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Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 1 CURSO DE QUALIFICAÇÃO TABELIONATO DE NOTAS De acordo com Código de Normas dos Serviços Notariais e de Registro de Minas Gerais Elaboração: Joana Paula Araújo Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 2 RESUMO DAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELO CÓDIGO DE NORMAS - PARTE GERAL Art. 5º, I a VIII - princípios gerais. Art. 15, parágrafo único. Os serviços mencionados poderão, contudo, ser acumulados nos municípios que não comportarem, em razão do volume dos serviços ou da receita, a instalação de mais de um deles. Art. 20 - CNPJ: fins exclusivamente fiscais. Art. 21, §2º - Nomeação ou destituição de substitutos: portaria interna e no caso dos escreventes, é necessário discriminar as atribuições de cada um dos designados. Art. 21, §3º - Cópia da Portaria Interna encaminhada ao Diretor do Foro e à CGJ pelo Malote Digital, até o 15º (décimo) dia útil do mês subseqüente ao da nomeação ou destituição, bem como, as informações sobre a contratação e dispensa de auxiliares (§4º). Arts. 28 a 33 - Da interinidade. Arts. 34 a 37 - Do módulo “Receitas-Despesas”. Arts. 38 a 44 - Da transição. Art. 48 (horário de funcionamento). Poderá haver atendimento ao público aos sábados, em número de horas fixado pelo tabelião ou oficial de registro, no período entre às 8 (oito) e às 18 (dezoito) horas, previamente autorizado pelo diretor do foro. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos Tabelionatos de Protesto e aos Ofícios de Registro de Imóveis. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 3 Art. 53. É vedada a prática de ato notarial ou de registro fora do horário regulamentar ou em dias em que não houver expediente, salvo nos casos expressamente previstos em lei, sendo civil, criminal e administrativamente responsável o tabelião ou o oficial de registro que praticar ou autorizar o ato. Parágrafo único. Para atender a chamados de emergência, poderá o tabelião de notas lavrar testamentos ou atas notariais fora dos dias e horários regulamentares. Art. 55 (acessibilidade). Os tabeliães e oficiais de registro envidarão esforços para que as instalações da serventia sejam acessíveis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Art. 60, parágrafo único (termo de abertura e encerramento). Constará no termo de abertura a data em que o primeiro ato do livro for praticado e no termo de encerramento a data em que o último ato do livro for praticado. Art. 62 (aspecto físico dos livros). Os livros em folhas soltas terão até 300 folhas numeradas, em tamanho padronizado pela serventia, recomendando-se o uso dos tamanhos Ofício ou A4. §2º. Os livros em folhas soltas, logo após concluído seu uso, serão encadernados, vedada a utilização de grampo ou parafuso. Art. 63. O livro poderá ultrapassar o limite de folhas de modo a permitir a finalização do último ato praticado, fazendo constar da folha de encerramento menção à sua data e natureza. Art. 64, parágrafo único (saída dos livros da serventia). Independe de autorização judicial a retirada do livro da serventia nos casos de celebração de casamento civil em local diverso ou de encadernação, durante o tempo estritamente necessário, sob a responsabilidade do titular da serventia, ou do interino. Art. 81 a 85 - Restauração de Livros. Vide Provimento nº 23 de 24/10/2.012 do Conselho Nacional de Justiça. A autorização para restauração de livros deve ser Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 4 solicitada pelo tabelião ou oficial de registro e poderá ser requerida pelos demais interessados, ao juiz de direito da vara de registros públicos ou, nas comarcas onde não houver vara específica, ao juiz de direito da vara cível. Arts. 86 a 89 - Atendimentos especiais: mesmo antes do Código de Normas, o Departamento Jurídico do RECIVIL já realizava tais orientações. Quanto ao atendimento do (a) deficiente visual, não houve nenhuma alteração. Art. 91. Certidão é o instrumento público expedido em razão do ofício e que contenha, alternativamente: (...) V - a negativa da existência de atos. Art. 96. Da busca realizada, será entregue ao interessado comprovante da prática do ato, nas hipóteses em que dela não resultar o fornecimento de certidão. Parágrafo único. O comprovante de busca conterá a identificação disposta no art. 95 deste Provimento e mencionará apenas a localização ou não do ato, indicando o período solicitado. Art. 100. Documentos assinados com uso de certificado digital. Art. 103, §1º e §2º - Trata do procedimento a ser adotado pelo tabelião ou oficial de registro, na hipótese do preço ou valor econômico do bem ou negócio jurídico, bem como os demais parâmetros previstos em lei, estiverem em flagrante desacordo com o seu valor real ou de mercado. O tabelião é um arrecadador de taxas e na lavratura de escrituras com conteúdo financeiro deverá buscar o valor real ou de mercado do bem ou negócio jurídico. Segundo o §2º deste artigo, o novo valor declarado ou arbitrado será utilizado tão somente para fins de recolhimento da TFJ e dos emolumentos. O ponto de discussão diz respeito à responsabilidade solidária dos notários e registradores e se há ou não necessidade de recolhimento complementar do ITBI. Sugestão de leitura: artigo publicado no site da SERJUS em dezembro/2.013, de autoria do Oficial de Registro de Imóveis da Comarca de Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 5 Taiobeiras – MG, Alexandre Scigliano Valerio: “O artigo 103 do Código de Normas do Serviço Notarial e Registral do Estado de Minas Gerais: determinação do valor para a prática do ato notarial e registral e combate à sonegação fiscal”. Art. 105, §1º (Recibo). Para a emissão do recibo de que trata o caput deste artigo, serão observados os valores constantes das tabelas de emolumentos vigentes, fazendo constar de forma desmembrada a quantia destinada ao “Recompe – MG”. §2º. A segunda via dos recibos emitidos deverá ser arquivada, em meio físico ou eletrônico, pelo prazo de 6 (seis) anos contados da data da emissão. O debate sobre este artigo consistia na interpretação do art. 105, caput com o §1º. A cotação do Recompe seria apenas no recibo e a dos livros não incluiria o Recompe, ou a cotação tanto nos recibos quanto nos livros constaria o Recompe? A resposta à indagação acima, está na manifestação da CGJ/MG, precedente CAFIS processo nº 66.471/2.014 (item 23, pag. 17 e 18), que assim se posicionou: “O parágrafo 1º do artigo 105 determina que os recibos emitidos aos usuários tragam desmembrada a quantia destinada ao “RECOMPE-MG”. Apesar disso não constar expressamente no caput do referido artigo, que trata da cotação dos livros da Serventia, o “RECOMPE-MG” deve ser desmembrado também em tais cotações, a fim de se manter a uniformidade e correspondência entre os valores da cotação efetuada nos livros e aqueles constantes do recibo emitido pelo usuário”. Art. 106 (Arquivamento). A cobrança pelos atos de arquivamento é restrita aos documentos estritamente necessários à prática dos atos notariais e de registro e cujo arquivamento seja expressamente exigido em lei ou ato normativo para lhes garantir a segurança e a eficácia. Segundo a manifestaçãoda CGJ/MG, precedente CAFIS processo nº 66.471/2.014 (item 10, pag. 7/9): “(...) se não há previsão legal ou normativa, é vedada a exigência de qualquer documento, bem como seu arquivamento e eventual cobrança de emolumentos e Taxa de Fiscalização Judiciária”. Art. 164. O tabelião é obrigado a manter na Serventia os documentos e as certidões apresentadas no original, em cópia autenticada ou em cópia simples Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 6 conferida com o original, mencionando-os na escritura, podendo o arquivo ser feito por meio físico, digital ou microfilme. Art. 107 a 110. Da assistência judiciária e da isenção do recolhimento de emolumentos e taxa de fiscalização judiciária. Art. 124 a 135. Procedimento de suscitação de dúvida. Art. 1025 a 1.070. Do processo administrativo disciplinar. Art. 1.071 a 1074. Das disposições finais e transitórias. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 7 OBRIGAÇÕES DOS TABELIÃES DE NOTAS E DOS OFICIAIS DE REGISTRO CIVIL COM ATRIBUIÇÕES NOTARIAIS LIVRO DE REGISTRO AUXILIAR DA RECEITA E DA DESPESA - Previsão legal: Provimento nº 34, de 09/07/2.013 do Conselho Nacional de Justiça e arts. 67 a 76, 78 a 80 do Código de Normas e Orientação nº 06 da Corregedoria Nacional de Justiça de 25/11/2.013. - Impressão do livro: será realizada mensalmente, até o dia 15 (quinze) do mês subsequente. - Prazo do balanço do ano anterior: até o 15º (décimo quinto) dia do mês de janeiro, indicando a receita, a despesa e o líquido mês a mês, apurando a renda líquida ou o déficit no exercício. - Fiscalização (art. 13 do Provimento nº 34/2.013 do CNJ e art. 76 do Código de Normas): anualmente, por ocasião da Correição Ordinária, o Livro de Diário Auxiliar da Receita e da Despesa será apresentado para visto ao diretor do foro, que determinará, sendo o caso, as glosas necessárias, podendo ainda, ordenar sua apresentação sempre que entender conveniente. LIVRO DE CONTROLE DE DEPÓSITO PRÉVIO - Previsão legal: Provimento nº 34, de 09/07/2.013 do Conselho Nacional de Justiça e arts. 77, 78 a 80 do Código de Normas. - Impressão do livro: será realizada mensalmente, até o dia 15 (quinze) do mês subsequente. CENTRAL ELETRÔNICA DE ATOS NOTARIAIS E DE REGISTRO Previsão legal: arts. 114 a 119 do Código de Normas. Finalidade: armazenamento, concentração e disponibilização de informações sobre inventários, divórcios, separações, restabelecimento da sociedade conjugal, aquisições de imóveis rurais por estrangeiros, indisponibilidade de bens, testamentos, procurações e substabelecimentos (incluindo as respectivas revogações destes três últimos). Prazo: até o 15º (décimo quinto) dia útil do mês subsequente à prática do ato, os tabeliães e oficiais de registro civil com atribuições notariais devem remeter à Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 8 Corregedoria - Geral de Justiça, os dados relativos aos atos notariais anteriormente citados. SISTEMA “JUSTIÇA ABERTA” Previsão legal: Provimento nº 24, de 23/12/2.012 do Conselho Nacional de Justiça e art. 120 do Código de Normas. Prazo: semestralmente, via internet, até o dia 15 (quinze) dos meses de janeiro e julho ou até o dia útil subsequente, os tabeliães e oficiais de registro deverão atualizar os dados do Sistema “Justiça Aberta”, incluindo os dados de produtividade e arrecadação, bem como os cadastros de eventuais Unidades Interligadas que conectem unidades de saúde e Ofícios de Registro Civil das Pessoas Naturais. Já, as alterações cadastrais devem ser atualizadas, em até 10 (dez) dias após suas ocorrências. CENTRAL NOTARIAL DE SERVIÇOS ELETRÔNICOS COMPARTILHADOS – CENSEC Previsão legal: Provimento nº 18, de 28/08/2.012 do Conselho Nacional de Justiça (com a modificação introduzida pelo Provimento nº 31, de 22/05/2.013 do Conselho Nacional de Justiça) e art. 148, VI e XV do Código de Normas. Endereço eletrônico: www.censec.org.br, mantida e operada pelo Colégio Notarial do Brasil - Conselho Federal (CNB/CF). Objetivos: interligar as serventias que praticam atos notariais, permitir o tráfego de informações e dados, aprimorar tecnologias com a finalidade de viabilizar os serviços notarias em meio eletrônico, implantar um sistema nacional de gerenciamento de banco de dados para pesquisa, incentivar o desenvolvimento tecnológico dos serviços notariais e facilitar o acesso às informações (ressalvado o acesso restrito no caso de sigilo) e por fim, facilitar o acesso direto de órgãos públicos a informações e dados correspondentes ao serviço notarial. Módulos operacionais da CENSEC - Registro Central de Testamentos On- Line – RCTO: destinado ao lançamento e pesquisa de testamentos públicos e de instrumentos de aprovação de testamentos cerrados, lavrados no país. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 9 - Central de Escrituras de Separações, Divórcios e Inventários – CESDI: destinada ao lançamento e pesquisa de escrituras a que alude a Lei 11.441/2.007. - Central de Escrituras e Procurações – CEP: destinada ao lançamento e pesquisa de escrituras, procurações e demais atos notariais diversos. - Central Nacional de Sinal Público – CNSIP: destinada ao arquivamento digital e pesquisa do sinal público de notários e registradores. Art. 148 do Código de Normas. Incumbe ao tabelião de notas: (...) VI - remeter seus espécimes de assinatura e sinal público, assim como o de seus substitutos, à Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados - CENSEC; - Prazo para o envio de dados ao RCTO, CESDI e CEP: * até o dia 5 de cada mês subsequente, quanto aos atos praticados na segunda quinzena do mês anterior; * até o dia 20, quanto aos atos praticados na primeira quinzena do próprio mês. Nos meses em que os dias 5 e 20 não forem úteis, a informação deverá ser enviada no dia útil subsequente. - Fiscalização: Conselho Nacional de Justiça e Corregedoria Nacional de Justiça. O Colégio Notarial do Brasil - Conselho Federal deverá informar à Corregedoria Nacional de Justiça, mensalmente, os casos de descumprimento dos prazos de carga das informações e indicar as serventias omissas em aviso dirigido a todos os usuários do sistema, inclusive nos informes específicos solicitados por particulares e órgãos públicos. - Carga de informações de atos notariais já lavrados e cronograma: vide art. 15 e 16 do Provimento nº 18, de 28/08/2.012 do Conselho Nacional de Justiça. DOI - DECLARAÇÃO SOBRE OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS Previsão legal: Instruções Normativas RFB nº 1.112, de 28/12/2.010, nº 1.193, 15/09/2.011 e 1.239, de 17/01/2.012. Da declaração: deve ser apresentada sempre que ocorrer operação imobiliária de aquisição ou alienação, realizada por pessoa física ou jurídica, independentemente de seu valor, cujos documentos sejam lavrados, anotados, Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 10 averbados, matriculados ou registrados no respectivo cartório. Deverá ser emitida uma declaração para cada imóvel. Emitida a DOI: é esta a expressão que deve constar nos instrumentos notariais, com exceção daqueles que possuem conteúdo declaratório. Prazo de entrega: até o último dia útil do mês subsequente ao da lavratura do ato. Penalidade pela falta de apresentação ou apresentação da declaração após o prazo fixado: multa Perguntase respostas da DOI: www.receita.gov.br/PerguntasRespostas. DECLARAÇÃO DE APURAÇÃO E INFORMAÇÃO DA TAXA DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA (DAP/TFJ) Previsão legal: Portaria Conjunta nº 03/2.005/TJMG/CGJ/SEF-MG Prazo para entrega ao TJMG: transmissão via internet, através do endereço eletrônico www.tjmg.jus.br, até o dia 05 (cinco) do mês subsequente ao da prática dos atos. Recolhimentos da TFJ - Portaria Conjunta nº 013/2.012/TJMG/CGJ/SEF- MG: I - do dia 1º ao dia 7 do mês, o recolhimento será até o dia 14 do mesmo mês; II - do dia 08 ao dia 14 do mês, o recolhimento será até o dia 21 do mesmo mês; IV - do dia 15 ao 21 do mês, o recolhimento será até o dia 28 do mesmo mês; IV - do dia 22 até o final do mês, o recolhimento será até o dia 7 do mês subsequente. COMPENSAÇÃO DOS ATOS GRATUITOS – RECOMPE Previsão legal: Lei 15.424/2.004. Valor a ser recolhido: 5,66% dos emolumentos recebidos pelo notário e registrador. Prazo para o depósito: até o 5º dia útil do mês subsequente ao da prática do ato ou no dia seguinte àquele em que a soma dos valores devidos ultrapassar a quantia de R$ 1.000,00 (mil reais), em conta bancária identificada como RECOMPE- MG Recursos de Compensação. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 11 Falta de recolhimento ou recolhimento insuficiente: sujeita o notário e o registrador ao pagamento dos valores atualizados, acrescidos de juros de mora e demais encargos legais e aplicação da pena de multa (art. 41, caput da Lei nº 15.424/2.004), sem prejuízo das medidas administrativas e aplicação de outras sanções. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE) A lavratura de escrituras públicas de separações e divórcios extrajudiciais deverá ser informada a este órgão, trimestralmente. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 12 LEITURA OBRIGATÓRIA DE ARTIGOS DOS OFÍCIOS DE REGISTRO DE IMÓVEIS COM RELEVÂNCIA NO TABELIONATO DE NOTAS Arts. 638 e 639 Art. 883 Arts. 660 a 662 Art. 888 Art. 672 Art. 924 a 931 Art. 676 Arts. 997 a 1.000 Art. 684 Arts. 1012 a 1018 Arts. 686 e 687 Art. 1.021 Art. 697 Art. 700 Art. 728, IV Art. 730 Art. 747 Art. 763, V, §2º Arts. 764, 765, 766, 767, 768 e 769 Arts. 775, 776 e 777 Art. 781 Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 13 TABELIONATO DE NOTAS ATOS NOTARIAIS ESCRITURA PÚBLICA 1 - PREVISÃO LEGAL Art. 7º, I, da Lei 8.935/1.994: Aos tabeliães de notas compete com exclusividade: I - lavrar escrituras e procurações públicas (...) e artigos 8º, I e 144, I do Código de Normas. 2 - CONCEITO Art. 155 do Código de Normas: A escritura pública é o instrumento notarial dotado de fé pública e força probante plena, em que são acolhidas declarações sobre atos jurídicos ou declarações de vontade inerentes a negócios jurídicos para as quais os participantes devam ou queiram dar essa forma legal. 2.1 - As escrituras públicas podem ser relativas a situações jurídicas com ou sem conteúdo financeiro. O §2º do art. 155 do Código de Normas dispõe: Consideram-se escrituras públicas relativas a situações jurídicas com conteúdo financeiro aquelas cujo objeto tenha repercussão econômica central e imediata, materializando ou sendo parte de negócio jurídico com relevância patrimonial ou econômica, como a transmissão, a aquisição de bens, direitos e valores, a constituição de direitos reais sobre eles ou a sua divisão. A cobrança é feita por unidade imobiliária (nota III) e conforme o item 4, b, da tabela 1. Dessa forma, todas as demais escrituras que não se enquadram no conceito acima, ressalvados os casos específicos, são por exclusão, consideradas sem conteúdo financeiro e a cobrança dos emolumentos é feita de acordo com o item 4, a, da tabela1. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 14 3 - VALOR PROBANTE A escritura pública, assim como todo instrumento público, recebe a fé pública do tabelião, tornando-se prova robusta dos fatos que nela contêm. Neste sentido: Art. 215 do Código Civil. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. Art. 364 do Código de Processo Civil. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, o funcionário declarar que ocorreram em sua presença. Enunciado 158 da III Jornada de Direito Civil. “Art. 215: A amplitude da noção de “prova plena” (isto é, “completa”) importa presunção relativa acerca dos elementos indicados nos incisos do §1º, devendo ser conjugada com o disposto no parágrafo único do art. 219”. 4 - EXIGÊNCIA DE ESCRITURA PÚBLICA O art. 108 do Código Civil menciona: Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Quanto ao critério de aplicabilidade do valor de trinta salários mínimos temos dois aspectos importantes: Art. 777 do Código de Normas: Para fins de aplicação do art. 108 do Código Civil, deve-se tomar por base o maior valor, dentre os parâmetros legais, referente à totalidade do imóvel, ainda que a alienação ou oneração seja parcial. Enunciado 289 da IV Jornada de Direito Civil: “Art. 108: O valor de 30 salários mínimos constante no art. 108 do Código Civil Brasileiro, em referência à forma pública ou particular dos negócios jurídicos que envolvem bens imóveis, é atribuído pelas partes contratantes e não por qualquer outro arbitrado pela Administração Pública com finalidade tributária”. Não se aplica o disposto no art. 108 do Código Civil para a aquisição de imóveis rurais por estrangeiros. O art. 8º da Lei 5.709/1.971 e o art. 747 do Código de Normas estabelecem: Na aquisição de imóvel rural por pessoa estrangeira, física ou jurídica, é da essência do ato a escritura pública. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 15 Ainda, encontramos no Código Civil, outros artigos que tratam da exigibilidade da escritura pública: emancipação voluntária (art. 5º, parágrafo único, I), criação de fundação (art. 62, caput), doação (art. 541 - forma pública ou particular), direito de superfície (art. 1.369), promessa de compra e venda (art. 1.417 - forma pública ou particular), pacto antenupcial (art. 1.653), bem de família instituído inter vivos (art. 1.711), cessão de direitos hereditários (art. 1.793, caput), renúncia de herança (art. 1.806). O Código de Processo Civil, em seu art. 366, dispõe: Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. Neste caso, a forma pública é obrigatória, confirmando o princípio da infungibilidade da forma pública, quando exigida por lei. 5 - REQUISITOS DA ESCRITURA PÚBLICA O Código Civil enumera os requisitos genéricos da escritura pública. Art. 215 - A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. §1º - Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter: I - data e local de sua realização; Esteprimeiro requisito materializa o princípio de autenticação da data, característica dos instrumentos públicos. A escritura deve conter a indicação de dia, mês e ano em que está sendo lavrada, devendo ser expressa em numerais e por extenso. A hora da lavratura da escritura pública não é requisito essencial. Caso ocorra referência ao horário, há a presunção do art. 192 da Lei 6.015/1.973 e art. 672 do Código de Normas, ou seja, terá direito de preferência sobre outra escritura, cuja hora não tenha sido determinada, eventualmente protocolada no mesmo dia e sob o número de ordem inferior. Quanto ao local, em geral, os atos são praticados na própria sede da serventia. Entretanto, pode ser que atendendo ao pedido dos interessados, por um motivo justificado, ocorra em local diverso (respeitada a competência territorial), devendo ser consignado tal fato na escritura pública e efetuar a cobrança da diligência conforme a tabela 8, item 5 a e b. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 16 O Código de Normas traz disposição sobre a prática de atos fora da Serventia: Art. 146. O tabelião de notas, incluído o oficial de registro civil das pessoas naturais com atribuições notariais no exercício dessas atribuições, não poderá praticar atos notariais fora da serventia. §1º. Mediante solicitação do interessado, o tabelião de notas ou seu preposto poderá se deslocar para diligências necessárias à prática do ato, observados os limites do município para o qual recebeu a delegação (redação dada pelo Provimento nº 265/CGJ/2.014 de 07/03/2.014). §2º. É também considerado diligência o deslocamento do tabelião de notas ou de seu preposto com a folha do livro, mediante controle interno na forma de protocolo e obedecido o disposto no §1º deste artigo, para fins de coleta de assinaturas necessárias à conclusão do ato, em virtude de impossibilidade de comparecimento da parte à serventia, por impedimento legal ou por doença comprovada mediante atestado médico, que será arquivado. II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas; Este é um dos momentos em que o notário realiza o processo de qualificação notarial, referente ao elemento subjetivo da relação jurídica. Importante destacar, que todos os participantes do ato, partes, testemunhas, inclusive a rogo, intervenientes e representantes devem ser devidamente identificados e qualificados. A maneira mais segura de proceder à identidade das partes é através da identificação documental, que é feita através da apresentação dos documentos legalmente admitidos (art. 2º da Lei 12.037/2.009). III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e demais comparecentes, com indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação; *Estado civil: A partir de uma certidão de nascimento ou casamento da Serventia de Registro Civil das Pessoas Naturais, verifica-se a situação civil do participante do ato notarial. O Código de Normas em seu art. 162, V, considera como requisito documental de legitimação para a segurança jurídica da escritura Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 17 pública, a certidão de casamento do participante, expedida há no máximo 90 (noventa) dias, e sua declaração, sob as penas da lei, de que seu conteúdo permanece inalterado. Assim, a certidão de casamento é um documento estritamente necessário para a prática do ato e será objeto de arquivamento. Um tema de acirrada discussão, vez que o Código de Normas é silente, diz respeito à exigência ou não da certidão de nascimento e arquivamento deste documento, quando a pessoa se declarar solteira. Em que pese os fortes argumentos a favor, a CGJ/MG, precedente CAFIS processo nº 66.471/2.014, item 10, pag. 8, posicionou-se: “Quanto à certidão de nascimento, frise-se que não há nenhuma previsão legal ou normativa para sua exigência e arquivamento, bastando a declaração da parte de que é solteira, fato que deverá ser expresso na escritura pública”. *Profissão, domicílio e residência - Art. 776 do Código de Normas: Não ofende o princípio da continuidade a divergência de profissão e endereço dos envolvidos no registro, sendo desnecessária a averbação de tais alterações, salvo se requerida pela parte. *Nome do cônjuge, regime de bens do casamento: este requisito encontra justificativa no art. 1.647 do Código Civil: Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime de separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis (...). É importante constar a data do casamento ou se o mesmo foi anterior ou posterior à vigência da Lei 6.515/1.977. Esta informação permite verificar a existência ou não de pacto antenupcial, para fins de registro nos termos do art. 167, I, 12, c/c art. 244 e averbação, art. 167, II, 1, todos da Lei 6.015/1.973. Assim, se o regime for da comunhão de bens e o casamento for anterior a 1.977, não existe pacto, pois este era considerado o regime legal. Se o casamento for posterior a 1.977 e o regime é o da comunhão universal de bens, haverá pacto, pois a partir da Lei do Divórcio, o regime legal passou a ser o da comunhão parcial. *Filiação: a filiação somente deve ser inserida na qualificação da pessoa quando a mesma não dispuser de elementos que permitam individualizá-la e afastá- la de eventuais homônimos. Quando houver documento de identificação da parte, não é necessário constar filiação. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 18 *CPF: este dado deve constar no instrumento público. Tal informação é necessária para o envio da DOI à Receita Federal, cadastro dos atos junto à CENSEC e à Central Eletrônica dos Atos Notariais e de Registro. IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes; A manifestação da vontade deve ser declarada expressamente na escritura. O tabelião de notas é um profissional que capta a vontade humana e maneja o instituto do direito civil adequado ao propósito revelado. V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato; O cumprimento das exigências legais deve ser analisado para cada espécie de escritura. As exigências fiscais referem-se ao dever de fiscalizar o recolhimento dos impostos incidentes sobre os atos que devam praticar (art. 30, XI, Lei 8.935/1.994 e art. 148, XVIII do Código de Normas). Neste caso, são solidariamente responsáveis, juntamente com os contribuintes (art. 124, II, e art. 134, VI, ambos do CTN). Art. 134 do Código Tributário Nacional: Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: (...) VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício. VI - declaração de haver sido lida na presença das partes e demais comparecentes ou de que todos a leram; O tabelião deve garantir que as partes efetivamente possuam conhecimento do que consta na escritura, devendo fazer a leitura para todos os participantes do ato. Estes também devem fazer leitura, se puderem e quiserem. Na escritura deve constar que a leitura foi feita pelo tabelião ou de que todos a leram. VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a dotabelião ou seu substituto legal encerrando o ato. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 19 As partes, os comparecentes e o tabelião devem assinar à margem de todas as folhas utilizadas para o ato. Sobre as assinaturas das partes, deve-se reportar ao contido no §2º, do art. 215 do Código Civil: Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo. O art. 156 do Código de Normas em seus parágrafos dispõe: §1º. Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo, devendo constar o motivo da assinatura a rogo e podendo firmar por mais de um comparecente se não forem conflitantes seus interesses. §2º. A pessoa que assinará a rogo deve, preferencialmente, ser conhecida e de confiança daquele que não puder ou não souber assinar e ser alheia à estrutura da serventia. §3º. É recomendável colher, se possível, a impressão digital do polegar direito de quem não puder ou não souber assinar, com os cuidados técnicos necessários à obtenção de traços nítidos; impossibilitada a colheita no polegar direito, poderá ser colhida no esquerdo ou em outro dedo da mão ou ainda do pé, fazendo constar referência ao dedo sucedâneo. Aconselha-se o uso de coletor digital. Ainda, sobre os requisitos da escritura pública, de maneira semelhante o Código de Normas dispõe: Art. 156. A escritura pública deve conter os seguintes requisitos, além de outros exigidos por lei: I - data e lugar de sua realização, indicando a serventia em que foi lavrada; II - nome e qualificação completa do participante que seja pessoa natural, indicando nacionalidade, estado civil, profissão, endereço e lugar de domicílio, menção ao número do CPF e de documento de identidade, ainda com a indicação, se casado, da data e da serventia, livro, folha e termo do casamento, do regime de bens adotado, menção expressa à serventia, livro e folha onde foi lavrado o pacto antenupcial, se houver, e ao nome do cônjuge, com sua qualificação completa; Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 20 III - nome, endereço e lugar da sede, número do CNPJ, menção ao registro mercantil ou civil das pessoas jurídicas e indicação da representação de participante que seja pessoa jurídica, ainda com os dados constantes no inciso II, no que couber, em relação à pessoa natural representante; IV - nome e qualificação completa do procurador, se houver, com menção à data, ao livro, à folha e à serventia em que tenha sido lavrado o instrumento público de procuração e, se houver, de substabelecimento, assim como a data da certidão de seu inteiro teor, quando não se tratar do traslado; V - nome e qualificação completa, na forma do inciso II, de representante ou assistente em caso de incapacidade plena ou capacidade apenas relativa de participante, transcrevendo o alvará de autorização judicial ou mencionando-o em breve relatório com todas as minúcias que permitam identificá-lo, o que também se aplica no que couber, ao suprimento judicial de consentimento; VI - reconhecimento de identidade e capacidade dos comparecentes, incluída a legitimidade da representação, se for o caso; VII - declaração de vontade dos participantes. Já os incisos VIII, IX e X do referido artigo são reprodução do art. 215, incisos V, VI e VII do Código Civil. Quanto à qualificação das partes ou qualquer outro dado, para evitar que seja objeto de averbação, através de requerimento autônomo, apresentado ao Oficial de Registro de Imóveis, o Código de Normas no art. 768 inovou: Fica dispensado o requerimento escrito e autônomo para fins da averbação, inclusive as do art. 167, II, 4 e 5 da Lei de Registros Públicos, quando no título constar requerimento das partes para que o oficial proceda às averbações necessárias ao registro do título. 5.1 - Outros requisitos *Redação em língua nacional (art. 215, §3º do Código Civil e art. 153, I do Código de Normas). *Comparecente que desconhece a língua nacional e o tabelião não entende o idioma em que este se expressa: necessidade de tradutor público, ou não o havendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimentos bastantes (art. 215, §4º do Código Civil e art. 156, §4º do Código de Normas). Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 21 *Desconhecido do tabelião e sem identificação: quanto à regra contida no art. 215, §5º, do Código Civil, nos dias atuais, é rara a hipótese da pessoa não possuir nenhum documento de identificação. Caso isso ocorra, o tabelião deve proceder com cautela, para evitar que seja alvo de fraudes e de prática de crimes, principalmente, pelo fato que as testemunhas poderão falsamente atestar a identidade de determinada pessoa. 6 - REDAÇÃO DA ESCRITURA PÚBLICA E PRINCIPAIS ERROS COMETIDOS O Código de Normas dispõe: Art. 142. São atividades inerentes à função notarial: (...) III - redigir em estilo claro, conciso e correto, os instrumentos públicos, utilizando os meios jurídicos mais adequados aos fins em vista; Art. 143. O tabelião de notas, como autor do instrumento público, não está vinculado a minutas que lhe sejam apresentadas, podendo revisá-las ou negar-lhes curso, uma vez que é sua a responsabilidade pela redação dos atos notariais. A seguir, apresento os erros mais comuns cometidos quando da lavratura do ato notarial: *XX Anos do Nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo: A República Federativa do Brasil é um Estado laico (art. 19 da Constituição Federal/1.988), sendo vedada a exposição de crenças em seus documentos públicos. A Constituição Federal/1.988 em seu art. 5 º, VI, garante que é inviolável a liberdade de consciência e de crença. *Dispensadas as testemunhas com base na Lei Federal nº. 6.952 de 06/11/1.981: Esta lei deu ao CC/16 a redação atual do art. 215 do CC, no entanto, nada falou sobre dispensa. A lei traz a exigência de testemunhas apenas para os casos excepcionais. *Por força da cláusula CONSTITUTI (constituto possessório): Esta cláusula não pode ser utilizada de forma discriminada. O constituto possessório é uma hipótese de tradição (entrega) ficta, na qual quem possuía em nome próprio passa a possuir em nome alheio. O comprador não recebe imediatamente a posse do bem, Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 22 permanecendo o vendedor no imóvel (possuidor direto), seja em virtude de locação ou comodato. A título de ilustração, o oposto da cláusula constitui é a traditio brevi manu, na qual aquele que possuía em nome alheio passa a possuir em nome próprio. *Dispensada a CND Estadual em virtude da liminar concedida em face da inconstitucionalidade do art. 32 da Lei 14.699/2.003: O julgamento da ADIN (nº 1.0000.04.410.449-5/000) pelo TJMG ocorreu em 08/03/2.006 e foi mantido o entendimento da inconstitucionalidade do dispositivo mencionado, daí, desnecessário fazer qualquer tipo de referência. 7 - DESPESAS DA ESCRITURA E REGISTRO O art. 490 do Código Civil indica o responsável pelo pagamento dessas despesas: Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. 8 - RETIFICAÇÕES NAS ESCRITURAS PÚBLICAS Os erros constantes de um instrumento público poderão ser retificados de três formas, em razão da extensão do erro, omissão ou até mesmo decorrente do momento em que o equívoco foi constatado. 8.1 - Em tempo Esta espécie de correção ocorre quando, aomissão ou o defeito do ato notarial, for constatado após as assinaturas, mas antes da expedição do traslado e havendo espaço, será feita a corrigenda “em tempo” e a colheita de novas assinaturas (art. 285, parágrafo único do Código de Normas). O momento do “em tempo” é determinado: enquanto as partes ainda estiverem no serviço notarial para a colheita de novas assinaturas. Atenção: evitar excessos nesta modalidade de correção. 8.2 - Aditamento O aditamento nada mais é do que a narrativa de um erro material havido em escritura pública. Dessa forma, mediante ato aditivo (outra escritura), somente subscrito pelo tabelião e se na forma e substância não for alterada a vontade das partes ou a Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 23 substância do ato, poderá suprir omissões e corrigir enganos ou erros de grafia cometidos em escritura pública (art. 286 do Código de Normas). Não é qualquer erro que permite o aditamento por ato exclusivo do tabelião: não pode ser substancial; há, portanto que ser acidental. Deverá o tabelião, lançar no instrumento anterior, anotação referente à lavratura da escritura de aditamento. 8.3 - Rerratificação A rerratificação consiste na hipótese de correção nos casos em que a modificação ou inclusão em ato notarial afetará diretamente a vontade das partes, sendo necessária a presença de todos os que participaram do ato a ser retificado, lavrando-se assim, nova escritura (art. 287, caput do Código de Normas). Chama-se retificativa, por que corrige erros que alteram a vontade das partes e ratificativa, confirmando-se os demais termos do documento original. Também neste ato, o tabelião deverá lançar no instrumento anterior anotação referente à lavratura da escritura de rerratificação ou expedir comunicação à serventia respectiva (possibilidade de lavratura de escritura pública de rerratificação em serventia diversa daquela do instrumento primitivo). 8.3.1 - Rerratificação de escritura pública de compra e venda após o registro: “Se a escritura já foi registrada, a retificação somente pode se referir a elementos secundários, corrigindo-se apenas erros materiais, desde que não alterem a substância do negócio jurídico praticado, nem seus elementos essenciais”. (Coleção de Cadernos do IRIB, vol. 1, p. 36). 8.4 - Cobrança de Emolumentos *Em tempo: nesta espécie de correção, não há o que se cobrar; *Aditamento e na rerratificação: inicialmente, é necessário verificar se o erro ou omissão foi atribuído ao tabelião ou às partes. O Código de Normas traz a solução para cada caso: Art. 287 (...) §1º. Sendo imputável ao tabelião de notas ou a seu preposto o erro ou omissão objeto de correção mediante escritura pública de aditamento ou rerratificação, é vedada qualquer cobrança a esse título. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 24 §2. Havendo na escritura erro ou omissão atribuíveis às partes, estas deverão arcar com os emolumentos correspondentes aos atos de aditamento ou rerratificação conforme previsão legal. A situação prevista no §1º foi objeto de inúmeros debates, sobre qual selo deveria ser utilizado: padrão ou isento, ou seja, com recolhimento da TFJ ou sua não incidência. Conforme Aviso nº 14/CGJ/2.014 de 28/04/2.014, a decisão ficou a critério do notário: “(...) até que seja firmado entendimento comum com a Secretaria de Estado de Fazenda, fica facultado aos notários e registradores escolherem a utilização na Tabela Tipo de Tributação, do “Código 28” (com previsão integral do valor relativo à Taxa de Fiscalização Judiciária) ou, alternativamente, do “Código 31” (sem incidência da Taxa de Fiscalização Judiciária)”. No caso do §2º do art. 287 do Código de Normas, se não houver conteúdo financeiro, a cobrança será feita nos termos da tabela 1, item 4, c. 9 - PRAZO PARA ASSINATURAS (art. 154, §1º e §2º do Código de Normas) As partes dispõem, após a lavratura da escritura pública, de até 07 (sete) dias úteis para a assinatura. Os emolumentos e a TFJ devem ser pagos pelo solicitante quando do requerimento. Decorrido o prazo e se o instrumento público notarial não for assinado por todos, será declarado sem efeito. Não haverá qualquer devolução de emolumentos ou de TFJ por parte do tabelião de notas, vez que houve a prática do ato. Caso seja necessário novo instrumento por ter o anterior sido declarado sem efeito, o solicitante deverá arcar com os custos para a sua lavratura. 10 - ESPÉCIES 10.1 - Compra e Venda Arts. 481 a 532 do Código Civil. 10.1.1 - Conceito: Consiste na transferência de propriedade de coisa certa por quantia em dinheiro. 10.1.2 - Aspectos relevantes Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 25 *Outorga uxória/marital: sempre que um dos cônjuges for vender bem imóvel será necessária a anuência do outro, salvo se casados no regime de separação convencional de bens ou da participação final nos aquestos, se previsto expressamente no pacto (art. 1.647, I, 1.656, ambos do Código Civil e art. 157 do Código de Normas). Quanto às pessoas casadas sob o regime legal da separação legal de bens, é necessária a outorga, por força da Súmula 377 do STF: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento”. *Menor na qualidade de vendedor (não emancipado): depende de autorização judicial (art. 1.691 do Código Civil). Caso o vendedor seja emancipado, a autora Maria Helena Diniz, entende que ele pode vender, sem a necessidade de autorização judicial. *Menor na qualidade de comprador: diante da possibilidade de fraude (doação de numerário), o tabelião deve informar à Fazenda Estadual o ato notarial. *Menores sujeitos à tutela e interditos na qualidade de vendedores: dependem de autorização judicial (art. 1.750 e 1.781, ambos do Código Civil). * Venda de bens do espólio: depende de autorização judicial, nos termos do art. 992, I, do Código de Processo Civil. *Venda de ascendente para descendente: anuência dos demais descendentes e cônjuge do (s) alienante (s), salvo na hipótese de serem casados no regime da separação convencional de bens (art. 496 do Código Civil), sob pena de anulabilidade. Os descendentes menores deverão ter o seu consentimento através de suprimento judicial. Conforme posição do IRIB, “tratando-se de anulabilidade, não compete ao registrador de imóveis verificar se houve ou não o comparecimento dos descendentes na escritura, podendo tal escritura ser lavrada e registrada normalmente” (Coleção de Cadernos do IRIB, vol. 1, p. 27). Enunciado 545 da VI Jornada de Direito Civil: “O prazo para pleitear a anulação de venda de ascendente a descendente sem anuência dos demais descendentes e/ou do cônjuge do alienante é de 02 (dois) anos, contados da ciência do ato, que se presume absolutamente, em se tratando de transferência imobiliária, a partir da data do registro de imóveis (art. 179 e 496 do Código Civil)”. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 26 *Compra e venda entre cônjuges: é possível nos bens particulares, ou seja, aqueles excluídos da comunhão (art. 499 do Código Civil). *Venda por pessoa jurídica: o tabelião deve analisar os atos constitutivos e verificar como podem ser vendidos os bens. A representação da pessoa jurídica, somente pode ser exercida, por quem estiver devidamente autorizado nos atos constitutivos. *Condomínio (arts. 504 e 1.322 do Código Civil): O art. 504 do Código Civil aplica-se ao condomínio tradicional e não ao edilício. O condôminoem coisa indivisível tem direito de preferência, caso não seja notificado para exercê-lo, poderá fazê-lo 180 dias após o registro (sob pena de decadência) e haver para si a parte vendida a estranhos. A ausência de notificação não impede a lavratura da escritura. Nesse sentido, é a regra do art. 767 do Código de Normas: No caso de venda de quota-parte por um dos condôminos, em situação jurídica de condomínio geral, não é necessária a anuência prévia dos demais para fins de registro. No entanto, é prudente que o notário conste na escritura que o vendedor foi devidamente alertado sobre o disposto no art. 504 e parágrafo único do Código Civil. *Condomínio edilício (art. 1331, §1º do Código Civil): os abrigos para veículos não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio. *Declaração de inexistência de débitos condominiais: a declaração refere- se aos imóveis que estão sob o regime da propriedade horizontal. O art. 4º, parágrafo único da Lei 4.591/1.964 estabelece: A alienação ou a transferência de direitos de que trata este artigo dependerá de prova de quitação das obrigações do alienante com o respectivo condomínio. No entanto, o art. 2º, §2º da Lei 7.433/1.985 determina que: (...) considerar-se á prova de quitação a declaração feita pelo alienante ou seu procurador sob as penas da Lei, a ser expressamente consignada nos instrumentos de alienação ou transferência de direitos. Conclui-se que são duas formas de atender ao requisito: a) mediante apresentação da declaração emitida pelo condomínio (prova documental) ou b) declaração do (s) alienante(s), na forma e sob as penas da lei (art. 161 do Código de Normas). Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 27 De outra quadra, o art. 1.345 do Código Civil dispõe: O adquirente da unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. Assim, mesmo que existam débitos declarados na escritura e aceitos pelo adquirente - novo sujeito passivo da obrigação real, o título deve ser qualificado positivamente. As dívidas condominiais são débitos do imóvel e o acompanham (obrigação propter rem), independente do proprietário haver mudado ou não. *Venda Ad Mensuram: é aquela em que se determina a área do imóvel vendido, estipulando-se o preço por medida de extensão. O adquirente poderá exigir o complemento da área, e, se isso for impossível, reclamar a resolução do negócio ou abatimento no preço, se faltar correspondência entre a área efetivamente encontrada e as dimensões dadas (art. 500, §2º, do Código Civil). *Venda Ad Corpus: é aquela em que o vendedor aliena o imóvel como corpo certo e determinado. Logo, o comprador não poderá exigir o implemento da área nem devolução do excesso, pois adquiriu o conjunto e não em atenção à área declarada, que assume caráter meramente enunciativo (desde que a diferença encontrada não exceda 1/20 ou seja, 5%), ainda que não conste de modo expresso ter sido a venda ad corpus (art. 500, §1º e §3º do Código Civil). *Evicção: é a perda da coisa, por força de decisão judicial, fundada em motivo jurídico anterior, que a conferem a outrem. Decorre da obrigação do alienante de entregar a coisa alienada ao adquirente, como também, de garantir o uso e gozo. Assim, conclui-se que ocorre a evicção quando o adquirente vem a perder total ou parcialmente a coisa, em virtude de sentença fundada em motivo jurídico anterior (arts. 447 a 457, do Código Civil). A evicção é restrita aos contratos onerosos, não tendo aplicação nas doações e cessões gratuitas de direito. Na lavratura da escritura pública as partes podem pactuar cláusula expressa que reforce, diminua ou exclua a responsabilidade pela evicção (art. 448 do Código Civil). *Retrovenda (art. 505 do Código Civil): esta cláusula possibilita o vendedor de recomprar o imóvel, no prazo máximo decadencial de 03 (três) anos, restituindo o preço mais as despesas e benfeitorias. O direito de retrato é cessível e transmissível a herdeiros e legatários (arts. 505 a 508, do Código Civil). *Preempção ou preferência condicional (art. 513 do Código Civil): As partes podem estipular na escritura pública esta cláusula, pela qual impõe ao Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 28 comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use do seu direito de prelação na compra tanto por tanto. O prazo para exercer tal direito, se a coisa for imóvel, é de dois anos. Tal direito não se pode ceder nem passa aos herdeiros (arts. 513 a 520 do Código Civil). *Imóvel urbano: área mínima de 125 m². e frente mínima de 5 (cinco) metros (art. 4º, II, Lei 6.766/1.979). 10.1.3 - Requisitos documentais inerentes à regularidade da escritura pública *Comprovante de pagamento do ITBI: art. 1º, §2º, da Lei 7.433/1.985 e art. 1º, II, do Decreto nº 93.240/1.986. Quando a lei autorizar o seu recolhimento após a lavratura, deverá haver menção expressa ao dispositivo legal (art. 160, I do Código de Normas). *Certidão fiscal (art.1º, III, a e b do Decreto nº 93.240/1.986 e art. 160, II do Código de Normas). Imóvel urbano: certidão fiscal referente ao IPTU ou comprovante de quitação dos tributos que incidam sobre o imóvel; Imóvel rural: - Prova de quitação do último ITR (imposto territorial rural) ou, quando o prazo não tenha vencido, do imposto territorial rural correspondente ao seu exercício imediatamente anterior ou certidão negativa emitida pelo sítio da Receita Federal www.receita.gov.br. - CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - INCRA). O CCIR é emitido através do sítio www.incra.gov.br. ATENÇÃO: a certidão fiscal expedida pelo município pode ser dispensada pelo adquirente, que passa a responder, nos termos da lei, pelos débitos fiscais existentes (art. 160, §1º do Código de Normas). *Certidões do Serviço de Registro de Imóveis (art. 1º, IV do Decreto nº 93.240/1.986 e art. 160, III e IV do Código de Normas): certidão atualizada de inteiro teor e certidão de ônus reais e ações reais ou pessoais reipersecutórias – prazo de validade: 30 dias. A exigência de tais certidões tem como objetivo a análise da prova dominial. O fato de tais certidões serem positivas, não é obstáculo para a lavratura da Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 29 escritura. Nesse caso, o adquirente deve ser cientificado da existência do gravame, declarando no instrumento notarial, que aceita adquirir o imóvel nessas condições. *Certidões de feitos ajuizados a saber (art. 160, V do Código de Normas): a exigência de tais certidões encontra fundamento na boa-fé. - Justiça Federal (inclusive, Juizado Especial): cível e criminal; - Justiça Estadual (inclusive, Juizado Especial): cível e criminal; - Justiça do Trabalho. - CND trabalhista ou expressa declaração de que as partes estão cientes da possibilidade da sua obtenção (Recomendação nº 03 de 15/03/2.012 do Conselho Nacional de Justiça). ATENÇÃO: As certidões de feitos ajuizados devem ser do domicílio do transmitente ou onerante e da sede do imóvel. - Poderá haver expressa dispensa pelo adquirente ou credor da apresentação das certidões de feitos ajuizados. No entanto, deve ser consignado em destaque na escritura, a ciência dos riscos inerentes a tal dispensa (art. 160, V do Código de Normas). 10.1.4 - Requisitos documentais de legitimação (art. 162 do código de normas): - documento de identificação pessoal dos comparecentes, comobservância do disposto no art. 156, II a V, do Código de Normas; - apresentação do traslado ou certidão da escritura pública de procuração e de seu substabelecimento, se houver, ou de certidão extraída pelo Ofício de RTD que contenha procuração lavrada por instrumento público ou equivalente em país estrangeiro, traduzida, se necessário. Quanto à regra contida no art. 156, §7º do Código de Normas, a CGJ/MG, precedente CAFIS processo nº 66.471/2.014 (item 8, pag. 7) firmou o seguinte entendimento: “A interpretação do parágrafo citado retro deve ser literal. Então, a regra é que a procuração não tem prazo de validade, salvo cláusula expressa. Somente se o Tabelião entender necessário, poderá, decorridos trinta dias da outorga ou expedição do traslado, exigir certidão da serventia onde foi lavrada a procuração, sendo tal ato uma faculdade do Tabelião, não se constituindo num dever ou obrigação”. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 30 - apresentação de cópia autêntica dos atos constitutivos atualizados de pessoa jurídica que habilitem o representante e certidão de registro dos referidos atos, expedida há no máximo 30 (trinta) dias. - apresentação, no original, de alvará judicial que habilite o autorizado à prática de determinado ato, por si ou como representante ou assistente; - apresentação da certidão de casamento do participante (certidão de estado civil seria a expressão mais apropriada), expedida há no máximo 90 (noventa) dias, e sua declaração, sob as penas da lei, de que seu conteúdo permanece inalterado. Certidões do RCPN para fins de averbação no Ofício de Registro de Imóveis: art. 769 do Código de Normas; - apresentação do instrumento de mandato em via original para a lavratura de escritura pública de substabelecimento. 10.1.5 - Requisitos documentais legitimadores: art. 163 do código de normas (empresa alienante ou devedora) - apresentação de certidão negativa de débito para com o INSS (art. 47, I, b da Lei 8.212/1.991, art. 406, I, b da Instrução Normativa RFB nº 971 de 13/11/2.009). Exceção: art. 407, IV da Instrução Normativa RFB nº 971 de 13/11/2.009 e art. 163, §1º do Código de Normas; - apresentação de certidão negativa de débito relativa a tributos federais e a inscrição em dívida ativa da União; - pessoa física dispensa de CND para com o INSS: art. 163, §3º do Código de Normas. 10.1.6 - Arquivamento de documentos O Código de Normas tratou deste assunto nos art. 106 e 164. A CGJ/MG, no precedente CAFIS processo nº 66.471/2.014, item 10, páginas 8 e 9 manifestou-se sobre o assunto: “Ressalta-se aqui a previsão do art. 106 do Provimento nº 260/CGJ/2.013: “A cobrança pelos atos de arquivamento é restrita aos documentos estritamente necessários à prática dos atos notariais e de registro e cujo arquivamento seja expressamente exigido em lei ou ato normativo para lhes garantir a segurança e a eficácia” (destaques nossos). Portanto, se não há previsão legal ou normativa, é vedada a exigência de qualquer documento, bem como seu arquivamento e eventual cobrança de emolumentos e Taxa de Fiscalização Judiciária”. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 31 O tabelião é obrigado a manter na serventia os documentos arquivados no original, em cópia autenticada ou em cópia simples conferida com o original. A escritura deverá fazer menção aos documentos arquivados. 10.1.7 - Cláusulas obrigatórias Do objeto: qualificar o imóvel com todas as características constantes da matrícula. Na escritura pública de imóveis urbanos é dispensável a descrição e caracterização, desde que constem, estes elementos da certidão do Serviço de Registro de Imóveis, consignando exclusivamente o número do registro ou matrícula, completa localização, logradouro, número, bairro, cidade, Estado (art. 2º, §1º, da Lei 7.433/1.985 e art. 3º do Decreto 93.240/1.986 e art. 159 do Código de Normas). Nos imóveis rurais a qualificação deve ser completa. Quando o imóvel não possuir matrícula e sim, transcrição no registro imobiliário é necessário identificar seu objeto, conforme o disposto no art. 158, I e II do Código de Normas. Da procedência: matrícula ou transcrição do imóvel objeto do instrumento. Disponibilidade: declaração de que o imóvel encontra-se livre e desembaraçado. Independente do fornecimento das certidões do Serviço do Registro de Imóveis, os outorgantes deverão declarar na escritura, sob pena de responsabilidade civil e penal a existência ou não de outras ações reais e pessoais reipersecutórias, relativas ao imóvel, e de outros ônus reais incidentes sobre o mesmo (art. 1º, §3º, do Decreto nº. 93.240/1.986 e art. 160, §2º do Código de Normas). Preço e pagamento: declaração do valor do negócio e a forma de pagamento ou quitação, se esta ocorrer; Transmissão: A escritura transmite apenas a posse. A transferência da propriedade somente ocorre com o registro do título (art. 1.245 do Código Civil). Segundo o autor Leonardo Brandelli, a escritura pública cria apenas a obrigação de transmitir a propriedade. Encerramento ou impostos/certidões: nesta cláusula devem ser lançadas todas as informações referentes às certidões apresentadas e tributos pagos; Emitida a DOI. Observação: Quando comparecerem no ato interveniente(s) ou anuente(s), estes devem declarar o que fazem no ato (justificativa de acordo com a previsão Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 32 legal), não basta assinarem. Principais exemplos de interveniência: exercício do direito de preferência e venda de ascendente a descendente. 10.1.8 - Cobrança e selo A escritura pública será cobrada com conteúdo financeiro, devendo ser afixado um selo PADRÃO no traslado, além dos selos ARQUIVAMENTO, referentes aos documentos necessários à prática do ato. A leitura da tabela 1, item 4 e suas notas é indispensável. 10.2 - ESCRITURAS DE IMÓVEIS RURAIS Diante de algumas particularidades que envolvem as escrituras de imóveis rurais, realizo um estudo dirigido dos aspectos mais importantes do tema. 10.2.1 - Conceito de imóvel rural O critério adotado é o da destinação econômica. Considera-se rural, o imóvel que tiver por finalidade a exploração agrícola, pecuária, extrativa ou agroindustrial (art. 4º, I, da Lei nº 4.504/1.964). 10.2.2 - Fração mínima de parcelamento Conceito: é a menor dimensão admitida para desmembramento ou divisão do imóvel rural, salvo situações excepcionais previstas em lei. O art. 65 do Estatuto da Terra dispõe: O imóvel rural não é divisível em áreas de dimensão inferior à constitutiva do módulo de propriedade rural. A Lei 5.868/1.972 passou a admitir para fins de desmembramento de imóveis rurais, a fração mínima de parcelamento. O módulo rural somente será levado em consideração se for menor (art. 8º). A FMP está expressa no CCIR, é definida pelo INCRA e varia de acordo com cada região. Exceções à lavratura de escritura pública cujo objeto é inferior à FMP: - alienação destinada comprovadamente à anexação a outro imóvel confrontante, desde que o imóvel ao qual se desmembre permaneça com área igual ou superior à fração mínima de parcelamento (art. 8º, §4º, Lei 5.868/1.972). - art. 2º, I e II do Decreto 62.504/1.968: I - Desmembramentos decorrentes de desapropriação por necessidade ou utilidade pública e independem de prévia autorização do INCRA; Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 33 II - Desmembramentos de iniciativa popular que visem atender interesses de ordem pública na zona rural (art. 2º, II, alíneasa e b, do citado decreto) e dependem de prévia autorização do INCRA. O tabelião não poderá, sob de responsabilização criminal, cível e administrativa, lavrar escritura pública de ato jurídico que envolva divisão ou desmembramento de área inferior à FMP. Do mesmo modo e sujeito às mesmas responsabilidades, o registrador não pode praticar atos (registros) que infrinjam esta regra (art. 8º, §3º da Lei nº 5.868/1.972). IMPORTANTE: O que a lei veda é a divisão ou desmembramento com área de tamanho inferior à FMP, sendo admissível a existência de imóvel rural em CONDOMÍNIO, desde que não se constitua um loteamento irregular. Nesse sentido, o autor Carlos Fernando Brasil Chaves, leciona: “Não obstante, é perfeitamente possível o condomínio tradicional do Código Civil. Decorrendo dele a transferência de uma parte ideal, não sendo ela localizada e nem mesmo numerada, não se vislumbrará qualquer infração à lei, ou tentativa de um condomínio manipulado (...). Necessário de faz acautelar-se quanto à venda de frações ideais que possam dar ensejo ao chamado condomínio ordinário, decorrente de parcelamento informal e irregular, que possa fraudar, eventualmente a Lei nº 6.766/79”. Art. 883 do Código de Normas: O parcelamento de imóveis rurais respeitará a fração mínima de parcelamento constante no Certificado de Cadastro de Imóvel Rural, salvo os casos previstos em norma federal. 10.2.3 - Certificado de cadastro de imóvel rural O art. 2º da Lei 5.868/1.972 dispõe sobre a obrigatoriedade de prestar a declaração de cadastro todos os proprietários, titulares do domínio útil ou possuidores a qualquer título de imóveis rurais, assim definidos em lei. Esta declaração acarreta a emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural pelo INCRA. Sem a apresentação do Certificado de Cadastro, não poderão os proprietários, sob pena de nulidade, desmembrar, arrendar, hipotecar, vender ou prometer em venda imóveis rurais, conforme prescreve o art. 22, §1º, da Lei 4.947/1.966. Dessa forma, a apresentação do CCIR é requisito essencial da escritura pública e a falta do mesmo poderá acarretar a nulidade do ato (art. 1º, III, b do Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 34 Decreto nº 93.240/1.986, art. 22, h da Resolução nº 35/2.007 do Conselho Nacional de Justiça). Segundo o art. 22, §6º, da Lei 4.947/1.966, (...) os serviços notariais são obrigados a mencionar nas escrituras os seguintes dados do CCIR: I - código do imóvel; II - nome do detentor; III - nacionalidade do detentor; IV - denominação do imóvel; V - localização do imóvel. Todos esses dados encontram-se disponíveis no próprio CCIR. No entanto, o Código de Normas passou a exigir os demais dados que devem ser transcritos na escritura: Art. 171. São requisitos indispensáveis à escritura pública que implique alienação a qualquer título, de imóvel rural ou direito a ele relativo, assim como sua oneração: I - apresentação do Certificado de Cadastro de imóvel Rural - CCIR mais recente, emitido pelo INCRA, cujos dados mínimos devem ser transcritos na escritura: a) código do imóvel rural; b) nome de quem figura no lançamento do imóvel; c) denominação do imóvel; d) município; e) módulo rural; f) número de módulos rurais; g) módulo fiscal; h) número de módulos fiscais; i) fração mínima de parcelamento; j) área total de lançamento; k) número do CCIR; II - apresentação do comprovante de quitação da taxa de serviços cadastrais, se não constar a quitação da taxa no próprio CCIR. 10.2.4 - Imposto territorial rural (ITR) O art. 22, §3º, da Lei 4.947/1.966, com redação determinada pela Lei nº. 10.267/2.001 dispõe: A apresentação do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR, exigida no caput deste artigo e nos §§1º e 2º, far-se-á, sempre acompanhada de prova de quitação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 35 correspondente aos últimos cinco exercícios, ressalvados os casos de inexigibilidade e dispensa previstos no art. 20 da Lei nº. 9.393, de 19 de dezembro de 1.996. A comprovação do pagamento pode ser feita pela apresentação da certidão negativa de débitos relativos ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, emitida eletronicamente através do sítio www.receita.fazenda.gov.br. Nesse sentido, o Código de Normas considerou como requisito indispensável para a lavratura de escritura pública de imóvel rural, em seu art. 171, III: a apresentação dos 5 (cinco) últimos comprovantes de pagamento referentes ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR ou certidão negativa relativa ao ITR expedida pelo órgão federal competente, ressalvados os casos de inexigibilidade e dispensa previstos no art. 20 da Lei nº. 9.393, de 19 de dezembro de 1.996. Mesmo que seja emitida a CND referente ao ITR, é necessário exigir a última declaração deste, pois, nela consta o valor declarado do imóvel, para fins de cobrança dos emolumentos (art. 10, §3º, II, da Lei nº 15.424/2.004). 10.2.4.1 - Documento de informação e apuração do ITR (DIAT) O art. 171, VIII, do Código de Normas exige para a lavratura de escritura pública de imóvel rural a apresentação do Documento de Informação e Apuração do ITR - DIAT, expedido pelo INCRA. Há um equívoco na redação, onde lê-se INCRA, o correto é Receita Federal. O DIAT destina-se à apuração do imposto. O contribuinte declara no DIAT, o valor da terra nua (VTN) correspondente ao imóvel. O VTN refletirá o preço de mercado de terras apurado em 1º de janeiro do ano a que se referir o DIAT e será considerado auto-avaliação da terra nua a preço de mercado. O contribuinte cujo imóvel se enquadre nas hipóteses estabelecidas no art. 2º e 3º da Lei 9.393/1.996 (imunidade e isenção) fica dispensado da apreciação do DIAT. Orientações práticas sobre o DIAT: - Verificar se na própria declaração do ITR consta o DIAT; - Caso a resposta seja negativa, analisar se ocorreu a hipótese de imunidade ou isenção, que dispensa o DIAT; - O valor da terra nua (VTN) constante no DIAT servirá de base para a cobrança dos emolumentos; Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 36 - Caso ocorra dispensa do DIAT nos casos previstos em lei, constar o motivo na escritura. Dica: é indispensável a leitura dos artigos 2º, 3º e 8º da Lei 9.393/1.996. 10.2.5 - Georreferenciamento O georreferenciamento consiste em um método moderno de agrimensura que leva em conta todas as saliências do imóvel, com todos os aclives e declives. O objetivo é revelar de forma clara toda a complexidade do imóvel. A realização do georreferenciamento visa dar cumprimento ao princípio da especialidade objetiva, zelando pela correta e completa identificação do objeto do direito, primeiro na matrícula e depois, no próprio título que ingressa para registro. Certo é que a Lei nº. 10.167/2.001 trouxe significativas mudanças nos arts. 176 e 225 da Lei de Registros Públicos. A identificação dos imóveis rurais deverá ser obtida através do memorial descritivo, assinado por profissional habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda a quatro módulos fiscais. O Decreto 7.620 de 21/11/2.011, prorrogou os prazos para a obrigatoriedade do georreferenciamento.Os novos prazos agora em vigor são os seguintes: A ausência do georreferenciamento obsta apenas o registro, conforme dispõe o art. 176, §4º, da Lei 6.015/1.973: A identificação de que trata o §3º tornar-se-á Área do Imóvel Prazo acima de 500 ha já está em vigor acima de 250 ha - 500 ha já está em vigor acima de 100 ha - 250 ha 20/11/2.016 acima de 25 ha - 100 ha 20/11/2.019 abaixo de 25 ha 20/11/2.023 Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 37 obrigatória para efetivação do registro, em qualquer situação de transferência de imóvel rural, nos prazos fixados por ato do Poder Executivo. O Código de Normas em seu art. 171, V, mencionou como requisito indispensável à lavratura da escritura pública de imóvel rural, a observância da descrição georreferenciada, nos termos e hipóteses previstos na Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2.001, e nos seus decretos regulamentadores. Importante frisar, que na hipótese do imóvel possuir a descrição georreferenciada, esta deverá constar obrigatoriamente na escritura pública. O georreferenciamento é tratado nos arts. 924 a 931 do Código de Normas. 10.2.6 - Escritura pública de fração ideal A fração ideal consiste no desdobramento do imóvel em partes não localizadas, as quais permanecem contidas dentro da área original, mas que em razão da alienação, permanecem em condomínio. Não existe limitação legal para a para as frações ideais. A área total do imóvel em comunhão é que deve obedecer a FMP. Em geral, podem ser lavradas escrituras públicas cujo objeto caracterize como fração ideal. É muito comum a formação de condomínios rurais, desde que conservada a destinação rural do imóvel. Só poderá ser realizada a extinção do condomínio com a lavratura de escritura pública de divisão ou escritura pública de individualização de imóvel rural em condomínio, desde que respeitada a fração mínima de parcelamento. Nesse sentido é a manifestação da CGJ/MG, precedente nº 67808/2014: “(...) Cada um dos adquirentes possuirá uma fração ideal sobre todo o imóvel, o qual permanecerá indiviso, em matrícula única, até que os condôminos optem por extinguir a comunhão pactuada”. No tocante à descrição do imóvel na lavratura de escritura pública de fração ideal, deve - se mencionar o percentual ou a fração ideal que está sendo objeto de alienação e em seguida, descrever o imóvel matriculado (art. 687, §1º e 2º do Código de Normas). Os tabeliães devem ter cautela ao lavrar escrituras de frações ideais, quando houver indícios de ocorrência de fraude e desrespeito à Lei 6.766/1.979, configurando um verdadeiro loteamento dissimulado. O art. 888 do Código de Normas preconiza: É vedado proceder ao registro de vendas de frações ideais, com Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 38 localização, numeração e metragem certa, ou de qualquer outra forma de instituição de condomínio geral que desatenda os princípios da legislação civil, caracterizadores, de modo oblíquo e irregular, de loteamento ou desmembramentos. O precedente supracitado da CGJ/MG também tratou deste assunto: “(...) Ademais, deve-se evitar, sobremaneira, a prática de atos notariais e registrais que envolvam frações ideais, mas que, na verdade, caracterizem verdadeiros parcelamentos irregulares do solo, inclusive mediante recusa da prática do ato, conforme dispõe o art. 172, parágrafo único, do Provimento nº 260/CGJ/2.013”. Nesse sentido: Art. 172. A alienação de parte ideal de imóvel rural somente será instrumentalizada pelo tabelião de notas se o imóvel integral possuir todos os documentos necessários à sua alienação e sua área não for inferior ao do módulo calculado para o imóvel ou fração mínima de parcelamento, prevalecendo a de menor área, bem como, se não houver localização, demarcação ou divisão da parte ideal. Parágrafo único. Se o tabelião de notas verificar que na realidade existem fundados indícios de fraude ao disposto no caput deste artigo, de modo a configurar ocupação irregular do solo, recusará a prática do ato mediante nota fundamentada. No tocante à documentação obrigatória, a CGJ/MG no precedente nº 66471/2.014, item 24, fls. 18, manifestou-se: “(...) esclareça-se que os documentos a serem apresentados, nos casos de alienação de parte ideal de imóvel rural, em condomínio, dizem respeito ao imóvel integral. Caso haja regular desmembramento, não há que se falar em imóvel integral ou parcial, tendo em vista que as áreas serão distintas e independentes uma da outra”. Por fim, o tabelião deve orientar às partes sobre as consequências de se adquirir um imóvel em condomínio (anuência, direito de preferência, etc). 10.2.7 - Escritura pública de individualização de imóvel rural em condomínio (arts. 1012 a 1018 do Código de Normas) Trata-se de uma inovação e visa regularizar a matrícula do imóvel que possui diversos condôminos. Diante do grande número de matrículas formadoras de condomínios rurais, da dificuldade de permanecer no estado de comunhão e consenso de todos na Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 39 divisão do imóvel, surge ao condômino uma nova alternativa para regularização da sua fração com abertura de matrícula autônoma. Importante destacar o art. 1012 do Código de Normas: Nas circunscrições imobiliárias possuidoras de condomínios rurais pro diviso que apresentem situação consolidada e localizada, a regularização de frações com abertura de matrícula autônoma, respeitada a fração mínima de parcelamento, será feita com a anuência dos confrontantes das parcelas a serem individualizadas. Aspectos importantes: - Prazos: até a vigência do Código de Normas é necessária a comprovação pelo condômino/requerente do período de 5 anos de ocupação retroativa. Após a vigência, o prazo é de 10 anos. - Instrumentalização: escritura pública declaratória ou instrumento particular nos casos do art. 108 do Código Civil. - Intervenientes: é obrigatório o comparecimento de todos os confrontantes da gleba a localizar, sejam ou não condôminos do imóvel integral. Na hipótese de impossibilidade de anuência de qualquer confrontante, ele será notificado pelo oficial de registro de imóveis a manifestar-se no prazo de 15 dias, seguindo o disposto no art. 213, §§2º a 6º, da Lei de Registros Públicos. - Desnecessidade de retificação da descrição do imóvel (retificação de área) desde que na escritura haja referência expressa à apresentação dos seguintes documentos: título do domínio, CCIR, prova de quitação do ITR, certidão de benfeitorias expedida pela Prefeitura Municipal, planta e memorial descritivo. - Devem ser encaminhados à Serventia de Registro de Imóveis os documentos citados acima e mais a ART do CREA ou RRT do CAU, relativos ao profissional responsável, devidamente quitados. - O oficial de registro localizará a gleba, lavrando ato de registro, a exemplo do que ocorre com as escrituras de divisão, do que resultará a abertura de matrícula própria para a parcela localizada. - Este procedimento não exclui a possibilidade de lavratura de escritura pública de divisão ou ajuizamento de ação de divisão, respeitadas as peculiaridades de cada caso. Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 40 Cobrança: segundo o entendimento da CGJ/MG no precedente nº 66471/2.014, item 18, pag. 18 e 29, trata-se de escritura pública declaratória sem conteúdo financeiro, conforme previsão do item 4, a, tabela 1. 10.2.8 - Reserva legal Conceito de reserva legal: art. 3º,
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