Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Regeneração Celular Profa. Dra. Natássia Ribeiro A cicatrização e regeneração não são processos degenerativos, nem neoplásicos, logo têm de ser enquadrados no processo inflamatório. Quando se inicia um processo inflamatório, que é sempre um mecanismo de defesa contra um agente agressor, simultaneamente, também se dá início aos mecanismos desencadeadores de cicatrização e regeneração. Existem basicamente 2 processos de restabelecimento da homeostase frente a uma lesão: Regeneração: Reparação de um tecido lesado pela deposição de células neoformadas idênticas às do tecido lesado. Cicatrização: Reparação de um tecido lesado pela deposição de tecido fibroso no local da lesão. Os dois processos ocorrem simultaneamente, num balanço dinâmico, mas, em geral, um deles predomina. Se um corte na pele, vai levar a cicatriz, ou não, depende da extensão da lesão. Um corte superficial na pele, em geral não leva à cicatrização, o mesmo não acontece num corte mais profundo. Já o enfarte do miocárdio leva sempre à cicatrização. Assim, outro ponto importante da cicatrização (para além da extensão) é o órgão, o tipo de células que o constitui. Esses processos (regeneração e cicatrização) ocorrem de maneira diferente nos diversos órgãos e tecidos. Exemplos: tecido nervoso, se caracteriza por pouca regeneração e muita cicatrização; enquanto que fígado e ossos em geral realizam primariamente a regeneração. A pele realiza predominantemente a cicatrização (com exceção do feto). “Ferida aguda”: é aquela que ocorre dentro de 3 a 4 semanas. “Ferida crônica”: a ferida que persiste além de 4 a 6 semanas, e pode perdurar por meses e até anos. Apresenta abundante tecido de granulação. REGENERAÇÃO CELULAR E TECIDUAL Envolve a proliferação celular, que é orientada por fatores de crescimento e criticamente dependente da integridade da matriz extracelular Vários tipos celulares proliferam durante o reparo do tecido. Eles incluem as células restantes do tecido lesado (que tentam restaurar a estrutura normal), as células endoteliais (para criar novos vasos que fornecem nutrientes necessários ao processo de reparo) e fibroblastos (fonte de tecido fibroso que forma a cicatriz para preencher os defeitos que não podem ser corrigidos por regeneração). A proliferação desses tipos celulares é guiada por proteínas chamadas fatores de crescimento. A produção de fatores de crescimento polipeptídicos e a habilidade das células de se dividirem em resposta a esses fatores constituem determinantes importantes na adequação do processo de reparo. Os processos-chave na proliferação celular são a replicação do DNA e a mitose. A sequência de eventos que controlam esses processos é conhecida: ciclo celular Capacidades Proliferativas dos Tecidos A habilidade dos tecidos em se autorreparar é criticamente influenciada por sua capacidade proliferativa intrínseca. Com base nesse critério, os tecidos do corpo são divididos em três grupos: A)células lábeis B)células estáveis C)células permanentes (perenes) As células desses tecidos são continuamente perdidas e substituídas pela maturação de células-tronco e por proliferação das células maduras. Esses tecidos se regeneram rapidamente após a lesão, já que o pool de células-tronco é preservado. As células desses tecidos são quiescentes e, em seu estado normal, possuem baixa atividade replicativa. Entretanto, essas células são capazes de proliferar em resposta a lesão ou perda de massa tecidual. Nesse grupo estão também as células endoteliais, os fibroblastos e as células musculares lisas; a proliferação dessas células é particularmente importante na cura de feridas. Com exceção do fígado, os tecidos estáveis possuem capacidade limitada de regeneração após a lesão. As células desses tecidos são consideradas terminalmente diferenciadas e não proliferativas na vida pós-natal. Assim, uma lesão ao cérebro ou ao coração é irreversível porque os neurônios e os miócitos cardíacos não se regeneram, resultando em cicatriz. Contudo, ocorrem replicação e diferenciação limitada da célula-tronco em algumas áreas do cérebro adulto e existe alguma evidência de que a célula-tronco cardíaca possa proliferar após necrose do miocárdio. Todavia, qualquer que seja a capacidade proliferativa que exista nesses tecidos, ela é insuficiente para regenerar o tecido lesado. O músculo esquelético é classificado como tecido permanente, porém células satélites, aderidas à bainha, fornecem alguma capacidade regenerativa a esse tecido. Nos tecidos permanentes, o reparo é tipicamente dominado por formação de cicatriz. Células - tronco O que é? • É um tipo de célula que pode –se diferenciar e constituir diferentes tecidos no organismo. –gerar cópias idênticas de si mesmas. História • A incrível capacidade de gerar um organismo adulto completo a partir de apenas uma célula tem fascinado os biólogos desde que o fisiologista alemão Theodor Schwann (1810-1882) lançou, em 1839, as bases da teoria celular. • Já no início do século 20, vários embriologistas, entre eles os alemães Hans Spemann (1869-1941) e Jacques Loeb (1859-1924), começaram a decifrar os segredos das células-tronco através de experimentos engenhosos com células de embriões. História • Tais pesquisas revelaram que, quando as duas primeiras células de um embrião de anfíbio são separadas, cada uma é capaz de gerar um girino normal, e que, mesmo após as quatro primeiras divisões celulares de um embrião de anfíbio, o núcleo dessas células embrionárias ainda pode transmitir todas as informações necessárias à formação de girinos completos, se transplantado para uma célula da qual o núcleo tenha sido retirado (célula anucleada). História • Apareceu uma pergunta fundamental para a moderna biologia do desenvolvimento: o núcleo de uma célula totalmente diferenciada seria capaz de gerar um indivíduo adulto normal, se transplantado para um óvulo anucleado? Em 1996, o nascimento da ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado a partir do núcleo de uma célula adulta diferenciada (uma célula epitelial de glândula mamária), trouxe a resposta. Classificação • Totipotentes ou embrionárias – todos (216) tecidos • Pluripotentes ou multipotentes – todos tecidos humanos – menos placenta e anexos embrionários • Oligopotentes – poucos tecidos • Unipotentes – um único tecido Quais as funções naturais das células-tronco no corpo humano? • Ajudar no reparo de uma lesão • Medula óssea Onde ficam as células-tronco? • totipotentes • pluripotentes ou multipotentes • oligopotentes • unipotentes • 16 - 32 células (até três ou quatro dias de vida) • células internas do blastocisto (a partir do 5º dia de vida) • ainda são objeto de pesquisas- trato intestinal • tecido cerebral adulto e na próstata O que torna a célula-tronco capaz de formar um tecido ou outro? • Objeto de inúmeras pesquisas – Fatores de crescimento – Hormônios – Enzimas – Moléculas de sinalização – Outros mediadores do desenvolvimento É possível programar as células-tronco para que se diferenciem nos tecidos que precisam ser reparados? • Fatores de diferenciação em culturas de células-tronco in vitro determinam que elas se diferenciem em um certo tecido. Células-tronco obtidas de embriões, cordão umbilical ou medula, se colocadas em contato com um músculo, conseguem diferenciar-se em músculo? •células-tronco embrionárias •células-tronco adultas • têm de se diferenciar em vários tecidos. Clonagem terapêutica • transferênciade núcleos de uma célula para um óvulo sem núcleo. • aprimoramento das técnicas para culturas de tecidos realizadas há décadas • células capazes de produzir qualquer tecido • perspectivas para futuros tratamentos • evita rejeição se o doador for a própria pessoa • doenças genéticas - não seria possível usar as células da própria pessoa - todas têm o mesmo defeito genético Células-tronco adultas • encontradas em vários tecidos – medula óssea, sangue, fígado, polpa dentária, cordão umbilical e placenta. • não sabemos em que tecidos são capazes de se diferenciar • não serve para portadores de doenças genéticas Experimento com células-tronco retiradas da medula e injetadas no coração da própria pessoa - melhora aparente em pessoas com insuficiência cardíaca Células-tronco de embriões • Potencial de formar todos os tecidos humanos • Elas podem ser retiradas de: – embriões excedentes descartados em clínicas de fertilização – clonagem terapêutica Clonagem reprodutiva • A clonagem reprodutiva humana é condenada por todos os cientistas • Transferência para um útero humano • Desenvolvimento • Cópia de um indivíduo Terapia com células-tronco • Redução de 300.000 mortes por cardiopatia – Soc Bras Cardio • UFRJ- estudos com animais – Antônio Carlos Campos de Carvalho • RJ - Hospital Pró-cardíaco-estudos com voluntários – Hans Dohman • Doença de Chagas – Fiocruz (BA) – julho 2003 – Ricardo Ribeiro Santos • IOT – USP –lesão medular – Érika Kalil • HC – Ribeirão Preto – esclerose múltipla, LES, diabetes tipo I Custos da terapia com células-tronco • Transplante de coração – R$ 40.000-50.000,00 – R$ 500,00/mês para drogas anti-rejeição • Células-tronco – R$ 10.000,00 Indicações • Doenças neurodegenerativas • Mal de Huntington • Mal de Alzheimer • Mal de Parkinson • Paralisia • Infarto • Retinopatia • Cirrose • Hepatite • Diabetes • Queimaduras • Artrite • Osteoartrite • Transplantes • Hemoterapia
Compartilhar