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FEDERALISTAS (texto de apoio)

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TEORIA DO DIREITO CONSTITUCIONAL
FGV DIREITO RIO 77
AULA 13: A INSERÇÃO LIBERAL III: THE FOUNDING FATHERS E SUAS 
INFLUÊNCIAS NA REPÚBLICA BRASILEIRA
NOTA AO ALUNO
A) INTRODUÇÃO
Um dos mais famosos casos, não apenas do constitucionalismo americano, mas do 
constitucionalismo em geral, é o caso Marbury vs. Madison, julgado pela Suprema Cor-
te dos Estados Unidos em 1803. Foi com este julgamento que se instituiu o controle 
de constitucionalidade, afirmando-se a soberania da Constituição e a nulidade dos atos 
e leis que a contrariam. Foi ainda este caso que instituiu a idéia de que é do Judiciário 
a palavra final sobre a interpretação da Constituição. Mais especificamente, a interpre-
tação do Judiciário federal se sobrepondo às normas e interpretações feitas nos Estados.
Na aula de hoje, Marbury vs. Madison servirá para explicitar algumas das mais 
importantes contribuições do constitucionalismo norte-americano. Após a leitura do 
material de apoio e do famoso voto do juiz Marshall neste caso – voto que explicitou 
pela primeira vez o raciocínio por trás do controle de constitucionalidade –, reflita 
sobre as seguintes questões:
t� 4FQBSBÎÍP�EF�1PEFSFT��1PEF�P�+VEJDJÈSJP�UFS�B�QBMBWSB�mOBM�TPCSF�BT�MFJT�F�BUPT�EPT�
Poderes Legislativo e Executivo?
t� 4VQSFNBDJB�EB�$POTUJUVJÎÍP��$PNP�FMB�BQBSFDF�OP�KVMHBNFOUP�FN�RVFTUÍP 
t� $POTUJUVDJPOBMJEBEF�Y�*ODPOTUJUVDJPOBMJEBEF��1PEF�VNB�MFJ�TFS�BOVMBEB�BQFOBT�
por contrariar a Constituição?
t� 2VBM� Ï� B� JNQPSUÉODJB�EF�VNB�4VQSFNB�$PSUF� 	JTUP� Ï
�VN�ØSHÍP� KVEJDJBM�RVF�
realize o controle de constitucionalidade) em uma federação?
Caso você queira se aprofundar no tema e se preparar ainda mais para esta aula, 
assista à aula magna proferida pelo Ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal 
Federal, sobre o caso Marbury v. Madison. A referência completa encontra-se no seu 
material de apoio.
Além de analisarmos o voto do juiz Marshall, procuraremos debater a experiência 
constitucional americana a partir da leitura dos Artigos Federalistas, indicados como 
leitura para esta aula, bem como dos trechos abaixo transcritos da Constituição dos 
Estados Unidos da América.
Constituição dos Estados Unidos da América9
“Nós, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita, esta-
belecer a justiça, assegurar a tranqüilidade interna, prover a defesa comum, promover 
o bem-estar geral, e garantir para nós e para os nossos descendentes os benefícios da 
Liberdade, promulgamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da 
América.
9 Texto editado para os fins 
da aula.
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I – (...)
Seção 1 – Todos os poderes legislativos conferidos por esta Constituição serão con-
fiados a um Congresso dos Estados Unidos, composto de um Senado e de uma Câmara 
de Representantes.
Seção 3 – Só o Senado poderá julgar os crimes de responsabilidade (impeachment). 
Reunidos para esse fim, os Senadores prestarão juramento ou compromisso. O julga-
mento do Presidente dos Estados Unidos será presidido pelo Presidente da Suprema 
Corte. E nenhuma pessoa será condenada a não ser pelo voto de dois terços dos mem-
bros presentes.
Seção 8 – Será da competência do Congresso:
Lançar e arrecadar taxas, direitos, impostos e tributos, pagar dividas e prover a defesa 
comum e o bem-estar geral dos Estados Unidos; mas todos os direitos, impostos e tri-
butos serão uniformes em todos os Estados Unidos; (...)
Seção 9 – Não poderá ser suspenso o remédio do habeas corpus, exceto quando, em 
caso de rebelião ou de invasão, a segurança pública o exigir.
Não serão lançados impostos ou direitos sobre artigos importados por qualquer Es-
tado.
Não se concederá preferência através de regulamento comercial ou fiscal, aos portos 
de um Estado sobre os de outro; nem poderá um navio, procedente ou destinado a um 
Estado, ser obrigado a aportar ou pagar direitos de trânsito ou alfândega em outro.
II – (...)
Seção 1 – O Poder Executivo será investido em um Presidente dos Estados Unidos 
da América. Seu mandato será de quatro anos, e, juntamente com o Vice- Presidente, 
escolhido para igual período, será eleito pela forma seguinte:
Cada Estado nomeará, de acordo com as regras estabelecidas por sua Legislatura, um 
número de eleitores igual ao número total de Senadores e Deputados a que tem direito 
no Congresso; todavia, nenhum Senador, Deputado, ou pessoa que ocupe um cargo 
federal remunerado ou honorifico poderá ser nomeado eleitor.
III – (...)
Seção 1. O Poder Judiciário dos Estados Unidos será investido em uma Suprema 
Corte e nos tribunais inferiores que forem oportunamente estabelecidos por determi-
nações do Congresso. Os juízes, tanto da Suprema Corte como dos tribunais inferiores, 
conservarão seus cargos enquanto bem servirem, e perceberão por seus serviços uma 
remuneração que não poderá ser diminuída durante a permanência no cargo.
Seção 2. A competência do Poder Judiciário se estenderá a todos os casos de apli-
cação da Lei e da Eqüidade ocorridos sob a presente Constituição, as leis dos Estados 
Unidos, e os tratados concluídos ou que se concluírem sob sua autoridade; a todos os 
casos que afetem os embaixadores, outros ministros e cônsules; a todas as questões do 
almirantado e de jurisdição marítima; às controvérsias em que os Estados Unidos sejam 
parte; às controvérsias entre dois ou mais Estados, entre um Estado e cidadãos de outro 
Estado, entre cidadãos de diferentes Estados, entre cidadãos do mesmo Estado reivin-
dicando terras em virtude de concessões feitas por outros Estados, enfim, entre um 
Estado, ou os seus cidadãos, e potências, cidadãos, ou súditos estrangeiros.
IV – (...)
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Seção 4 – Os Estados Unidos garantirão a cada Estado desta União a forma re-
publicana de governo e defende-lo-ão contra invasões; e, a pedido da Legislatura, ou 
do Executivo, estando aquela impossibilitada de se reunir, o defenderão em casos de 
comoção interna.
V – Sempre que dois terços dos membros de ambas as Câmaras julgarem necessário, 
o Congresso proporá emendas a esta Constituição, ou, se as legislaturas de dois terços dos 
Estados o pedirem, convocará uma convenção para propor emendas, que, em um e outro 
caso, serão válidas para todos os efeitos como parte desta Constituição, se forem ratificadas 
pelas legislaturas de três quartos dos Estados ou por convenções reunidas para este fim em 
três quartos deles, propondo o Congresso uma ou outra dessas maneiras de ratificação.
VI – Esta Constituição e as leis complementares e todos os tratados já celebrados ou 
por celebrar sob a autoridade dos Estados Unidos constituirão a lei suprema do país; os 
juízes de todos os Estados serão sujeitos a ela, ficando sem efeito qualquer disposição em 
contrário na Constituição ou nas leis de qualquer dos Estados.
VII – A ratificação, por parte das convenções de nove Estados será suficiente para a 
adoção desta Constituição nos Estados que a tiverem ratificado.
Dado em Convenção, com a aprovação unânime dos Estados presentes, a 17 de 
setembro do ano de Nosso Senhor de 1787, e décimo segundo da Independência dos 
Estados Unidos. Em testemunho do que, assinamos abaixo os nossos nomes.
Emendas acrescentadas à Constituição dos Estados Unidos, ou que a emendam, 
propostas Pelo Congresso e ratificadas pelas Legislaturas dos vários Estados, de acordo 
com o Artigo 5 da Constituição Original:
EMENDA I – O Congresso não legislará no sentido de estabelecer uma religião, ou 
proibindo o livre exercício dos cultos; ou cerceando a liberdade de palavra, ou de im-
prensa, ou o direito do povo de se reunir pacificamente, e de dirigir ao Governo petições 
para a reparação de seus agravos.
EMENDA III – Nenhum soldado poderá, em tempo de paz, instalar-se em um 
imóvel sem autorização do proprietário, nem em tempo de guerra, senãona forma a ser 
prescrita em lei.
EMENDA IV – O direito do povo à inviolabilidade de suas pessoas, casas, papéis e 
haveres contra busca e apreensão arbitrárias não poderá ser infringido; e nenhum man-
dado será expedido a não ser mediante indícios de culpabilidade confirmados por jura-
mento ou declaração, e particularmente com a descrição do local da busca e a indicação 
das pessoas ou coisas a serem apreendidas.
EMENDA V – Ninguém será detido para responder por crime capital, ou outro 
crime infamante, salvo por denúncia ou acusação perante um Grande Júri, exceto em se 
tratando de casos que, em tempo de guerra ou de perigo público, ocorram nas forças de 
terra ou mar, ou na milícia, durante serviço ativo; ninguém poderá pelo mesmo crime 
ser duas vezes ameaçado em sua vida ou saúde; nem ser obrigado em qualquer processo 
criminal a servir de testemunha contra si mesmo; nem ser privado da vida, liberdade, 
ou bens, sem processo legal; nem a propriedade privada poderá ser expropriada para uso 
público, sem justa indenização.
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EMENDA VI – Em todos os processos criminais, o acusado terá direito a um jul-
gamento rápido e público, por um júri imparcial do Estado e distrito onde o crime 
houver sido cometido, distrito esse que será previamente estabelecido por lei, e de ser 
informado sobre a natureza e a causa da acusação; de ser acareado com as testemunhas 
de acusação; de fazer comparecer por meios legais testemunhas da defesa, e de ser defen-
dido por um advogado.
EMENDA VIII – Não poderão ser exigidas fianças exageradas, nem impostas multas 
excessivas ou penas cruéis ou incomuns.
EMENDA IX – A enumeração de certos direitos na Constituição não poderá ser 
interpretada como negando ou coibindo outros direitos inerentes ao povo.
EMENDA X – Os poderes não delegados aos Estados Unidos pela Constituição, 
nem por ela negados aos Estados, são reservados aos Estados ou ao povo.
EMENDA XIII – (...)
Seção 1 – Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua juris-
dição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo 
qual o réu tenha sido devidamente condenado.
EMENDA XIV – (...)
Seção 1 – Todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos e sujeitas 
a sua jurisdição são cidadãos dos Estados Unidos e do Estado onde tiver residência, 
Nenhum Estado poderá fazer ou executar leis restringindo os privilégios ou as imunida-
des dos cidadãos dos Estados Unidos; nem poderá privar qualquer pessoa de sua vida, 
liberdade, ou bens sem processo legal, ou negar a qualquer pessoa sob sua jurisdição a 
igual proteção das leis.
EMENDA XV – (...)
Seção 10 – O direito de voto dos cidadãos dos Estados Unidos não poderá ser ne-
gado ou cerceado pelos Estados Unidos, nem por qualquer Estado, por motivo de raça, 
cor ou de prévio estado de servidão.
EMENDA XVI – O Congresso terá competência para lançar e arrecadar impostos 
sobre a renda, seja qual for a proveniência desta, sem distribuí-los entre os diversos Es-
tados ou levar em conta qualquer recenseamento ou enumeração.
Após analisar o material de leitura e a Constituição Norte-Americana, procure res-
ponder às seguintes questões:
t� 0�RVF�GPSBN�PT�BSUJHPT�GFEFSBMJTUBT �2VBM�FSB�P�PCKFUJWP�EF�TFVT�BVUPSFT 
t� 2VBJT�TÍP�BT�QSJODJQBJT�DPOUSJCVJÎÜFT�EF�.BEJTPO
�)BNJMUPO�F�+BZ 
t� "OBMJTBOEP�B�$POTUJUVJÎÍP�/PSUF�"NFSJDBOB
�WPD�EJSJB�RVF�.BEJTPO
�)BNJM-
ton e Jay foram vitoriosos ou derrotados em sua campanha? Por quê?
t� 7PDÐ�BDIB�RVF�VN�QSPDFTTP�EF� MFHJUJNBÎÍP�EB�$POTUJUVJÎÍP�DPNP�P� MFWBEP�B�
cabo pelos autores federalistas funcionaria no Brasil?
t� /B�TVB�PQJOJÍP
�EF�UPEBT�BT�DPOUSJCVJÎÜFT�EPT�GFEFSBMJTUBT�QBSB�B�PSHBOJ[BÎÍP�EP�
Estado e dos Poderes, qual parece a mais interessante?
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Boa parte das idéias desenvolvidas por Alexander Hamilton, James Madison e dos 
outros founding fathers do constitucionalismo norte americano – sobretudo no tocan-
te ao federalismo, à separação de poderes e o controle judicial de constitucionalidade 
– vieram a ser incorporados, de forma mais ou menos explícita, no texto constitucional 
de 1891, promulgado pouco após a proclamação da República. A Constituição de 
1891 é considerada, portanto, um marco da recepção do pensamento constitucional 
norte-americano no direito brasileiro.
Um dos principais expositores e defensores das idéias constitucionais norte-ameri-
canas foi o célebre jurista e advogado Rui Barbosa. Mas a recepção dos novos institutos 
e teorias no direito brasileiro não foi imediata, nem simples – um típico cenário de 
aplicação de novas idéias e conceitos por instituições antigas, desenhadas e consolida-
das em um contexto diferente, para agir e reagir de forma diferente. O pioneirismo de 
Rui, então, está justamente no fato de levado às últimas conseqüências práticas os ele-
mentos “norte-americanos” da Constituição de 1891, no que se refere ao federalismo 
e à separação de poderes, em uma comunidade jurídica habituada a pensar e agir nas 
matrizes teóricas da Inglaterra e da França. 
A partir das reflexões feitas sobre o constitucionalismo americano e da análise do 
texto de Rui Barbosa, também indicado como leitura para esta aula, procure responder 
às seguintes questões:
t� 3FMBDJPOF�BT�JEÏJB�EF�3VJ�#BSCPTB�F�EPT�'FEFSBMJTUBT�TPCSF�Separação de Poderes e 
Federalismo. 
t� 2VBJT�BT�TFNFMIBOÎBT�F�EJGFSFOÎBT�FOUSF�P�NPEFMP�EF�TFQBSBÎÍP�EF�QPEFSFT�FN�
desenhado na Constituição de 1824 e aquele adotado em 1891?
t� 2VBJT�BT�DPOUSJCVJÎÜFT�EPT� GFEFSBMJTUBT�QBSB�P�EJSFJUP�DPOTUJUVDJPOBM�RVF�WPDÐ�
acha que foram mais aproveitadas no Brasil? 
t� 7PDÐ�DPOTFHVF�JEFOUJmDBS�BMHVNB�IFSBOÎB�EPT�GFEFSBMJTUBT�OB�$POTUJUVJÎÍP�EF�
1988? Qual? Identifique os artigos em questão.
t� 2VBM�B�DPOUSJCVJÎÍP�EB�FYQFSJÐODJB�DPOTUJUVDJPOBM�EB�3FWPMVÎÍP�'SBODFTB�F�EPT�
Estados Unidos para essa discussão, sobretudo na aplicação de idéias abstratas 
como “separação de poderes” e “direitos individuais”?
B) O CASO
Disse James Madison no Artigo Federalista LI:
A grande garantia contra uma concentração gradual dos vários poderes no mesmo 
braço, porém, consiste em dar aos que administram cada poder os meios constitucionais 
necessários e os motivos pessoais para resistir aos abusos dos outros. As medidas de defesa 
devem, neste caso como em todos os outros, ser proporcionais ao perigo de ataque. A 
ambição deve poder contra-atacar a ambição. O interesse do homem deve estar vinculado 
aos direitos constitucionais do cargo. Talvez não seja lisonjeiro para a natureza humana 
considerar que tais estratagemas poderiam ser necessários para o controle dos abusos do 
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governo. Mas o que é o próprio governo, senão a maior das críticas à natureza humana? 
Se os homens fossem anjos, não seria necessário governo algum. Se os homens fossem 
governados por anjos, o governo não precisaria de controles externos nem internos.
Agora, imagine que os constitucionalistas responsáveis por desenhar a organização 
dos Poderes a partir de nossa primeira constituição republicana até a atual, estudaram 
Montesquieu mas deixaram de lado a leitura dos Artigos Federalistas. Assim, teríamos 
um sistema de divisão tripartite dos poderes, com ambições de harmonia e indepen-
dência, mas não teríamos uma engenharia constitucional que os enquadrasse em um 
sistema de freios e contrapesos, estabelecendo arranjos que facultassem a ingerência 
positiva de um Poder no outro e, ao mesmo tempo, impedisse ingerências abusivas. 
Partindo dessa noção, reflita:
t� $PNP�TFSJB�OPTTB�BUVBM�$POTUJUVJÎÍP�EF�����
�DBTP�FTTFT�NFDBOJTNPT�EF�check 
and balances não fossem previstos?
t� 7PDÐ�BDIB�RVF�UFSÓBNPT�NBJPSFT�PV�NFOPSFT�QSPCMFNBT�OP�DPUJEJBOP�EPT�1PEF-
res da República e dos agentes que os exercem?t� 7PDÐ�DPOTFHVF�JEFOUJmDBS�OB�$POTUJUVJÎÍP�EF������BMHVOT�BSUJHPT�POEF�TF�QSFWÐ�
o sistema de freios e contrapesos?
t� 2VBJT�TÍP�FMFT�F�RVF�UJQP�EF�DPOUSPMF�BNCJDJPOBN 
t� 7PDÐ�BDIB�RVF�BMHVN�EFMFT�OÍP�EFWFSJB�FTUBS�QSFTFOUF�OB�$POTUJUVJÎÍP 
C) MATERIAL DE APOIO
c1) Casos / Jurisprudência
Marbury x Madison ( 5 US 137)
ADI 276 MC / AL
Ementa: ação direta de inconstitucionalidade – constituição estadual – processo 
legislativo – a questão de sua observância compulsória pelos estados-membros – tema 
ainda não definido pelo supremo tribunal federal – precedente (adin-216-pb) – exten-
são do poder constituinte decorrente – relevância jurídica da matéria – periculum in 
mora – suspensão cautelar deferida. O supremo tribunal federal ainda não definiu, sob 
o regime da vigente ordem constitucional, se os princípios que informam o processo 
legislativo impõem-se aos estados-membros como padrões jurídicos de compulsória 
observância. O tema da autonomia das unidades federadas, suscitado na perspectiva da 
nova concepção de federalismo consagrada pela vigente carta política, foi, no entanto, 
considerado de extremo relevo jurídico pelo STF (adin-216-pb). A autonomia dos 
estados-membros constitui um dos elementos essenciais à própria conceptualização do 
estado federal, cujo tipo histórico, variável na evolução do constitucionalismo brasi-
leiro – federalismo dual ou dualista (cf. 1891), federalismo de cooperação (cf. 1934), 
federalismo de integração (carta de 67) – enseja abordagens várias, quer a partir das 
múltiplas tendências já positivadas na experiência constitucional comparada (federalis-
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mo de equilíbrio e federalismo hegemônico), quer de proclamações doutrinárias, tais 
como as que preconizam o federalismo das regiões. Impõe-se a suspensão cautelar de 
regras inscritas em constituições estaduais, cujo conteúdo normativo esteja em aparen-
te desarmonia com o modelo federal atinente ao processo legislativo, até que a suprema 
corte defina a extensão e o alcance do poder constituinte dos estados-membros.
c2) Textos
I) OBRIGATÓRIOS
BARBOSA, Rui. O Liberalismo e a Constituição de 1988. Textos selecionados e or-
ganizados por Vicente Barretto. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira e Fun-
dação Casa de Rui Barbosa, 1991, pp. 49-57 (formas de governo), pp. 187-189 
(federação).
MADISON, James et alli. O Federalista. Artigo I, pp. 93-96 (introdução); Artigo IX, 
pp. 128-132 (federação); Artigo XLVII, pp. 331-337 (separação de poderes).
MARSHAL, Justice John. Voto no caso Marbury X Madison (1803)
II) ACESSÓRIOS
Declaração de Independência dos Estados Unidos da América de 04 de julho de 
1776.
Artigos Anti-Federalistas (1787-1789).
c3) Material Interativo Extra-Classe
Aula Magna proferida pelo Ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Fede-
ral, sobre o caso Marbury v. Madison. In: DVD Aula Magna – TV Justiça – STF.
c4) Questões de Concursos
Ministério Público Estadual/ 2002 – PR
“A estabilidade das constituições não deve ser absoluta, não pode significar imutabili-
dade”. Disserte sobre esta lição doutrinária.

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