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Apostila Tabelionato de Notas 2014

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Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE QUALIFICAÇÃO 
 
TABELIONATO DE NOTAS 
 
 
De acordo com Código de Normas dos Serviços Notariais e de Registro 
de Minas Gerais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Elaboração: Joana Paula Araújo 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
2 
 
RESUMO DAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELO 
CÓDIGO DE NORMAS - PARTE GERAL 
 
Art. 5º, I a VIII - princípios gerais. 
 
Art. 15, parágrafo único. Os serviços mencionados poderão, contudo, ser 
acumulados nos municípios que não comportarem, em razão do volume dos 
serviços ou da receita, a instalação de mais de um deles. 
 
Art. 20 - CNPJ: fins exclusivamente fiscais. 
 
Art. 21, §2º - Nomeação ou destituição de substitutos: portaria interna e no 
caso dos escreventes, é necessário discriminar as atribuições de cada um dos 
designados. 
 
Art. 21, §3º - Cópia da Portaria Interna encaminhada ao Diretor do Foro e à 
CGJ pelo Malote Digital, até o 15º (décimo) dia útil do mês subseqüente ao da 
nomeação ou destituição, bem como, as informações sobre a contratação e 
dispensa de auxiliares (§4º). 
 
Arts. 28 a 33 - Da interinidade. 
 
Arts. 34 a 37 - Do módulo “Receitas-Despesas”. 
 
Arts. 38 a 44 - Da transição. 
 
Art. 48 (horário de funcionamento). Poderá haver atendimento ao público 
aos sábados, em número de horas fixado pelo tabelião ou oficial de registro, no 
período entre às 8 (oito) e às 18 (dezoito) horas, previamente autorizado pelo diretor 
do foro. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos Tabelionatos de 
Protesto e aos Ofícios de Registro de Imóveis. 
 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
3 
 
Art. 53. É vedada a prática de ato notarial ou de registro fora do horário 
regulamentar ou em dias em que não houver expediente, salvo nos casos 
expressamente previstos em lei, sendo civil, criminal e administrativamente 
responsável o tabelião ou o oficial de registro que praticar ou autorizar o ato. 
Parágrafo único. Para atender a chamados de emergência, poderá o 
tabelião de notas lavrar testamentos ou atas notariais fora dos dias e horários 
regulamentares. 
 
Art. 55 (acessibilidade). Os tabeliães e oficiais de registro envidarão 
esforços para que as instalações da serventia sejam acessíveis às pessoas 
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 
 
Art. 60, parágrafo único (termo de abertura e encerramento). Constará no 
termo de abertura a data em que o primeiro ato do livro for praticado e no termo de 
encerramento a data em que o último ato do livro for praticado. 
 
Art. 62 (aspecto físico dos livros). Os livros em folhas soltas terão até 300 
folhas numeradas, em tamanho padronizado pela serventia, recomendando-se o uso 
dos tamanhos Ofício ou A4. 
§2º. Os livros em folhas soltas, logo após concluído seu uso, serão 
encadernados, vedada a utilização de grampo ou parafuso. 
 
Art. 63. O livro poderá ultrapassar o limite de folhas de modo a permitir a 
finalização do último ato praticado, fazendo constar da folha de encerramento 
menção à sua data e natureza. 
 
Art. 64, parágrafo único (saída dos livros da serventia). Independe de 
autorização judicial a retirada do livro da serventia nos casos de celebração de 
casamento civil em local diverso ou de encadernação, durante o tempo estritamente 
necessário, sob a responsabilidade do titular da serventia, ou do interino. 
 
Art. 81 a 85 - Restauração de Livros. Vide Provimento nº 23 de 24/10/2.012 
do Conselho Nacional de Justiça. A autorização para restauração de livros deve ser 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
4 
 
solicitada pelo tabelião ou oficial de registro e poderá ser requerida pelos demais 
interessados, ao juiz de direito da vara de registros públicos ou, nas comarcas onde 
não houver vara específica, ao juiz de direito da vara cível. 
 
Arts. 86 a 89 - Atendimentos especiais: mesmo antes do Código de 
Normas, o Departamento Jurídico do RECIVIL já realizava tais orientações. Quanto 
ao atendimento do (a) deficiente visual, não houve nenhuma alteração. 
 
Art. 91. Certidão é o instrumento público expedido em razão do ofício e que 
contenha, alternativamente: 
(...) 
V - a negativa da existência de atos. 
 
Art. 96. Da busca realizada, será entregue ao interessado comprovante da 
prática do ato, nas hipóteses em que dela não resultar o fornecimento de certidão. 
Parágrafo único. O comprovante de busca conterá a identificação disposta 
no art. 95 deste Provimento e mencionará apenas a localização ou não do ato, 
indicando o período solicitado. 
 
Art. 100. Documentos assinados com uso de certificado digital. 
 
Art. 103, §1º e §2º - Trata do procedimento a ser adotado pelo tabelião ou 
oficial de registro, na hipótese do preço ou valor econômico do bem ou negócio 
jurídico, bem como os demais parâmetros previstos em lei, estiverem em flagrante 
desacordo com o seu valor real ou de mercado. O tabelião é um arrecadador de 
taxas e na lavratura de escrituras com conteúdo financeiro deverá buscar o valor 
real ou de mercado do bem ou negócio jurídico. 
Segundo o §2º deste artigo, o novo valor declarado ou arbitrado será utilizado 
tão somente para fins de recolhimento da TFJ e dos emolumentos. O ponto de 
discussão diz respeito à responsabilidade solidária dos notários e registradores e se 
há ou não necessidade de recolhimento complementar do ITBI. 
Sugestão de leitura: artigo publicado no site da SERJUS em 
dezembro/2.013, de autoria do Oficial de Registro de Imóveis da Comarca de 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
5 
 
Taiobeiras – MG, Alexandre Scigliano Valerio: “O artigo 103 do Código de Normas 
do Serviço Notarial e Registral do Estado de Minas Gerais: determinação do valor 
para a prática do ato notarial e registral e combate à sonegação fiscal”. 
 
Art. 105, §1º (Recibo). Para a emissão do recibo de que trata o caput deste 
artigo, serão observados os valores constantes das tabelas de emolumentos 
vigentes, fazendo constar de forma desmembrada a quantia destinada ao “Recompe 
– MG”. 
§2º. A segunda via dos recibos emitidos deverá ser arquivada, em meio físico 
ou eletrônico, pelo prazo de 6 (seis) anos contados da data da emissão. 
O debate sobre este artigo consistia na interpretação do art. 105, caput com o 
§1º. A cotação do Recompe seria apenas no recibo e a dos livros não incluiria o 
Recompe, ou a cotação tanto nos recibos quanto nos livros constaria o Recompe? 
A resposta à indagação acima, está na manifestação da CGJ/MG, 
precedente CAFIS processo nº 66.471/2.014 (item 23, pag. 17 e 18), que assim se 
posicionou: 
“O parágrafo 1º do artigo 105 determina que os recibos emitidos aos usuários 
tragam desmembrada a quantia destinada ao “RECOMPE-MG”. Apesar disso não 
constar expressamente no caput do referido artigo, que trata da cotação dos livros 
da Serventia, o “RECOMPE-MG” deve ser desmembrado também em tais 
cotações, a fim de se manter a uniformidade e correspondência entre os valores da 
cotação efetuada nos livros e aqueles constantes do recibo emitido pelo usuário”. 
 
Art. 106 (Arquivamento). A cobrança pelos atos de arquivamento é restrita 
aos documentos estritamente necessários à prática dos atos notariais e de registro e 
cujo arquivamento seja expressamente exigido em lei ou ato normativo para lhes 
garantir a segurança e a eficácia. 
Segundo a manifestaçãoda CGJ/MG, precedente CAFIS processo nº 
66.471/2.014 (item 10, pag. 7/9): “(...) se não há previsão legal ou normativa, é 
vedada a exigência de qualquer documento, bem como seu arquivamento e 
eventual cobrança de emolumentos e Taxa de Fiscalização Judiciária”. 
Art. 164. O tabelião é obrigado a manter na Serventia os documentos e as 
certidões apresentadas no original, em cópia autenticada ou em cópia simples 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
6 
 
conferida com o original, mencionando-os na escritura, podendo o arquivo ser feito 
por meio físico, digital ou microfilme. 
 
Art. 107 a 110. Da assistência judiciária e da isenção do recolhimento de 
emolumentos e taxa de fiscalização judiciária. 
 
Art. 124 a 135. Procedimento de suscitação de dúvida. 
 
Art. 1025 a 1.070. Do processo administrativo disciplinar. 
 
Art. 1.071 a 1074. Das disposições finais e transitórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
7 
 
OBRIGAÇÕES DOS TABELIÃES DE NOTAS E DOS OFICIAIS DE 
REGISTRO CIVIL COM ATRIBUIÇÕES NOTARIAIS 
 
LIVRO DE REGISTRO AUXILIAR DA RECEITA E DA DESPESA 
- Previsão legal: Provimento nº 34, de 09/07/2.013 do Conselho Nacional de 
Justiça e arts. 67 a 76, 78 a 80 do Código de Normas e Orientação nº 06 da 
Corregedoria Nacional de Justiça de 25/11/2.013. 
- Impressão do livro: será realizada mensalmente, até o dia 15 (quinze) do 
mês subsequente. 
- Prazo do balanço do ano anterior: até o 15º (décimo quinto) dia do mês de 
janeiro, indicando a receita, a despesa e o líquido mês a mês, apurando a renda 
líquida ou o déficit no exercício. 
- Fiscalização (art. 13 do Provimento nº 34/2.013 do CNJ e art. 76 do 
Código de Normas): anualmente, por ocasião da Correição Ordinária, o Livro de 
Diário Auxiliar da Receita e da Despesa será apresentado para visto ao diretor do 
foro, que determinará, sendo o caso, as glosas necessárias, podendo ainda, ordenar 
sua apresentação sempre que entender conveniente. 
 
LIVRO DE CONTROLE DE DEPÓSITO PRÉVIO 
 - Previsão legal: Provimento nº 34, de 09/07/2.013 do Conselho Nacional de 
Justiça e arts. 77, 78 a 80 do Código de Normas. 
- Impressão do livro: será realizada mensalmente, até o dia 15 (quinze) do 
mês subsequente. 
 
CENTRAL ELETRÔNICA DE ATOS NOTARIAIS E DE REGISTRO 
Previsão legal: arts. 114 a 119 do Código de Normas. 
Finalidade: armazenamento, concentração e disponibilização de informações 
sobre inventários, divórcios, separações, restabelecimento da sociedade conjugal, 
aquisições de imóveis rurais por estrangeiros, indisponibilidade de bens, 
testamentos, procurações e substabelecimentos (incluindo as respectivas 
revogações destes três últimos). 
Prazo: até o 15º (décimo quinto) dia útil do mês subsequente à prática do ato, 
os tabeliães e oficiais de registro civil com atribuições notariais devem remeter à 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
8 
 
Corregedoria - Geral de Justiça, os dados relativos aos atos notariais anteriormente 
citados. 
 
SISTEMA “JUSTIÇA ABERTA” 
Previsão legal: Provimento nº 24, de 23/12/2.012 do Conselho Nacional de 
Justiça e art. 120 do Código de Normas. 
Prazo: semestralmente, via internet, até o dia 15 (quinze) dos meses de 
janeiro e julho ou até o dia útil subsequente, os tabeliães e oficiais de registro 
deverão atualizar os dados do Sistema “Justiça Aberta”, incluindo os dados de 
produtividade e arrecadação, bem como os cadastros de eventuais Unidades 
Interligadas que conectem unidades de saúde e Ofícios de Registro Civil das 
Pessoas Naturais. Já, as alterações cadastrais devem ser atualizadas, em até 10 
(dez) dias após suas ocorrências. 
 
CENTRAL NOTARIAL DE SERVIÇOS ELETRÔNICOS COMPARTILHADOS 
– CENSEC 
Previsão legal: Provimento nº 18, de 28/08/2.012 do Conselho Nacional de 
Justiça (com a modificação introduzida pelo Provimento nº 31, de 22/05/2.013 do 
Conselho Nacional de Justiça) e art. 148, VI e XV do Código de Normas. 
Endereço eletrônico: www.censec.org.br, mantida e operada pelo Colégio 
Notarial do Brasil - Conselho Federal (CNB/CF). 
Objetivos: interligar as serventias que praticam atos notariais, permitir o 
tráfego de informações e dados, aprimorar tecnologias com a finalidade de viabilizar 
os serviços notarias em meio eletrônico, implantar um sistema nacional de 
gerenciamento de banco de dados para pesquisa, incentivar o desenvolvimento 
tecnológico dos serviços notariais e facilitar o acesso às informações (ressalvado o 
acesso restrito no caso de sigilo) e por fim, facilitar o acesso direto de órgãos 
públicos a informações e dados correspondentes ao serviço notarial. 
Módulos operacionais da CENSEC 
- Registro Central de Testamentos On- Line – RCTO: destinado ao 
lançamento e pesquisa de testamentos públicos e de instrumentos de aprovação de 
testamentos cerrados, lavrados no país. 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
9 
 
- Central de Escrituras de Separações, Divórcios e Inventários – CESDI: 
destinada ao lançamento e pesquisa de escrituras a que alude a Lei 11.441/2.007. 
- Central de Escrituras e Procurações – CEP: destinada ao lançamento e 
pesquisa de escrituras, procurações e demais atos notariais diversos. 
- Central Nacional de Sinal Público – CNSIP: destinada ao arquivamento 
digital e pesquisa do sinal público de notários e registradores. 
Art. 148 do Código de Normas. Incumbe ao tabelião de notas: 
(...) 
VI - remeter seus espécimes de assinatura e sinal público, assim como o de 
seus substitutos, à Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados - 
CENSEC; 
- Prazo para o envio de dados ao RCTO, CESDI e CEP: 
* até o dia 5 de cada mês subsequente, quanto aos atos praticados na 
segunda quinzena do mês anterior; 
* até o dia 20, quanto aos atos praticados na primeira quinzena do próprio 
mês. 
Nos meses em que os dias 5 e 20 não forem úteis, a informação deverá ser 
enviada no dia útil subsequente. 
- Fiscalização: Conselho Nacional de Justiça e Corregedoria Nacional de 
Justiça. O Colégio Notarial do Brasil - Conselho Federal deverá informar à 
Corregedoria Nacional de Justiça, mensalmente, os casos de descumprimento dos 
prazos de carga das informações e indicar as serventias omissas em aviso dirigido a 
todos os usuários do sistema, inclusive nos informes específicos solicitados por 
particulares e órgãos públicos. 
 - Carga de informações de atos notariais já lavrados e cronograma: vide 
art. 15 e 16 do Provimento nº 18, de 28/08/2.012 do Conselho Nacional de Justiça. 
 
DOI - DECLARAÇÃO SOBRE OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS 
Previsão legal: Instruções Normativas RFB nº 1.112, de 28/12/2.010, nº 
1.193, 15/09/2.011 e 1.239, de 17/01/2.012. 
Da declaração: deve ser apresentada sempre que ocorrer operação 
imobiliária de aquisição ou alienação, realizada por pessoa física ou jurídica, 
independentemente de seu valor, cujos documentos sejam lavrados, anotados, 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
10 
 
averbados, matriculados ou registrados no respectivo cartório. Deverá ser emitida 
uma declaração para cada imóvel. 
Emitida a DOI: é esta a expressão que deve constar nos instrumentos 
notariais, com exceção daqueles que possuem conteúdo declaratório. 
Prazo de entrega: até o último dia útil do mês subsequente ao da lavratura 
do ato. 
Penalidade pela falta de apresentação ou apresentação da declaração 
após o prazo fixado: multa 
Perguntase respostas da DOI: www.receita.gov.br/PerguntasRespostas. 
 
DECLARAÇÃO DE APURAÇÃO E INFORMAÇÃO DA TAXA DE 
FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA (DAP/TFJ) 
Previsão legal: Portaria Conjunta nº 03/2.005/TJMG/CGJ/SEF-MG 
Prazo para entrega ao TJMG: transmissão via internet, através do endereço 
eletrônico www.tjmg.jus.br, até o dia 05 (cinco) do mês subsequente ao da prática 
dos atos. 
Recolhimentos da TFJ - Portaria Conjunta nº 013/2.012/TJMG/CGJ/SEF-
MG: 
I - do dia 1º ao dia 7 do mês, o recolhimento será até o dia 14 do mesmo mês; 
II - do dia 08 ao dia 14 do mês, o recolhimento será até o dia 21 do mesmo 
mês; 
IV - do dia 15 ao 21 do mês, o recolhimento será até o dia 28 do mesmo mês; 
IV - do dia 22 até o final do mês, o recolhimento será até o dia 7 do mês 
subsequente. 
 
COMPENSAÇÃO DOS ATOS GRATUITOS – RECOMPE 
Previsão legal: Lei 15.424/2.004. 
Valor a ser recolhido: 5,66% dos emolumentos recebidos pelo notário e 
registrador. 
Prazo para o depósito: até o 5º dia útil do mês subsequente ao da prática do 
ato ou no dia seguinte àquele em que a soma dos valores devidos ultrapassar a 
quantia de R$ 1.000,00 (mil reais), em conta bancária identificada como RECOMPE-
MG Recursos de Compensação. 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
11 
 
Falta de recolhimento ou recolhimento insuficiente: sujeita o notário e o 
registrador ao pagamento dos valores atualizados, acrescidos de juros de mora e 
demais encargos legais e aplicação da pena de multa (art. 41, caput da Lei nº 
15.424/2.004), sem prejuízo das medidas administrativas e aplicação de outras 
sanções. 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE) 
A lavratura de escrituras públicas de separações e divórcios extrajudiciais 
deverá ser informada a este órgão, trimestralmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
12 
 
LEITURA OBRIGATÓRIA DE ARTIGOS DOS OFÍCIOS DE REGISTRO DE 
IMÓVEIS COM RELEVÂNCIA NO TABELIONATO DE NOTAS 
 
Arts. 638 e 639 Art. 883 
 
Arts. 660 a 662 Art. 888 
 
Art. 672 Art. 924 a 931 
 
Art. 676 Arts. 997 a 1.000 
 
Art. 684 Arts. 1012 a 1018 
 
Arts. 686 e 687 Art. 1.021 
 
Art. 697 
 
Art. 700 
 
Art. 728, IV 
 
Art. 730 
 
Art. 747 
 
Art. 763, V, §2º 
 
Arts. 764, 765, 766, 767, 768 e 769 
 
Arts. 775, 776 e 777 
 
Art. 781 
 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
13 
 
TABELIONATO DE NOTAS 
 
ATOS NOTARIAIS 
 
ESCRITURA PÚBLICA 
 
1 - PREVISÃO LEGAL 
Art. 7º, I, da Lei 8.935/1.994: Aos tabeliães de notas compete com 
exclusividade: I - lavrar escrituras e procurações públicas (...) e artigos 8º, I e 144, I 
do Código de Normas. 
 
2 - CONCEITO 
 Art. 155 do Código de Normas: A escritura pública é o instrumento notarial 
dotado de fé pública e força probante plena, em que são acolhidas declarações 
sobre atos jurídicos ou declarações de vontade inerentes a negócios jurídicos para 
as quais os participantes devam ou queiram dar essa forma legal. 
2.1 - As escrituras públicas podem ser relativas a situações jurídicas com ou 
sem conteúdo financeiro. 
O §2º do art. 155 do Código de Normas dispõe: Consideram-se escrituras 
públicas relativas a situações jurídicas com conteúdo financeiro aquelas cujo objeto 
tenha repercussão econômica central e imediata, materializando ou sendo parte de 
negócio jurídico com relevância patrimonial ou econômica, como a transmissão, a 
aquisição de bens, direitos e valores, a constituição de direitos reais sobre eles ou a 
sua divisão. A cobrança é feita por unidade imobiliária (nota III) e conforme o item 4, 
b, da tabela 1. 
Dessa forma, todas as demais escrituras que não se enquadram no conceito 
acima, ressalvados os casos específicos, são por exclusão, consideradas sem 
conteúdo financeiro e a cobrança dos emolumentos é feita de acordo com o item 4, 
a, da tabela1. 
 
 
 
 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
14 
 
3 - VALOR PROBANTE 
 A escritura pública, assim como todo instrumento público, recebe a fé pública 
do tabelião, tornando-se prova robusta dos fatos que nela contêm. Neste sentido: 
Art. 215 do Código Civil. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é 
documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. 
Art. 364 do Código de Processo Civil. O documento público faz prova não 
só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, o funcionário 
declarar que ocorreram em sua presença. 
Enunciado 158 da III Jornada de Direito Civil. “Art. 215: A amplitude da 
noção de “prova plena” (isto é, “completa”) importa presunção relativa acerca dos 
elementos indicados nos incisos do §1º, devendo ser conjugada com o disposto no 
parágrafo único do art. 219”. 
 
4 - EXIGÊNCIA DE ESCRITURA PÚBLICA 
O art. 108 do Código Civil menciona: Não dispondo a lei em contrário, a 
escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à 
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis 
de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Quanto ao critério de aplicabilidade do valor de trinta salários mínimos temos 
dois aspectos importantes: 
Art. 777 do Código de Normas: Para fins de aplicação do art. 108 do Código 
Civil, deve-se tomar por base o maior valor, dentre os parâmetros legais, referente à 
totalidade do imóvel, ainda que a alienação ou oneração seja parcial. 
Enunciado 289 da IV Jornada de Direito Civil: “Art. 108: O valor de 30 
salários mínimos constante no art. 108 do Código Civil Brasileiro, em referência à 
forma pública ou particular dos negócios jurídicos que envolvem bens imóveis, é 
atribuído pelas partes contratantes e não por qualquer outro arbitrado pela 
Administração Pública com finalidade tributária”. 
Não se aplica o disposto no art. 108 do Código Civil para a aquisição de 
imóveis rurais por estrangeiros. O art. 8º da Lei 5.709/1.971 e o art. 747 do Código 
de Normas estabelecem: Na aquisição de imóvel rural por pessoa estrangeira, física 
ou jurídica, é da essência do ato a escritura pública. 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
15 
 
Ainda, encontramos no Código Civil, outros artigos que tratam da exigibilidade 
da escritura pública: emancipação voluntária (art. 5º, parágrafo único, I), criação de 
fundação (art. 62, caput), doação (art. 541 - forma pública ou particular), direito de 
superfície (art. 1.369), promessa de compra e venda (art. 1.417 - forma pública ou 
particular), pacto antenupcial (art. 1.653), bem de família instituído inter vivos (art. 
1.711), cessão de direitos hereditários (art. 1.793, caput), renúncia de herança (art. 
1.806). 
O Código de Processo Civil, em seu art. 366, dispõe: Quando a lei exigir, 
como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais 
especial que seja, pode suprir-lhe a falta. Neste caso, a forma pública é obrigatória, 
confirmando o princípio da infungibilidade da forma pública, quando exigida por lei. 
 
5 - REQUISITOS DA ESCRITURA PÚBLICA 
O Código Civil enumera os requisitos genéricos da escritura pública. 
Art. 215 - A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento 
dotado de fé pública, fazendo prova plena. 
§1º - Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública 
deve conter: 
I - data e local de sua realização; 
Esteprimeiro requisito materializa o princípio de autenticação da data, 
característica dos instrumentos públicos. A escritura deve conter a indicação de dia, 
mês e ano em que está sendo lavrada, devendo ser expressa em numerais e por 
extenso. 
A hora da lavratura da escritura pública não é requisito essencial. Caso ocorra 
referência ao horário, há a presunção do art. 192 da Lei 6.015/1.973 e art. 672 do 
Código de Normas, ou seja, terá direito de preferência sobre outra escritura, cuja 
hora não tenha sido determinada, eventualmente protocolada no mesmo dia e sob o 
número de ordem inferior. 
Quanto ao local, em geral, os atos são praticados na própria sede da 
serventia. Entretanto, pode ser que atendendo ao pedido dos interessados, por um 
motivo justificado, ocorra em local diverso (respeitada a competência territorial), 
devendo ser consignado tal fato na escritura pública e efetuar a cobrança da 
diligência conforme a tabela 8, item 5 a e b. 
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16 
 
O Código de Normas traz disposição sobre a prática de atos fora da 
Serventia: 
Art. 146. O tabelião de notas, incluído o oficial de registro civil das pessoas 
naturais com atribuições notariais no exercício dessas atribuições, não poderá 
praticar atos notariais fora da serventia. 
§1º. Mediante solicitação do interessado, o tabelião de notas ou seu preposto 
poderá se deslocar para diligências necessárias à prática do ato, observados os 
limites do município para o qual recebeu a delegação (redação dada pelo 
Provimento nº 265/CGJ/2.014 de 07/03/2.014). 
§2º. É também considerado diligência o deslocamento do tabelião de notas ou 
de seu preposto com a folha do livro, mediante controle interno na forma de 
protocolo e obedecido o disposto no §1º deste artigo, para fins de coleta de 
assinaturas necessárias à conclusão do ato, em virtude de impossibilidade de 
comparecimento da parte à serventia, por impedimento legal ou por doença 
comprovada mediante atestado médico, que será arquivado. 
II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos 
hajam comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou 
testemunhas; 
Este é um dos momentos em que o notário realiza o processo de qualificação 
notarial, referente ao elemento subjetivo da relação jurídica. 
Importante destacar, que todos os participantes do ato, partes, testemunhas, 
inclusive a rogo, intervenientes e representantes devem ser devidamente 
identificados e qualificados. 
A maneira mais segura de proceder à identidade das partes é através da 
identificação documental, que é feita através da apresentação dos documentos 
legalmente admitidos (art. 2º da Lei 12.037/2.009). 
III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência 
das partes e demais comparecentes, com indicação, quando necessário, do 
regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação; 
*Estado civil: A partir de uma certidão de nascimento ou casamento da 
Serventia de Registro Civil das Pessoas Naturais, verifica-se a situação civil do 
participante do ato notarial. O Código de Normas em seu art. 162, V, considera 
como requisito documental de legitimação para a segurança jurídica da escritura 
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17 
 
pública, a certidão de casamento do participante, expedida há no máximo 90 
(noventa) dias, e sua declaração, sob as penas da lei, de que seu conteúdo 
permanece inalterado. Assim, a certidão de casamento é um documento 
estritamente necessário para a prática do ato e será objeto de arquivamento. 
Um tema de acirrada discussão, vez que o Código de Normas é silente, diz 
respeito à exigência ou não da certidão de nascimento e arquivamento deste 
documento, quando a pessoa se declarar solteira. Em que pese os fortes 
argumentos a favor, a CGJ/MG, precedente CAFIS processo nº 66.471/2.014, item 
10, pag. 8, posicionou-se: 
“Quanto à certidão de nascimento, frise-se que não há nenhuma 
previsão legal ou normativa para sua exigência e arquivamento, bastando a 
declaração da parte de que é solteira, fato que deverá ser expresso na 
escritura pública”. 
*Profissão, domicílio e residência - Art. 776 do Código de Normas: Não 
ofende o princípio da continuidade a divergência de profissão e endereço dos 
envolvidos no registro, sendo desnecessária a averbação de tais alterações, salvo 
se requerida pela parte. 
*Nome do cônjuge, regime de bens do casamento: este requisito encontra 
justificativa no art. 1.647 do Código Civil: Ressalvado o disposto no art. 1.648, 
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime de 
separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis (...). 
É importante constar a data do casamento ou se o mesmo foi anterior ou 
posterior à vigência da Lei 6.515/1.977. Esta informação permite verificar a 
existência ou não de pacto antenupcial, para fins de registro nos termos do art. 167, 
I, 12, c/c art. 244 e averbação, art. 167, II, 1, todos da Lei 6.015/1.973. Assim, se o 
regime for da comunhão de bens e o casamento for anterior a 1.977, não existe 
pacto, pois este era considerado o regime legal. Se o casamento for posterior a 
1.977 e o regime é o da comunhão universal de bens, haverá pacto, pois a partir da 
Lei do Divórcio, o regime legal passou a ser o da comunhão parcial. 
*Filiação: a filiação somente deve ser inserida na qualificação da pessoa 
quando a mesma não dispuser de elementos que permitam individualizá-la e afastá-
la de eventuais homônimos. Quando houver documento de identificação da parte, 
não é necessário constar filiação. 
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18 
 
*CPF: este dado deve constar no instrumento público. Tal informação é 
necessária para o envio da DOI à Receita Federal, cadastro dos atos junto à 
CENSEC e à Central Eletrônica dos Atos Notariais e de Registro. 
IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes; 
A manifestação da vontade deve ser declarada expressamente na escritura. 
O tabelião de notas é um profissional que capta a vontade humana e maneja o 
instituto do direito civil adequado ao propósito revelado. 
V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à 
legitimidade do ato; 
O cumprimento das exigências legais deve ser analisado para cada espécie 
de escritura. 
As exigências fiscais referem-se ao dever de fiscalizar o recolhimento dos 
impostos incidentes sobre os atos que devam praticar (art. 30, XI, Lei 8.935/1.994 e 
art. 148, XVIII do Código de Normas). Neste caso, são solidariamente 
responsáveis, juntamente com os contribuintes (art. 124, II, e art. 134, VI, ambos do 
CTN). 
Art. 134 do Código Tributário Nacional: Nos casos de impossibilidade de 
exigência do cumprimento 
da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos 
atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: 
(...) 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos 
devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício. 
VI - declaração de haver sido lida na presença das partes e demais 
comparecentes ou de que todos a leram; 
O tabelião deve garantir que as partes efetivamente possuam conhecimento 
do que consta na escritura, devendo fazer a leitura para todos os participantes do 
ato. Estes também devem fazer leitura, se puderem e quiserem. 
Na escritura deve constar que a leitura foi feita pelo tabelião ou de que todos 
a leram. 
VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a dotabelião ou seu substituto legal encerrando o ato. 
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19 
 
As partes, os comparecentes e o tabelião devem assinar à margem de todas 
as folhas utilizadas para o ato. 
Sobre as assinaturas das partes, deve-se reportar ao contido no §2º, do art. 
215 do Código Civil: Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, 
outra pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo. 
O art. 156 do Código de Normas em seus parágrafos dispõe: 
§1º. Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra 
pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo, devendo constar o motivo da 
assinatura a rogo e podendo firmar por mais de um comparecente se não 
forem conflitantes seus interesses. 
§2º. A pessoa que assinará a rogo deve, preferencialmente, ser 
conhecida e de confiança daquele que não puder ou não souber assinar e ser 
alheia à estrutura da serventia. 
§3º. É recomendável colher, se possível, a impressão digital do polegar 
direito de quem não puder ou não souber assinar, com os cuidados técnicos 
necessários à obtenção de traços nítidos; impossibilitada a colheita no polegar 
direito, poderá ser colhida no esquerdo ou em outro dedo da mão ou ainda do 
pé, fazendo constar referência ao dedo sucedâneo. 
Aconselha-se o uso de coletor digital. 
Ainda, sobre os requisitos da escritura pública, de maneira semelhante o 
Código de Normas dispõe: 
Art. 156. A escritura pública deve conter os seguintes requisitos, além 
de outros exigidos por lei: 
I - data e lugar de sua realização, indicando a serventia em que foi 
lavrada; 
II - nome e qualificação completa do participante que seja pessoa 
natural, indicando nacionalidade, estado civil, profissão, endereço e lugar de 
domicílio, menção ao número do CPF e de documento de identidade, ainda 
com a indicação, se casado, da data e da serventia, livro, folha e termo do 
casamento, do regime de bens adotado, menção expressa à serventia, livro e 
folha onde foi lavrado o pacto antenupcial, se houver, e ao nome do cônjuge, 
com sua qualificação completa; 
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20 
 
III - nome, endereço e lugar da sede, número do CNPJ, menção ao 
registro mercantil ou civil das pessoas jurídicas e indicação da representação 
de participante que seja pessoa jurídica, ainda com os dados constantes no 
inciso II, no que couber, em relação à pessoa natural representante; 
IV - nome e qualificação completa do procurador, se houver, com 
menção à data, ao livro, à folha e à serventia em que tenha sido lavrado o 
instrumento público de procuração e, se houver, de substabelecimento, assim 
como a data da certidão de seu inteiro teor, quando não se tratar do traslado; 
V - nome e qualificação completa, na forma do inciso II, de representante 
ou assistente em caso de incapacidade plena ou capacidade apenas relativa de 
participante, transcrevendo o alvará de autorização judicial ou mencionando-o 
em breve relatório com todas as minúcias que permitam identificá-lo, o que 
também se aplica no que couber, ao suprimento judicial de consentimento; 
VI - reconhecimento de identidade e capacidade dos comparecentes, 
incluída a legitimidade da representação, se for o caso; 
VII - declaração de vontade dos participantes. 
Já os incisos VIII, IX e X do referido artigo são reprodução do art. 215, incisos 
V, VI e VII do Código Civil. 
Quanto à qualificação das partes ou qualquer outro dado, para evitar que seja 
objeto de averbação, através de requerimento autônomo, apresentado ao Oficial de 
Registro de Imóveis, o Código de Normas no art. 768 inovou: Fica dispensado o 
requerimento escrito e autônomo para fins da averbação, inclusive as do art. 167, II, 
4 e 5 da Lei de Registros Públicos, quando no título constar requerimento das partes 
para que o oficial proceda às averbações necessárias ao registro do título. 
5.1 - Outros requisitos 
*Redação em língua nacional (art. 215, §3º do Código Civil e art. 153, I do 
Código de Normas). 
*Comparecente que desconhece a língua nacional e o tabelião não 
entende o idioma em que este se expressa: necessidade de tradutor público, ou 
não o havendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha 
idoneidade e conhecimentos bastantes (art. 215, §4º do Código Civil e art. 156, §4º 
do Código de Normas). 
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21 
 
*Desconhecido do tabelião e sem identificação: quanto à regra contida no 
art. 215, §5º, do Código Civil, nos dias atuais, é rara a hipótese da pessoa não 
possuir nenhum documento de identificação. Caso isso ocorra, o tabelião deve 
proceder com cautela, para evitar que seja alvo de fraudes e de prática de crimes, 
principalmente, pelo fato que as testemunhas poderão falsamente atestar a 
identidade de determinada pessoa. 
 
6 - REDAÇÃO DA ESCRITURA PÚBLICA E PRINCIPAIS ERROS 
COMETIDOS 
O Código de Normas dispõe: 
Art. 142. São atividades inerentes à função notarial: 
(...) 
III - redigir em estilo claro, conciso e correto, os instrumentos públicos, 
utilizando os meios jurídicos mais adequados aos fins em vista; 
Art. 143. O tabelião de notas, como autor do instrumento público, não 
está vinculado a minutas que lhe sejam apresentadas, podendo revisá-las ou 
negar-lhes curso, uma vez que é sua a responsabilidade pela redação dos atos 
notariais. 
 A seguir, apresento os erros mais comuns cometidos quando da lavratura do 
ato notarial: 
*XX Anos do Nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo: A República 
Federativa do Brasil é um Estado laico (art. 19 da Constituição Federal/1.988), 
sendo vedada a exposição de crenças em seus documentos públicos. A 
Constituição Federal/1.988 em seu art. 5 º, VI, garante que é inviolável a liberdade 
de consciência e de crença. 
*Dispensadas as testemunhas com base na Lei Federal nº. 6.952 de 
06/11/1.981: Esta lei deu ao CC/16 a redação atual do art. 215 do CC, no entanto, 
nada falou sobre dispensa. A lei traz a exigência de testemunhas apenas para os 
casos excepcionais. 
*Por força da cláusula CONSTITUTI (constituto possessório): Esta cláusula 
não pode ser utilizada de forma discriminada. O constituto possessório é uma 
hipótese de tradição (entrega) ficta, na qual quem possuía em nome próprio passa a 
possuir em nome alheio. O comprador não recebe imediatamente a posse do bem, 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
22 
 
permanecendo o vendedor no imóvel (possuidor direto), seja em virtude de locação 
ou comodato. A título de ilustração, o oposto da cláusula constitui é a traditio brevi 
manu, na qual aquele que possuía em nome alheio passa a possuir em nome 
próprio. 
*Dispensada a CND Estadual em virtude da liminar concedida em face da 
inconstitucionalidade do art. 32 da Lei 14.699/2.003: O julgamento da ADIN (nº 
1.0000.04.410.449-5/000) pelo TJMG ocorreu em 08/03/2.006 e foi mantido o 
entendimento da inconstitucionalidade do dispositivo mencionado, daí, 
desnecessário fazer qualquer tipo de referência. 
 
7 - DESPESAS DA ESCRITURA E REGISTRO 
O art. 490 do Código Civil indica o responsável pelo pagamento dessas 
despesas: Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a 
cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. 
 
8 - RETIFICAÇÕES NAS ESCRITURAS PÚBLICAS 
Os erros constantes de um instrumento público poderão ser retificados de três 
formas, em razão da extensão do erro, omissão ou até mesmo decorrente do 
momento em que o equívoco foi constatado. 
8.1 - Em tempo 
Esta espécie de correção ocorre quando, aomissão ou o defeito do ato 
notarial, for constatado após as assinaturas, mas antes da expedição do traslado 
e havendo espaço, será feita a corrigenda “em tempo” e a colheita de novas 
assinaturas (art. 285, parágrafo único do Código de Normas). 
O momento do “em tempo” é determinado: enquanto as partes ainda 
estiverem no serviço notarial para a colheita de novas assinaturas. 
Atenção: evitar excessos nesta modalidade de correção. 
8.2 - Aditamento 
O aditamento nada mais é do que a narrativa de um erro material havido em 
escritura pública. 
Dessa forma, mediante ato aditivo (outra escritura), somente subscrito pelo 
tabelião e se na forma e substância não for alterada a vontade das partes ou a 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
23 
 
substância do ato, poderá suprir omissões e corrigir enganos ou erros de grafia 
cometidos em escritura pública (art. 286 do Código de Normas). 
Não é qualquer erro que permite o aditamento por ato exclusivo do tabelião: 
não pode ser substancial; há, portanto que ser acidental. 
Deverá o tabelião, lançar no instrumento anterior, anotação referente à 
lavratura da escritura de aditamento. 
 8.3 - Rerratificação 
A rerratificação consiste na hipótese de correção nos casos em que a 
modificação ou inclusão em ato notarial afetará diretamente a vontade das partes, 
sendo necessária a presença de todos os que participaram do ato a ser retificado, 
lavrando-se assim, nova escritura (art. 287, caput do Código de Normas). 
Chama-se retificativa, por que corrige erros que alteram a vontade das partes 
e ratificativa, confirmando-se os demais termos do documento original. 
Também neste ato, o tabelião deverá lançar no instrumento anterior anotação 
referente à lavratura da escritura de rerratificação ou expedir comunicação à 
serventia respectiva (possibilidade de lavratura de escritura pública de rerratificação 
em serventia diversa daquela do instrumento primitivo). 
8.3.1 - Rerratificação de escritura pública de compra e venda após o 
registro: 
“Se a escritura já foi registrada, a retificação somente pode se referir a 
elementos secundários, corrigindo-se apenas erros materiais, desde que não 
alterem a substância do negócio jurídico praticado, nem seus elementos essenciais”. 
(Coleção de Cadernos do IRIB, vol. 1, p. 36). 
8.4 - Cobrança de Emolumentos 
*Em tempo: nesta espécie de correção, não há o que se cobrar; 
*Aditamento e na rerratificação: inicialmente, é necessário verificar se o 
erro ou omissão foi atribuído ao tabelião ou às partes. O Código de Normas traz a 
solução para cada caso: 
Art. 287 (...) 
§1º. Sendo imputável ao tabelião de notas ou a seu preposto o erro ou 
omissão objeto de correção mediante escritura pública de aditamento ou 
rerratificação, é vedada qualquer cobrança a esse título. 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
24 
 
§2. Havendo na escritura erro ou omissão atribuíveis às partes, estas 
deverão arcar com os emolumentos correspondentes aos atos de aditamento 
ou rerratificação conforme previsão legal. 
A situação prevista no §1º foi objeto de inúmeros debates, sobre qual selo 
deveria ser utilizado: padrão ou isento, ou seja, com recolhimento da TFJ ou sua não 
incidência. Conforme Aviso nº 14/CGJ/2.014 de 28/04/2.014, a decisão ficou a 
critério do notário: “(...) até que seja firmado entendimento comum com a Secretaria 
de Estado de Fazenda, fica facultado aos notários e registradores escolherem a 
utilização na Tabela Tipo de Tributação, do “Código 28” (com previsão integral do 
valor relativo à Taxa de Fiscalização Judiciária) ou, alternativamente, do “Código 31” 
(sem incidência da Taxa de Fiscalização Judiciária)”. 
No caso do §2º do art. 287 do Código de Normas, se não houver conteúdo 
financeiro, a cobrança será feita nos termos da tabela 1, item 4, c. 
 
9 - PRAZO PARA ASSINATURAS (art. 154, §1º e §2º do Código de 
Normas) 
As partes dispõem, após a lavratura da escritura pública, de até 07 (sete) 
dias úteis para a assinatura. Os emolumentos e a TFJ devem ser pagos pelo 
solicitante quando do requerimento. 
Decorrido o prazo e se o instrumento público notarial não for assinado por 
todos, será declarado sem efeito. 
Não haverá qualquer devolução de emolumentos ou de TFJ por parte do 
tabelião de notas, vez que houve a prática do ato. Caso seja necessário novo 
instrumento por ter o anterior sido declarado sem efeito, o solicitante deverá arcar 
com os custos para a sua lavratura. 
 
10 - ESPÉCIES 
10.1 - Compra e Venda 
Arts. 481 a 532 do Código Civil. 
10.1.1 - Conceito: Consiste na transferência de propriedade de coisa certa 
por quantia em dinheiro. 
10.1.2 - Aspectos relevantes 
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25 
 
*Outorga uxória/marital: sempre que um dos cônjuges for vender bem 
imóvel será necessária a anuência do outro, salvo se casados no regime de 
separação convencional de bens ou da participação final nos aquestos, se previsto 
expressamente no pacto (art. 1.647, I, 1.656, ambos do Código Civil e art. 157 do 
Código de Normas). Quanto às pessoas casadas sob o regime legal da separação 
legal de bens, é necessária a outorga, por força da Súmula 377 do STF: “No regime 
de separação legal de bens, comunicam-se os bens adquiridos na constância do 
casamento”. 
*Menor na qualidade de vendedor (não emancipado): depende de 
autorização judicial (art. 1.691 do Código Civil). Caso o vendedor seja emancipado, 
a autora Maria Helena Diniz, entende que ele pode vender, sem a necessidade de 
autorização judicial. 
*Menor na qualidade de comprador: diante da possibilidade de fraude 
(doação de numerário), o tabelião deve informar à Fazenda Estadual o ato notarial. 
*Menores sujeitos à tutela e interditos na qualidade de vendedores: 
dependem de autorização judicial (art. 1.750 e 1.781, ambos do Código Civil). 
* Venda de bens do espólio: depende de autorização judicial, nos termos do 
art. 992, I, do Código de Processo Civil. 
*Venda de ascendente para descendente: anuência dos demais 
descendentes e cônjuge do (s) alienante (s), salvo na hipótese de serem casados no 
regime da separação convencional de bens (art. 496 do Código Civil), sob pena de 
anulabilidade. 
Os descendentes menores deverão ter o seu consentimento através de 
suprimento judicial. 
Conforme posição do IRIB, “tratando-se de anulabilidade, não compete ao 
registrador de imóveis verificar se houve ou não o comparecimento dos 
descendentes na escritura, podendo tal escritura ser lavrada e registrada 
normalmente” (Coleção de Cadernos do IRIB, vol. 1, p. 27). 
Enunciado 545 da VI Jornada de Direito Civil: “O prazo para pleitear a 
anulação de venda de ascendente a descendente sem anuência dos demais 
descendentes e/ou do cônjuge do alienante é de 02 (dois) anos, contados da ciência 
do ato, que se presume absolutamente, em se tratando de transferência imobiliária, 
a partir da data do registro de imóveis (art. 179 e 496 do Código Civil)”. 
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26 
 
*Compra e venda entre cônjuges: é possível nos bens particulares, ou seja, 
aqueles excluídos da comunhão (art. 499 do Código Civil). 
*Venda por pessoa jurídica: o tabelião deve analisar os atos constitutivos e 
verificar como podem ser vendidos os bens. A representação da pessoa jurídica, 
somente pode ser exercida, por quem estiver devidamente autorizado nos atos 
constitutivos. 
*Condomínio (arts. 504 e 1.322 do Código Civil): O art. 504 do Código Civil 
aplica-se ao condomínio tradicional e não ao edilício. O condôminoem coisa 
indivisível tem direito de preferência, caso não seja notificado para exercê-lo, 
poderá fazê-lo 180 dias após o registro (sob pena de decadência) e haver para si a 
parte vendida a estranhos. 
A ausência de notificação não impede a lavratura da escritura. Nesse sentido, 
é a regra do art. 767 do Código de Normas: No caso de venda de quota-parte por 
um dos condôminos, em situação jurídica de condomínio geral, não é necessária a 
anuência prévia dos demais para fins de registro. No entanto, é prudente que o 
notário conste na escritura que o vendedor foi devidamente alertado sobre o 
disposto no art. 504 e parágrafo único do Código Civil. 
*Condomínio edilício (art. 1331, §1º do Código Civil): os abrigos para 
veículos não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao 
condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio. 
*Declaração de inexistência de débitos condominiais: a declaração refere-
se aos imóveis que estão sob o regime da propriedade horizontal. 
O art. 4º, parágrafo único da Lei 4.591/1.964 estabelece: A alienação ou a 
transferência de direitos de que trata este artigo dependerá de prova de quitação 
das obrigações do alienante com o respectivo condomínio. 
No entanto, o art. 2º, §2º da Lei 7.433/1.985 determina que: (...) considerar-se 
á prova de quitação a declaração feita pelo alienante ou seu procurador sob as 
penas da Lei, a ser expressamente consignada nos instrumentos de alienação ou 
transferência de direitos. 
Conclui-se que são duas formas de atender ao requisito: a) mediante 
apresentação da declaração emitida pelo condomínio (prova documental) ou b) 
declaração do (s) alienante(s), na forma e sob as penas da lei (art. 161 do Código 
de Normas). 
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27 
 
De outra quadra, o art. 1.345 do Código Civil dispõe: O adquirente da unidade 
responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e 
juros moratórios. Assim, mesmo que existam débitos declarados na escritura e 
aceitos pelo adquirente - novo sujeito passivo da obrigação real, o título deve ser 
qualificado positivamente. As dívidas condominiais são débitos do imóvel e o 
acompanham (obrigação propter rem), independente do proprietário haver mudado 
ou não. 
*Venda Ad Mensuram: é aquela em que se determina a área do imóvel 
vendido, estipulando-se o preço por medida de extensão. O adquirente poderá exigir 
o complemento da área, e, se isso for impossível, reclamar a resolução do negócio 
ou abatimento no preço, se faltar correspondência entre a área efetivamente 
encontrada e as dimensões dadas (art. 500, §2º, do Código Civil). 
*Venda Ad Corpus: é aquela em que o vendedor aliena o imóvel como corpo 
certo e determinado. Logo, o comprador não poderá exigir o implemento da área 
nem devolução do excesso, pois adquiriu o conjunto e não em atenção à área 
declarada, que assume caráter meramente enunciativo (desde que a diferença 
encontrada não exceda 1/20 ou seja, 5%), ainda que não conste de modo expresso 
ter sido a venda ad corpus (art. 500, §1º e §3º do Código Civil). 
*Evicção: é a perda da coisa, por força de decisão judicial, fundada em 
motivo jurídico anterior, que a conferem a outrem. Decorre da obrigação do alienante 
de entregar a coisa alienada ao adquirente, como também, de garantir o uso e gozo. 
Assim, conclui-se que ocorre a evicção quando o adquirente vem a perder total ou 
parcialmente a coisa, em virtude de sentença fundada em motivo jurídico anterior 
(arts. 447 a 457, do Código Civil). A evicção é restrita aos contratos onerosos, não 
tendo aplicação nas doações e cessões gratuitas de direito. Na lavratura da escritura 
pública as partes podem pactuar cláusula expressa que reforce, diminua ou exclua a 
responsabilidade pela evicção (art. 448 do Código Civil). 
*Retrovenda (art. 505 do Código Civil): esta cláusula possibilita o vendedor 
de recomprar o imóvel, no prazo máximo decadencial de 03 (três) anos, restituindo o 
preço mais as despesas e benfeitorias. O direito de retrato é cessível e transmissível 
a herdeiros e legatários (arts. 505 a 508, do Código Civil). 
*Preempção ou preferência condicional (art. 513 do Código Civil): As 
partes podem estipular na escritura pública esta cláusula, pela qual impõe ao 
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28 
 
comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou 
dar em pagamento, para que este use do seu direito de prelação na compra tanto 
por tanto. O prazo para exercer tal direito, se a coisa for imóvel, é de dois anos. Tal 
direito não se pode ceder nem passa aos herdeiros (arts. 513 a 520 do Código Civil). 
*Imóvel urbano: área mínima de 125 m². e frente mínima de 5 (cinco) metros 
(art. 4º, II, Lei 6.766/1.979). 
10.1.3 - Requisitos documentais inerentes à regularidade da escritura 
pública 
*Comprovante de pagamento do ITBI: art. 1º, §2º, da Lei 7.433/1.985 e art. 
1º, II, do Decreto nº 93.240/1.986. Quando a lei autorizar o seu recolhimento após a 
lavratura, deverá haver menção expressa ao dispositivo legal (art. 160, I do Código 
de Normas). 
*Certidão fiscal (art.1º, III, a e b do Decreto nº 93.240/1.986 e art. 160, II do 
Código de Normas). 
Imóvel urbano: certidão fiscal referente ao IPTU ou comprovante de quitação 
dos tributos que incidam sobre o imóvel; 
Imóvel rural: 
- Prova de quitação do último ITR (imposto territorial rural) ou, quando o 
prazo não tenha vencido, do imposto territorial rural correspondente ao seu exercício 
imediatamente anterior ou certidão negativa emitida pelo sítio da Receita Federal 
www.receita.gov.br. 
- CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - INCRA). O CCIR é emitido 
através do sítio www.incra.gov.br. 
ATENÇÃO: a certidão fiscal expedida pelo município pode ser dispensada 
pelo adquirente, que passa a responder, nos termos da lei, pelos débitos fiscais 
existentes (art. 160, §1º do Código de Normas). 
*Certidões do Serviço de Registro de Imóveis (art. 1º, IV do Decreto nº 
93.240/1.986 e art. 160, III e IV do Código de Normas): certidão atualizada de 
inteiro teor e certidão de ônus reais e ações reais ou pessoais reipersecutórias – 
prazo de validade: 30 dias. 
A exigência de tais certidões tem como objetivo a análise da prova dominial. 
O fato de tais certidões serem positivas, não é obstáculo para a lavratura da 
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29 
 
escritura. Nesse caso, o adquirente deve ser cientificado da existência do gravame, 
declarando no instrumento notarial, que aceita adquirir o imóvel nessas condições. 
*Certidões de feitos ajuizados a saber (art. 160, V do Código de Normas): 
a exigência de tais certidões encontra fundamento na boa-fé. 
- Justiça Federal (inclusive, Juizado Especial): cível e criminal; 
- Justiça Estadual (inclusive, Juizado Especial): cível e criminal; 
- Justiça do Trabalho. 
- CND trabalhista ou expressa declaração de que as partes estão cientes da 
possibilidade da sua obtenção (Recomendação nº 03 de 15/03/2.012 do Conselho 
Nacional de Justiça). 
ATENÇÃO: As certidões de feitos ajuizados devem ser do domicílio do 
transmitente ou onerante e da sede do imóvel. 
- Poderá haver expressa dispensa pelo adquirente ou credor da 
apresentação das certidões de feitos ajuizados. No entanto, deve ser 
consignado em destaque na escritura, a ciência dos riscos inerentes a tal 
dispensa (art. 160, V do Código de Normas). 
10.1.4 - Requisitos documentais de legitimação (art. 162 do código de 
normas): 
- documento de identificação pessoal dos comparecentes, comobservância 
do disposto no art. 156, II a V, do Código de Normas; 
- apresentação do traslado ou certidão da escritura pública de procuração e 
de seu substabelecimento, se houver, ou de certidão extraída pelo Ofício de RTD 
que contenha procuração lavrada por instrumento público ou equivalente em país 
estrangeiro, traduzida, se necessário. Quanto à regra contida no art. 156, §7º do 
Código de Normas, a CGJ/MG, precedente CAFIS processo nº 66.471/2.014 (item 
8, pag. 7) firmou o seguinte entendimento: “A interpretação do parágrafo citado retro 
deve ser literal. Então, a regra é que a procuração não tem prazo de validade, salvo 
cláusula expressa. Somente se o Tabelião entender necessário, poderá, decorridos 
trinta dias da outorga ou expedição do traslado, exigir certidão da serventia onde foi 
lavrada a procuração, sendo tal ato uma faculdade do Tabelião, não se 
constituindo num dever ou obrigação”. 
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30 
 
 - apresentação de cópia autêntica dos atos constitutivos atualizados de 
pessoa jurídica que habilitem o representante e certidão de registro dos referidos 
atos, expedida há no máximo 30 (trinta) dias. 
- apresentação, no original, de alvará judicial que habilite o autorizado à 
prática de determinado ato, por si ou como representante ou assistente; 
- apresentação da certidão de casamento do participante (certidão de estado 
civil seria a expressão mais apropriada), expedida há no máximo 90 (noventa) dias, 
e sua declaração, sob as penas da lei, de que seu conteúdo permanece inalterado. 
Certidões do RCPN para fins de averbação no Ofício de Registro de Imóveis: art. 
769 do Código de Normas; 
- apresentação do instrumento de mandato em via original para a lavratura de 
escritura pública de substabelecimento. 
10.1.5 - Requisitos documentais legitimadores: art. 163 do código de 
normas (empresa alienante ou devedora) 
- apresentação de certidão negativa de débito para com o INSS (art. 47, I, b 
da Lei 8.212/1.991, art. 406, I, b da Instrução Normativa RFB nº 971 de 13/11/2.009). 
Exceção: art. 407, IV da Instrução Normativa RFB nº 971 de 13/11/2.009 e art. 163, 
§1º do Código de Normas; 
- apresentação de certidão negativa de débito relativa a tributos federais e a 
inscrição em dívida ativa da União; 
- pessoa física dispensa de CND para com o INSS: art. 163, §3º do Código de 
Normas. 
10.1.6 - Arquivamento de documentos 
O Código de Normas tratou deste assunto nos art. 106 e 164. 
A CGJ/MG, no precedente CAFIS processo nº 66.471/2.014, item 10, 
páginas 8 e 9 manifestou-se sobre o assunto: “Ressalta-se aqui a previsão do art. 
106 do Provimento nº 260/CGJ/2.013: “A cobrança pelos atos de arquivamento é 
restrita aos documentos estritamente necessários à prática dos atos notariais e de 
registro e cujo arquivamento seja expressamente exigido em lei ou ato 
normativo para lhes garantir a segurança e a eficácia” (destaques nossos). 
Portanto, se não há previsão legal ou normativa, é vedada a exigência de qualquer 
documento, bem como seu arquivamento e eventual cobrança de emolumentos e 
Taxa de Fiscalização Judiciária”. 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
31 
 
O tabelião é obrigado a manter na serventia os documentos arquivados no 
original, em cópia autenticada ou em cópia simples conferida com o original. A 
escritura deverá fazer menção aos documentos arquivados. 
10.1.7 - Cláusulas obrigatórias 
Do objeto: qualificar o imóvel com todas as características constantes da 
matrícula. Na escritura pública de imóveis urbanos é dispensável a descrição e 
caracterização, desde que constem, estes elementos da certidão do Serviço de 
Registro de Imóveis, consignando exclusivamente o número do registro ou 
matrícula, completa localização, logradouro, número, bairro, cidade, Estado (art. 2º, 
§1º, da Lei 7.433/1.985 e art. 3º do Decreto 93.240/1.986 e art. 159 do Código de 
Normas). Nos imóveis rurais a qualificação deve ser completa. Quando o imóvel não 
possuir matrícula e sim, transcrição no registro imobiliário é necessário identificar 
seu objeto, conforme o disposto no art. 158, I e II do Código de Normas. 
Da procedência: matrícula ou transcrição do imóvel objeto do instrumento. 
Disponibilidade: declaração de que o imóvel encontra-se livre e 
desembaraçado. Independente do fornecimento das certidões do Serviço do 
Registro de Imóveis, os outorgantes deverão declarar na escritura, sob pena de 
responsabilidade civil e penal a existência ou não de outras ações reais e pessoais 
reipersecutórias, relativas ao imóvel, e de outros ônus reais incidentes sobre o 
mesmo (art. 1º, §3º, do Decreto nº. 93.240/1.986 e art. 160, §2º do Código de 
Normas). 
Preço e pagamento: declaração do valor do negócio e a forma de 
pagamento ou quitação, se esta ocorrer; 
Transmissão: A escritura transmite apenas a posse. A transferência da 
propriedade somente ocorre com o registro do título (art. 1.245 do Código Civil). 
Segundo o autor Leonardo Brandelli, a escritura pública cria apenas a obrigação de 
transmitir a propriedade. 
Encerramento ou impostos/certidões: nesta cláusula devem ser lançadas 
todas as informações referentes às certidões apresentadas e tributos pagos; 
Emitida a DOI. 
Observação: Quando comparecerem no ato interveniente(s) ou anuente(s), 
estes devem declarar o que fazem no ato (justificativa de acordo com a previsão 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
32 
 
legal), não basta assinarem. Principais exemplos de interveniência: exercício do 
direito de preferência e venda de ascendente a descendente. 
10.1.8 - Cobrança e selo 
A escritura pública será cobrada com conteúdo financeiro, devendo ser 
afixado um selo PADRÃO no traslado, além dos selos ARQUIVAMENTO, referentes 
aos documentos necessários à prática do ato. 
A leitura da tabela 1, item 4 e suas notas é indispensável. 
 
10.2 - ESCRITURAS DE IMÓVEIS RURAIS 
Diante de algumas particularidades que envolvem as escrituras de imóveis 
rurais, realizo um estudo dirigido dos aspectos mais importantes do tema. 
10.2.1 - Conceito de imóvel rural 
O critério adotado é o da destinação econômica. Considera-se rural, o imóvel 
que tiver por finalidade a exploração agrícola, pecuária, extrativa ou agroindustrial 
(art. 4º, I, da Lei nº 4.504/1.964). 
10.2.2 - Fração mínima de parcelamento 
Conceito: é a menor dimensão admitida para desmembramento ou divisão 
do imóvel rural, salvo situações excepcionais previstas em lei. 
O art. 65 do Estatuto da Terra dispõe: O imóvel rural não é divisível em áreas 
de dimensão inferior à constitutiva do módulo de propriedade rural. A Lei 
5.868/1.972 passou a admitir para fins de desmembramento de imóveis rurais, a 
fração mínima de parcelamento. O módulo rural somente será levado em 
consideração se for menor (art. 8º). 
A FMP está expressa no CCIR, é definida pelo INCRA e varia de acordo com 
cada região. 
Exceções à lavratura de escritura pública cujo objeto é inferior à FMP: 
- alienação destinada comprovadamente à anexação a outro imóvel 
confrontante, desde que o imóvel ao qual se desmembre permaneça com área igual 
ou superior à fração mínima de parcelamento (art. 8º, §4º, Lei 5.868/1.972). 
- art. 2º, I e II do Decreto 62.504/1.968: 
I - Desmembramentos decorrentes de desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública e independem de prévia autorização do INCRA; 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
33 
 
II - Desmembramentos de iniciativa popular que visem atender interesses de 
ordem pública na zona rural (art. 2º, II, alíneasa e b, do citado decreto) e dependem 
de prévia autorização do INCRA. 
O tabelião não poderá, sob de responsabilização criminal, cível e 
administrativa, lavrar escritura pública de ato jurídico que envolva divisão ou 
desmembramento de área inferior à FMP. Do mesmo modo e sujeito às mesmas 
responsabilidades, o registrador não pode praticar atos (registros) que infrinjam esta 
regra (art. 8º, §3º da Lei nº 5.868/1.972). 
IMPORTANTE: O que a lei veda é a divisão ou desmembramento com área 
de tamanho inferior à FMP, sendo admissível a existência de imóvel rural em 
CONDOMÍNIO, desde que não se constitua um loteamento irregular. Nesse sentido, 
o autor Carlos Fernando Brasil Chaves, leciona: “Não obstante, é perfeitamente 
possível o condomínio tradicional do Código Civil. Decorrendo dele a transferência 
de uma parte ideal, não sendo ela localizada e nem mesmo numerada, não se 
vislumbrará qualquer infração à lei, ou tentativa de um condomínio manipulado (...). 
Necessário de faz acautelar-se quanto à venda de frações ideais que possam dar 
ensejo ao chamado condomínio ordinário, decorrente de parcelamento informal e 
irregular, que possa fraudar, eventualmente a Lei nº 6.766/79”. 
Art. 883 do Código de Normas: O parcelamento de imóveis rurais respeitará 
a fração mínima de parcelamento constante no Certificado de Cadastro de Imóvel 
Rural, salvo os casos previstos em norma federal. 
10.2.3 - Certificado de cadastro de imóvel rural 
O art. 2º da Lei 5.868/1.972 dispõe sobre a obrigatoriedade de prestar a 
declaração de cadastro todos os proprietários, titulares do domínio útil ou 
possuidores a qualquer título de imóveis rurais, assim definidos em lei. Esta 
declaração acarreta a emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural pelo 
INCRA. 
Sem a apresentação do Certificado de Cadastro, não poderão os 
proprietários, sob pena de nulidade, desmembrar, arrendar, hipotecar, vender ou 
prometer em venda imóveis rurais, conforme prescreve o art. 22, §1º, da Lei 
4.947/1.966. 
Dessa forma, a apresentação do CCIR é requisito essencial da escritura 
pública e a falta do mesmo poderá acarretar a nulidade do ato (art. 1º, III, b do 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
34 
 
Decreto nº 93.240/1.986, art. 22, h da Resolução nº 35/2.007 do Conselho Nacional 
de Justiça). 
Segundo o art. 22, §6º, da Lei 4.947/1.966, (...) os serviços notariais são 
obrigados a mencionar nas escrituras os seguintes dados do CCIR: I - código do 
imóvel; II - nome do detentor; III - nacionalidade do detentor; IV - denominação do 
imóvel; V - localização do imóvel. Todos esses dados encontram-se disponíveis no 
próprio CCIR. No entanto, o Código de Normas passou a exigir os demais dados 
que devem ser transcritos na escritura: 
Art. 171. São requisitos indispensáveis à escritura pública que implique 
alienação a qualquer título, de imóvel rural ou direito a ele relativo, assim como 
sua oneração: 
I - apresentação do Certificado de Cadastro de imóvel Rural - CCIR mais 
recente, emitido pelo INCRA, cujos dados mínimos devem ser transcritos na 
escritura: 
a) código do imóvel rural; 
b) nome de quem figura no lançamento do imóvel; 
c) denominação do imóvel; 
d) município; 
e) módulo rural; 
f) número de módulos rurais; 
g) módulo fiscal; 
h) número de módulos fiscais; 
i) fração mínima de parcelamento; 
j) área total de lançamento; 
k) número do CCIR; 
II - apresentação do comprovante de quitação da taxa de serviços 
cadastrais, se não constar a quitação da taxa no próprio CCIR. 
10.2.4 - Imposto territorial rural (ITR) 
O art. 22, §3º, da Lei 4.947/1.966, com redação determinada pela Lei nº. 
10.267/2.001 dispõe: A apresentação do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - 
CCIR, exigida no caput deste artigo e nos §§1º e 2º, far-se-á, sempre acompanhada 
de prova de quitação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
35 
 
correspondente aos últimos cinco exercícios, ressalvados os casos de inexigibilidade 
e dispensa previstos no art. 20 da Lei nº. 9.393, de 19 de dezembro de 1.996. 
A comprovação do pagamento pode ser feita pela apresentação da certidão 
negativa de débitos relativos ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, 
emitida eletronicamente através do sítio www.receita.fazenda.gov.br. 
Nesse sentido, o Código de Normas considerou como requisito indispensável 
para a lavratura de escritura pública de imóvel rural, em seu art. 171, III: a 
apresentação dos 5 (cinco) últimos comprovantes de pagamento referentes ao 
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR ou certidão negativa relativa ao 
ITR expedida pelo órgão federal competente, ressalvados os casos de 
inexigibilidade e dispensa previstos no art. 20 da Lei nº. 9.393, de 19 de dezembro 
de 1.996. 
Mesmo que seja emitida a CND referente ao ITR, é necessário exigir a última 
declaração deste, pois, nela consta o valor declarado do imóvel, para fins de 
cobrança dos emolumentos (art. 10, §3º, II, da Lei nº 15.424/2.004). 
10.2.4.1 - Documento de informação e apuração do ITR (DIAT) 
O art. 171, VIII, do Código de Normas exige para a lavratura de escritura 
pública de imóvel rural a apresentação do Documento de Informação e Apuração do 
ITR - DIAT, expedido pelo INCRA. Há um equívoco na redação, onde lê-se INCRA, o 
correto é Receita Federal. 
O DIAT destina-se à apuração do imposto. O contribuinte declara no DIAT, o 
valor da terra nua (VTN) correspondente ao imóvel. O VTN refletirá o preço de 
mercado de terras apurado em 1º de janeiro do ano a que se referir o DIAT e será 
considerado auto-avaliação da terra nua a preço de mercado. 
O contribuinte cujo imóvel se enquadre nas hipóteses estabelecidas no art. 2º 
e 3º da Lei 9.393/1.996 (imunidade e isenção) fica dispensado da apreciação do 
DIAT. 
Orientações práticas sobre o DIAT: 
- Verificar se na própria declaração do ITR consta o DIAT; 
- Caso a resposta seja negativa, analisar se ocorreu a hipótese de imunidade 
ou isenção, que dispensa o DIAT; 
- O valor da terra nua (VTN) constante no DIAT servirá de base para a 
cobrança dos emolumentos; 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
36 
 
- Caso ocorra dispensa do DIAT nos casos previstos em lei, constar o motivo 
na escritura. 
Dica: é indispensável a leitura dos artigos 2º, 3º e 8º da Lei 9.393/1.996. 
10.2.5 - Georreferenciamento 
O georreferenciamento consiste em um método moderno de agrimensura que 
leva em conta todas as saliências do imóvel, com todos os aclives e declives. O 
objetivo é revelar de forma clara toda a complexidade do imóvel. 
A realização do georreferenciamento visa dar cumprimento ao princípio da 
especialidade objetiva, zelando pela correta e completa identificação do objeto do 
direito, primeiro na matrícula e depois, no próprio título que ingressa para registro. 
Certo é que a Lei nº. 10.167/2.001 trouxe significativas mudanças nos arts. 
176 e 225 da Lei de Registros Públicos. 
A identificação dos imóveis rurais deverá ser obtida através do memorial 
descritivo, assinado por profissional habilitado e com a devida Anotação de 
Responsabilidade Técnica - ART, contendo as coordenadas dos vértices definidores 
dos limites dos imóveis rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e 
com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de custos 
financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda a 
quatro módulos fiscais. 
O Decreto 7.620 de 21/11/2.011, prorrogou os prazos para a obrigatoriedade 
do georreferenciamento.Os novos prazos agora em vigor são os seguintes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ausência do georreferenciamento obsta apenas o registro, conforme dispõe 
o art. 176, §4º, da Lei 6.015/1.973: A identificação de que trata o §3º tornar-se-á 
Área do Imóvel Prazo 
acima de 500 ha já está em 
vigor 
acima de 250 ha - 500 ha já está em 
vigor 
acima de 100 ha - 250 ha 20/11/2.016 
acima de 25 ha - 100 ha 20/11/2.019 
abaixo de 25 ha 20/11/2.023 
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37 
 
obrigatória para efetivação do registro, em qualquer situação de transferência de 
imóvel rural, nos prazos fixados por ato do Poder Executivo. 
O Código de Normas em seu art. 171, V, mencionou como requisito 
indispensável à lavratura da escritura pública de imóvel rural, a observância da 
descrição georreferenciada, nos termos e hipóteses previstos na Lei nº 10.267, de 
28 de agosto de 2.001, e nos seus decretos regulamentadores. 
Importante frisar, que na hipótese do imóvel possuir a descrição 
georreferenciada, esta deverá constar obrigatoriamente na escritura pública. 
O georreferenciamento é tratado nos arts. 924 a 931 do Código de Normas. 
10.2.6 - Escritura pública de fração ideal 
A fração ideal consiste no desdobramento do imóvel em partes não 
localizadas, as quais permanecem contidas dentro da área original, mas que em 
razão da alienação, permanecem em condomínio. Não existe limitação legal para a 
para as frações ideais. A área total do imóvel em comunhão é que deve obedecer a 
FMP. 
Em geral, podem ser lavradas escrituras públicas cujo objeto caracterize 
como fração ideal. É muito comum a formação de condomínios rurais, desde que 
conservada a destinação rural do imóvel. Só poderá ser realizada a extinção do 
condomínio com a lavratura de escritura pública de divisão ou escritura pública de 
individualização de imóvel rural em condomínio, desde que respeitada a fração 
mínima de parcelamento. 
Nesse sentido é a manifestação da CGJ/MG, precedente nº 67808/2014: 
“(...) Cada um dos adquirentes possuirá uma fração ideal sobre todo o imóvel, o qual 
permanecerá indiviso, em matrícula única, até que os condôminos optem por 
extinguir a comunhão pactuada”. 
No tocante à descrição do imóvel na lavratura de escritura pública de fração 
ideal, deve - se mencionar o percentual ou a fração ideal que está sendo objeto de 
alienação e em seguida, descrever o imóvel matriculado (art. 687, §1º e 2º do 
Código de Normas). 
Os tabeliães devem ter cautela ao lavrar escrituras de frações ideais, quando 
houver indícios de ocorrência de fraude e desrespeito à Lei 6.766/1.979, 
configurando um verdadeiro loteamento dissimulado. O art. 888 do Código de 
Normas preconiza: É vedado proceder ao registro de vendas de frações ideais, com 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
38 
 
localização, numeração e metragem certa, ou de qualquer outra forma de instituição 
de condomínio geral que desatenda os princípios da legislação civil, 
caracterizadores, de modo oblíquo e irregular, de loteamento ou desmembramentos. 
O precedente supracitado da CGJ/MG também tratou deste assunto: “(...) 
Ademais, deve-se evitar, sobremaneira, a prática de atos notariais e registrais que 
envolvam frações ideais, mas que, na verdade, caracterizem verdadeiros 
parcelamentos irregulares do solo, inclusive mediante recusa da prática do ato, 
conforme dispõe o art. 172, parágrafo único, do Provimento nº 260/CGJ/2.013”. 
Nesse sentido: 
Art. 172. A alienação de parte ideal de imóvel rural somente será 
instrumentalizada pelo tabelião de notas se o imóvel integral possuir todos os 
documentos necessários à sua alienação e sua área não for inferior ao do 
módulo calculado para o imóvel ou fração mínima de parcelamento, 
prevalecendo a de menor área, bem como, se não houver localização, 
demarcação ou divisão da parte ideal. 
Parágrafo único. Se o tabelião de notas verificar que na realidade 
existem fundados indícios de fraude ao disposto no caput deste artigo, de 
modo a configurar ocupação irregular do solo, recusará a prática do ato 
mediante nota fundamentada. 
No tocante à documentação obrigatória, a CGJ/MG no precedente nº 
66471/2.014, item 24, fls. 18, manifestou-se: “(...) esclareça-se que os documentos a 
serem apresentados, nos casos de alienação de parte ideal de imóvel rural, em 
condomínio, dizem respeito ao imóvel integral. Caso haja regular desmembramento, 
não há que se falar em imóvel integral ou parcial, tendo em vista que as áreas serão 
distintas e independentes uma da outra”. 
Por fim, o tabelião deve orientar às partes sobre as consequências de se 
adquirir um imóvel em condomínio (anuência, direito de preferência, etc). 
10.2.7 - Escritura pública de individualização de imóvel rural em 
condomínio (arts. 1012 a 1018 do Código de Normas) 
Trata-se de uma inovação e visa regularizar a matrícula do imóvel que possui 
diversos condôminos. 
Diante do grande número de matrículas formadoras de condomínios rurais, 
da dificuldade de permanecer no estado de comunhão e consenso de todos na 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
39 
 
divisão do imóvel, surge ao condômino uma nova alternativa para regularização da 
sua fração com abertura de matrícula autônoma. 
Importante destacar o art. 1012 do Código de Normas: 
Nas circunscrições imobiliárias possuidoras de condomínios rurais pro 
diviso que apresentem situação consolidada e localizada, a regularização de 
frações com abertura de matrícula autônoma, respeitada a fração mínima de 
parcelamento, será feita com a anuência dos confrontantes das parcelas a 
serem individualizadas. 
Aspectos importantes: 
- Prazos: até a vigência do Código de Normas é necessária a comprovação 
pelo condômino/requerente do período de 5 anos de ocupação retroativa. Após a 
vigência, o prazo é de 10 anos. 
- Instrumentalização: escritura pública declaratória ou instrumento particular 
nos casos do art. 108 do Código Civil. 
- Intervenientes: é obrigatório o comparecimento de todos os confrontantes da 
gleba a localizar, sejam ou não condôminos do imóvel integral. Na hipótese de 
impossibilidade de anuência de qualquer confrontante, ele será notificado pelo oficial 
de registro de imóveis a manifestar-se no prazo de 15 dias, seguindo o disposto no 
art. 213, §§2º a 6º, da Lei de Registros Públicos. 
- Desnecessidade de retificação da descrição do imóvel (retificação de área) 
desde que na escritura haja referência expressa à apresentação dos seguintes 
documentos: título do domínio, CCIR, prova de quitação do ITR, certidão de 
benfeitorias expedida pela Prefeitura Municipal, planta e memorial descritivo. 
- Devem ser encaminhados à Serventia de Registro de Imóveis os 
documentos citados acima e mais a ART do CREA ou RRT do CAU, relativos ao 
profissional responsável, devidamente quitados. 
- O oficial de registro localizará a gleba, lavrando ato de registro, a exemplo 
do que ocorre com as escrituras de divisão, do que resultará a abertura de matrícula 
própria para a parcela localizada. 
- Este procedimento não exclui a possibilidade de lavratura de escritura 
pública de divisão ou ajuizamento de ação de divisão, respeitadas as peculiaridades 
de cada caso. 
Apostila- Curso de Qualificação-Tabelionato de Notas- Código de Normas/MG 
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Cobrança: segundo o entendimento da CGJ/MG no precedente nº 
66471/2.014, item 18, pag. 18 e 29, trata-se de escritura pública declaratória sem 
conteúdo financeiro, conforme previsão do item 4, a, tabela 1. 
10.2.8 - Reserva legal 
Conceito de reserva legal: art. 3º,

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