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O EFEITO DA LUZ INTENSA PULSADA EM MANCHAS SENIS: UM RELATO DE CASO. Janaína Bastos da Silva¹ Jussara Baronio² Felipe Lacerda³ Vandressa Bueno Resumo: A literatura sugere que a luz intensa pulsada tem ação sobre as manchas senis por destruir o excesso de melanina acumulada na epiderme e na derme papilar que causa as lesões pigmentadas. Supõe-se que o efeito foto-térmico da luz intensa pulsada queimaria e coagularia as partículas de melanina da pele. Para tanto o objetivo da pesquisa é relatar casos clínicos da aplicação da luz intensa pulsada em manchas senis. O estudo restringe-se a uma pesquisa descritiva e exploratória e por descrição dos fatos observados a partir do material apresentado por um profissional da área da medicina, ao qual disponibilizou ilustrativamente os objetos que posteriormente serão analisados. Pode-se perceber que a luz intensa pulsada é efetiva no tratamento das manchas senis e atua como despigmentante e clareadora. Palavras-chave: Luz intensa pulsada. Manchas senis. Pele. 1 INTRODUÇÃO Desde os tempos antigos, a luz sempre foi sinônimo de calor, energia e vida. Foi no final do século XIX e no início do século XX, que cientistas como Plank, Kant e Einstein elaboraram leis físicas comprovando a realidade energética da luz. A Luz Intensa Pulsada (LIP) foi desenvolvida por Goldman (1963) a partir da teoria da fototérmolise seletiva desenvolvida por Anderson (1983), sendo criado o primeiro aparelho de LIP. Luz intensa pulsada é uma fonte de emissão de radiação eletromagnética que emite um amplo espectro de comprimento de onda, do ínicio do UV (< 100 nm) até o fim do IV (> 20000 nm) (SOUZA, 2007). ___________________________ Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Florianópolis, Santa Catarina. E-mail:Janaina_b@hotmail.com ² Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Florianópolis, Santa Catarina. E-mail:ju.lalinha@hotmail.com ³ Orientador, Professor do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Florianópolis, Santa Catarina. E-mail:flacerda@univali.br Coorientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Florianópolis, Santa Catarina. E-mail:vbuenop@hotmail.com A luz intensa pulsada é erroneamente confundida com o laser, mas se diferencia deste por apresentar características de luz policromática, incoerente e não colimada, e apresenta efeitos diversos sobre os tecidos como o fototérmico, fotoquímico e fototermólise seletiva (PIROLA & GIUSTI, 2010). Atualmente, a LIP vem sendo utilizada de forma crescente e também vem apresentando aplicações com resultados fundamentados de cunho cientifico, tendo, entre os tratamentos, a epilação, alterações da pigmentação da pele, envelhecimento e fotoenvelhecimento tecidual, bem como alterações de crescimento do pelo e atrofia tecidual, tal como as estrias, acnes e melanoses (PIROLA & GIUSTINI,2010). A luz intensa pulsada representa um grande avanço tecnológico no tratamento coadjuvante de algumas alterações dermatológicas. A LIP age em dois níveis da pele: superficial e profundo. A aplicação superficial consegue uma redução significativa das melanoses solares (TAMURA, 2001). As manchas senis (melanoses solares) constituem-se numa doença pré- maligna da pele que ocorre por um processo degenerativo causado pelo sol que incide sobre a pele ao longo da vida. Geralmente localizam-se sobre o dorso das mãos, partes externas dos antebraços e rosto. As manchas senis são coleções de pigmentos que aparecem próximas à superfície da pele, nas áreas mais atingidas pelo sol. Considerando a ação da luz intensa pulsada na despigmentação de manchas de pele; e as manchas senis como uma das queixas dos pacientes na prática clínica da estética, descrever os resultados do tratamento destas lesões através da LIP se mostra de grande interesse nessa área de atuação. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Pimentel (2008, p. 28), “O fotoenvelhecimento é o efeito da exposição ao sol, que leva a degeneração das fibras de colágeno e elásticas, provocando o aparecimento das hiperpigmentações na pele”. As ações dos raios ultravioletas são os principais responsáveis pelo envelhecimento da pele, especialmente por causa da ação dos radicais livres. (BÉRARD, 2006) De acordo com Guirro & Guirro (2004, p. 232), “A pigmentação da pele é a proteção principal do organismo contra a radiação ultravioleta”. Souza (2007, p. 38) afirma que “Os melanócitos diminuem sua capacidade de produção em torno de 8 a 20% por década, o que significa menor capacidade de proteção contra raios ultravioletas”. Pouco a pouco a pele se modifica tanto em sua consistência quanto na cor. Seu aspecto amarelado é acompanhado por distúrbios de pigmentação e manchas senis de cor marrom (BÉRARD, 2006) Mancha Senis (Melanoses Solares) Manchas senis ou melanoses solares são lesões pigmentadas na superfície cutânea que surgem em regiões expostas ao sol e aumentam em número e dimensão com o envelhecimento (KEDE, 2004). Manchas senis não são provocadas pela idade e sim pelos danos causados pelo sol ao longo dos anos. Só que este dano leva tempo para aparecer e por isso, as melanoses solares são mais comuns em pessoas idosas, daí o nome senil (LIMA, 2012). Manchas acastanhadas também conhecidas como mancha senis, são manchas que não aparecem só em idosos, mas sim em indivíduos de qualquer idade (PIMENTEL, 2008). As melanoses solares são manchas escuras de coloração castanha ou marrom, geralmente pequenas, mas que podem chegar a alguns centímetros de tamanho. Elas surgem apenas nas áreas que ficam expostas ao sol, como a face, dorso das mãos e dos braços, colo e ombros (LIMA, 2012). A variação da mão senil pode ocorrer em distintas épocas e em variáveis graus. Algumas pessoas sofrem alterações ao final da terceira década de vida, outros somente a partir da sexta década (MAIO, 2011). O quadro cutâneo da mancha senil está associado a fatores ambientais e a estilo de vida de cada pessoa (MAIO, 2011). Segundo Maio (2011, p.1397), “Na sexta década da vida, a velocidade na renovação celular é reduzida a metade. A epiderme se torna mais fina, com diminuição da camada córnea e alteração dos melanócitos”. A mancha senil é causada pela ação do UV, onde ocorre aumento do número e de atividade dos melanócitos, tratando-se de uma foto dermatose por irritação primária progressiva. As manchas senis apresentam cor castanho-clara a escura e surgem nas áreas do corpo expostas ao sol (ACCURSIO, 2009). O surgimento da mancha senil decorre do aumento do número dos melanócitos (célula que produz o pigmento da cor da pele) e da sua atividade, produzindo mais melanina e causando as manchas (PIROLA & GUISTI, 2010). A melanina é sintetizada nos melanócitos, a partir da tirosina. A melanina apresenta-se com uma cor clara. Assim que formados os polímeros de melanina, a função dela é chegar até os queratinócitos, constituindo uma barreira de proteção contra os raios UV (SORIANO, ET AL, 2002). Conforme Souza (2007, p. 529): “O acúmulo de melanina na epiderme e na derme papilar é responsável pela aparição de lesões pigmentadas. A solução do problema é a destruição do excesso de melanina, que pode ser feita por aplicação de LIP no local afetado; o efeito foto térmico vai queimar e coagular as partículas de melanina”. Nas manchas senis, ocorre ruptura de melanossomas por ação do calor e a melanina e fragmentada em pequenas partículas que vão clareando aos poucosdurante as sessões (PIROLA & GIUSTI, 2010). Luz Intensa Pulsada (LIP) No ano de 1963, Goldman desenvolveu a Luz Intensa Pulsada (LIP), que junto a teoria de fototérmolise seletiva desenvolvida em 1983, por Anderson, deram origem ao primeiro aparelho de LIP para uso comercial, já no ano de 1994. Este método é uma fonte de emissão de radiação eletromagnética que transfere um abrangente espectro de comprimento de onda, no início do UV (<100nm) até o fim do IV (>20000nm) (SOUZA, 2007). A luz intensa pulsada (LIP) emite luz não coerente com comprimento de onda entre 500 a 1200nm. São utilizados filtros para eliminar comprimentos de onda mais curtos e aumentar a penetração dérmica (PATRIOTA, 2007). A luz intensa pulsada emite uma luz de faixa ampla (desde 515 a 1200nm) em pulsos que podem ser simples, duplos ou triplos, de duração variável (2-20 ms). (AGNE, 2011). A luz é emitida em pulsos únicos, duplos ou triplos com 2 a 25 milisegundos cada, com intervalos entre os pulsos variando entre 10 a 500 milisegundos (PATRIOTA, 2007). Conforme Agne (2011, p. 336), “A luz intensa pulsada (LIP) é aquela que emite um comprimento de pulso simples, duplos ou triplos e que mediante aplicação de série de filtros dá lugar a vários espectros de emissão”. A luz intensa pulsada possui filtros que de acordo com o comprimento das ondas desejadas podem variar. O espectro de comprimento de onda pode atuar entre 500nm e 1.100nm e a escolha dos filtros vai demonstrar a afinidade pela melanina e a intensidade de penetração da energia luminosa (KEDE, 2004). Os filtros, geralmente, podem variar de acordo com o comprimento de onda apropriado para absorção em determinados tecidos, da seguinte forma: 390 nm a 510 nm: tratamentos dermatológicos de acne ativa; 520nm a 1200nm: tratamento de lesões vasculares de rosáceas e melanoses de peles de foto tipos I, II e III. 640nm a 1200nm: epilação duradoura e estimulo de colágeno da derme reticular (PIROLA &GIUSTI, 2010). A emissão de luz intensa pulsada por determinados aparelhos produz um feixe de luz não coerente, cujo espectro de radiação abrange vários comprimentos de onda simultaneamente (SALLES, et al). A LIP emite luz não coerente com comprimento de onda entre 500 a 1200nm. Trata satisfatoriamente telangiectasias, manchas vinho-do-porto e hemangiomas (PATRIOTA, 2007). Segundo Agne, (2011, p 332): “A tecnologia da luz intensa pulsada (LIP) consiste na utilização de lâmpadas que emite dentro de um amplo espectro de luz não coerente no espectro visível e infravermelho, utilizado de maneira eficaz para variedade de disfunções pigmentadas”. Luz intensa pulsada é um aparelho de luz que age sobre o pigmento. Uma emissão de pulsos de luz, disparados contra a pele, faz evaporar o pigmento, que provoca a cor acastanhada na pele (BORELLI, 2004). Parâmetros da Lip são: comprimento de ondas, duração do pulso, tamanho da ponteira, a fluência, densidade de potência e frequência (SOUZA, 2007). Potência é a taxa de liberação da energia ou a quantidade de energia liberada por segundo (PIROLA & GIUSTI, 2010). Energia é a quantidade de potência entregue ao tecido em um dado intervalo de tempo e é medida em joules. É este parâmetro que governa a resposta térmica do tecido (PIROLA & GIUSTI, 2010). Fluência é a quantidade de energia liberada sobre uma área, sendo expressa em J/cm². Quanto maior a fluência, mais rápido será o aumento de temperatura no tecido e, consequentemente, a intensidade do efeito desejado (PIROLA & GIUSTI, 2010). A luz intensa pulsada usa uma fonte de luz filtrada, a qual é utilizada para alcançar seletivamente os elementos pigmentados da pele (AGNE, 2011). A LIP tem como característica ser uma luz policromática tendo vários comprimentos de onda, essa luz policromática é caracterizada por várias cores do azul até o infravermelho (SOUZA, 2007). Para AGNE (2011, p. 333), “As principais cores emitidas são o amarelo, verde e vermelho, além do infravermelho, sendo que cada lâmpada, a LIP terá um predomínio de uma dessas cores e assim caracterizando suas propriedades de estimulação celular seletiva.” Todas as luzes agem juntas, porém as luzes azuis e verdes vão agir na superfície, as laranjas e vermelhas nas zonas intermediárias e as infravermelhas nas zonas profundas (SOUZA, 2007). A luz intensa pulsada utiliza os comprimentos de ondas juntos, mas cada comprimento vai ter um efeito específico para tratar de uma determinada patologia ou alteração (SOUZA, 2007, p. 527). A terminologia LIP se refere a luz intensa pulsada, que corresponde a aplicações diretas de energia, sob forma de flashlamps, que são circuitos elétricos que geram uma luz brilhante por incorporar o efeito do calor produzido por flashs, que atuam diretamente numa estrutura-alvo (PIROLA & GIUSTI, 2010). Luz intensa pulsada pode ser utilizada no tratamento de remoção de pêlos, envelhecimento cutâneo, rosácea, telangectasia, manchas pigmentadas e cicatriz de acne (SOUZA, 2007). Todas as LIPs trabalham na zona de maior absorção dos dois cromóforos mais importantes no tratamento das patologias da pele essa zona vai de 400nm até 1200nm (SOUZA, 2007). Os cromóforos importantes (melanina e oxihemoglobina) agem até 1100/1200nm, então os construtores da LIP colocaram um filtro para eliminar todos os comprimentos de onda acima do valor do filtro (SOUZA, 2007). Luz intensa pulsada apresenta comprimentos de onda variados para diversas aplicações sobre o tecido, onde a absorção da energia resulta na conversão de luz em calor, sendo que a luz atinge as células fotossensíveis. (PIROLA & GIUSTI, 2010). A luz intensa pulsada é absorvida por componentes do tecido alvo, ou seja cromóforos que convertem energia luminosa em calor através da absorção: - Melanina capta radiação ultravioleta (340nm a 1000nm), luz verde (532nm) e radiação infravermelha (800nm a 1200nm); - Hemoglobina capta radiação ultravioleta-A (300nm), luz azul (450nm), luz verde de (520nm a 540nm) e luz amarela (570 a 580nm); - Colágeno capta luz visível (380nm a 780nm) e radiação infravermelha (800nm a 1200nm); - Água capta radiação infravermelha (acima de 1200nm) (PIROLA & GUISTI, 2010). Os cromóforos naturais da pele tem seus espectros de absorção próprios para cada comprimento de onda. Ao escolher a energia ideal, deve-se optar pelo comprimento de onda na qual o cromóforo-alvo tenha absorção máxima, enquanto os demais cromóforos tenham menor absorção (AGNE, 2011). A seletividade dos cromóforos se torna imprescindível a aplicação dos filtros ópticos, para que se atinja a estrutura-alvo com eficácia (PIROLA & GIUSTI, 2010). A luz intensa pulsada (LIP) representa um grande avanço tecnológico no tratamento coadjuvante de algumas alterações dermatológicas. A LIP age em dois níveis de pele: superficial e profundo. A aplicação superficial consegue uma redução significativa das melanoses solares (manchas senis) (TAMURA, 2001). A LIP age fazendo fototermólise seletiva e que atua sobre os pigmentos, além de induzir a restauração do colágeno (MAIO, 2011). A fototermólise seletiva é a combinação do comprimento de onda com a duração do pulso luminoso emitido, que proverá a energia necessária para lesar somente o tecido alvo (PIROLA & GIUSTI, 2010). No tratamento de melanoses, a utilização do filtro de 520nm a 1200nm com fluência de 24 J/cm2 a 40J/cm2 com repasses duplos (PIROLA & GIUSTI, 2010). O uso da LIP também apresenta algumas limitações, particularmente no tratamento de lesões pigmentadas e vasculares em fototipos de pele mais escura, especialmente nos fototipos da escala FitzpatrickIV ou maiores, cabendo ao profissional determinar sempre a fluência de energia conforme o biotipo da pele. (AGNE, 2011). Diferenciamos a LIP do laser por três propriedades físicas, o laser é monocromático (frequência definida), coerente (relações de fase bem definida) e colimado (propaga-se como um feixe), já a luz intensa pulsada é policromática (raios de luz com várias cores), não coerente (as ondas não são irradiadas todas na mesma fase) e não colimado (os raios de luz se dispersam rapidamente para todas as direções) (AGNE, 2011). As contra-indicações da luz intensa pulsada são: - Pessoas que fazem uso de medicamentos fotossensíveis; - Pacientes bronzeados e exposição continua aos raios UV; - Diabetes descontroladas; - Gestantes e lactantes; - Pacientes com histórico de queloides; - Sinais de infecção e inflamação de pele (PIROLA & GIUSTI, 2010). 3 METODOLOGIA Num breve conceito sobre o método, que norteou a pesquisa, Marconi e Lakatos (2010, p. 65) apregoam que, “o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo”. No intuito de responder a pergunta da pesquisa, qual é o efeito que a luz intensa pulsada faz na mancha senil. O estudo restringe-se a descrição dos fatos observados através de fotografias com antes e depois da aplicação, que foram disponibilizadas por um profissional da área da medicina, que realiza tal procedimento. Markoni e Lakatos (2010) ponderam que a observação, como o próprio nome traduz, permite ao pesquisador se projetar sobre o dado observado, fazendo algumas inferências ou distorções, pela limitada possibilidade de controle, que neste caso, é explícita pela complexidade das imagens e análise e interpretação das mesmas. Buscando estabelecer uma relação dinâmica entre o mundo real e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzida em números, optou-se pela abordagem qualitativa, que segundo Roesch (1999, p.155), é ideal para se fazer uma: “avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando é o caso da proposição de planos, ou seja, quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção, mas não é adequada para avaliar resultados de programas ou planos”. O material disponibilizado, foco deste estudo, caracteriza-se como um estudo de caso, que conforme Gil (2010) preconiza, “é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados.” (GIL, 2010, p. 37) A patologia apresentada pelo profissional, permite um esclarecimento em seus múltiplos aspectos, frente a necessidade de explorar e descrever a partir do estudo de caso, os possíveis resultados e interferências advindas das aplicações. Considerando relevante destacar os diferentes resultados. Portanto, na sequência, descortinamos as observações realizadas, bem como as análises e ponderações, que neste contexto, pela caracterização do estudo, serão apresentados na condição de hipóteses, e não de uma conclusão fechada e esgotada de pesquisa. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Considerando a pesquisa qualitativa, destaca-se que a análise se dá por intermédio da avaliação clínica e relatos de casos fornecidos pelo médico responsável pelas aplicações da luz intensa pulsada. A apresentação destas informações se dará em forma de texto discursivo, mediado por registros fotográficos fornecidos pelo médico responsável. Relatório de acompanhamento das aplicações PACIENTE “A” Antes das aplicações Depois das aplicações Dados da paciente O.B, idade 75 anos, residente em Santa Catarina. Laudo A paciente apresenta manchas senis superficiais no dorso das mãos, adquiridas devido a exposição excessiva à raios UV (ultra violeta) sem proteção. Aplicações realizadas Duas (02) sessões Tipo de pele Foto tipo de pele III Resultados A paciente não cumpriu com a indicação do tratamento, participando apenas de duas sessões de aplicação. Por este motivo, nota-se a ineficiência do procedimento e resultados nada significativos. Indicação de tratamento Indica-se oito (08) sessões de aplicação de luz intensa pulsada com a utilização de filtro de 520nm com fluência de 25J/cm³, com intervalo mínimo de quinze (15) dias Médico responsável Jailson Lima da Silva CRM: 4437 A paciente A foi diagnosticada com manchas senis superficiais no dorso das mãos. Embora tenham sido prescritas oito sessões da tratamento, a paciente compareceu a apenas duas sessões justificando os resultados não significativos do tratamento. Relatório de acompanhamento das aplicações PACIENTE “B” Antes das aplicações Depois das aplicações Dados da paciente Dados da paciente: C.B, idade 58 anos, residente em Santa Catarina. Laudo A paciente apresenta manchas senis superficiais no dorso das mãos, adquiridas devido a exposição excessiva à raios UV (ultra violeta) sem proteção. Aplicações realizadas Cinco (05) sessões Tipo de pele Foto tipo de pele III Resultados Embora a paciente não tenha cumprido o tratamento proposto, realizando apenas cinco (05) das oito (08) sessões prescritas, foram observados, ao final do tratamento, resultados consideráveis no clareamento das manchas senis. Indicação de tratamento Indica-se oito (08) sessões de aplicação de luz intensa pulsada com a utilização de filtro de 520nm com fluência de 30J/cm³, com intervalo mínimo de quinze (15) dias Médico responsável Jailson Lima da Silva CRM: 4437 A paciente B também foi diagnosticada com manchas senis superficiais no dorso das mãos, sendo também indicadas oito sessões de tratamento por LIP. Embora a paciente também não tenha cumprido o tratamento proposto, realizando apenas cinco sessões, foram observados ao final do tratamento, resultados consideráveis no clareamento das manchas senis. Dessa forma, é possível perceber o efeito progressivo do tratamento. Considerando que a paciente B realizou 37,5% a mais de aplicação da técnica em relação a paciente A, de fato esperava-se resultados clinicamente mais evidentes. Relatório de acompanhamento das aplicações PACIENTE “C” Antes das aplicações Depois das aplicações Dados da paciente S.P, idade 70 anos, residente em Santa Catarina. Laudo A paciente apresenta manchas senis superficiais no dorso das mãos, adquiridas devido a exposição excessiva à raios UV (ultra violeta) sem proteção. Aplicações realizadas Oito (08) sessões Tipo de pele Foto tipo de pele II Resultados A paciente cumpriu o tratamento proposto, apresentando ao final resultado positivo no clareamento das manchas senis. Indicação de tratamento Indica-se oito (08) sessões de aplicação de luz intensa pulsada com a utilização de filtro de 520nm com fluência de 30J/cm³, com intervalo mínimo de quinze (15) dias Médico responsável Jailson Lima da Silva CRM: 4437 A paciente C, assim como as anteriores, também foi diagnosticacom manchas senis superficiais no dorso das mãos, sendo também indicadas oito sessões de tratamento por LIP, como as demais. Neste caso, a paciente cumpriu o tratamento proposto, realizando todas as sessões prescritas. Ao final do tratamento foram alcançados os resultados esperados no clareamento das manchas. É possível concluir que, respeitando-se a prescrição, a chance de sucesso do tratamento é considerável. Relatório de acompanhamento das aplicações PACIENTE “D” Antes das aplicações Depois das aplicações Dados da paciente Dados da paciente: L.O, idade 60 anos, residente em Santa Catarina. Laudo A paciente apresenta manchas senis superficiais no dorso das mãos, adquiridas devido a exposição excessiva à raios UV (ultra violeta) sem proteção. Aplicações realizadas Oito (08) sessões Tipo de pele Foto tipo de pele II Resultados A paciente cumpriu o tratamento proposto, apresentando ao final resultado positivo no clareamento das manchas senis. Indicação de tratamento Indica-se oito (08) sessões de aplicação de luz intensa pulsada com a utilização de filtro de 520nm com fluência de 30J/cm³, com intervalo mínimo de quinze (15) dias Médico responsável Jailson Lima da Silva CRM: 4437 A paciente D teve o mesmo diagnóstico e, portanto, a mesma prescrição terapêutica das demais pacientes. Pode-se concluir que, de certa forma, existe um protocolo terapêutico de acordo com o diagnóstico obtido. Neste caso, a paciente também cumpriu o tratamento proposto, realizando todas as sessões prescritas. Ao final deste tratamento também foram alcançados os resultados esperados no clareamento das manchas. Mais uma vez pode-se concluir que, respeitando-se a precrição, os resultados são totalmente alcançados. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando os pressupostos teóricos que embasam os efeitos físicos e fisiológicos da utilização da luz intensa pulsada no tratamento de manchas senis, bem como os resultados obtidos em um estudo clínico no qual quatro pacientes de mesmo diagnóstico foram tratadas com a técnica, pode-se perceber que, para fraseando a literatura, de fato o recurso atua na despigmentação das machas de pele, em especial, de manchas senis. Contudo, a prescrição deve ser respeitada. Segundo Fábio Borges, luz Intensa pulsada, além de também não ser invasiva, é minimamente ablativa (mínimo risco de lesão), com isso, ela também consegue tratar manchas e estimular a produção de colágeno para o tratamento rejuvenescedor. O risco de queimadura existente no uso destas formas de radiação luminosa, comentado por muitos, se assemelha ao risco que encontramos em outros recursos eletrotermoterapêuticos, portanto, se manusearmos de forma inapropriada quaisquer destes recursos poderá lesionar também o paciente/cliente. Se a esteticista não puder fazer a epilação com laser/Luz Intensa Pulsada pelo risco de queimadura, também não poderá usar ondas curtas, microondas, infravermelho, forno de Bier, corrente galvânica, ultra-som, e até o turbilhão, pois todos eles podem queimar o paciente desde que sejam mal empregados. REFERÊNCIAS ACCURSIO, Célia Sampaio Costa. Alterações de pele na terceira idade. 2009. Disponível em: <file:///C:/Users/Carlos/AppData/Local/Temp/MOREIRA%20JR%20EDITORA%20 %20RBM%20REVISTA%20BRASILEIRA%20DE%20MEDICINA.htm>. Acesso em: <08/08/2012>. AGNE, Jones Eduardo. Eu sei eletroterapia. 2 ed. Santa Maria: Pallotti, 2011. BÉRARD, Frédéric. Pele e Sol. São Paulo: Larousse do Brasil, 2006. 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