Buscar

Aula 8 O sistema de Segurança Pública e o Justiça Criminal no Brasil

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Introdução
Nas aulas anteriores, estudamos os órgãos que compõe o Sistema de Segurança Pública e os que compõem o Sistema de Justiça Criminal.
 
Nesta aula, vamos discutir o funcionamento e verificar o resultado dos trabalhos destes dois sistemas que reflete positivamente à sociedade.
Os melhores resultados obtidos por ambos os sistemas, torna possível alcançar a justiça que tanto almejamos.
Justiça realizada é a satisfação do povo.
Não raro, ao assistirmos, diariamente, ao noticiário televisivo e lermos os periódicos, percebemos famílias que ao perderem seus entes queridos, pedem às autoridades locais que seja feita a justiça ou pessoas que perdem seus bens, em consequência de roubo ou furto, clamam neste sentido. 
Os cartórios estão repletos de processos, as polícias necessitam de efetivo maior, o número de defensores públicos está aquém da necessidade do povo e os presídios estão lotados.
A lei deve ser obedecida, criam-se os juizados especiais, porém estes já estão abarrotados de processos.
Fala-se em justiça restaurativa, que será a alternativa ao encarceramento, quando adequado e possível, vez que não são todos os casos que podem ser resolvidos com este novo programa.
Os Sistemas de Segurança Pública e de Justiça Criminal devem caminhar juntos. 
Dados
Com o advento da tecnologia e do sistema de informação, os governos devem preparar seus agentes para alimentarem os bancos de dados, de forma uniforme proporcionando que as informações sejam acessadas em qualquer fase destes sistemas.
Sabemos que diuturnamente estes dados são acessados, pois nas delegacias policiais as ocorrências são registradas. 
A busca de informações sobre o preso, a necessidade de uma ficha criminal que possa ser acessada em qualquer estado do país, com os dados reconhecendo se, o preso é primário ou reincidente, tudo isto se faz necessário seja no momento no qual o preso está em uma delegacia ou no dia do julgamento.
A prestação jurisdicional tem que ser realizada e com louvor.
Entendendo melhor o conceito de justiça restaurativa
Trata-se de um acordo voluntário feito entre as partes, ou seja, vítima e autor do crime. 
Antes de concordar em participar desta justiça restaurativa as partes são informadas dos resultados decorrentes deste programa.
Na hipótese do não cumprimento do programa por uma das partes, elas serão chamadas para uma reunião por um dos membros deste programa para verificar o motivo do descumprimento das medidas estabelecidas. 
É importante esclarecer que a qualquer momento o processo pode retornar ao trâmite comum, ou seja, ser julgado pelo juiz da causa. 
Assim, caso a justiça restaurativa não for adequada ao caso, o crime será julgado pelo juiz natural, ou seja, o juiz da causa conforme já falamos em aula anterior.
Para conhecer mais a respeito da Justiça Restaurativa acesse o Supremo Tribunal Federal no YouTube, note que a reportagem contém o depoimento de Juízes do Distrito Federal, Minas Gerais e outros Estados, perceba a composição dos membros deste programa: 
http://www.youtube.com/watch?v=5pRsxJr6YL0
Definição de crime
Mais a frente, estudaremos a formação da culpa, mas antes estudaremos sobre o crime.
Muitas são as definições de crime, seguidores das teorias finalista da ação e da teoria causalista que adotam conceitos diferentes. 
Sabemos que no estudo do Direito sempre encontraremos uma, duas, três ou mais correntes com entendimentos diversos sobre determinado tema, com a definição de crime não poderia ser diferente.
Adotaremos a seguinte: 
É todo fato típico antijurídico e culpável.
Fato típico é o comportamento do homem por ação (positivo) ou por omissão (negativo) que provoca um resultado, previsto por lei, como uma infração penal.
Assim, se uma pessoa fizer algo ou deixar de fazer algo que deveria, provocando um resultado previsto no Código Penal Brasileiro como crime, cometeu um crime.
Fato antijurídico é aquele contrário à lei, ou seja, contra o ordenamento jurídico.
A culpabilidade é a reprovação da lei pelo fato do homem estar ligado a um fato típico e antijurídico. Na verdade, a culpabilidade é elemento para impor a pena pela reprovação da conduta humana. A culpabilidade não é característica ou mesmo aspecto do crime, é o que condiciona à punição.
A punibilidade
A punibilidade é apenas uma consequência jurídica do delito. 
A punição aplicada ao criminoso é calculada levando em consideração alguns fatores, porém a aplicação da pena não é objeto do nosso estudo neste momento. 
Excludente de ilicitude
Não estamos em um curso de Direito, porém algumas definições serão passadas de forma objetiva e simples para que possamos entender a formação da culpa.
O Código Penal Brasileiro prevê, no artigo 23, os casos de excludente de ilicitude, ou seja, mesmo ocorrendo um fato típico antijurídico e culpável, não há de se falar em crime, pois a própria norma o exclui como ilícito.
Assim reza o artigo 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I. Em estado de necessidade;
II. Em legítima defesa;
III. Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Vale ressaltar que a lei prevê o excesso, nestes três casos, como punível, ou seja, se o indivíduo não for punido pela benesse deste artigo poderá ser punido pelo excesso cometido em sua conduta. 
Assim, em estado de necessidade, legítima defesa ou em cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito, havendo excesso, o indivíduo que o cometeu será punido.
Vamos entender isto a seguir.
Estado de necessidade, artigo 24 do Código Penal
Artigo 24 - Considera estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Explicando o Artigo...
Quando a norma penal nos reporta ao estado de necessidade, ela considera o indivíduo que se encontra em um perigo naquele instante e que ele não o provocou por sua vontade, nem o podia evitar.
Assim, se um indivíduo provoca um sinistro por sua própria vontade, não podemos falar em estado de necessidade. No entanto, se o um grupo de pessoas perdida, em uma floresta, sem alimento, um indivíduo do grupo comete antropofagia para sobreviver, é estado de necessidade. 
Estado de necessidade é uma ação praticada pelo indivíduo. Vamos nos atentar que o estado de necessidade pode ser praticado em defesa própria ou em favor de outra pessoa. 
Legítima defesa, artigo 25 do Código Penal
Artigo 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Muito ouvimos a respeito da legítima defesa, porém devemos ter em mente que para ser caracterizada, a agressão que tem que ser atual ou iminente e injusta, e o uso dos meios tem que ser moderado.
Explicando o artigo…
Caso o indivíduo resolva repelir uma agressão justa não podemos falar em legítima defesa ou ainda, resolva repelir uma agressão verbal com disparos de arma de fogo, nada poderá caracterizar o uso moderado da força. 
Legítima defesa é uma reação que o indivíduo pratica. Vamos nos lembrar de que a legítima defesa pode ser praticada em defesa própria ou em favor de outra pessoa. 
Estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito
A lei prevê para os indivíduos que cumprem um dever, não podem cometer ilícito.
Assim sendo, a conduta é adequada em alguns casos, devido a profissão desempenhada pelo indivíduo.
Desta forma, temos como exemplo algumas profissões que são diferenciadas devido o serviço desempenhado pelos funcionários: 
Os agentes penitenciários que empurram os detentos para o interior do presídio, em um momento de fuga de presos, evitando que marginais da lei fujam. 
Policiais que entram no quintal de uma casa para salvar a vítima de um acidente de trânsito. 
Dolo ou culpa
Quando
o indivíduo comete um crime, este pode ser:
	Por crime doloso entende-se todo aquele praticado com a intenção de cometê-lo. Assim, dizemos que o crime é doloso quando o indivíduo o pratica conscientemente e voluntariamente.
	Os crimes culposos são assim definidos quando o indivíduo deu causa ao resultado crime.
Estas são as três formas da culpa: Imprudência, Imperícia e Negligência, as quais veremos, detalhadamente, a seguir.
Quanto à espécie, a culpa pode ser consciente ou inconsciente.
A culpa é uma ação ou omissão humana que resulta em um efeito não querido, porém previsível.
Formas da culpa
	Imprudência: É a falta de cautela do indivíduo. 
Exemplo: Dirigir à noite sem os óculos de grau que o indivíduo necessita por ter problemas de visão.
	Imperícia: É a falta dos conhecimentos técnicos no exercício de uma profissão. É a inexistência de uma habilidade, é a falta de conhecimento do indivíduo. 
Exemplo: Indivíduo que não sabe dirigir um veículo, mesmo assim sai de casa de carro e em seguida, comete um acidente.
	Negligência: É a displicência do indivíduo, é a preguiça da pessoa fazendo com que deixe de tomar as cautelas previsíveis. 
Exemplo: Deixar substâncias venenosas próximas de crianças, tornando-as vítimas fatais, após o consumo do veneno. 
Exclusão da culpabilidade
Você já sabe que existem as excludentes de ilicitude, agora vamos estudar a exclusão da culpabilidade.
A norma legal prevê a exclusão da culpabilidade, condição essencial para a aplicação da pena, como não há culpa por parte do indivíduo, não há de se falar em pena.
Nos casos de imputabilidade do agente (artigos 26, 27 e 28 Parágrafo 1º, todos do Código Penal), inexistência da possibilidade de conhecimento ilícito (artigos 20 Parágrafo 1º, 22 e 23, segunda parte, todos do Código Penal) e no caso de coação moral irresistível não há de se falar em culpa por parte do agente (artigo 22, primeira parte, do Código Penal).
Agravantes e Atenuantes
O Código Penal ainda prevê algumas circunstâncias que podem agravar ou atenuar a pena do criminoso, todas estão descritas nos artigos 61 a 65 do Código Penal.
Utilizando destes artigos a autoridade policial ou judiciária poderá aumentar ou diminuir o tempo da pena do indivíduo.
A Formação da Culpa
Além das provas testemunhais e documentais, o juiz para sua convicção na prolação da sentença condenatória ou absolutória, analisa a espécie de culpa, se consciente ou inconsciente.
	O indivíduo prevê o resultado, mas acredita que o resultado não ocorrerá, ou seja, o indivíduo crê que poderá evitar a consequência, o fruto de sua conduta. 
Exemplo: Fulano de Tal ao verificar que seu amigo está sendo atacado por um tigre, saca da arma acreditando que acertará apenas o animal, porém fere mortalmente seu amigo.
	É a culpa comum, manifestada pela imprudência, imperícia e negligência. Estas três formas de culpa já estudamos nesta aula
A Produção de dados
A produção de dados é necessária para que as instituições que compõe o Sistema de Segurança Pública e o Sistema de Justiça Criminal no Brasil se tornem eficientes.
Atualmente a informação aliada à tecnologia avançada faz com que seja possível alcançar resultados, antes inatingíveis.
Percebemos que de nada adiantará se aumentarem o número de policiais nas ruas, se admitirem novos juízes, promotores e defensores caso as autoridades da área correlata não dispuserem das informações (dados) organizadas e disponíveis para o uso imediato, quando se fizer necessário.
SINESP
SINESP é um avanço
Em 2012, nosso país avançou na área de Segurança Pública, com a aprovação da Lei 12.681 que institui o SINESP. 
Tempos atrás, cada estado da Federação produzia seus próprios dados, suas próprias informações, com metodologias diferentes, impossibilitando uma leitura dos números nacionais para análise da criminalidade no país.
O SINESP integra estas informações, consolidando os números, tornando-se possível um planejamento.
A forma de inserir os dados deve ser idêntica em todos os estados-membros
Até 2014, esta é a previsão do Governo Federal, todos os estados da Nação atualizarão os bancos de dados.
Feitos na área
O Governo Federal, através do Ministério da Justiça, apoia os trabalhos realizados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Cursos online, com duração de 7 semanas, em áreas diversas, são colocados à disposição dos funcionários da área de segurança pública. Cursados, estes agentes de segurança pública obtêm o certificado de conclusão do curso e oferecem um melhor serviço à sociedade.
Sabemos que muito há de ser feito, porém já foi conquistado um grande avanço. Nosso país é a vitrine do mundo no momento.
Justiça
Você sabe o que é Justiça?
De acordo com o dicionário da Língua Portuguesa justiça é atribuir a cada um aquilo que de direito lhe pertence, ou seja, é dar a cada pessoa o que é certo, de acordo com as leis vigentes.
A representação da justiça como uma mulher com venda na face, cobrindo os olhos, tendo em um dos braços, uma espada e no outro uma balança, significa a ideia que ninguém está acima da lei. A venda nos olhos passa a mensagem de imparcialidade. A espada, a punição. A balança, a igualdade.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais