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1 ANAIS DO IV ECAT ENCONTRO CIENTÍFICO DA FACULDADE ARTHUR THOMAS Londrina 2015 2 EXPEDIENTE INSTITUIÇÃO ORGANIZADORA FACULDADE ARTHUR THOMAS LOCAL CAMPUS DA FACULDADE ARTHUR THOMAS CIDADE LONDRINA DATA DE APRESENTAÇÃO DOS RESUMOS 08.10.2015 COMISSÃO CIENTÍFICA ORGANIZADORA Profª Mestre Valéria Martins Oliveira – COORDENADORA DO CURSO DE DIREITO Prof Mestre Flávio Pierobon Profª Mestre Francielle Calegari de Souza Profª Mestre Natalia Branco Lopes Krawczun ORGANIZAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO – ANAIS Profª Mestre Natalia Branco Lopes Krawczun 3 E19aECAT – IVEncontro Científico do Curso deDireito da Faculdade Arthur Thomas Anais [recurso eletrônico]IVECAT –Encontro Científico do curso de Direito da FaculdadeArthur Thomas - OrganizadoresProf.ª MestreValéria M. de Oliveira, Prof.ªFrancielleCalegari de Souza, Prof. Mestre Flavio Pierobon –Organização e Diagramação: Prof.ª. Mestre Natalia Branco Lopes Krawczum -Londrina, 2015. Disponível em:<http://www.faatensino.com.br/encontro-cientifico-da- faculdade-arthur-thomas/> ISSN 2446-6387 1. Interdisciplinaridade 2. Artigos Científicos 3.Direito. I. Faculdade Arthur Thomas. II. Título. CDU340 Bibliotecária responsável: Ana Regina de Souza CRB 002/2015 4 SUMÁRIO A IMPORTÂNCIA DA PERICIA AMBIENTAL Valéria Martins Oliveira e Wilma Calegari __ _____ __________09 HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL E DIREITO PENAL Renê Chiquetti Rodrigues e Diego Prezzi Santos______ ______ ___________ 11 VIOLAÇÃO E SANÇÃO NA LEI DE DIREITO AUTORAL E SEUS CONTRAFATORES Michel Gonçalves Borsato e Natalia Branco Lopes Krawczun________________________13 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE NA SOLUÇÃO DE CONFLITOS ENTRE LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E DIREITO À PRIVACIDADE Francielle Calegari de Souza e Miguel Angelo Aranega Garcia_ ____________________15 DIREITO DO INDIO NO BRASIL Marcio Gutuzo Saviani, Andrey Vinicius de Sá, Flávia Fernanda Santana, et al _________________________________________________________________________17 A RELAÇÃO EMPREGABILIDADE E RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Marcio Ricardo Ruiz________________________________ _____ _______19 O DIREITO A LIBERDADE RELIGIOSA Marcio Gutuzo Saviani, Alexandre Bilk, Gustavo Vieira, et al _____ ____________20 O DIREITO DE SER MULHER Marcio Gutuzo Saviani, Mary Anne Wobeto de Lima, Mirelly Jéssica Batista da Silva Faversan, et al__________________________ ______________________22 A MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO COMO MODELO DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Marcio Ricardo Ruiz__________ ____________ ___________________24 O DIREITO E A QUESTÃO RACIAL NO BRASIL Márcio Gutuzo Saviani, Awdrey Michella Bezerra de Araujo, Daniella Giani de Souza Torres, et al___________________ __________ _______________________________25 OS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES Marcio Gutuzo Saviani, Gabrielli Dias, Elen Conegundes, et al_______________________27 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO COMO FATOR MOTIVACIONAL Marcio Ricardor Ruiz_____________________ _____________ ______________29 5 HERÓIS E GUERREIROS: UM ESTUDO DE CASO DA CONSTRUÇÃO DO ARQUÉTIPO DO HERÓI NA HOMENAGEM DA NIKE AO CORINTHIANS Davi Gonçalves Dias________________________________________________________30 A BOA-FÉ OBJETIVA E A INTERPRETAÇÃO DAS CLÁUSULAS EXCLUDENTES DE COBERTURA SECURITÁRIA NOS CASOS DE SUICÍDIO À LUZ DA APLICAÇÃO DO DIÁLOGO DAS FONTES E DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Fernanda Martins Simões e Indyanara Cristina Pini________________________________32 AS REAIS CONSEQUÊNCIAS DA LEGALIZAÇÃO DA MACONHA Francielle Calegari de Souza e Jeniffer Kawane de Oliveira__________________________34 A PRIMAZIA DA AFETIVIDADE NAS RELAÇÕES FAMILIARES Fernanda Martins Simões e Wilma Calegari______________________________________35 A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DO LAZER E SEUS BENEFÍCIOS À SAÚDE: UMA INVESTIGAÇÃO EXPLORATÓRIA Claudio Luiz Chiusoli, Arnaldo M. Carvalho, Devanir Jeronimo Silva, et al _________________________________________________________________________37 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL - PERSPECTIVAS CONSTITUCIONAIS NA LEGISLAÇÃO PENAL Erika Fernanda Tangerino Hernandez e Luciana de Souza Sarzedas___________________38 A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM DO LIXO DOMÉSTICO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Claudio Luiz Chiusoli, Ademir Luis, Adevalter Alvin da Silva Junior, et al________________________________________________________________________41 UM ESTUDO SOBRE O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR UNIVERSITÁRIO DIANTE DAS COMPRAS DE COSMÉTICOSPOR MEIO DO E- COMMERCE VERSUS COMPRA DIRETA Claudio Luiz Chiusoli, AngelaScanavez Frederico, Angelica Barraca Men _________________________________________________________________________42 NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS CONSUMIDORES SOBRE A REALIZAÇÃO DE COMPRAS PELO COMÉRCIO ELETRÔNICO Claudio Luiz Chiusoli, Antenor Viotti Neto, Bruno Ribeiro Correia, et al ______________43 PERCEPÇÃO DOS UNIVERSITÁRIOS SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL NO SETOR BANCÁRIO Claudio Luiz Chiusoli, Elisangela C. Azevedo, Gabriel Cavalcante, et al________________________________________________________________________44 O MUNDO ESTÁ DIMINUINDO! Erika Fernanda Tangerino Hernandez e Soraia Giovana Ladeia Forcelin________________45 6 CARTÃO DE CRÉDITO: MITOS E VERDADES NO USO ENTRE OS UNIVERSITÁRIOS Claudio Luiz Chiusoli, Diego Augusto, Edson De Almeida Fujiwara, et al _________________________________________________________________________46 A COLABORAÇÃO VOLUNTÁRIA COMO REFORÇO AO PROCESSO DEMOCRÁTICO Regina Maria Amãncio, Cristian Demetrio e Flávio Pierobon________________________48 VAIDADE MASCULINA: USO DE COSMÉTICOS PELO PÚBLICO MASCULINO Claudio Luiz Chiusoli, Daiane Maria Forim, Daniela Maria Forim, et al _________________________________________________________________________49 A INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 12.654/2012 QUANTO À OBRIGATORIEDADE DA IDENTIFICAÇÃO GENÉTICA DOS CONDENADOS POR CRIMES HEDIONDOS Erika Fernanda Tangerino Hernandez e Uliana Ferreira Lara_________________________50 O PREJUÍZO DO FORNECEDOR QUANTO AO DIREITO DE ARREPENDIMENTO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO À LUZ DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ Bruno Galoppini Felix e Thayná Lie de Camargo__________________________________52 ESTRATÉGIA COMO PRÁTICA: UMA ALTERNATIVA DE PESQUISA A PARTIR DO PARADIGMA INTERPRETATIVISTA E SUAS CATEGORIAS Marcos Rubo, Mario Nei Pacagnan, Fernando Antonio Prado Gimenez________________54 A IMUNIDADE PARLAMENTAR EM FACE DOS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E DA DIGNIDADE Erika Fernanda Tangerino Hernandez e Ângela Tereza Lucchesi______________________55 A ESTRATÉGIA COMO PRÁTICA REVISITADA POR MEIO DE MODELOS APLICADOS Marcos Rubo, Mario Nei Pacagnan e Fernando Antonio Prado Gimenez_______________58 ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS GRANDES EMPRESAS DO PÓLO CALÇADISTA DE BIRIGUI MarcosRubo e Mario Nei Pacagnan____________________________________________59 LIBERDADE OU DECADÊNCIA: OS PERIGOS DO ANTICONCEPCIONAL Stefani Magalhães André, Maira Dias e Adiloar Frannco Zemuner____________________60 O DIREITO AO MORRER COM DIGNIDADE: UMA CRÍTICA À DISTANÁSIA À LUZ DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Alexandro Rodeguer Baggio e Marcos Roger Ribeiro______________________________62 7 A UTILIZAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL COM BASE NO ART. 47 DA LEI Nº 11.101/2005 COMO FATOR DECISIVO PARA EMPRESAS EM CRISE Alexandro Rodeguer Baggio e Israel Dias Borborema______________________________65 APAC – MODELO DE RESSOCIALIZAÇÃO Francielle Calegari de Souza e Carina de Castro___________________________________68 ASPECTOS CULTURAIS NO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DOS NEGÓCIOS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS DE EMPRESAS DA CIDADE DE LONDRINAMario Nei Pacagnan, Renato da Rocha Neto e Matheus Soares Campoli ____________________________________________________70 A DESAPOSENTAÇÃO NO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Mariana Gonzalez Cruz e Bernadete Lema Mazzafera______________________________71 O COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO DE EMPRESAS NO MERCADO DE LONDRINA Mario Nei Pacagnan, Renato da Rocha Neto e Matheus Soares Campoli________________73 JUSTIÇA RESTAURATIVA: FUNCIONAMENTO NO SISTEMA PENAL BRASILEIRO Francielle Calegari de Souza e Diva da Silva Pires de Lima__________________________74 A IMPORTANCIA E UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO DE MARKETING PARA APOIO A TOMADA DE DECISÃO: UM ESTUDO NO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL Mario Nei Pacagnan, Renato da Rocha Neto e Matheus Soares Campoli________________76 LEI 13.152 DE 29 DE JULHO DE 2015 – UMA DISCUSSÃO SOBRE A VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, O MÍNIMO EXISTENCIAL E A RESERVA DO POSSÍVEL Marcelo Luiz Hille, Marcello Jordão Gomes Ribeiro e Pamela Mikaeli Vicente__________77 ALINHAMENTO ENTRE GESTÃO DE PROCESSOS E ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA UNIMED LONDRINA Mario Nei Pacagnan, Renato da Rocha Neto e Matheus Soares Campoli,et al _________________________________________________________________________79 REPRODUÇÃO ASSITIDA E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES LEGAIS Lídia Francisca Pereira e Flávio Pierobon________________________________________80 LEVANTAMENTO SOBRE AS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS QUANTO AO TEMA ESTRATÉGIA NOS EVENTOS ENANPAD E 3ES DOS ÚLTIMOS DEZ ANOS Mario Nei Pacagnan, Renato da Rocha Neto e Matheus Soares Campoli, et al________________________________________________________________________82 SANÇÕES AO CYBERBULLYING NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Bruna Caroline dos Santos e Bernadete Lema Mazzafera____________________________83 8 O COMBATE A CORRUPÇÃO COMO FORMA DE PROMOÇÃO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Diego Rodrigues e Regina Maria Amâncio_______________________________________85 UM LEVANTAMENTOSOBRE AS PUBLICAÇÕESCIENTÍFICAS QUANTO AO TEMAPLANEJAMENTO DE MARKETING NOS EVENTOS ENANPAD E EMA DOS ÚLTIMOS DEZ ANOS Mario Nei Pacagnan, Renato da Rocha Neto e Matheus Soares Campoli, et al _________________________________________________________________________86 REFLEXÕES SOBRE OS OBJETIVOS DO PROFESSOR DE ENSINO SUPERIOR Bernadete Lema Mazzafera, Adilson Vieira Araújo e Valéria Martins Oliveira___________87 DIREITO AMBIENTAL: NATUREZA JURÍDICA, LEGISLAÇÃO E EFICÁCIA DA NORMA Valéria Martins Oliveira e João Vitor Martins Oliveira _____________________________89 SOBRE CINEMA E PIPOCA Vanina Dalto e Silvana Aparecida Plastina Cardoso________________________________91 EXPLORANDO A UTILIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE MARKETING NO CASO DE INDÚSTRIAS PARANAENSES Marcos Rubo, Mario Nei Pacgnan e Wesley Vieira da Silva_________________________93 O TOMBAMENTO ENQUANTO INSTRUMENTO JURÍDICOS DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL BRASILEIRO Thaís Canhizares Rossini, Bernadete Lema Mazzafera e Adilson Vieira Araújo__________94 ANEXOS Fotos do evento____________________________________________________________96 , 9 A IMPORTÂNCIA DA PERICIA AMBIENTAL Valéria Martins Oliveira Professora orientadora e coordenadora do curso de Direito da Faculdade Arthur Thomas Wilma Calegari Discente da Faculdade Arthur Thomas RESUMO Meio Ambiente, conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Portanto, todos nós causamos impacto ambiental. O impacto ambiental pode ser positivo ou negativo e está baseada na alteração do meio ambiente ou em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade humana. Alterações positivas podem trazer benefícios e alterações negativas malefícios. Avaliar as conseqüências destas ações para que possa haver a prevenção da alteração da qualidade do ambiente após a execução dessas ações é uma das importantes ações que a perícia ambiental proporciona. Quando tratamos da perícia ambiental estamos tratando eminentemente de uma perícia científica, portanto, um laudo confeccionado não carrega opinião do perito, mas questões baseadas em comprovações científicas. Compete enfatizar que crimes contra o meio ambiente são relativamente pequenos, tanto na esfera administrativa, civil ou penal, mas isto não interfere na agilidade do processo nem nas etapas incluindo a solicitação de perícia, pois dentre os crimes temos os mesmos relacionados com a Fauna, a Flora, Poluição ou Crimes Ambientais, Crimes contra o Ordenamento urbano e o Patrimônio Cultural e os crimes contra a Administração Ambiental, de conformidade com a Lei nº. 9.605/98 cap. V. Dentro do crime relacionado à Fauna destacamos o tráfico de animais, analisado como espécie de crime organizado. Flora, conjunto de espécies vegetais, neste quesito destacamos o crime da não conservação da qualidade das águas e de proteção do solo. Nos crimes de poluição ou crimes ambientais há uma complexidade pericial em razão da necessidade de se caracterizar a poluição, partindo de uma fonte e os possíveis poluentes lançados sobre a mesma. Para que seja qualificado como crime é necessário que se comprove níveis de poluição com possibilidade de se estabelecer limites entre o apresentado e o permitido, constatar níveis de mortandade de animais ou destruição da flora. O crime relacionado contra a Administração Ambiental trata-se de uma inovação dento da perícia ambiental, pois tais crimes estão relacionados a condutas administrativas e não diretamente sobre o meio ambiente, não menos importante é feito a perícia em documentos para a verificação se a licença concedida estava de acordo com as condutas descritas no art. 66 da Lei de Crimes Ambientais. O art. 69-A da presente Lei define as condutas: “Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão”. Pode ser também que se faça necessária a perícia de campo para a devida verificação e caracterizar a falsidade do documento e a constatação do dano ambiental de forma enganosa a partir de uma falsa informação. A perícia ambiental é um ramo da criminalísticaque 10 está se desenvolvimento com certa celeridade graças a programas de parceria entre governo e empresas privadas no intuito de se buscar uma aproximação ideal diante da justiça ambiental e o cumprimento de dispositivos que prevê um meio ambiente equilibrado, direito de todos inclusive das gerações futuras. E assim o Direito Ambiental consagra uma forma de lutar para a preservação da qualidade do ecossistema e valorização da biodiversidade e assim instituir uma nova relação e um novo conceito da relação entre Homem e Natureza. REFERÊNCIAS CARVALHO, Carlos Gomes. O que é Direito Ambiental. Florianópolis: Habitus, 2003. JUNIOR, Arthur Migliari. Crimes Ambientais: Lei 9.605/98: novas disposições gerais penais: concurso de pessoas: responsabilidade penal da pessoa jurídica: desconsideração da personalidade jurídica. Campinas: Interlex Informações Jurídicas, 2001. VELHO, Jesus Antonio; GEISER, Gustavo Caminoto; ESPINDULA, Alberi. Ciências Forenses: uma introdução às principais áreas da criminalística moderna. Campinas: Millennium, 2012. 11 HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL E DIREITO PENAL Renê Chiquetti Rodrigues Mestrando em Direito pela UFPR Diego Prezzi Santos Doutorando em Direito pela FADISP RESUMO O ordenamento jurídico brasileiro recentemente experienciou o que se convencionou denominar de “constitucionalização do direito” (SOUZA NETO e SARMENTO, 2007). Isto significa não apenas o fato de que a Constituição passa a figurar no centro e no topo do ordenamento jurídico e que seu texto normativo para incorporar inúmeros temas afetos aos ramos infraconstitucionais do direito, mas, significa, especialmente, “um efeito expansivo das normas constitucionais, cujo conteúdo material e axiológico se irradia, com força normativa, por todo o sistema jurídico” (BARROSO, 2009, p. 62). Nesse sentido, a constitucionalização dos direitos fundamentais os imunizada em relação ao processo político majoritário – sua proteção passa então a caber ao Judiciário, retirando a sua configuração mínima do alcance do legislador ordinário. A nova percepção da Constituição e de seu papel na interpretação jurídica em geral implicou numa nova configuração hermenêutica do fenômeno jurídico como um todo. Isto, pois, a interpretação constitucional exigiu uma construção conceitual inovadora, diferente dos instrumentos oferecidos pela clássica hermenêutica jurídica. Em que pese a hermenêutica jurídico-constitucional não ignorar os processos que presidem a interpretação jurídica em geral, as peculiaridades do texto constitucional e algumas de suas funções tornam necessário o estabelecimento de diretrizes ou técnicas específicas para a sua interpretação. O objetivo do presente estudo é destacar o uso de uma de tais técnicas de hermenêutica constitucional em um dos vários ramos que compõem o ordenamento jurídico brasileiro. De modo mais específico, trata-se de se investigar o uso da técnica de interpretação conforme à Constituição no âmbito do direito penal brasileiro. Apesar da legislação vigente e de alguns autores distinguirem a técnica da interpretação conforme à Constituição da técnica de declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto (V.g. TAVARES, 2012) o professor Lothar Kuhlen, ao contrário, sustenta que “a interpretação conforme à Constituição coincide com o juízo de inconstitucionalidade [...] em seu componente negativo, isto é, na rejeição das variantes interpretativas inconstitucionais” (2012, pp. 28 e 29). Para o jurista alemão, “uma norma deve ser interpretada conforme à Constituição quando existem várias possibilidades interpretativas das quais ao menos uma conduz à conformidade da norma com a Constituição e, ao menos outra, à inconstitucionalidade da norma” (ibidem, p. 24). Para o respectivo autor, a interpretação conforme à Constituição se distingue da interpretação orientada à Constituição na medida em que esta última “exige ter em conta as previsões jurídico-constitucionais relevantes na hora de eleger entre diversas variantes interpretativas conforme à Constituição”(ibidem, p. 25). A interpretação orientada à Constituição “não possui o elemento negativo próprio da interpretação conforme à Constituição, isto é, a rejeição de uma determinada 12 variante interpretativa como constitucional (ibidem, p. 27). Uma terceira e última possibilidade seria a interpretação conforme à nenhuma Constituição, que ocorre quando a norma jurídica é completamente inconstitucional. De tal modo, a partir das considerações de Lothar Kuhlen, é possível afirmar que não haveria distinção essencial entre a técnica de interpretação conforme à Constituição e a técnica de declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, sendo esta última um elemento necessário da primeira. Na medida em que à um texto normativo (lei) é possível se atribuir vários sentidos distintos (normas) – em razão da inevitável “textura aberta” apresentada pelo próprio direito (H.L.A. HART, 1994) – e que as leis penais não são capazes de renunciar ao uso de conceitos indeterminados (apesar da existência do princípio penal da taxatividade), a interpretação conforme à constituição consiste atualmente numa ferramenta interpretativa fundamental para se determinar o âmbito do juridicamente punível através de uma perspectiva de cooperação entre legislação e jurisdição constitucional. Em suma, a técnica da interpretação conforme à Constituição no âmbito do direito penal – no sentido proposto por Lothar Kuhlen – implica na tese de que a validade de um tipo penal não depende unicamente de considerações acerca da taxatividade do texto legal (plano sintático), mas também e necessariamente incluem o enfoque das possibilidades de interpretação judicial (planos semântico e pragmático). REFERÊNCIAS: BARROSO, Luis Roberto. “Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do Direito (O triunfo tardio do direito constitucional no Brasil)”. In: QUARESMA, Regina; OLIVEIRA, Maria Lúcia de Paula; OLIVEIRA, Farlei Martins Riccio de. Neoconstitucionalismo. Rio de Janeiro: Gen – Forense, 2009. pp. 51-91; H.L.A. HART. The Concept of Law. 2ed. Oxford: Oxford University Press. Clarendeon Law Series, 1994; KUHLEN, Lothar. La Interpretación Conforme a la Constituición de las Leyes Penales. Madrid: Marcial Pons, 2012; SOUZA NETO, Cláudio Pereira de; SARMENTO, Daniel (Coord.). A Constitucionalização do Direito: fundamentos teóricos e aplicações específicas. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007; TAVARES, André Ramos. verbete “Interpretação Constitucional” In: DIMOULIS, Dimitri (Coord.). Dicionário Brasileiro de Direito Constitucional. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 13 VIOLAÇÃO E SANÇÃO NA LEI DE DIREITO AUTORAL E SEUS CONTRAFATORES Michel Gonçalves Borsato Discente da Faculdade Arthur Thomas Natalia Branco Lopes Krawczun Professora orientadora da Faculdade Arthur Thomas RESUMO Ao direito do autor, podemos observar o conceito de que “o homem é um artista por sua própria natureza, visto que é provido de raciocínio e capacidade de criação”. A este ponto é preciso entender que o Direito intelectual divide-se em direito industrial e direito autoral. Sucintamente ambas protegem a criação de um objeto arte criado ou aperfeiçoado pelo homem, abrangendo valores que podem ser inseridos no mercado como produtos ou não, sendo assim, o que se preza a esse criador é o direito que ele tem sobre esse objeto arte. Nesse sentindo o direito autoral divide-se em direito moral e direito patrimonial, cada um contendo suas próprias características dentro da lei. No art. 5°, inciso XXII e XXIII da Constituição Federal de 1988, é expressa a garantia fundamental do direitoda propriedade, como também a proposta da função social. Não distante encontramos respaldo na atual Lei de Direito Autoral 9.610/1998 (LDA), que rege os Direitos Autorais mínimos tendo o autor uma proteção prevista ao mundo jurídico. Não distante observamos que a arte criada se direciona ao cuidado moral do criador, em especial ao direito da dignidade da pessoa humana, ou seja, a exposição do fruto de seu intelecto o torna digno de eternizar seu “nome” de identificação com a obra. É importante salientar que o Código Civil, Código de Processo Civil, Código de Defesa do Consumidor, Código Penal, Tratados Internacionais, e outros não deixam de complementar o assunto autoral. O Código Civil de 2002 no art. 186 complementa tratando dos atos ilícitos, em que “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, valor direito e causa dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”, assim, a esse que em ato ilícito vier a causar dano ao próximo ficara obrigado a repará-lo, em sua medida, fulcro também ao art. 927, do já citado diploma legal. A lei específica - LDA, no titulo III, trata o aspecto moral do autor, tendo o legislador a sensibilidade de constar no art. 27, que os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis, logo não podem ser alienados e nem serem renunciados. Todavia, diferentemente ocorre com os direitos patrimoniais. O art. 30 da mesma afirma que “no exercício do direito de reprodução, o titular dos direitos autorais poderá colocar à disposição do público a obra, na forma, local e pelo tempo que desejar, a título oneroso ou gratuito”, tanto é que em seu art. 3° expõe que “os direitos autorais reputam-se, para os efeitos legais, bens móveis”. Observamos que somente é possível a venda dos direitos patrimoniais da obra autoral, mas nunca os direitos morais. O titulo VII da LDA, especifica que as violações dos direitos autorais civis se aplicam sem prejudicar as penais. Quando há intenção de pleitear o direito autoral, há o respaldo sobre a violação civil, ou seja, existe um leque de 14 possibilidades ao autor, é o que acontece em algumas circunstâncias, por exemplo, em uma liminar o juiz a pedido do autor pode determinar busca e apreensão das obras reproduzidas, ou suspensão da divulgação, sem prejuízo de indenização para quem solicita, e, inclusive, se tiver vendido exemplares deverá indenizar o autor. Importante o detalhe do parágrafo único do art. 103 que preleciona que, “não se conhecendo o número de exemplares que constituem a edição fraudulenta, pagará o transgressor o valor de três mil exemplares, além dos apreendidos”. Essa e quaisquer outras afrontas ao direito autoral o legislador apresenta como figura do contrafator, quando esclarece no art. 104, que responderá com responsabilidade solidária os contrafatores - as outras partes que se interligarem - importando e distribuindo em caso de reprodução no exterior. Embora existam outras possibilidades de sanção, inclusive administrativa e penal. Outra sanção patrimonial é o caso do art. 106 da LDA em que o violador do direito autoral pode em sentença condenatória perder por destruição os exemplares ilícitos, sua matriz, moldes, negativos, maquinas, equipamentos, insumos quando houver finalidade e serviço único para o fim ilícito inflacionário ao direito autoral. REFERÊNCIAS: BARBOSA, Denis Borges. Direito de autor: questões fundamentais de direito de autor. Rio de Janeiro: Lumens Juris, 2013. BITTAR, Carlos Alberto. Direito do Autor. 5° ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. BRASIL. Código Civil. Lei 10.406/2002. BRASIL. Constituição Federal. 1988. BRASIL. Legislação sobre Direitos Autorais e dá outras providências. Lei 9.610/1998. DUARTE, Eliane Cordeiro de Vasconcellos; PEREIRA, Edmeire Cristina. Direito Autoral: Perguntas e Respostas. Curitiba: UFPR, 2009. FIGUEREIDO,Fábio Vieira. Direito de Autor. Proteção e disposição extrapatrimonial. São Paulo: Saraiva, 2012. PARANAGUA, Pedro; BRANCO, Sérgio. Direitos Autorais. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009. 15 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE NA SOLUÇÃO DE CONFLITOS ENTRE LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E DIREITO À PRIVACIDADE Francielle Calegari de Souza Professora da Faculdade Arthur Thomas Miguel Angelo Aranega Garcia Professor da Faculdade Arthur Thomas RESUMO Um dos conflitos mais frequentes ocorre justamente entre o direito à privacidade e o direito à liberdade de informação, ambos, como já citado, previstos na Constituição Federal. Surge então o conflito entre o interesse privado e uma organização cujas finalidades econômica e social proporcionam meios tecnológicos para atingir seus objetivos. Uma situação desequilibrada, desproporcional, com uma invasão inescrupulosa e agressiva à intimidade e à privacidade de um indivíduo. O problema se amplifica quando tais fatos socialmente relevantes e relacionados à vida privada apresentam características criminosas, e de um lado se postula um direito coletivo de informação em contraponto com o direito de reserva e discrição destes fatos, levando-se em consideração repercussão social, consequências morais e jurídicas desta publicidade. E na ausência de normas específicas para este problema, aplica- se o princípio da proporcionalidade, que proporciona uma interpretação equilibrada e coerente na solução desses conflitos, tendo em vista que nenhuma garantia constitucional possui valor absoluto. Sabe-se que os direitos fundamentais não são ilimitados, nem mesmo absolutos, são limitados por outros direitos, também fundamentais, por isso se faz necessária sua aplicação com ponderação quando surgem conflitos, colisão. Nesse método, a ponderação de interesses aplica-se somente quando caracterizado de fato o conflito de direitos, uma vez que um direito não é mais importante que o outro. Apenas em determinada situação, em virtude da importância no caso em questão, um será preterido em relação ao outro. É nesse momento que se aplica o princípio da proporcionalidade, o qual irá sopesar princípios e direitos fundamentais, interesses e bens jurídicos em questão, quando em contradição, resolvendo o conflito, de forma que não se viole ou desrespeite nenhum dos envolvidos no caso concreto. Ao se colidirem os direitos fundamentais em um caso concreto, deve-se ponderar, buscar harmonizá-los, evitando o prejuízo das partes. Se assim não for, como saber se a privacidade tem maior peso que a informação? Sem a ponderação, não existe forma de se resolver essa questão. A melhor forma de aplicação destes direitos no caso concreto será melhor traduzida com a busca do equilíbrio e da harmonia, da ponderação utilizada pelo princípio da proporcionalidade. Muito embora seja impossível determinar primazia absoluta a determinado princípio, mesmo utilizando-se o método de ponderação, geralmente quando o direito de informar ferir ou provocar qualquer tipo de sacrifício injusto da intimidade, da honra ou da imagem dos indivíduos, ou seja, sempre que violar a privacidade de alguém, este princípio deve ceder. Nesse contexto, a proporcionalidade será responsável por resolver o conflito entre as garantias 16 constitucionais do direito à informação, à liberdade de imprensa e ao direito da intimidade. Praticamente unânime é o entendimento dos tribunais superiores, quando se trata de conflito entre os direitos à informação e à privacidade. Percebe- se claramente a aplicação do princípio da proporcionalidade, em que se analisa a veracidade da informação e sua importância ao interesse público, em detrimento à invasão da privacidade do indivíduo, no caso concreto. Tanto o Supremo Tribunal Federal como o Superior Tribunal de Justiça tem se utilizado do método de ponderação de princípios para solucionar estes conflitos, priorizando o equilíbrioentre os direitos conflitantes. A circulação da informação é imprescindível para o bom andamento da democracia, assim como a privacidade do indivíduo. O que deve prevalecer: o direito da sociedade em ser informada ou o direito das pessoas em ter sua intimidade e honra resguardada, preservada? Dessa forma, aplica-se o método de ponderação, que analisa qual dos lados tem maior peso, maior importância, em cada caso concreto. Não existe uma fórmula, existe a necessidade de analisar e equilibrar cada um desses casos. Geralmente, baseiam-se no interesse público da informação. Se a notícia divulgada sobre determinado fato for de interesse público, for relevante à coletividade, “vence” o direito à informação. No entanto, se ocorrer o prejuízo do indivíduo em decorrência da invasão de sua privacidade, existe a possibilidade de obter indenização por ofensa à honra ou à intimidade. Portanto, o direito à informação não é absoluto. Outro fator importante a ser analisado é se a informação divulgada é verídica. Tanto o STJ como o STF coloca este fator como condição indispensável para configurar o interesse público. Se não for verdadeiro, o interesse público não pode consentir ofensa à honra, à dignidade, à intimidade do indivíduo. À guisa de conclusão, nesse contexto, infere-se que o princípio aqui articulado traduz o equilíbrio e a harmonia da ponderação entre direitos e interesses, a partir da luz do caso concreto em detrimento da melhor aplicação e efetivação desses mesmos direitos. REFERÊNCIAS: ARAUJO, Luiz Alberto David. A Proteção Constitucional da Própria Imagem: Pessoa física, pessoa jurídica e produto. Belo Horizonte: Del Rey, 1996. BARROSO, Luís Roberto. Liberdade de expressão versus direitos da personalidade. Colisão de direitos fundamentais e critérios de ponderação. In: SARLET, Ingo Wolfong (org.). Direitos Fundamentais, Informática e comunicação: algumas aproximações, Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. CALDAS, Pedro Frederico. Vida Privada, Liberdade de Imprensa e Dano Moral. São Paulo: Saraiva, 1997. FACHIN, ZULMAR. Liberdade de Manifestação do Pensamento versus Privacidade: aplicação do princípio da proporcionalidade. Cadernos Jurídicos, v. 17, abril 2011. FARIAS, Edilsom Pereira de. Colisão de direitos: a honra, a intimidade, a vida privada e a imagem versus a liberdade de expressão e informação. 2ª ed. atual. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 2000. GRINOVER, Ada Pellegrini. Liberdades Públicas e Processo Penal: as interceptações telefônicas. 2. ed., atual.. São Paulo: RT, 1982. 17 DIREITO DO INDIO NO BRASIL Marcio Gutuzo Saviani Professor orientador da Faculdade Arthur Thomas Andrey Vinicius de Sá Flávia Fernanda Santana Marcos Rogério Locatelli Stefani Magalhães André Stefanie Cristina Veloso Discentes da Faculdade Arthur Thomas RESUMO Os índios são possuidores de direitos.No século XVII, a Coroa Portuguesa já estabelecia direitos territoriais dos povos indígenas no Brasil, como o Alvará Régio de 1680, reconhecendo o direito originário dos povos indígenas sobre suas terras, concretizando no ordenamento Brasileiro nos séculos XIX e XX, denominado instituto do indigenato. Tal direito dava garantias de titulação e posse, foi mantida por meio da lei de terras de 1850, do Decreto 1318, de 1854, das constituições de 1934, 1937 e 1946 e da Emenda de 1969.Nos anos de 1970, a demarcação de terras indígenas, era pautada na lei 6001/73 - Estatuto do Índio, que estabelecia um modelo em que a moradia fixa estava associada ao trabalho agrícola, descaracterizando o direito de caça, pesca e coleta. Com a Constituição de 1988, suas terras passaram a se alicerçar sobre o estudo minucioso de territorialidade, onde são assegurados costumes, línguas, território, crenças e tradições. A eles foi garantido o usufruto das riquezas do solo, dos rios e lagos existentes nas suas terras, além da inalienabilidade e indisponibilidade de suas terras e proibida a remoção dos índios dela.Também há os direitos de primeira ordem, como os estabelecidos pelo art. 5º que são os direitos a vida, a igualdade, a liberdade, a segurança e a propriedade.Os direitos indígenas fundamentais têm função não somente de reconhecer essas comunidades, porém também assegurar o respeito com o modo deles de se interagirem com o mundo. Em relação a ordenamento brasileiro no tratamento jurídico penal, os índios são absorvidos pelo Estatuto do Índio, que regularizam a aplicação do direito penal ao agente indígena, a culpabilidade é resumida ao critério da inimputabilidade. Compreende-se que são inimputáveis os índios isolados, imputáveis os integrados, e a depender de exame “antropológico” ficará a culpabilidade dos índios em via de integração, nesse caso apresentam-se como semi-imputáveis. Existem na doutrina os que defendem a obrigatoriedade da aplicação da atenuante trazida pelo Estatuto do Índio, em que é indispensável analisar o grau de integração, que levaria à saber a verdadeira compreensão da cultura circulante, no ambiente presente ao momento da infração penal, considerado esses fatos para graduar a atenuante e não para servir como argumento para deixar de aplicá-la. Em relação ao direito Civil dos Índios em território brasileiro, está disciplinada sua capacidade por designação do Código Civil de 2002 também disciplinado no Estatuto do índio (lei n 6001/73), segundo o qual o 18 indígena brasileiro ao nascer já se encontra sob o regime de tutela, sendo incapaz para os atos da vida civil, respeitando certos requisitos. Essa situação afeta diretamente o exercício dos direitos indígenas por seus titulares. São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa estranha à comunidade indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos. Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que preencha alguns requisitos como idade mínima de 21 anos, conhecimento da língua portuguesa, habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional, razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional. A FUNAI foi criação da Lei 5.371 de1967, tendo como objetivo proteger os direitos dos índios, como a posse de terras, preservação do equilíbrio biológico e cultural, conservação do patrimônio Indígena, prestação médica, saúde, segurança, entre outros. Os índios infelizmente perderam o domínio da grandiosa e vasta terra no século XVI e hoje seus direitos são limitados por lei, em comparação ao seu passado de liberdade. O mundo se encontra em constante transformação, e com ele várias práticas culturais vêm se perdendo na atual sociedade brasileira, umas delas são a da cultura indígena. Estes tiravam da natureza seu sustento e se preveniam em ter contato com o homem branco, hoje em dia vemos uma total inversão dessa imagem, são poucas as aldeias indígenas que ainda utilizam desses princípios, mas o índio, em nossa atual sociedade brasileira, ainda sofre com forte discriminação, quando falamos deles, logo já vem a ideia de uma pessoa sem cultura e moral alguma, muitos já estão integrados na atual sociedade, além do mais a sua cultura em muito tem a nos ensinar, basta abrirmos nossos olhos e enxergarmos o índio como um ser capaz que ele é, não discriminando, porém buscando respeitar quem é possuidor de direito desse pedaço de terra. REFERÊNCIAS: http;//www.ambito_juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=897 8& revista_caderno=9.Data do acesso: 30/09/2015. http://jus.com.br/artigos/24072/o-tratamento-juridico-penal-conferido-aos-indigenas-no-ordenamento-juridico-brasileiro. Data do acesso: 30/09/2015. http://www.ambienteterra.com.br/paginas/indio/seudireitos.html. Data do acesso: 30/09/2015. http://www.brasil.gov.br/governo/2015/04/populacao-indigena-no-brasil-e-de-896-9- mil. Data do acesso: 30/09/2015. 19 A RELAÇÃO EMPREGABILIDADE E RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Marcio Ricardo Ruiz Professor da Faculdade Arthur Thomas RESUMO As constantes mudanças advindas da globalização e da velocidade com que nosso mundo (organizado pelas regras sociais, econômicas e políticas), sofre devido o desenvolvimento tecnológico e cientifico dinâmico e acelerado, determina naturalmente nas pessoas a iniciativa de tomarem uma nova postura em se posicionar no mundo corporativo. Para isto, as pessoas buscam condições humanas de sobrevivência para assumir os desafios diante das mudanças. Boa formação acadêmica, alta performance, ética, visão de futuro, inteligência ,know-how e busca constante pela atualização das informações, tem levado as pessoas ao individualismo, conforme afirma (BARDUCHI, 2010) "A questão do avanço constante da tecnologia, que por um lado, melhora e facilita nossa vida, e por outro, estimula o individualismo em um mundo que, mais do que nunca, depende da interação e da forte convivência entre as pessoas". De acordo com Bueno (1996), empregabilidade é "o conjunto de conhecimentos, habilidades e comportamentos que tornam um executivo ou um profissional importante para a sua organização e para toda e qualquer outra". A organização é formada por diversos grupos de pessoas que no decorrer da sua vida profissional, proporcionou a ocupação de posições e cargos que corroboraram na sua formação profissional. Tais competências certamente comprovam a sua qualificação, enriquecidas pelos conhecimentos e habilidades compreendidas e adquiridas. Contudo, o comportamento que o torna importante para a sua organização é o conjunto de todos os resultados alcançados. Construir relacionamentos sinceros, onde no convívio diário, os parceiros de negócio, que vão desde clientes e fornecedores internos e externos, somam aos esforços de se obter resultados em um clima de respeito, empatia, troca de conhecimento e exigência de qualificação profissional. O profissional que deseja aperfeiçoar sua empregabilidade deve refletir sobre o que caracteriza o mundo contemporâneo, e buscar resgatar o ser humano como principal protagonista desse espaço. Deve ser versátil, útil para vários fins, e considerar que a tecnologia veio para ficar, mas sempre atentar na pergunta que não quer calar: Quem controla quem? O homem controla a maquina ou é controlado por ela? Cuidar da autoestima, diante de tantas cobranças e necessidades de se manter atualizado, seja no mundo real ou virtual pode lhe afetar. Este cuidado auxilia a resolver problemas, onde as pessoas, muitas vezes enxergadas como parte do problema, na verdade elas serão a ferramenta para solucioná-los. 20 O DIREITO A LIBERDADE RELIGIOSA Marcio Gutuzo Saviani Professor orientador da Faculdade Arthur Thomas Alexandre Bilk Gustavo Vieira Rodevaldo Vieira Tele de Paula Verdison de Lima Discentes da Faculdade Arthur Thomas RESUMO A Constituição Federal consagra como direito fundamental a liberdade de religião, prescrevendo que o Brasil é um país laico. Com essa afirmação podemos dizer que, consoante a vigente Constituição Federal, o Estado deve se preocupar em proporcionar a seus cidadãos um clima de perfeita compreensão religiosa, lutando contra a intolerância e o fanatismo. Não podendo existir nenhuma religião oficial, devendo, porém, o Estado prestar proteção e garantia ao livre exercício de todas as religiões.Apesar de ser um país secular, com separação quase que total entre Estado e Religião, a Constituição faz algumas referências ao modo como deve ser conduzido o Brasil no campo religioso. O legislador reconheceu o lado bom da pluralidade das religiões para a sociedade, seja qualquer objetivo da pregação para o fortalecimento da família, estipulação de princípios morais e éticos que acabam por aperfeiçoar os indivíduos, o estímulo à caridade, ou simplesmente pelas obras sociais benevolentes praticadas pelas próprias instituições.A liberdade religiosa faz parte do rol dos direitos fundamentais, sendo considerada por alguns juristas como uma liberdade primária. Não existe como separar o direito à liberdade de religião do direito às outras liberdades, existi um inter-relacionamento intenso entre todas as liberdades mencionadas na constituição (liberdade de ensino, de consciência, liberdade de pensamento, de imprensa, de pregação etc.).A liberdade de religião consiste em: liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liberdade de organização religiosa.A liberdade de religião não está restrita à proteção aos cultos e tradições e crenças das religiões tradicionais (Católica, Judaica e Muçulmana), não há diferença ontológica (para efeitos constitucionais) entre religiões e seitas religiosas. O Estado deve dar proteção aos ritos, costumes e tradições de determinada organização religiosa, não pode estar vinculado ao nome da religião, mas sim aos seus objetivos. Se a organização tiver por objetivo o engrandecimento do indivíduo, a busca de seu aperfeiçoamento em prol de toda a sociedade e a prática da filantropia, deve gozar da proteção do Estado.Devemos ampliar ainda mais o conceito de liberdade de religião para abranger também o direito de proteção aos não-crentes, ou seja, às pessoas que possuem uma posição ética, não propriamente religiosa, saindo, em certa medida do âmbito da fé, uma vez que a liberdade preconizada também é uma liberdade de fé e de crença, devendo ser enquadrada na liberdade religiosa e não simplesmente na liberdade de pensamento.A Constituição Federal, no artigo 5º, VI, 21 estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.O inciso VII afirma ser assegurado, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.O inciso VIII do artigo 5º, estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.O artigo 19, I, veda aos Estados, Municípios, à União e ao Distrito Federal o estabelecimento de cultos religiosos ou igrejas, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público. A Lei 9.475 de 22 de Julho de 1997 Art.33 diz que o ensino religioso é de matricula facultativa e é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. §1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. A constituição da República estabelece em seu artigo 210, parágrafo 1º que as escolas públicas de ensino fundamental deverão ter, obrigatoriamente, em seu curriculum, como matrícula facultativa porém dentro do horário normal de aulas, uma cadeira relacionada ao ensino religioso. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20 deDezembro de 1996 no Art. 33 diz que o ensino religioso, é de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis em caráter. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Senado Federal.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96.Brasília, DF: Senado, 1996. SCHERKERKEWITZ, IsoChaitz. O direito de religião no Brasil. Disponível em: http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/revistaspge/revista2/artigo5.htm. Data do acesso: 28/09/2015. 22 O DIREITO DE SER MULHER Marcio Gutuzo Saviani Professor orientador da Faculdade Arthur Thomas Mary Anne Wobeto de Lima Mirelly Jéssica Batista da Silva Faversani Melissa Beatriz da Silva Viviana de Melo Marques de Oliveira Sonia Rosa de Souza Tailini Messias da Silva Discentes da Faculdade Arthur Thomas RESUMO A violência contra mulheres é uma grave violação dos direitos humanos. Seu impacto traz conseqüências físicas, sexuais e mentais, até mesmo a morte. Ela afeta o bem-estar das mulheres e suas famílias e as impede de participar plenamente na sociedade, isso trazendo vários custos para a sociedade. Vários países possuem leis contra a violência doméstica, agressão sexual e outras formas de violência, tendo como resultado a conscientização social. No entanto, os desafios persistem na implementação dessas leis, limitando o acesso de mulheres à segurança e justiça. Em geral, não há iniciativas eficazes de prevenção da violência contra a mulher, sendo que os culpados permanecem impunes. Porém há algumas organizações que estão a favor desta causa, como por exemplo, a ONU Mulheres que vai priorizar o apoio à Secretaria de Políticas para as Mulheres para garantir a aplicação da Lei Maria da Penha e do programa recém-lançado “Mulher, Viver sem Violência”, que visa aumentar o acesso de mulheres vítimas e sobreviventes da violência para a rede de prestadores de serviços em todo o país e promover a utilização das Tecnologias de Informação para que ocorra todo o tipo de acesso à informação para prevenir a violência às mulheres e conscientiza- las do apoio dado a elas e dar mais visibilidade a este crime. A ONU Mulheres também pretende desenvolver um modelo de serviços para mulheres indígenas, com base em outros países da região. A Constituição, tratados e convenções asseguram os direitos das mulheres brasileiras, em leis, gozam de uma das mais modernas legislações de proteção do mundo. Não obstante, os índices de agressões e violências no âmbito doméstico e familiar ainda são dos mais altos nas Américas e na Europa. Pressionado pela comoção e repercussão causada pelo atentado a uma mulher que, espancada e alvejada a tiros pelo marido, ficou para paraplégica, o Presidente da República enviou ao Congresso um Projeto que, convertido na Lei 11.240, de 2006, passou a ser chamada Lei Maria da Penha, nome da vítima do atentado, essa lei cria mecanismos para impedir a violência doméstica e familiar contra a mulher, institui Juizados para esse fim, altera o processo penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal, com o objetivo de tornar crime as agressões e lesões contra a mulher. Outra Lei (12.413, de 12/5/2011) que permite a decretação de prisão preventiva do agressor “se o crime envolver violência doméstica contra mulher, criança, adolescente, idoso enfermo, ou pessoa com deficiência, para garantir a execução de medidas protetivas de 23 urgência”. A Lei Maria da Penha assegura à mulher todos os direitos fundamentais da pessoa humana, garantindo-lhe as oportunidades e facilidades para viver sem violência, declara que o Poder Público irá por em prática medidas na esfera domiciliar e familiar a fim de resguardá-la de toda forma de negligência, discriminação, exploração, crueldade e opressão. Para tanto, considera violência contra a mulher qualquer ação que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico. Autoriza o juiz a ordenar a saída de casa do marido ou companheiro agressor, bem como, no caso de a vítima ter emprego, o pagamento do salário, se determinado o afastamento da mulher da pessoa do agressor, hipótese que pode implicar suspensão do contrato de trabalho. Entretanto, mesmo com todas essas numerosas garantias legais, as mulheres ainda continuam discriminadas: em relação ao salário, trabalho e são vítimas de agressões e abusos sexuais também fora do âmbito doméstica; são alvo de violências, estupros e assassinatos, são consideradas inferiores no trabalho, no lar e na sociedade em geral. As mulheres, no Brasil, obtiveram importantes avanços, como mostra a histórica eleição - até então impensável -, da primeira Presidenta do país. Mesmo assim permanecem parte do preconceito e da discriminação, produtos de uma tradicional e obscurantista cultura, de uma herança machista e patriarcal. O direito de ser mulher ocupa cada vez mais espaço perante a sociedade . O feminismo, movimento a favor da voz feminina, está cada vez mais presente . As feministas não abandonam a luta, e a expansão do acesso à internet fortalece o movimento. Os preconceitos sofridos pela mulher não acabaram, mas elas têm mais mecanismos para lutar contra eles e estão mais atentas e conscientes de seus direitos e isso ocorre mais facilmente com a ajuda da internet. Hoje as mulheres violentadas denunciam mais, o que não as livra das represálias físicas, mas traz uma melhora crescente em relação aos casos. Pode parecer que não, mas há grandes avanços em relação à violência feminina .De forma geral, o século 21 chegou com mais aceitação pelas escolhas femininas, cada vez mais elas conquistam a independência financeira e política, expressam seus gostos e defendem seus pontos de vista. REFERÊNCIAS: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Data de acesso: 28/09/2015. POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER: princípios e diretrizes/Ministério da saúde - Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2007. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção às mulheres em Situação de violência: relatório da Área Técnica de saúde da Mulher - Brasília 2002. SOUZA, E. R. Masculinidade e violência no Brasil: contribuições para a reflexão no campo da saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 59-70, 2005 24 A MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO COMO MODELO DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Marcio Ricardo Ruiz Professor da Faculdade Arthur Thomas RESUMO A motivação no trabalho tem sido um tema contemporâneo reconhecido como importante chave de pesquisa para a compreensão de diversos fenômenos no campo do Comportamento Organizacional. O objetivo deste artigo é analisar a influencia da motivação para o comportamento organizacional, com base em pesquisas bibliográficas pautadas em NEWTON (2008) que trata de identificar as necessidades e os desejos dos funcionários e canalizar seus comportamentos para motivá-los em direção ao aperfeiçoamento do desempenho das atividades, e BERGAMINI (1997) onde afirma que os aspectos motivacionais surgem exclusivamente do próprio individuo. Após analise bibliográfica, destacamos em NEWTON (2008) a afirmativa de que as necessidades internas e as forças motrizes, sendo as Motivações para a Realização, para aAfiliação e para o Poder, correspondem sucessivamente a motivação para conquistar objetivos e seguir em frente, motivação para se relacionar de forma eficaz com as pessoas e por último motivação para influenciar as pessoase situações, onde estas criam tensões que são afetadas pelo ambiente de um individuo, e o ambiente onde o individuo está inserido é o cenário onde a pessoa irá procurar alcançar esta meta. Deste modo, ele direciona que as atitudes dos gestores em identificar nas pessoas as suas necessidades de ajuda profissional e comportamental corroboram para um ambiente mais produtivo com pessoas mais satisfeitas. Por sua vez, BERGAMINI (1997) cita que o processo motivacional é resultado da história de vida obtida pelo sujeito, das necessidades encontradas ao encarar os desafios, do modo como constrói as relações interpessoais, e da disponibilidade para construir sua carreira e o modo como se organiza frente a situações inusitadas, sendo a motivação surgida a partir da personalidade do indivíduo. Através das informações obtidas com estas pesquisas bibliográficas e das contribuições dos autores sobre os conceitos e fatores inerentes à motivação, conclui-se que a motivação no trabalho é o resultado das atitudes do gestor em priorizar a satisfação e o bem-estar dos trabalhadores em alinhamento com as percepções que o individuo obtém no seu ambiente organizacional por intermédio da interação entre a contribuição dos trabalhadores e o reconhecimento e recompensa das organizações. 25 O DIREITO E A QUESTÃO RACIAL NO BRASIL Márcio Gutuzo Saviani Professor Orientador da Faculdade Arthur Thomas Awdrey Michella Bezerra de Araujo Daniella Giani de Souza Torres Enéas Liberato Ronivaldo Pereira do Carmo Discentes da Faculdade Arthur Thomas RESUMO As grandes viagens marítimas dos países do Velho Mundo objetivaram conquistar terras para lhes proporcionarem explorar riquezas, desfrutar de mão de obra basicamente escrava e também ampliar a atuação da força dos seus exércitos. O Brasil aos olhos dos europeus foi alvo fácil para a invasão, instalação e denominação mercantilista. No início foi o intenso desmatamento escravizando a mão de obra indígena. Seguida do ciclo da cana-de-açúcar, já havendo numerosa população de negros africanos destinados ao trabalho escravo. O álcool e a rapadura dos engenhos localizados principalmente no Nordeste foram temperados com o suor e o sangue negro, sofridos pela privação de sua liberdade.Desse histórico, a herança segregada principalmente aos negros, foi uma depreciação moral e social, dessa etnia, sinalada por um racismo cortante. Um preconceito arraigado àqueles que muito fizeram com sua força, o esteio da nação.Como processo de redemocratização do Brasil, conquistou-se ampla defesa dos Direitos Humanos buscando a mudança de relações sociais injustas marcadas pela violência.No art. 5º, XLII da Constituição de 1988, a prática do racismo configura crime inafiançável e imprescritível. Apesar de importante o fato, não houve redução da prática dos atos preconceituosos.No Brasil, 48% da população é negra. O ser humano de cor negra é alvo fácil de policiais, no que tange às agressões físicas, e são abordados com mais continuidade do que os brancos durante uma blitz, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha.Socialmente logo se observa que há uma discriminação engajada, corpórea em quase tudo, os meios de comunicação estão sempre apontando comportamentos que denotam toda essa carga pejorativa do racismo.Juridicamente se percebe em matéria legal que tal prática delituosa, é combatida, seja o racismo e também a injúria. O crime de racismo, previsto na Lei nº 7.716/89, implica em conduta discriminatória dirigida a um determinado grupo ou coletividade. Considerado mais grave pelo legislador, o crime de racismo é imprescritível e inafiançável, que se procede mediante ação penal pública incondicionada, cabendo também ao Ministério Público à legitimidade para processar o ofensor. Essa lei foi modificada pela Lei nº 9.459 de 13 de maio de 1997, e expandiu significativamente seu alcance tipificado, já que nela está apontada, expressamente, a discriminação, acrescentando-se os crimes resultantes de preconceito ou discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.A Lei nº 7.716/89 ficou conhecida como CAÓ em homenagem ao seu autor, o deputado Carlos Alberto de Oliveira. A partir de 05 de janeiro de 1989, quem 26 impedir o acesso de pessoas devidamente habilitadas para cargos no serviço público ou recusar a contratar trabalhadores em empresas privadas por discriminação, deve ficar preso de dois a cinco anos.De 1989 até hoje, outras legislações importantes na luta contra o preconceito racial foram criadas, como o Estatuto HIPERLINK – “http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2010/Lei/L12288.htm” da Igualdade Racial (2010), e a Lei de Cotas (2012), que determina que o número de negros e indígenas de instituições de ensino seja proporcional ao do Estado onde a Universidade está instalada. “Essas são ações muito importantes de reparação”.A injúria é o uso de argumentos no intuito de ofender e atingir à honra, à dignidade, à reputação ou a boa fama da vítima, que consequentemente esteja ligado à raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoas idosas ou portadoras de deficiência, mesmo que a intenção seja de gracejo, verídico ou não será caracterizado como crime de injúria como exposto no Código Penal art. 140 § 3º; e na Lei nº 5.250/67 art. 22.O crime de injúria de caracteriza na manifestação negativa de um sentimento em relação a uma raça. O intuito desta norma é resguardar o bem jurídico, sendo este bem jurídico caracterizado como a honra subjetiva da vítima. Recentemente de repercussão nacional houve o caso do goleiro Aranha, e uma torcedora do Rio Grande do Sul, ofendendo-o com injúrias. Em Londrina um caso recente de racismo, “o grupo de senegaleses, que vivem em Londrina há dois anos, estava vendendo bijuterias quando uma mulher, moradora de um prédio próximo, começou a atirar bananas nos ambulantes, chamando-os de ‘macaco’, ‘preto’ e ‘ladrão’, de acordo com informações do site local O Bonde. Não satisfeita, a moradora ainda desceu e agrediu um dos senegaleses com um tapa ”Se como seres civilizados e sociáveis ainda não atingimos alguns degraus de maturidade, é preciso a ciência jurídica para buscar um equilíbrio, uma igualdade legal. REFERÊNCIAS: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Data de acesso: 28/09/2015. LIMA FILHO, Lair Ayres de. Preconceito racial contra o negro à luz da Lei nº 7.716/89 – crimes resultantes de preconceito de raça e cor. Disponível em: JUS Navigandi – http://jus.com.br/artigos/29420/preconceito-racial-contra-o-negro-a-luz- da-lei-n-7-716-89-crimes-resultantes-de-preconceito-de-raca-e-cor#ixzz3nHfJmu4V. Data de acesso: 28/09/2015. ABREU, Laís Oliveira; MONTEIRO, Nayara de Lima; LUCENA NETO, Claúdio S. de; PEREIRA, Leonellea. Da Senzala à neo escravidão: abordagem histórico jurídica. Disponível em: Âmbito Jurídico.com.br – http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2877. Data de acesso: 28/09/2015 ARAÚJO, Thiago. Senegaleses são alvos de bananas em Londrina e mulher pede desculpa por todos os brasileiros. Disponível em: Brasil Post – http://www.brasilpost.com.br/2015/09/10/racismo-senegales- londrina_n_8116722.html. Data de acesso: 30/09/2015. 27 OS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES Marcio Gutuzo Saviani Professor orientador da Faculdade Arthur Thomas Gabrielli Dias Elen Conegundes Juan Albner Pereira Veloso Paloma de Oliveira Rodolfo Gonçalves de Aguiar Sinézio Sales Willian S. Martins Discentes da da Faculdade Arthur Thomas RESUMO Desde o início do século XX, já havia a preocupação em estabelecer normativas inerentesaos direitos das crianças e dos adolescentes.É evidente a necessidade de proteção e amparo as crianças e adolescentes, neste sentido, o Estado não postergou a estabelecer garantias e direitos fundamentais, além da criação de órgãos e institutos de proteção a estes. Desta forma visando todos os diplomas jurídicos que tutelam em favor das crianças e adolescentes, pode-se afirmar que de modo geral a legislação satisfaz com “eficácia” os interesses dos mesmos.No que tange falar de direitos fundamentais o artigo 227 da CF 88 estabelece elementos primordiais as crianças e adolescentes: (É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010). Ou seja, tem todos os direitos fundamentais pertinentes a pessoa humana.Ressalta-se que para efeitos legais estabelece a Lei 8069/90, em seu “Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescentes aquela entre doze e dezoito anos de idade.” Mediante a este artigo, pode-se afirmar que crianças e adolescentes são indivíduos em desenvolvimento, e que necessitam de proteção tanto da sociedade, quanto do Estado.Ao se falar de desenvolvimento da criança e do adolescente, merece atenção especial, o direito à educação. Nesse seguimento,o Art. 54 do ECA vigente, e seus incisos, albergam garantias essenciais a estes.Partindo do ponto de vista filosófico,o Iluminista e Pai da pedagogia Jean-Jacques Rousseau o qual defendia em sua ideia principal, acerca da educação, que a criança em seu estado natural, ao se desenvolver de modo assistido por um preceptor, sem interferência dos saberes corrompíveis de um adulto. Desenvolver-se-ia com total integridade e preservada de vicio e do espirito do erro. Pois segundo Rosseau “Uma criança que cresce numa sociedade civilizada ensinada a refrear os seus instintos naturais, a reprimir seus 28 verdadeiros sentimentos, a impor as categorias artificiais do pensamento conceptual sobre os seus sentimentos e a fingir que pensa e sente coisas que ao sente nem pensa, torna-se um adulto infeliz. Por conseguinte, “a civilização é corruptora e castradora dos valores verdadeiros”. Além disso, destaca-se a importância com que Rosseau tratava a relação entre educação e família, pois para ele esta é base da sociedade, e fundamental para o desenvolvimento da criança. Sendo que o preceptor deve educar de modo que a ampare sem influenciar em suas decisões. Nessa perspectiva se a criança, educada da forma supramencionada, quando atingir seu ponto de transição para a adolescência passa então a adquirir as qualidades que lhe permitem inserir-se na sociedade, abrindo espaço para construção da sua cidadania.Observa-se então que nosso ordenamento jurídico, sofreu indiretamente influencia do ideal de Rosseau, de maneira que optou pelo sistema assistencialista e preventivo, colocando-o a família e o Estado em diligencia à criança e ao adolescente. Todavia apesar de possuirmos um ordenamento idealista e filosófico, repleto de garantias e direitos que resguardam os mesmos, na prática este não se faz totalmente eficaz. Haja vista os diversos problemas enfrentados no cotidiano de varias crianças, exemplo disso, pode se salientar o abandono parental, onde muitas delas encontram-se em situações precárias e suscetíveis ao afastamento social.Deste modo, resta a seguinte indagação; apesar de toda tutela jurisdicional, as crianças e adolescentes são realmente alcançadas por todas as garantias e direitos inerentes a estes? REFERÊNCIAS: ALMEIDA, Elisangela Santos. A influência filosófica de Rosseau na constitucionalização do direito fundamental à educação. Disponível em: http://www.ambito- juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11802 . Acesso em: 02/10/2015. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Data de acesso: 28/09/2015. COURA, Aline Sarmento. Princípios fundamentais da educação em Rosseau. Disponível em: http://www.unicamp.br/~jmarques/gip/AnaisColoquio2005/cd-pag- texto-03.htm. Acesso em 02/10/2015. FERRARI, Marcio. Jean-Jacques Rosseau, o filósofo da liberdade como valor supremo. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/filosofo- liberdade-como-valor-supremo-423134.shtml?page=all. Acesso em: 02/10/2015. 29 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO COMO FATOR MOTIVACIONAL Marcio Ricardor Ruiz Professor da Faculdade Arthur Thomas RESUMO A Qualidade de vida no trabalho tem sido reconhecida como uma ferramenta essencial na motivação de pessoas nas empresas e assunto de importância para a gestão no âmbito das organizações e discussões, tanto acadêmicas e empresariais.Diversos autores impõem as suas ideias ao descrever o conceito de qualidade de vida no trabalho ligado aos valores ambientais e humanos, fatores internos e externos que afetam os processos da organização.Este artigo teve como objetivo realizar um estudo bibliográfico sobre a percepção dos funcionários referente a qualidade de vida no trabalho. Sua base teórica segue o modelo de Walton, apud RODRIGUES (2001), focalizando as oito categorias de analise: compensação justa e adequada, condições de trabalho; integração social nas organizações; oportunidade de crescimento e segurança; uso e desenvolvimento das capacidades pessoais; cidadania; trabalho e espaço total de vida e relevância social no trabalho. Delimitaremos o nosso estudo no item condições de trabalho em que o autor sugere melhorias neste item, pois as consequências podem afetar a produção de forma significativa. Neste sentido abordaremos as questões referentes a LER-DORT, relacionadas ao trabalho, de acordo com LIMONGI-FRANÇA (2014) elencando os diversos fatores de riscos no ambiente de trabalho. Estas questões atingem diretamente o trabalhador causando-lhe danos tanto físicos como mentais tornando-se elementos desfavoráveis no desenvolvimento de atividades e de condições profissionais prejudicando as pessoas e o bem-estar econômico das empresas.Finalizando as discussões desta pesquisa, entendemos que o conceito de qualidade de vida encerra escolhas de bem-estar e percepção do que pode ser feito para atender as expectativas criadas por gestores e funcionários que recebem estas ações no ambiente empresarial. Apontamos o crescimento de inúmeras empresas que adotam programas de QVT- Qualidade de Vida no Trabalho com resultados satisfatórios ao tratar seus trabalhadores como parceiros na expectativa de colher retornos destes investimentos concedendo ações relacionadas a motivação, satisfação e bem-estar. 30 HERÓIS E GUERREIROS: UM ESTUDO DE CASO DA CONSTRUÇÃO DO ARQUÉTIPO DO HERÓI NA HOMENAGEM DA NIKE AO CORINTHIANS Davi Gonçalves Dias Professor da Faculdade Arthur Thomas RESUMO As mídias procuram alcançar o grande público desde a sua concepção. Assim, buscam-se formas de atrair a adesão de um maior número de pessoas centradas diretamente nas marcas, entendendo o motivo de compra que transpassa o conceito de entregar ao consumidor aquilo que se manifesta apenas no consciente, já que suas aspirações são idealizadas num plano mais profundo da mente humana, parte onde se inter-relaciona com o fator de realização sentimental. O objetivo das áreas de criação de marcas é dotar o produto final de valor emocional, criandopara isto, o vínculo entre a marca e o consumidor para que as adesões inconscientes nessa relação emocional do usuário não adquiram apenas conveniências de necessidade física, mas a satisfação do desejo psicológico que aquilo lhe traz. Para isto, há a importância do estudo do inconsciente coletivo, parte da psique que retém e transmite a herança comum da humanidade (JUNG, 1964). O trunfo de uma marca está na sua construção de acordo com aquilo que se encontra no imaginário coletivo, espaço que se tem maior potencial de identificação do consumidor para com a marca, não da identificação pessoal. Se a marca tiver uma definição arquetípica (dos padrões que existem no inconsciente coletivo, uma “alma”) do produto, as possibilidades de venda crescem enormemente (MARTINS, 1999). Este estudo mostra por meio da pesquisa bibliográfica a construção da imagem da marca em seus aspectos emocionais que, por meio desses estímulos, produzem no indivíduo uma identificação com essa. Apoia-se a argumentação, principalmente, no pensador Jung (1964), visando entender como houve a concepção de marcas que auferiram notoriedade através de sua idealização no inconsciente coletivo, no caso específico, o comercial da Nike, Invictos, que homenageia o time de futebol Sport Club Corinthians Paulista (SCCP) pela conquista da Copa Libertadores da América no ano de 2012, permitindo nas análises do comercial a utilização da teoria junguiana na construção do arquétipo do herói. REFÊNCIAS: BARTHES, Roland. Mitologias. 4º ed. São Paulo: Difel, 1980. CHALHUB, Samira. Funções da Linguagem. São Paulo: Ática, 2002. JUNG, G. Carl. O Homem e seus Símbolos. 5º ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1964. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 14º ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. 31 MARTINS, José. A Natureza Emocional da Marca. São Paulo: Negócio Editora, 1999. 32 A BOA-FÉ OBJETIVA E A INTERPRETAÇÃO DAS CLÁUSULAS EXCLUDENTES DE COBERTURA SECURITÁRIA NOS CASOS DE SUICÍDIO À LUZ DA APLICAÇÃO DO DIÁLOGO DAS FONTES E DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Fernanda Martins Simões Professora orientadora da Faculdade Arthur Thomas Indyanara Cristina Pini Discente da Faculdade Arthur Thomas RESUMO Segundo relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil é o 8º país em número de suicídios. Embora os números sejam alarmantes e inclusive uma questão de saúde pública, ao nos depararmos com negativas de cobertura da apólice de seguro em razão de suicídio, percebe-se que, via de regra, pelas seguradoras, o suicídio é causado apenas com intuito de locupletamento de beneficiários.Estudos apontam justamente o contrário, atribuindo a causa do suicídio a uma questão de saúde mental.Diante disto, não parece seja possível aceitar uma presunção de má- fé e uma negativa de pagamento do seguro, como disposto no art. 798 do Código Civil, pois, trata-se de um infortúnio que acomete o individuo no auge do sofrimento.O contrato de seguro, embora esteja disciplinado no Código Civil, está devidamente albergado pelo Código de Defesa do Consumidor, conforme disposto no art. 3º, §2º, que disciplina estas relações como consumeristas diante da natureza do contrato, bem como da figura do consumidor.Em que pese se tratar de relação de consumo, em determinados casos, como nos casos de suicídio, as seguradoras negam o pagamento sob a alegação de exclusão de cobertura, quando no período de carência, em razão do art. 798 do Código Civil.Todavia, diante do posicionamento pacificado, tanto do STF como do STJ, assente o entendimento de que só haveria excludente de obrigação de cobertura caso a seguradora comprovasse a premeditação, aplicando verdadeiro caráter protecionista, estampado no Código de Defesa do Consumidor ao segurado.Além deste entendimento, pautado no que disciplina o Código de Defesa do Consumidor e na teoria do dialogo das fontes, tem- se, nos casos concretos, a incidência do Código Consumerista, com a presunção da boa-fé do segurado, principio máximo trazido por tal legislação, afastando assim a causa excludente como regra e recaindo sob a seguradora a obrigação de comprovar que o segurado efetivamente cometeu o suicídio de forma premeditada, ainda que dentro do prazo de carência.Diante disto, partindo da presunção de boa-fé das relações consumeristas, da aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao caso concreto e do ônus probatória como encargo da seguradora, só haverá a possibilidade de não ser pago o premio da apólice se restar demonstrado que houve premeditação ou má-fé do segurado, que romperia assim com os ditames da boa-fé, não fazendo jus, portanto, a garantia de cumprimento da obrigação pela seguradora. 33 REFERENCIAS: ALMEIDA, Fabrício Bolzan de. Direito do Consumidor Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013. MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do Consumidor, 4ed, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor: O novo regime das relações contratuais. 6ª Ed, São Paulo: Revista dos Tribunais , 2011. MARQUES, Claudia Lima. Manual de direito do consumidor. 2. ed. rev., atual. eampl. Antonio Herman V. Benjamin, Claudia Lima Marques e Leonardo Roscoe Bessa. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. NUNES, Rizzato. Curso de Direito do Consumidor. 7 ed. São Paulo: Saraiva , 2012. TARTUCE, Flávio. NEVES, Daniel Amorim Assupção. Manual de Direito do Consumidor: Direito Material e Processual, São Paulo: Editora Método , 2012. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: contratos em espécie. 13 ed. São Paulo: Atlas, 2013. Disponível em:<http://g1.globo.com/ciencia-e- saude/noticia/2014/09/brasil-e-o-8-pais-com-mais-suicidios-no-mundo-aponta- relatorio-da-oms.html> Acesso em 10/09/2015 às 10h<http://portal.fiocruz.br/pt- br/content/suicidio-brasil-e-8o-pais-das-americas-com-maior-indice> Acesso em 10/09/2015 às 10 <http://www.miguelreale.com.br/artigos/boafe.htm> Acesso em 22/06/2015 às 15h30 34 AS REAIS CONSEQUÊNCIAS DA LEGALIZAÇÃO DA MACONHA Francielle Calegari de Souza Professora Orientadora da Faculdade Arthur Thomas Jeniffer Kawane de Oliveira Discente da Faculdade Arthur Thomas RESUMO Com base no Direito Penal, Lei de Drogas, e em outras correntes doutrinárias, faz-se um estudo das consequências da liberação da maconha (Cannabis Sativa). A lei 11.343, de 23 Agosto de 2006, em seu Art. 28 relata que é proibido o uso pessoal de drogas ilícitas no país. Já faz um tempo que a sociedade debate sobre a legalização da maconha, e isto tem gerado muitas discussões jurídicas em torno de seus reais benefícios. Alguns países como Argentina, Equador, Uruguai, Canadá, México, Espanha, Portugal, Suíça, Reino Unido, Polônia, EUA, já autorizaram o uso em lugares autorizados, e em pequenas quantidades, mas no Brasil não funcionaria desta forma, pois os brasileiros têm dificuldade em respeitar regras e leis. Muitas pessoas defendem a descriminalização e a legalização das drogas no país acreditando que reduziria com o tráfico de drogas, pois as pessoas comprariam em lugares autorizados. Outro quesito que pesa bastante é sobre o uso medicinal deste elemento, a ciência descobriu que a maconha tem diversos efeitos importantes no tratamento de doenças graves e degenerativas. Diversas correntes da medicina, atualmente, apostam nos benefícios medicinais da Cannabis Sativa, dentre seus efeitos médicos estão a redução da náusea e vômitos em pacientes submetidos a tratamentos de quimioterapia, o estímulo do apetite e a diminuição da pressão
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