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
Emprego de arma
Pode ser própria (especialmente criada para defesa ou ataque, como armas de fogo e armas brancas) como imprópria (objetos precipuamente utilizados para outros fins, mas que podem ser eficazmente utilizados para levar a efeito a violência ou grave ameaça, como machado, foice, barra de ferro, etc).
Além de poder intimidatório, deve apresentar potencialidade ofensiva à vitima. 
O uso de arma de brinquedo, por exemplo, leva à caracterização do roubo, mas não conduz à incidência da majorante, considerando a ausência de capacidade lesiva. 
Concurso de duas ou mais pessoas
Não é necessário que a violência ou grave ameaça seja levada a efeito por mais de um agente para a majorante se aperfeiçoar, bastando para tanto a presença física. 
A doutrina dominante considera suficiente o concurso de pessoas (art. 29 CP) para que a causa de aumento em questão esteja presente, mesmo que a execução material seja realizada por uma única pessoa. 
“Como o dispositivo não explicita de que forma deva agir cada agente, conclui-se que se aplicam, in casu, as regras gerais sobre o concurso de pessoas, ou seja, basta que qualquer um dos autores tenha praticado a violência ou grave ameaça para que a conduta caracterize o roubo majorado” (PRADO, 2008, v. 2, p. 353) 
 “os motivos que impõem o agravamento da punição são o maior risco que a pluralidade de pessoas proporciona à integridade física e ao patrimônio alheio e o maior grau de intimidação infligido à vítima” Ministro Og Fernandes.
Agente que mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade
A doutrina explicita duas situações que permitiriam a incidência da causa de aumento: a) quando a privação da liberdade da vitima for um meio de execução do roubo; b) quando for uma garantia, em beneficio do agente contra a ação policial. 
Obs.: Professor citou o exemplo do agente que amarrou suas vitimas enquanto roubava seus pertences e os guardava no carro. 
Além disso, a privação de liberdade não poderá ser prolongada, para que não se confunda com sequestro ou até mesmo extorsão mediante sequestro. 
Extorsão mediante sequestro
“Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço de resgate”
Sequestrar significa tirar a liberdade, isolar, reter a pessoa. Tal fato constitui crime autônomo (art. 148, CP), quando a finalidade do agente é, realmente, insular a vítima, por exemplo, para fins libidinosos. Entretanto, havendo finalidade específica, consistente na obtenção de vantagem patrimonial, torna-se modalidade de extorsão.
Bem jurídico 
O patrimônio e a liberdade do indivíduo. 
Sujeito ativo 
Qualquer pessoa (crime comum). 
Sujeito passivo 
Qualquer pessoa. 
Tipo objetivo 
Sequestrar, isto é, privar de liberdade a vítima, por tempo relativamente significativo. Abrange o cárcere privado, quando o sequestro realizado em recinto fechado. O que importa é a retirada da vítima de circulação, para obter vantagem, que deve ser econômica (interpretação restritiva) e indevida. Se a vantagem devida, haverá constrangimento ilegal ou o exercício arbitrário das próprias razões, em concurso com o crime de sequestro (art. 148 do CP). A vantagem pode ser condição (ato que o agente deseja que a vítima pratique, o qual conduz uma vantagem econômica) ou preço (valor dado para a liberação do ofendido), que é a hipótese mais comum. 
Tipo subjetivo 
Inclui a vontade de sequestrar e o elemento subjetivo do tipo com o fim de obter para si ou para outrem qualquer vantagem (dolo específico). 
Consumação 
Consuma-se com o sequestro ou cárcere privado por tempo juridicamente relevante. É possível a tentativa, por exemplo, no caso em que ocorre prisão do agente quando leva a vítima para o automóvel. 
Qualificadoras 
Quando a privação da liberdade da vítima tiver prazo superior a 24 horas, o delito torna-se qualificado, tendo em vista o maior perigo gerado para o ofendido, inclusive à sua saúde, diante do estresse enfrentado; Do mesmo modo, a pena será mais severa se a vítima não for maior de 14 anos. O autor deve estar consciente do fato. Também ocorrerá a qualificadora se o crime for cometido por associação criminosa. Mas deve haver prova de organização da associação estável formada por mais de três pessoas. Se não houver prova da associação estável, havendo apenas reunião casual para o crime específico, não cabe a aplicação da qualificadora. 
Tipo qualificado pelo resultado lesão grave e morte 
Os casos estão previstos nos §§ 2º e 3º. Exige o dolo ou a culpa. No caso de morte, a pena é maior: 24 a 30 anos, uma vez que existe crime contra o patrimônio, a liberdade individual e a vida. Isso não ocorre somente em razão da violência, como no latrocínio. Abrange também a grave ameaça. A morte pode decorrer de maus-tratos contra a vítima ou pelo não pagamento do preço. 
Delação premiada (§ 4º) 
Se o coautor ou partícipe denunciar o crime à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de 1/3 a 2/3. Trata-se de causa de diminuição de pena obrigatória. Autoridade pode ser a policial, judiciária ou administrativa. A delação deve facilitar a libertação do sequestrado e ser voluntária, mas não necessariamente espontânea. A lei nº 9.807/99 permite o perdão judicial ao acusado que tenha colaborado com a investigação e com o processo criminal (art. 13). Aplica-se a qualquer tipo de delito. 
Extorsão mediante sequestro agravada 
Se o crime for cometido contra pessoa não maior de 14 anos, alienada, débil mental ou que não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência e o agente conhecia a circunstância, a pena é acrescida de metade
Classificação 
Crime comum; formal; de forma livre; comissivo e, excepcionalmente, comissivo por omissão; permanente; plurissubsistente. 
Ação penal 
Pública incondicionada.
Sequestro Relâmpago
Crime cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, sendo essa condição necessária para a obtenção da vantagem econômica. A pena nesse caso é de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa. Seria o caso em que a vítima tem de fornecer a senha para saque em caixas eletrônicos e é obrigada a ficar várias horas com o agente. 
A consumação, nesse caso, ocorre com a realização de algum ato pela vítima. A restrição da liberdade da vítima é condição necessária para a empreitada criminosa e, ao ter que se submeter à privação de liberdade, a vítima já age realizando a conduta desejada pelo agente criminoso, consumando o delito. 
É possível e muito comum que o agente subtraia o veículo, a carteira e o celular e ainda restrinja a liberdade da vítima para proceder a saques em caixas eletrônicos. Nesse caso, a hipótese é de concurso material entre roubo e extorsão qualificada do § 3º art 158. Embora o marco inicial da consumação seja a privação da liberdade como condição para obtenção da vantagem, é inegável que privando a vítima da liberdade, o delito se prolonga no tempo. Dessa forma, a extorsão simples é crime instantâneo, por outro lado, a qualificada pela restrição da liberdade é permanente, alongando-se a consumação. 
Além disso, se do fato (violência ou grave ameaça) resultar lesão grave ou gravíssima, a pena é de 16 (dezesseis) a 24 (vinte e quatro) anos, e, se resultar morte, a pena é de reclusão de 24 (vinte e quatro) a 30 (trinta) anos de prisão.
Estupro 
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratiqueoutro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
Antes da Lei 12.015/2009 o delito de estupro compreendia apenas a conjunção carnal (assim entendida como a introdução do pênis na vagina) forçada praticada em detrimento da mulher. Os demais atos libidinosos impostos mediante violência ou grave ameaça eram tidos como atentado violento ao pudor, tipificado no art. 214 do CP, agora revogado. A revogação desse artigo, contudo, não significou um abolitio criminis, pois a conduta antes prevista no art. 214 do CP passou a ser descrita no artigo 213 do mesmo Código.
Anteriormente o art. 213 (estupro) descrevia a seguinte conduta criminosa: “Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça”. E o art. 214 (atentado violento ao pudor) tipificava o seguinte comportamento: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal”.
Atualmente não há mais o crime de atentado violento ao pudor, porém a conduta correspondente agora é considerada estupro; ou seja, a redação em vigor do art. 213 (estupro) alcança tanto a conduta antes considerada estupro como aquela anteriormente considerada como atentado violento ao pudor. O vocábulo estupro passou a ter, portanto, uma maior amplitude.
O crime em referência, em todas as modalidades, é considerado hediondo (art. 1º, V, da Lei nº 8.072/1990).
Objetos jurídico e material
Tem-se como objeto jurídico (bem juridicamente protegido) tanto a liberdade quanto a dignidade sexual (GRECO, 2010, v.III, p. 452). Ninguém pode ser forçado a práticas sexuais, sendo direito seu a escolha do parceiro com quem irá se relacionar. Tem-se em mira a liberdade de dispor do próprio corpo para práticas sexuais. Nesse passo também ensinam Pierangeli e Souza (2010, p. 10): “O bem juridicamente tutelado é a liberdade sexual do homem e da mulher, que têm o direito de dispor de seus corpos de acordo com sua eleição”.
O objeto material é a pessoa (homem ou mulher) vítima do constrangimento.
Sujeitos ativo e passivo
Atualmente o crime de estupro compreende tanto a conjunção carnal forçada quanto a prática de outro ato libidinoso nas mesmas condições.
Ato libidinoso é qualquer ato destinado a satisfazer a lascívia, o apetite sexual (CAPEZ, 2011, v. 3, p. 26).  Desse modo, a conjunção carnal é uma espécie de ato libidinoso. Tem, contudo, uma acepção mais restrita, pois “[…] caracteriza-se pela penetração total ou parcial do pênis na genitália feminina (introductio penis intra vas), com ou sem o objetivo de procriação e com ou sem ejaculação ou gozo genésico” (PIERANGELI e SOUZA, 2010, p. 11).
Para haver conjunção carnal, portanto, necessário se faz a penetração do pênis na vagina. Assim sendo, não é possível haver conjunção carnal entre pessoas do mesmo sexo.
É por essa razão que Rogério Greco (2010, v. III, p. 453), acertadamente afirma:
Assim, sujeito ativo no estupro, quando a finalidade for a conjunção carnal, poderá ser tanto o homem quanto a mulher. No entanto, nesse caso, o sujeito passivo, obrigatoriamente, deverá ser do sexo oposto, pressupondo uma relação heterossexual.
No que diz respeito à prática de outro ato libidinoso, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo, bem como sujeito passivo, tratando-se, nesse caso, de um delito comum.
Desse modo, em regra podem ser sujeito ativo ou passivo do crime de estupro tanto homem quanto mulher. Daí Rogério Sanches Cunha (2010, v. 3, p. 250) alertar que se trata de crime bicomum, podendo qualquer pessoa praticar ou ser vítima de referida infração penal.
Alerte-se, todavia, conforme bem pontuado por Greco, que quando a conduta for mediante conjunção carnal, exige-se que o sujeito ativo imediato e vítima sejam de sexos opostos, pois não é possível ocorrer conjunção carnal entre pessoas do mesmo sexo.
Outrossim, não pode figurar como sujeito passivo do crime em deslinde menor de catorze anos, considerando que a relação sexual com pessoa nesta condição acarreta a incidência do art. 217-A do CP (estupro de vulnerável), seja o ato sexual forçado ou consentido.
Antigamente havia discussão sobre a possibilidade da mulher ser sujeito passivo do crime de estupro praticado pelo seu próprio marido. Alegava-se que como há o dever de relações sexuais entre os cônjuges, o marido que obrigava sua esposa à prestação sexual estaria escudado pelo exercício regular de direito. Esta visão hoje está totalmente superada, entendendo-se que embora a relação sexual constitua dever recíproco entre os cônjuges, sua obtenção não pode se dar por meios juridicamente inadmissíveis e moralmente reprováveis (CAPEZ, 2011, v. 3, p. 33).
Outra discussão outrora existente era sobre a possibilidade da prostituta ser vítima de estupro. Atualmente não há mais dúvidas que a mesma pode ser sujeito passivo do delito em análise, visto que o fato de manter relações sexuais mediante pagamento não elimina o seu direito de escolha de parceiros, corolário de sua liberdade e dignidade sexual.
Tipo objetivo
Consoante já evidenciado, descreve o art. 213 do CP a seguinte conduta proscrita: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.
Constranger significa forçar, coagir, obrigar. No estupro constrange-se alguém (ser humano – homem ou mulher).
O meio de execução é a violência ou grave ameaça.
A violência consiste no emprego de força física (conhecida como vis corporalis ou vis absoluta) para obtenção da satisfação sexual. Ocorre quando a vítima é efetivamente agredida, amarrada, ou de qualquer modo tolhida em sua capacidade de resistir através da aplicação de força física.
A grave ameaça consiste na violência moral (vis compulsiva). No caso do estupro, a mesma interfere no plano psíquico da vítima, fazendo-a ceder, por intimidação, aos desejos do criminoso.  O mal prometido pode ser contra a própria vítima (ameaçá-la de morte, por exemplo) ou contra terceiros a ela ligados (dizer, p. ex., que vai matar o seu genitor se ela não ceder). Não é necessário que esse mal seja injusto, podendo até ser justo (por exemplo: sujeito que força a vítima a manter relações sexuais com ele, ameaçando-a de denunciá-la por um crime que ela efetivamente praticou).
A gravidade da ameaça deve ser analisada sob o ponto de vista da vítima, demandando-se uma análise do caso concreto para fins de averiguar se o mal prometido foi suficientemente grave para fazê-la ceder[1]. Por exemplo: uma mesma ameaça pode ser insuficiente para intimidar uma pessoa culta e experiente, porém suficiente para levar uma pessoa simplória a concordar em se submeter aos desejos de outrem.
No delito em estudo, mediante violência ou grave ameaça, o agente constrange a vítima a: a) ter conjunção carnal; b) praticar outro ato libidinoso; c) permitir que com ela se pratique outro ato libidinoso.
A conjunção carnal consiste, consoante já explicado, na introdução do pênis na vagina. Limita-se a este ato.
Já o ato libidinoso consiste em gênero que abarca todos os atos voltados à satisfação da lascívia (por exemplo: sexo oral, masturbação, sexo anal etc.), sendo, inclusive, a conjunção carnal uma espécie de ato libidinoso.
Tentativa
A tentativa é possível, desde que, por razões alheias à sua vontade, o agente não consiga consumar o delito. É possível o reconhecimento da desistência voluntária (art. 15 do CP), caso o agente, antes de consumar o crime, desista voluntariamente de sua prática, sendo que responderá apenas pelos atos até então praticados.
Sabe-se que o iter criminis comporta a seguintes fases: a) cogitação; b) preparação (atos preparatórios); c) execução; e d) consumação. Para ser reconhecida a tentativa, como é cediço, tem que se iniciar a fase de execução.
No caso do estupro a execução identifica-se com o constrangimento mediante violência ou grave ameaça visando o ato libidinoso (aí incluída a conjunção carnal, que é uma espécie de ato libidinoso). A consumação, conforme dito,ocorre com a efetiva prática desse ato.
Não há estupro quando a pessoa é constrangida a apenas presenciar a prática de ato libidinoso, consoante bem explicita Cleber Masson (2011, v. 3, p. 11): “De qualquer modo, não há estupro no ato de constranger alguém a presenciar ou assistir a realização de conjunção carnal ou outro ato libidinoso. A análise do art. 213, caput, do Código Penal autoriza a conclusão no sentido que o ato sexual deve ser praticado pela, com ou sobre a vítima coagida”.
Por derradeiro, destacamos algumas situações que podem despertar dúvidas quanto à consumação do delito em estudo:
a) tratando-se de indivíduo que possui a patologia conhecida como ejaculação precoce, acaso pretenda consumar conjunção carnal ou sexo anal contra vítima coagida, se ejacula antes de concretizar seu intento, resta reconhecer a ocorrência apenas de tentativa se não tiver realizado no contexto outros atos libidinosos considerados autônomos;
b) no caso de homens acometidos de impotência coeundi (incapacidade de ereção peniana), acaso tentem estuprar alguém mediante penetração, estará caracterizado crime impossível (art. 17 do CP). Não cabe esta ressalva para homens acometidos de impotência generandi (incapacidade de procriação), pois esta não se confunde com a incapacidade de ereção.
Formas qualificadas
As qualificadoras do crime de estupro estão previstas nos §§ 1º e 2º do art. 213 do CP, conforme transcrevemos a seguir:
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2o  Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
                       
A parte inicial do § 1º estabelece como circunstância qualificadora a lesão corporal grave sofrida pela vítima em decorrência do estupro. São consideradas graves para tais efeitos as lesões previstas nos §§ 1º (lesões corporais graves) e 2º (lesões corporais gravíssimas) do art. 129 do CP. Tal resultado agravador deve sobrevir a título de culpa (trata-se de delito preterdoloso), pois havendo dolo do agente, deve responder por estupro em concurso com o crime de lesão corporal. Exige-se, portanto, para caracterização da qualificadora em comento o dolo em relação ao estupro (antecedente) e culpa em relação à lesão corporal (consequente).
A parte final do § 1º traz como qualificadora a circunstância da vítima ser menor de dezoito e maior de catorze anos. A razão do limite mínimo de catorze anos é que se a vítima for mais nova ocorrerá estupro de vulnerável (art. 217-A do CP).
O § 2º do dispositivo em comento elege como circunstância qualificadora a morte da vítima como resultado do estupro. Este resultado agravador, assim como no caso da lesão grave, também deve sobrevir a título de culpa, pois se for causado dolosamente deve o agente responder por estupro em concurso com homicídio, submetendo-se a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Nos casos de estupro tentado, em que sobrevém a morte culposa ou lesão corporal também culposa, entende a doutrina majoritária que deve o agente responder pelo estupro consumado qualificado, considerando a impossibilidade da ocorrência de crime preterdoloso tentado.
No caso de estupro contra menor de dezoito e maior de catorze anos, com resultado morte culposo em decorrência do crime sexual, incidirá apenas a qualificadora prevista no art. 213, § 2º, do CP. A idade da vítima não será valorada como qualificadora.
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
Documentos públicos “são aqueles expedidos pelos funcionários públicos competentes para tanto, no exercício de suas funções e com as formalidades exigidas por lei”. É preciso que o documento tenha sido expedido pelo funcionário público em atividade típica de sua função.
Quando a falsidade for meio para a prática do crime de estelionato, há quatro correntes na jurisprudência: 
1ª) O estelionato absorve a falsidade, quando esta foi o meio fraudulento empregado para a prática do crime-fim que era o estelionato (STJ, Súmula 17: “quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”); (O PROFESSOR CITOU ESSA COMO MAJORANTE) 
2ª) Há concurso formal (STF, RTJ 117/70); 
3ª) A falsidade prevalece sobre o estelionato, se os documentos públicos falsos apreendidos podem ter múltipla utilização, não se configurando a tentativa de estelionato (TRF da 2a. Região, Ap. n. 3612, DJU 20.07.93); 
4ª) Há concurso material (TJSP, RJTJSP 85/366).
Documento público por equiparação
Documento emanado por paraestatal (Ex: Petrobrás); Titulo portador ou transmissível por endosso (Ex: Cheque); Livro mercantil; Testamento particular. 
Bem jurídico 
A Fé pública.
Falsificação de documento particular
Todo aquele que não é público. 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Falsidade ideológica.
OBSERVAÇÕES:   
Se o documento é apreendido em poder do agente, em decorrência de busca domiciliar ou revista pessoal feita por policiais, não haverá crime, pois não houve apresentação do documento, Assim, o mero porte do documento é atípico.
Para que exista esse crime é necessário que a agente queira prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre o fato juridicamente relevante.Ausentes tais finalidades o fato ficara Atípico.
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Supressão de documento
A conduta punível é “fazer uso", ou seja, empregar, utilizar documento falso como se verdadeiro fosse. Faz-se uso de um documento falso, apresentando-o como genuíno (se materialmente falso), ou como verídico (se ideologicamente falso), para qualquer finalidade, desde que juridicamente relevante e relacionada com o fato a que o documento se refere.
 A conduta é comissiva e o documento deve ser utilizado em sua destinação própria, com relevância jurídica. Exige-se o uso efetivo (o documento deve sair da esfera do agente por iniciativa dele próprio), e não a mera alusão ao documento. Requer-se, ainda, que o agente tenha conhecimento da falsidade do documento. 
A utilizaçãode falsificação grosseira não caracteriza o delito. Também o uso de fotocópia de documento sem autenticação não configura o delito.
O objeto material deste crime são os documentos falsos referidos nos artigos 297 (documento público), 298 (documento particular), 299 (documento ideologicamente falso), 300 (documento com falso reconhecimento de firma), 301 (certidão ou atestado ideológico ou materialmente falso) e 302 (falso atestado médico) CP. 
O uso de documento verdadeiro de terceiro como se fosse o próprio não configura o delito em tela, podendo eventualmente configurar a figura do artigo 308 CP, caso se trate de documento de identidade. 
Poderá haver concurso material ou crime continuado se o agente faz uso reiterado do documento falso.
É delito formal e instantâneo, consumando-se com o efetivo uso, ou seja, com o primeiro ato de utilização do documento falso, independente da obtenção de qualquer proveito. 
Não é admissível a modalidade tentada, pois o delito é unissubsistente, ou seja, tentativa de uso já é uso.
Diferença entre falsidade ideológica e falsificação de documento
Na falsidade ideológica o documento é formalmente verdadeiro, mas os dados ali inseridos trazem uma ideia falsa. Falta-lhe veracidade, não legitimidade 
Consumação e tentativa 
Consuma-se este crime com a efetiva omissão (no momento em que o omitente deveria incluir ou declarar), ou inserção (no momento em que o agente conclui o documento). Admite-se tentativa, com exceção da modalidade omitir declaração. 
Figura qualificada 
Ocorre em uma das seguintes hipóteses: se o agente funcionário público praticar o crime prevalecendo-se do cargo; ou se a falsificação/alteração for de assentamento de registro civil (indicados na Lei nº 6.015/73). Todavia, a inscrição de nascimento inexistente configura o delito do artigo 241 CP. E a falsidade posterior ao parto suposto ou à supressão ou alteração do direito de estado de recém-nascido caracteriza do delito do artigo 242 CP (registrar como seu filho de outrem). 
No caso desta forma qualificada, o objeto material do delito é exclusivamente a falsificação/alteração do assentamento de registro civil, que se trata de elemento normativo de valoração jurídica. A falsificação aqui incide exclusivamente sobre o próprio livro/repositórios de inscrições, averbações, e não de meros translados, atestados ou certidões, o que levaria à capitulação do delito no caput. Ex.: nascimento, casamento, emancipações, óbitos, averbações de estado civil.
Crimes contra a honra
Calúnia
Imputação falsa de um fato definido como crime. 
# Denunciação caluniosa – dar causa a instauração de investigação criminal sabendo ser mentira.
Cabe exceção da verdade (possibilidade de provar a veracidade do fato em caso de acusação de calúnia).
Difamação 
Fato ofensivo à reputação. (Pode ser fato verdadeiro ou falso).
Em regra não admite exceção da verdade, salvo, contra funcionário público e a ofensa disser respeito ao exercício da função. 
Admite retratação.
Injúria
Imputação de uma qualidade negativa (ofensa à dignidade ou decoro). Ex: Vagabundo.
Injúria real – Emprego de violência com a intenção de humilhar. Ex: Tapa da mulher traída.
Injúria preconceituosa ou racial 
Obs: Nos crimes contra a honra de funcionário público, no exercício de suas funções, admite-se a legitimidade concorrente do ofendido e do Ministério Público para a propositura da demanda penal.
Dica para lembrar: Gravar na ordem calunia, difamação, injuria (do pior para o menos pior) 
Para lembrar: 
Crime Material – Exige resultado
Crime Formal – Não exige resultado
Crime Permanente – Se prolonga pelo tempo.
Crime Plurissubjetivo – Sempre haverá concurso de agentes
Crime Monossubjetivo – Pode haver ou não concurso de agentes
Dica pra lembrar: Subjetivo – Sujeito/Pessoa/Agente
Crime Plurissubsistente – Cabe tentativa
Crime Unissubsistente – Não cabe tentativa
Animus Necandi – Intenção de matar
Animus Laedendi – Intenção de ferir

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