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RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 1

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Estado, Governo e Administração Pública.
Estado neste contexto é um povo localizado em determinado Território e subordinado a um Governo.
Povo, Território e Governo são os três elementos do Estado.
Povo é o conjunto de indivíduos reunidos em um território ligados pela nacionalidade.
Território é a dimensão espacial/geográfica de um Estado.
Governo é o grupo de autoridades que administram o Estado.
Administração Pública é o conjunto de Órgão e Agentes Públicos que exercem a função administrativa, independente de qual dos três Poderes pertença. Ex. Servidores do STF fazendo licitações para contratar serviços. O STF é o Poder Judiciário, mas licitação é uma função administrativa.
Já administração pública com letras minúsculas é o conjunto de atividades exercidas pela Administração Pública em busca da defesa concreta do interesse público.
Direito Administrativo.
Origem do Direito Administrativo:
O Direito Administrativo surgiu na França a partir das construções jurisprudenciais do Conselho de Estado, tendo sido reconhecido como ramo autônomo a partir do surgimento do Estado de Direito e da Tripartição dos Poderes e consequente necessidade de organização do Estado. 
Conceito: É o ramo do Direito que estipula regras para o funcionamento da máquina pública e a relação entre a administração pública e seus agentes entre sí e com os administrados, bem como, sobre o gerenciamento dos bens públicos objetivando sempre o interesse coletivo.
Fontes do Direito Administrativo: São fontes do Direito Administrativo a Lei (fonte primária), a jurisprudência, a doutrina e os costumes ou praxe administrativa (fontes secundárias). 
Interdisciplinaridade do Direito Administrativo:
O Direito Administrativo brasileiro se relaciona com outros ramos do Direito como:
Constitucional: A CRFB/88 tem um Capítulo inteiro sobre Administração Pública, além de outros a respeito de licitações, servidores públicos etc;
Civil e: O Direito Administrativo guarda ligação com o Código Civil no que diz respeito às definições de bens públicos, contratos, atos administrativos e etc. 
Processual Civil : A lei que regula o processo administrativo sofreu grande influência do CPC no que diz respeito aos princípios e ritos. Também aplica-se o CPC nos processos em que envolvam os administrados e à Fazenda Pública em juízo. Assim também a lei da Ação de Improbidade Administrativa.
Trabalhista: Diversos direitos previstos aos celetistas foram estendidos aos servidores, bem como, o regime jurídico dos servidores guarda grande similaridade com o previsto na CLT. 
Dentre outros.
Sistemas Administrativos:
Existem dois tipos de sistemas administrativos:
Jurisdição Una: De origem inglesa e adotada pelo Brasil (art. 5º, XXXV/CRFB) onde o único habilitado a fazer coisa julgada material, que contém o monopólio da jurisdição é o Poder Judiciário, cabendo rever todos as decisões administrativas;
Contencioso Administrativo: De origem francesa onde o poder de jurisdição é repartido entre o Judiciário e os Tribunais Administrativos. Assim as decisões Administrativas fazem coisa julgada material e não podem ser revistas pelo judiciário.
Interesse público:
 É dividido em primário e secundário.
O interesse público primário é o verdadeiro interesse da coletividade, aquele que visa beneficiar a todos de forma geral e objetiva.
O interesse público secundário por sua vez é o interesse patrimonial do Estado ou o interesse da Administração Pública. Ex.; aumento de tributos para maior arrecadação.
O interesse público secundário nem sempre refletirá o interesse público primário, mas aquele só será legítimo se for instrumental a esse, ou seja, o interesse público secundário só será legítimo se servir de instrumento para atender o interesse público primário. Ex.: Aumentar arrecadação através da criação de tributos para construção de uma creche no bairro ou um hospital, etc.
Função Administrativa:
Função administrativa é aquela exercida preponderantemente pelo Poder Executivo através da Administração Pública visando proteger o Interesse Público.
A função administrativa tem caráter infralegal, ou seja, subordinada à lei. Assim a Administração Pública só pode fazer o que a lei expressamente permite.
A função administrativa é exercida de forma instrumental, ou seja, a Administração Pública possui poderes especiais, prerrogativas sobre os administrados para que o interesse público seja protegido. 
Funções Típicas e Atípicas dos Poderes:
A CRFB/88 em seu art. 2º estabelece a separação dos Poderes como independentes e harmônicos entre si. 
A independência é atribuída a partir do momento em que cada Poder tem sua função típica, quais sejam: Legislativo criar leis inovando no ordenamento jurídico, Executivo administrar o Estado através da execução de ofício das leis criadas e o Judiciário solucionar conflitos de interesses baseado nas leis quando provocado.
Já a harmonia se dá pela capacidade dos Poderes exercerem funções atípicas que são típicas de outro Poder, ou seja, Executivo legislar através de Medidas Provisórias, o Legislativo resolver conflitos como nos Processos de Impeachment e administrar-se mediante realizações de concursos e licitações, bem como o Judiciário.
As funções atípicas são uma exceção à tripartição dos poderes e, portanto devem estar previstas na CRFB/88 pelo constituinte originário e serem interpretadas restritivamente.
As funções básicas da Administração Pública são:
Poder de polícia que limita as liberdades individuais;
Serviços Públicos que prestam serviços à coletividade
Ações de Fomento que estimulam o desenvolvimento da ordem econômica e social.
Princípios Administrativos:
Supraprincípios Administrativos: São dois, dos quais derivam todos os outros.
Supremacia do Interesse Público sobre o Privado: 
Os interesses da coletividade são superiores aos particulares, por isso a administração pública recebe poderes especiais a colocando em posição superior (desigualdade jurídica) ao particular. Deve ser aplicado tanto na elaboração como na aplicação das leis. Só existe é aplicável ao Interesse Público Primário, não abrangendo o Secundário.
Indisponibilidade do Interesse Público:
Os agentes públicos não são titulares do interesse publico, assim, são obrigados a atuar em defesa dele da forma determinada pela lei e não segundo suas vontades. Não é cabível renúncia pelos agentes aos poderes a eles conferidos.
Princípios Constitucionais Administrativos, art. 37, caput, CRFB:
	Legalidade: Subordinação da Administração Pública a Lei, ou seja, a Administração Pública só pode fazer o que a Lei expressamente a permite.
			Bloco de Legalidades: A administração Pública não se subordina apenas a Lei em sentido estrito, mas também ao Direito. Assim deverá respeitar a CRFB, os Tratados Internacionais, princípios, Atos Administrativos normativos, Jurisprudência e Costumes.
	Impessoalidade: A Administração Pública deve ser imparcial na defesa do Interesse Público evitando favorecimentos e perseguições à particulares. Atendimento ao interesse público de forma objetiva.
		Subprincípio da Vedação da Promoção Pessoal, art. 37, §1º: é vedada à Administração Pública a promoção pessoal de agentes ou autoridades públicas na execução dos serviços públicos, obras, programas de governos, etc. Ex.: Esta obra foi realizada pelo Governo Lula.
	Moralidade: Respeito pela Administração pública à ética, boa-fé, probidade, decoro, lealdade e honestidade. O agente público tem o dever de respeitar a moralidade, não podendo se valer da conveniência e oportunidade, pois ela é elemento de validade de qualquer ato administrativo, podendo torná-lo nulo sua ausência. Avaliada de forma objetiva, ou seja, observa a ação e não a intenção do agente. Ex.: Súmula Vinculante 13 proíbe nepotismo, exceto cargos do executivo e primos.
	Publicidade: Diz respeito ao dever de divulgação dos Atos Administrativos,ligado à transparência inerente aos atos da Administração Pública e a seus Agentes. Em regra o Ato só surte efeitos após publicação.
Exceção: Pode ser restringida nos casos de relevante interesse público, segurança nacional, segredo de justiça, etc.
	Eficiência: Incluído pela EC 19/98 visando a desburocratização da Administração Pública através da implantação da Administração Gerencial. A administração Pública deve ser voltada a atender os pedidos da população com economicidade e eficiência, ou seja, utilizando o mínimos de recursos e no espaço de tempo mais curto possível, atendendo o maior número de demanda. 
Princípios Infraconstitucionais:
Autotutela ou Sindicabilidade: Consagra o controle interno da Administração Pública (independência funcional). Assim, ela não precisa recorrer ao Judiciário para anular seus atos ilegais ou revogar os atos inconvenientes que pratica. Anulação envolve ilegalidade e é dever e revogação envolve mérito do ato e é faculdade.
Tutela: O Poder Judiciário tem ampla competência para investigar a legitimidade dos atos praticados pela Administração Pública, anulando-os em caso de ilegalidade. A Administração Pública direta deve fiscalizar os atos da Administração Pública Indireta para que elas cumpram o princípio da Especialidade.
Razoabilidade: Os agentes públicos devem realizar suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso. Atos excessivos dos agentes não condizem com o Interesse Público, finalidade principal da Administração Pública.
Proporcionalidade: Proibição de exagero no poder disciplinar e de polícia. As punições administrativas devem ser condizentes com a realidade fática, proporcional.
Motivação: Todo ato administrativo deve ter sua motivação justificada pelas razões de fato e direito que o levaram a acontecer.
Segurança Jurídica: Proibição de aplicação retroativa de novas interpretações de leis e normas administrativas. Não podem ser afetados por novas interpretações o direito adquirido, a coisa julgada, etc.
Finalidade: Não se admite outro objetivo para o ato administrativo senão o Interesse Público. A Administração Pública deve agir visando à defesa do interesse público primário, que beneficia a coletividade vedando o uso de prerrogativas para fins de favorecimento ou perseguição de terceiros. Pois essa não é a finalidade da Administração Pública. Ex.: Desapropriar por perseguição ou pra favorecer alguém.
O princípio da finalidade também diz que a Administração Pública deve praticar o ato administrativo somente com a finalidade para a qual foi criado. Ex.: Autorizar obra por decreto sendo que a lei exige licença.
Organização Administrativa:
É o estudo da estrutura interna da Administração Pública e dos Órgãos e Pessoas Jurídicas que a compõem.
Para cumprir suas competências constitucionais a Administração Pública faz uso de duas técnicas diferentes: A desconcentração e a descentralização.
Concentração e Desconcentração:
Concentração é o cumprimento das competências administrativas através de Órgão Público despersonalizado e sem divisões internas. Ausência total de repartição de tarefas entre repartições públicas.
Desconcentração as tarefas são divididas entre vários Órgãos Públicos despersonalizados pertencentes à mesma pessoa jurídica mantendo a vinculação hierárquica. Ex.: Ministérios da União, Secretarias de Estado e Municípios, Delegacias de Polícia, Receita Federal, Subprefeituras, Tribunais e Casas Legislativas.
Órgão Público: Os Órgãos Públicos são repartições internas de uma pessoa jurídica de direito público, por isso também são chamados de Repartições Públicas. Não possuem personalidade jurídica própria.
Obs: Alguns Órgãos Públicos como a Presidência e a Mesa do Senado possuem capacidade processual especial para defender suas prerrogativas em habeas data e mandado de segurança.
Obs²: O Ministério Público e a Defensoria Pública apesar de serem Órgãos Públicos possuem capacidade processual para diversas ações.
Administração Pública Direta: O conjunto da somatória de todos os Órgãos Públicos integrantes de cada Ente Federativo. Logo, pertencem a Administração Pública Direta não só a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, mas também os Ministérios da União, Secretarias de Estado e Municípios, Delegacias de Polícia, Receita Federal, Subprefeituras, Tribunais e Casas Legislativas, Prefeituras, Tribunais de Conta.
Espécies de Desconcentração:
Classificadas de acordo com o critério utilizado para desconcentração.
Desconcentração territorial ou geográfica: competências divididas delimitando em que região cada Órgão pode atuar. Assim, cada Órgão Público possui a mesma atribuição material alterando apenas a região de atuação de cada um. Ex.: Delegacia de Polícia e Subprefeitura.
Desconcentração matéria ou temática: competências divididas de acordo com a especialização de cada Órgão sobre determinado assunto. Ex.: Ministérios da União e Secretarias Estaduais e Municipais.
Desconcentração hierárquica ou funcional: competência dividida de acordo com o grau de subordinação de um Órgão ao outro. Ex.: Tribunais Administrativos em relação aos Órgãos de primeira instância administrativa.
Centralização e Descentralização:
Centralização é a técnica de cumprimento de competências realizadas por apenas uma pessoa jurídica, sendo os demais Órgãos despersonalizados. Ex.: União, Estados, DF e Municípios.
Descentralização a competência é distribuída para outras pessoas jurídicas autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade. Ex.: Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Administração Pública Indireta: Conjunto de pessoas jurídicas autônomas criadas pelo Estado para exercer determinada competência. Ex.: Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.
	Concentração e Desconcentração
	Centralização e Descentralização
	Número de Órgãos – apenas um (concentração) ou vários (desconcentração) - que exercem as competências jurídicas, vinculadas a apenas uma pessoa jurídica. 
	Número de pessoas jurídicas autônomas competentes para exercer tarefas públicas. Apenas uma (centralização) ou várias criadas pelo Estado com tal objetivo (descentralização).
Órgão Público:
É uma unidade com atribuição específica dentro da estrutura de organização do Estado. Composto e dirigido por agentes públicos, voltados ao cumprimento de uma atividade estatal.
Teoria da Imputação Volitiva
A atuação do Agente Público é atribuída ao Estado através da Teoria da Imputação Volitiva, ou seja, o Agente Público atua em nome do Estado titularizando um Órgão Público (conjunto de competências) e essa atuação do agente é juridicamente atribuída, imputada ao Estado.
A CRFB/88 em seu art. 37, §6º adota a Teoria da Imputação Volitiva (imputação da conduta do agente à pessoa jurídica pública) ao prever que as pessoas jurídicas de direito público ou privado que exercem função pública respondem pelos danos que seus agentes no exercício de suas funções, causarem a terceiros.
Essa teoria, por exemplo, impede que a pessoa física seja responsabilizada pelos danos causados a terceiros no exercício de sua função pública. Da mesma forma que impede a responsabilização do Estado se o dano foi causado fora do exercício da função pública. Como também, impede o uso das prerrogativas do cargo público fora do exercício da função pública. 
Teoria do Órgão de Gierke 
É a majoritária na doutrina e enxerga o Estado como o Corpo Humano onde cada Órgão (daí o nome), apesar de ligados a uma única pessoa (personalidade), possui funções próprias. Uns com funções mais importantes e outros com funções menos importantes. 
Espécies de Órgãos Públicos:
Quanto à posição hierárquica:
Independentes: Aqueles originados pela CRFB e representativo dos Poderes, não sujeitos a subordinação hierárquica ou funcional. Ex.: Casas Legislativas, Tribunais Judiciários, Ministério Público, Tribunais de Contas e Chefiasdo Executivo.
Autônomos: Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica com competências de planejamento, supervisão e controle. Ex.: Ministérios, Secretarias e AGU.
Superiores: Possuem competências diretivas e decisórias, mas estão subordinados a uma chefia superior. Não possuem autonomia administrativa ou financeira. Ex.: Gabinetes, Procuradorias Administrativas, Coordenadorias.
Subalternos: São Órgãos comuns com atribuições predominantemente executórias. Ex.: portarias, almoxarifados, etc.
Quanto à estrutura:
Simples ou Unitários: Apenas um centro de competência. Ex.: Presidência da República.
Compostos: Constituído por diversos Órgãos menores. Ex.: Secretarias.
Quanto à atuação funcional:
Singulares: Decidem e atuam por meio de um único agente, o chefe. Possuem agentes auxiliares e apenas um único titular. Ex.: Prefeituras.
Colegiados: Decidem e atuam por meio de um colegiado de agentes, de forma conjunta e por maioria. Ex.: Tribunais administrativos.
Criação e Extinção de Órgãos Públicos:
A criação ou extinção de Órgãos Públicos deve ser feita por meio de Lei em conformidade com o art. 48, XI da CRFB. 
A CRFB/88 ainda veda expressamente a criação ou extinção de Órgãos Públicos por meio de Decreto, conforme art. 84, inciso VI, letra a.
Administração Pública Indireta
O Brasil adotou a estrutura descentralizada distribuindo a competência administrativa a outras pessoas jurídicas autônomas para exercerem tarefas específicas. A esse conjunto de personalidades jurídicas autônomas dá-se o nome de Administração Pública Indireta, que é composta por Autarquias, Agências, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
Algumas dessas pessoas jurídicas são de direito público interno (Autarquias e Fundações) enquanto outras são de direito privado, como por exemplo, as Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista.
Por não fazerem parte da Administração Pública Direta, essas pessoas jurídicas descentralizadas não gozam dos mesmos benefícios que aquelas.
As pessoas jurídicas públicas de direito privado que explorem atividade econômica, por exemplo, devem adotar o mesmo regime jurídico que as empresas privadas, de acordo com o art. 173, §1º, inciso II, CRFB.
Já as pessoas jurídicas públicas de direito público, como autarquias e fundações, não gozam de imunidade tributária total, mas apenas no que diz respeito ao seu patrimônio, renda e serviços destinados a sua finalidade essencial, art. 150, §2º, CRFB.
Criação e Extinção da Pessoa Jurídica Descentralizada:
A criação das pessoas jurídicas estatais de direito público se dá por Lei, art. 37, XIX/CRFB. Publicada a Lei, nasce a personalidade jurídica.
A criação das pessoas jurídicas estatais de direito privado é autorizada por Lei, criadas e regulamentadas por decreto e dependem de registro em cartório do ato constitutivo para sua constituição. Nos moldes do Código Civil, art. 45, legislação particular.
Autarquias:
São pessoas jurídicas de Direito Público Interno, com autonomia, patrimônio e receitas próprias, criadas por Lei para exercer funções típicas da Administração Publica que requer para seu melhor funcionamento gestão administrativa e financeira descentralizada.
Ex.: INSS, IBAMA, BACEN, CADE, INCRA e Universidades Públicas como USP e UFRJ.
Obs.: Geralmente a nomenclatura Instituto está relacionada a Autarquias.
Características:
Pessoas Jurídicas de Direito Público: Regras do regime jurídico público aplicável a elas;
Criadas e Extintas por Leis específicas: Nasce com a publicação da Lei específica para sua criação, bem como, é extinta por Lei específica para tal objetivo. Art. 37, XIX. Não pode ser criada ou extinta por Lei multitemática.
Possui autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial: Não são subordinadas hierarquicamente à Administração Pública, mas sofrem um controle chamado de supervisão ou tutela ministerial. Por isso não são independentes como os Órgãos Públicos.
Nunca exercem atividade econômica: Só podem exercer atividades típicas da Administração Pública, quais sejam: poder de polícia, serviços públicos ou atividades de fomento. Se uma atividade econômica é dada à uma Autarquia, passa a ser Serviço Público.
São imunes de impostos: Não pagam impostos sobre seu patrimônio, renda e serviços. Pagam outros tipos de tributos (taxas, contribuições de melhorias, etc.).
Seus bens são públicos: Os bens das autarquias são públicos e, portanto inalienáveis, impenhoráveis e imprescritíveis.
Praticam Atos Administrativos: Os Atos praticados pelos agentes de autarquias são administrativos e são dotados de presunção de legitimidade, exigibilidade, imperatividade e autoexecutoriedade.
Celebram Contratos Administrativos: Os contratos celebrados pelas Autarquias gozam das prerrogativas dos Contratos Administrativos com Regime Privilegiado da Lei 8666/63, com a superioridade contratual da Autarquia sobre os particulares.
Possuem prerrogativas da Fazenda Pública: Apesar de terem capacidade processual própria, gozam dos privilégios da Administração pública Direta como prazos em dobro, desnecessidade de garantir o juízo, sistema de precatórios para pagar dívidas, etc. 
Responsabilidade objetiva e direta: São diretamente responsabilizadas pelos danos que seus agentes causarem e sem necessidade de comprovação de culpa. A administração pública direta pode ser acionada subsidiariamente, caso a Autarquia não tenha condições de arcar com a responsabilização sozinha.
Autarquias Especiais:
São aquelas que possuem uma maior autonomia em relação à Administração Direta.
Agências Reguladoras: São as autarquias especiais com finalidade de regular/fiscalizar determinado setor da economia. Devem ser criadas por Lei Tem poderes especiais e exigem alto conhecimento técnico e colegiado na área que atua. Seus dirigentes são nomeados pelo Presidente da República e não podem ser exonerados a qualquer tempo, pois possuem mandatos com prazos fixos só podendo perdê-los por renúncia ou determinação judicial.
Após o mandato, o dirigente deve cumprir a quarentena não podendo trabalhar por 4 meses no mesmo setor na iniciativa privada sob pena de cometer crime de advocacia administrativa.
Ex.; ANVISA, ANATEL, ANAC, ANS, ANEEL, etc.
Principais diferenças entre Autarquias comuns e Agências Reguladoras:
Dirigente estáveis: Enquanto as autarquias comuns possuem dirigentes que ocupam cargo em comissão de livre nomeação e exoneração, os dirigentes das Agências Reguladoras possuem mandato com prazo fixo não podendo ser exonerados imotivadamente (ad nuntum), mas apenas por fim do mandato, renúncia ou decisão judicial, o que permite aos dirigentes exercerem suas funções com maior independência e autonomia. Os dirigentes devem possuir conhecimento no setor.
Elevado conhecimento técnico no setor: As Agências Reguladoras possuem elevado conhecimento técnico no setor que regulam.
Poder normativo: As Agências Reguladoras possuem poder normativo dentro da sua área de atuação, mas não podem contrariar regras legais ou serem gerais e abstratos. O poder normativo das Agências possuem caráter infralegal.
Agências Executivas: É uma mera qualificação dada aos Órgãos, Autarquias, Fundações da Administração Pública Direta ou Indireta que celebrou contrato de gestão com o Ministério supervisor que estão vinculadas. Possuem maior autonomia gerencial interna, ou seja, nas atividades meio, determinadas mediante contrato conforme previsto no art. 37, §8º da CRFB. São determinadas por Ato do Poder Executivo. Inspiradas na administração gerencial, visam a eficiência.
Fundações Públicas:
Pessoa jurídica de Direito Público interno, criada por lei especifica mediante afetação de um acervo patrimonial do Estado para determinada finalidade.
Ex.: FUNAI, IBGE, FUNASA.
Revestem-se das mesmas características jurídicas das autarquias e podem exercer todas as funções típicas da Administração Pública, como poder de polícia, serviços públicos e atividadesde fomento..
Natureza Jurídica:
Existia uma polémica acerca da natureza jurídica das fundações tendo em vista o disposto no art. 5, II do Decreto 200/67 que previa as Fundações como pessoas jurídicas de Direito Privado. No entanto, tal dispositivo não foi recepcionado pelo art. 37, XIX, que determinou a natureza jurídica de direito público das mesmas.
Empresas Estatais:
São as pessoas jurídicas de Direito Privado pertencentes à Administração Pública Indireta, a saber: Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
Características comuns:
Sofrem controle do Tribunal de Contas, Poder Legislativo e Judiciário;
Contratação mediante licitação prévia. No entanto, empresas estatais exploradoras de atividades econômicas não precisam licitar para contratação de bens e serviços ligados a sua atividade fim, pois inviabilizaria a competição com o setor privado;
Contratação de pessoal mediante concurso público;
Proibição de cumulação de cargos, empregos ou funções;
Contratação pelo regime Celetista, exceto dirigentes que são comissionados.
Impossibilidade de falência.
Empresas Públicas:
Pessoas Jurídicas de Direito Privado, criadas por autorização legislativa (não por Lei como autarquias e fundações), com capital público e regime organizacional livre. Art. 5º, II, DL 200/67
Ex.: BNDES, ECT, CEF, INFRAERO.
Características:
Criadas e Extinção por autorização legislativa, Art. 37, XIX: E não por Lei como as Autarquias e Fundações. A Lei autoriza a criação, depois é baixado um Decreto regulamentando a Lei e posteriormente os Atos Constitutivos devem ser levados a registro em cartório e Junta Comercial para que surja a personalidade jurídica (requisitos empresas privadas do art. 45 , CC).
Todo Capital é público: Não existe na empresa pública Capital privado. O Capital pode vir de vários Entes ou Órgãos diferentes. Ex.: União, uma autarquia estadual e uma empresa pública municipal formam os acionistas de uma empresa pública.
Forma organizacional da empresa é livre: Podendo adotar qualquer forma empresarial admitida pelo Direito Empresarial, ou seja, S/A, LTDA e comandita.
Demandas de competência da Justiça Federal, art. 119 CRFB: Se a empresa for estadual, distrital ou municipal a competência é da justiça comum estadual.
As empresas públicas podem prestar serviços públicos ou explorar atividade econômica.
Prestadoras de Serviços Públicos: Imune a impostos, bens são públicos e impenhoráveis, responsabilidade direta e objetiva (sem comprovação de culpa), Estado responde subsidiariamente. Sujeitas a Mandado de Segurança e sofrem influência maior do Direito Administrativo. Ex.: Empresa de Correios e Telégrafos, ECT.
Exploradoras de Atividade Econômica: Não tem imunidade tributária, bens são privados e penhoráveis, responsabilidade subjetiva (comprovação de culpa). Estado não é responsável subsidiário. Não se Sujeitam a Mandado de Segurança e sofrem menos influência do Direito Administrativo. Ex.: Petrobrás e Banco do Brasil.
Sociedade de Economia Mista:
Pessoas Jurídicas de Direito Privado, criada mediante autorização legislativa, com Capital de maioria pública e organizadas obrigatoriamente na forma de Sociedade Anônima. Art. 5, III, DL 200/67.
Ex.: Petrobras, Eletrobrás, Banco do Brasil, Furnas.
Características:
Criadas e Extinção por autorização legislativa, Art. 37, XIX: E não por Lei como as Autarquias e Fundações. A Lei autoriza a criação, depois é baixado um Decreto regulamentando a Lei e posteriormente os Atos Constitutivos devem ser levados a registro em cartório e Junta Comercial para que surja a personalidade jurídica (requisitos empresas privadas do art. 45 , CC).
Maioria do Capital público: Pelo menos 50% mais uma ação com direito a voto deve pertencer ao Estado (sentido amplo). Deve conter Capital privado sob risco de descaracterizá-la como Sociedade de Economia Mista e caracterizar como Empresa pública;
Forma de Sociedade Anônima: Por expressa autorização legal.
Demandas de competência da Justiça comum estadual: Mesmo que sejam federais. Ex.: Banco do Brasil ação da justiça comum.
Associações Públicas.
Previsto no art. 241 da CRFB a possibilidade dos Entes Federativos consórcios públicos e convênios de cooperação por meio de Lei autorizand a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial d encargos, serviços, pessoal e bens necessários a continuidade o serviços transferidos.
Consórcio Público é o negócio jurídico plurilateral de direito público que tem por objeto a mútua cooperação entre as entidades federativas, resultando a criação de uma pessoa jurídica autônoma com natureza de direito público ou privado. 
As entidades consorciadas podem optar por dois tipos de sociedade de propósito específicos criados após a celebração do contrato.
Consórcio de natureza privada sem fins econômicos: Submete-se as regras de direito civil, devendo observas o Direito Administrativo no que se refere a licitações, contratos, prestações de contas e admissão de pessoal celetista. Não integram a Administração Pública.
Associação Pública: É o consórcio dom natureza de Direito Público. Integra a Administração Pública Indireta dos entes consorciados.
Privilégios dos Consórcios:
Podem promover desapropriações e criar servidões;
Podem ser contratadas pela Administração Pública Direta ou Indireta com dispensa de licitação;
Pode contratar com dispensa de licitação em razão do valor até o dobro do limite permitido.
Atos Administrativos
Ato administrativo é o ato jurídico típico do Direito Administrativo.
Conceito:
Ato administrativo é toda manifestação expedida no exercício da função administrativa, com caráter infralegal, consistente na emissão de comandos complementares a lei com a finalidade de produzir efeitos jurídicos.
Toda manifestação expedida no exercício da função administrativa: nem todo ato administrativo é exercido diretamente por um agente ligado ao Poder Executivo, por isso é expedido no exercício da FUNÇÃO ADMINISTRATIVA que pode ser exercida pelo Judiciário, Legislativo, por um delegatário e concessionário. O ato administrativo também, nem sempre será manifestação de uma vontade, pois existem atos exercidos por máquinas, como por exemplo, o semáforo.
Caráter infralegal: todo ato administrativo é subordinado às leis, não podendo desobedece-las ou infringi-las.
 Emissão de comando complementares a lei: os atos administrativos visam efetivar, materializar o disposto em lei. A lei prevê determinado fato e o ato o materializa.
Finalidade de produzir efeitos jurídicos: como qualquer outro ato jurídico o ato administrativo visa adquirir, modificar, extinguir ou declarar direitos. Tais direitos estão latentes na lei e cabe aos atos administrativos desbloquear sua eficácia legal. Os atoas administrativos desencadeiam direitos já previstos em lei a determinada pessoa, mas não criam esses direitos como outros atos jurídicos. Ato administrativo não cria direito, o direito já foi criado por lei e o ato libera sua eficácia.
Atributos do ato administrativo:
Presunção de legitimidade, imperatividade, exigibilidade, autoexecutoriedade e tipicidade.
Presunção de legitimidade: O ato administrativo é considerado válido para o Direito até que se prove o contrário. Não depende de previsão legal e aplica-se a todos os atos administrativos e da administração. Presunção relativa (juris tantum) que pode ser afastada por prova inequívoca de ilegalidade. O ônus da prova cabe a quem alega.
Obs.: O judiciário não pode analisar de ofício a nulidade de atos administrativos
Imperatividade ou coercibilidade: O ato administrativo pode criar deveres e obrigações aos particulares mesmo sem anuência deles. A imposição do ato administrativo independe da vontade do administrado. Não aplicáveis aos atos enunciativos (atestar, certificar fato ou opinião sobre dado assunto).
Exigibilidade: Poder de aplicar sanções administrativas aos administrados, como multas, advertências,etc. Não aplicáveis aos atos enunciativos (atestar, certificar fato ou opinião sobre dado assunto).
Autoexecutoriedade: Atributo que faz com que alguns atos administrativos possam ser executados sem autorização judicial prévia, utilizando inclusive a força se necessária para desconstituir uma ilegalidade. Poder de compelir física e diretamente o administrado à execução de atos administrativos ou dispositivos legais sem o consentimento do judiciário, como por exemplo, remoção de veículos irregulares, fechamento de restaurante irregular, apreensão de mercadoria contrabandeada. Se diferente da exigibilidade, pois aquela é uma coerção indireta que induz o administrado à obediência, enquanto essa é uma coerção direta que impõe à obediência. Suscetível de controle judicial posterior. A autoexecutoriedade deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
Obs.; devido ao seu caráter coercitivo direto, com uso de força, apenas alguns atos administrativos gozam de autoexecutoriedade. Os que possuem a autoexecutoriedade prevista em lei (fechamento restaurante vigilância sanitária) e os executados em situações emergenciais (dispersão de manifestação violenta).
Tipicidade: O ato administrativo deve ser utilizado para o fim que foi criado. Existe um ato administrativo para cada finalidade que a administração pública deseja alcançar. Já que todo ato administrativo tem presunção de legitimidade e obriga o administrado criando deveres para os mesmos, deve se haver um controle de legalidade desses atos, não permitindo que sejam utilizados sem definição expressa e específica em lei anterior. 
Planos de existência, validade e eficácia dos Atos Administrativos:
Existência/Perfeição: Ato administrativo existe e é perfeito quando cumpriu seu ciclo jurídico de formação, ou seja, quando está revestido dos elementos (conteúdo e forma) e pressupostos (objeto e referibilidade à função administrativa) necessários para ser considerado ato administrativo.
Validade: Ato administrativo válido é aquele que atende os requisitos previstos no ordenamento jurídico. A validade pressupõe a existência do ato, portanto só se pode falar em ato válido ou inválido após o ciclo de formação perfeito. 
Eficácia: Ato administrativo eficaz é aquele apto a produzir seus efeitos, sem nenhuma causa que impede seus efeitos. 
Requisitos dos Atos administrativos:
Para serem válidos os atos administrativos devem possuir os seguintes requisitos:
Competência: Para que o ato seja válido deve ter sido praticado por agente competente definido por lei. Requisito vinculado. 
Objeto: Todo ato dever ter um objeto, ou seja, um conteúdo, uma ordem ou um resultado prático pretendido ao ser expedido. Requisito discricionário.
Forma: Os atos administrativos devem ter forma prescrita ou não proibida por lei. Geralmente são escritos.
Motivo: Situação fática e o fundamento jurídico que autorizam a prática do ato. Ex.: infração de trânsito motiva a multa. Requisito discricionário.
Finalidade: Todo ato deve ser praticado objetivando o interesse público para o qual foi criado. Interesse público pretendido com a prática do ato. A prática do ato objetivando qualquer interesse alheio ao público está viciado por desvio de finalidade.
 Classificação dos atos administrativos
Atos vinculados: São aqueles que não há margem alguma de liberdade, pois a lei define antes todos os aspectos da conduta. Ex.; Aposentadoria compulsória aos 75 anos.
Obs.: Atos vinculados não possuem mérito (juízo de conveniência e oportunidade) e por isso não podem ser revogados. Mas podem ser anulados por vícios de legalidade.
Atos discricionários: São aqueles que dão certa liberdade ao agente, diante do caso concreto, para escolher qual melhor forma de atingir o interesse público. Ex.: Decretos, autorizações, licenças.
Possui mérito, juízo de conveniência e oportunidade no objeto e motivo. Por isso, podem ser anulados por ilegalidade ou revogados por interesse público. Sujeito a amplo controle de legalidade do ato. O mérito não se sujeita a controle judicial.
Extinção de atos administrativos:
Revogação: É a extinção do ato perfeito e eficaz. A revogação é ato discricionário feito por juízo de conveniência e oportunidade visando o interesse público. O ato administrativo só pode ser revogado por ato da autoridade que o criou. Somente a administração pública é competente para revogar seus atos. Devem-se respeitar os direitos adquiridos. Cabível apenas em atos discricionários.
Anulação/Invalidação: É a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração Pública ou pelo Judiciário. Possui eficácia retroativa ex tunc. Decisão vinculada. Cabível em atos vinculados e discricionários desde que sejam ilegais.
Uso e abuso do poder administrativo
Poder administrativo:
A administração pública para cumprir suas competências constitucionais em defesa do interesse público recebe poderes especiais. Esses poderes são instrumentais para a defesa do interesse público, por isso são chamados de poder-dever, pois para cada prerrogativa concedida existe uma obrigação equivalente.
Poder vinculado: A lei ao atribuir determinado poder a administração pública, não dá margem de liberdade ao agente, pois define todos os aspectos das condutas a serem adotadas. O agente público é um simples executor da vontade legal. Ex.: Lançamento tributário, art. 3º CTN.
Poder discricionário: A lei ao atribuir determinada competência a administração pública, da determinada liberdade para o agente em algum aspecto do ato, para que no caso concreto possa avaliar a melhor solução para alcançar o interesse público. A lei não define uma única conduta padrão. Ex.: decreto expropriatório. 
Reza a doutrina majoritária que a discricionariedade do ato incide apenas sobre o objeto e o motivo, pois a competência, a forma e a finalidade serão sempre vinculadas à lei.
Abuso de poder:
O gênero abuso de poder comporta duas espécies: desvio de poder e excesso de poder.
No desvio de poder (desvio de finalidade) o agente competente executa o ato com interesse alheio ao interesse público.
Teoria subjetiva do desvio de poder: basta à intenção viciada do agente público ao praticar o ato para que ele seja considerado nulo. O interesse público nunca será atingido se realizado por motivo ilegal. Ex.: prefeito desapropria terreno de inimigo político. Desvio de finalidade mesmo que o terreno se mostre o mais adequado.
Teoria objetiva do desvio de poder: não basta a intenção viciada, mas também a violação concreta do interesse público. Ex.: prefeito desapropria terreno de inimigo político para construção de creche. Terreno é a melhor opção para a creche. Não há desvio de finalidade.
No excesso de poder o agente competente ultrapassa os limites da sua competência, exorbitando o uso de suas atribuições. Desproporcionalidade entre o fato e a conduta praticada pelo agente.

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